Mônica pedalou a mountain bike como se sua vida dependesse disso. Chegou ao hotel da reunião com cinco minutos de antecedência.Enquanto atravessava o saguão apressada, ajeitava o cabelo e a roupa. Assim que chegou à recepção e perguntou pelo grupo de Clyde, recebeu uma resposta que a fez travar.— Eles já foram faz tempo.— Merda! — Praguejou ela, jogando a bolsa com força sobre o balcão.Ela tinha se esforçado tanto para chegar a tempo, até pegou emprestada a bicicleta de um garotinho... E eles simplesmente tinham ido embora antes da hora? Estavam tirando com a cara dela?Respirou fundo algumas vezes para conter a irritação e pegou o celular para ligar para Clyde.— Alô, Sra. Mônica.A voz do outro lado não era a de Clyde. Mônica franziu a testa, mas controlou o tom.— Sr. Clyde está ocupado? — Forçou um sorriso. — Cheguei pontualmente ao hotel, mas me disseram que ele já tinha saído.— Nosso chefe teve um compromisso de última hora. — O homem respondeu de forma impassível. — Ele ped
Clyde tinha um nome forte no mercado nacional. Se Mônica conseguisse convencê-lo a comprar as ações do Grupo Pimentel, os outros investidores viriam com mais facilidade.Mônica passou a mão pelos cabelos, respirou fundo e caminhou na direção de Alistair.— Boa noite, Sr. Alistair.O rapaz, que conversava animadamente com alguns amigos, ergueu os olhos ao ouvir a voz dela. Quando viu Mônica vestindo uma camisa branca bem cortada e calça social que realçava sua silhueta esguia, um brilho curioso passou por seu olhar. Havia algo na postura dela—uma mistura de confiança e imponência—que imediatamente chamou sua atenção.Intrigado, ele se ajeitou no sofá e perguntou, num tom descontraído:— Você é amiga de quem?— Sou amiga do Sr. Clyde. — Mônica sorriu e colocou um presente sobre a mesa. — Estava por aqui tratando de negócios e soube que um dos seus amigos está fazendo aniversário. Resolvi passar para cumprimentá-los.Alistair ergueu uma sobrancelha, analisando-a com interesse.— Estranho.
Mônica observou enquanto Alistair fazia uma ligação. Poucos minutos depois, a porta da suíte se abriu e dois garçons entraram empurrando um carrinho cheio de cervejas. Um a um, colocaram os garrafões na mesa—vinte e quatro no total.Alistair se recostou no sofá com um sorriso provocador e apontou para as cervejas.— Sra. Mônica, se conseguir beber tudo isso, eu marco um encontro com meu pai para você.— Sr. Alistair, isso é uma piada? — O sorriso de Mônica diminuiu, mas sua voz permaneceu tranquila. — Vinte e quatro garrafas de cerveja... Nem um homem adulto conseguiria beber tudo isso. Além disso, admito que não sou muito resistente ao álcool.Reginaldo riu de leve.— Há muitos homens que não teriam sua competência. Afinal, você conseguiu chegar ao cargo de presidente interina do Grupo Pimentel. Comparado a isso, vinte e quatro cervejas não devem ser nada para você.— Exatamente! — Alistair cruzou os braços. — Cerveja nem é tão forte assim. Se eu tivesse pedido para beber vinho, até e
A cerveja escorria pelo pescoço de Mônica, encharcando a gola da camisa e desenhando sutilmente o contorno de sua lingerie. O tecido molhado revelava apenas o suficiente para provocar, e o ar na sala pareceu ficar mais pesado. Os homens ao redor seguraram o fôlego, encarando-a com olhares cada vez mais intensos.Depois de derrubar a última garrafa, Mônica sentiu as pernas vacilarem. A tontura veio forte, mas ela respirou fundo e ergueu a garrafa vazia, virando-a de cabeça para baixo.— Vinte e quatro garrafas. Sr. Alistair, cumpra sua palavra.— Você... Você é completamente maluca. — Alistair passou a mão pelo queixo, ainda atordoado. Nunca tinha visto uma mulher beber daquela forma. — Tudo bem, eu vou marcar a reunião com meu pai.— Obrigada. — Pelo menos, apesar de ser um playboy sem propósito, ele parecia um homem de palavra.Mônica virou-se para sair, os passos um pouco trôpegos. Mas, antes que pudesse tocar a maçaneta da porta, uma mão firme agarrou seu pulso e a empurrou contra a
Mônica deslizou a mão discretamente pela mesa, os dedos buscando algo cortante enquanto mantinha a voz firme:— E se eu disser que não?— Você acha que tem escolha? — Reginaldo apertou ainda mais seu pescoço, soltando uma risada fria. — Acha que eu não sei como conseguiu esse cargo de presidente interina?Ele a observou com desprezo, os olhos afiados como lâminas.— Não me faça rir. Outros ex-alunos de Yale no Grupo Pimentel mal chegaram a cargos de diretoria, e você, que veio do setor de tradução, conseguiu virar presidente interina? — Ele se inclinou um pouco mais, um sorriso carregado de sarcasmo nos lábios. — Rubem está acabado. O que você ainda vê nele? Ah, quase esqueci... Você já foi casada com o Leopoldo. Impressionante, Mônica. Sempre focada nos homens da minha família. Me diga, entre Rubem e Leopoldo, qual deles te satisfazia mais?O sangue de Mônica ferveu. No instante seguinte, sua mão encontrou o que procurava—um garrafa de cerveja vazia. Sem hesitar, ela a ergueu e quebro
Alistair, ao ver Mônica cambalear, instintivamente estendeu a mão para ampará-la.Mas ela ergueu a mão, recusando.— Não precisa. Obrigada.Ele riu sem graça. “Droga. Pelo visto, entrei na lista negra dela.”Quando Mônica finalmente saiu do sofá, Rubem lançou um olhar discreto para sua camisa molhada e, sem dizer nada, pegou a manta que estava sobre suas pernas e a entregou a ela.Mônica seguiu o olhar dele, só então se dando conta do estado da própria roupa. O rosto esquentou e, sem hesitar, puxou a manta sobre os ombros. Tinha ficado tão focada em beber que nem notara como estava exposta.Tentando disfarçar o embaraço, ela perguntou:— Sr. Rubem, o que você está fazendo aqui?— O Francisco investiu neste clube. Ele achou que eu estava entediado na casa de campo e sugeriu que eu viesse espairecer. — Rubem respondeu com calma. — Quando soube que você estava aqui, resolvi ver se precisava de algo.Ele então voltou sua atenção para Alistair.— Você é o filho do Sr. Clyde? Vocês já se con
Naquela sala privada, todos se entreolhavam, mas ninguém dava sinais de pegar uma garrafa de bebida. Rubem, com um sorriso frio, disse:— Se vocês estão sem força nas mãos, posso pedir para alguém vir aqui e ajudá-los a beber.Com um gesto, ele chamou. Em poucos segundos, uma dúzia de garçons entrou em fila, postando-se atrás dele de forma impecavelmente ordenada.Alistair percebeu que, se não terminassem com aquelas bebidas, provavelmente ninguém sairia daquele lugar hoje. Irritado, ele xingou Reginaldo mentalmente e sussurrou para os demais:— Vocês estão esperando o quê? Comecem logo a beber. Ou querem passar a noite aqui?Com Alistair dando o primeiro passo, os outros rapidamente pegaram as garrafas e começaram a abrir. O ambiente, que antes estava tenso, logo voltou ao caos barulhento de quando Mônica havia acabado de entrar na sala.Até mesmo Reginaldo, sem alternativa, engoliu o orgulho e começou a beber.Desde a chegada de Rubem, Mônica permanecia ao lado dele. Ela não havia di
— Até quando vamos esperar? Virgínia e Marcos também estão comprando ações pelas sombras. — Mônica comentou, com uma preocupação evidente. — Além disso, as ações do Grupo Pimentel estão caindo, as fábricas foram fechadas... E se realmente falir?Rubem soltou uma risada baixa.— E o que isso importa? Eu uso o meu dinheiro para pagar seu salário.— Sr. Rubem, não é hora para brincadeiras! — Mônica exclamou, irritada, dando um tapa na mão dele. — Quando o Grupo Pimentel foi criado, sua tia e seus tios quase não ajudaram em nada. Mas, assim que a empresa cresceu, todos apareceram para tirar proveito. O Grupo Pimentel é do Sr. Conrado! Ele deixou a herança para você, então a empresa é sua. Por que você tem que deixar que eles roubem o que é seu? Eles não dão a mínima para você como sobrinho, então também não precisa ter piedade deles! Quem tem medo de quem? Hoje em dia quem tem dinheiro manda! Quem tem dinheiro tem gente ao seu redor, bajulando. Não como eles, que só sabem brigar entre si!