Talvez as palavras de Mônica tivessem mesmo um impacto avassalador. Íris ficou paralisada, gaguejando um “você, você, você” sem conseguir completar a frase. Mônica, sem paciência para prolongar a conversa, simplesmente virou as costas e foi embora.Só quando o carro de Mônica já estava longe, Íris pareceu recobrar os sentidos. Ao perceber que havia sido intimidada por Mônica, soltou um grito de frustração, pisando forte no chão. Ela tinha planejado dar uma lição em Mônica, mas, no final, foi ela quem saiu humilhada. Simplesmente inaceitável! …Por ordem de Mônica, alguns jornalistas começaram a divulgar discretamente as notícias comprometedoras sobre Álvaro, o dono da VivaSol. Em poucas horas, as publicações causaram uma verdadeira tempestade na internet. A equipe de relações públicas da VivaSol nem teve tempo de reagir ou tentar abafar a situação. Antes disso, agentes já haviam invadido a sede da empresa e levado Álvaro preso. A cena foi capturada por dezenas de jornalistas, que l
Mônica estava no mercado de trabalho há tantos anos e, nesse tempo, tudo o que encontrou foram disputas e intrigas. Fora Vitor, ninguém jamais tinha demonstrado tanta consideração por ela. O cansaço que carregava no coração foi embora de repente, substituído por uma sensação quente e acolhedora.— Experimente essa sopa de creme de cogumelos. — Conrado abriu a tampa do recipiente térmico com um sorriso simpático. — O cozinheiro lá de casa é especialista em sopas. O Rubem adora, sempre toma duas tigelas quando vai lá. — Obrigada. Sente-se, eu sirvo. — Mônica não quis recusar o gesto carinhoso. Afinal, era uma demonstração de cuidado por parte de Conrado. Vendo que ele já havia servido uma tigela, ela rapidamente pegou o recipiente de suas mãos. A sopa estava no ponto perfeito, quente, aromática e com um sabor que encantava. Quando Mônica tomou a primeira colherada, seus olhos brilharam de surpresa. — Está realmente deliciosa! Muito obrigada por se dar ao trabalho de trazer algo tão
Depois que o Grupo Pimentel saiu da crise, Mônica finalmente pôde respirar um pouco. No entanto, assumir o cargo de presidente interina implicava uma rotina exaustiva: dezenas de e-mails para ler, pilhas de documentos para aprovar e a necessidade de mergulhar em conceitos complexos de finanças. Era desgastante, e ela começava a sentir o peso de tudo isso.Malena, que raramente mexia no celular, viu as notícias só mais tarde e imediatamente ligou para Mônica. — O genro está bem? — Mãe, ele não é seu genro, para de chamar ele assim. — Respondeu Mônica, já acostumada com o jeito da mãe. — O Sr. Rubem é meu chefe, só isso. Ele ainda está no hospital, mas os médicos disseram que está se recuperando bem. Vou visitá-lo mais tarde. Malena, como sempre, ignorou completamente a explicação da filha. — Eu vi que ele parece ser um homem de sucesso, tem a própria empresa, né? Olha, se ele realmente quiser você, uma mulher divorciada, é você quem sai ganhando. Aproveita e vai mais vezes visit
Mônica abaixou o olhar. Ela sabia que Eduardo estava apenas tentando confortá-la. Se fosse tão fácil tratar problemas nas pernas, não haveria tantas pessoas no mundo presas a cadeiras de rodas. Ainda assim, precisava acreditar. Era justamente essa mentira que a mantinha menos ansiosa e culpada.Eduardo recebeu uma ligação. Depois de trocar algumas palavras rápidas com Mônica, saiu da sala. Poucos minutos depois, alguém bateu na porta do quarto. Quando Mônica abriu, viu uma enfermeira empurrando um carrinho. — Vim trocar o curativo do Sr. Rubem. — Disse a mulher com um sorriso profissional. Mônica deu passagem para que ela entrasse. A enfermeira empurrou o carrinho até a lateral da cama, mas, em um movimento desajeitado, quase puxou o cateter do soro. — Desculpe! — Disse a enfermeira, ajeitando o equipamento. Olhou para Mônica e comentou. — Está tão escuro aqui que não percebi. Mônica estranhou o comentário. Levantou os olhos para observar a iluminação do quarto. As luzes estava
Ao ver Mônica se contorcendo de dor, o sorriso cruel da falsa enfermeira ficou ainda mais intenso. Ela levantou a seringa mais uma vez, pronta para cravá-la no pescoço de Mônica, quando a porta do quarto foi violentamente arrombada.Os seguranças entraram rapidamente, e um deles sacou a arma de forma ágil, apontando para o braço da mulher e puxando o gatilho. — Ahhh! Do momento em que a arma foi empunhada até o disparo, não se passaram mais do que dois segundos. A falsa enfermeira não teve tempo de reagir. Seu braço foi perfurado pela bala, e o sangue espirrou, fazendo a seringa cair de sua mão. Dois seguranças avançaram imediatamente e a imobilizaram. Mas, para surpresa de todos, a mulher já estava preparada. Mesmo com o braço ferido, ela continuava a se debater. De repente, sua língua se moveu para o lado direito da boca, e ela mordeu algo escondido na bochecha, engolindo rapidamente. O efeito do veneno foi quase instantâneo. Um dos seguranças percebeu que havia algo errado e
O pó que Eduardo aplicou no ferimento de Mônica tinha um leve aroma agradável. Quando tocava o machucado, causava uma leve coceira, mas sem nenhuma dor.Depois de terminar o curativo, Eduardo finalmente explicou: — Esse medicamento é muito eficaz. Não vai deixar nenhuma cicatriz no seu rosto. Mas, como o corte foi profundo, a recuperação vai levar alguns dias. — Tudo bem. Só de não deixar cicatriz, já fico aliviada. — Mônica assentiu, demonstrando confiança nas palavras dele. Sabia que um ferimento tão grave dificilmente passaria despercebido, mas, se Eduardo dizia que não haveria marcas, ela acreditava. Mônica respirou aliviada. Ainda bem que o rosto ficaria bem. Ela sabia que, no fundo, nenhuma mulher gostava de ver sua aparência prejudicada, e ela não era diferente. Nesse momento, Francisco voltou com um tablet na mão. Durante o tempo em que Eduardo tratava do ferimento de Mônica, ele havia saído às pressas para buscar as imagens das câmeras de segurança. Assim que entrou no
— Quem seria? O irmão dela, Marcos? — Francisco perguntou, antes de continuar. — Descobri que o Marcos anda frequentando clubes privados com o vice-presidente do Grupo Pimentel, o Frederico. Com certeza eles estão tramando alguma coisa. Gustavo franziu o cenho e ficou em silêncio por alguns instantes antes de responder com a voz baixa: — O Grupo Pimentel parece calmo na superfície, mas todos nós sabemos o que está acontecendo nos bastidores. E o Rubem também sabe. — Parece que uma tempestade está prestes a chegar. — Eduardo suspirou. — Sem contar os lucros da filial de Nova York, o Grupo Pimentel tem uma avaliação de mercado superior a bilhões. E Rubem, mesmo sendo apenas filho adotivo de Conrado, possui a maior parte das ações. É claro que os três irmãos de Conrado não aceitam isso. — Se quer saber, Rubem deveria ter sido mais duro desde o começo. — Disse Francisco. — Só o que Marcos e Virgínia desviaram de dinheiro do Grupo Pimentel e a venda de informações confidenciais já s
Francisco ficou com um aperto no peito. Ele entendia bem o que Eduardo queria dizer. Lembrava-se perfeitamente de como Rubem era quando se conheceram: fechado, inacessível, talvez até mais difícil de lidar do que o próprio Gustavo. Mas, com o tempo, à medida que conviviam mais, Rubem começou a relaxar, e um ou outro sorriso passou a surgir em seu rosto.Lembrou-se de um episódio específico, no aniversário de 28 anos de Rubem. Francisco, como sempre, aproveitou para provocar: — Rubem, você já tem essa idade e nada de esposa ou filhos? Como vai ser, hein? O que vai fazer com essa fortuna de bilhões? Rubem deu um sorriso de canto e respondeu com a calma de sempre: — Eu nem sei de onde vim. Casar seria apenas um peso para outra pessoa. No dia em que eu me casar, será por interesse, não por amor. Diferente de Rubem, Gustavo, apesar de ser o mais velho do grupo e de ter uma personalidade sombria, tinha a segurança de um sobrenome poderoso. Para ele, casar ou não era irrelevante, um d