Mônica ficou com as bochechas quentes, completamente envergonhada. Era só nesses momentos que ela conseguia ouvir elogios de Rubem. — Não fala mais nada. — Disse, tentando parecer calma, embora sentisse que seu rosto estava pegando fogo. — Vou te levar para casa. Você dorme, e amanhã tudo estará bem. — Você vai ficar comigo? Claro que não! Como Mônica não respondeu, Rubem insistiu: — Hoje é meu aniversário. Você não vai comemorar comigo? — Aqueles empresários já não estavam comemorando com você? — Resmungou ela, desviando o olhar. Mas, ao encará-lo de relance, percebeu que Rubem a observava com aquela intensidade que fazia seu coração disparar. Os olhos dele, profundos e cheios de expectativa, deixaram Mônica ainda mais nervosa. Ele estava esperando algo dela? O plano inicial de Mônica era simples: deixá-lo na porta da mansão e ir para casa. Mas era raro ver Rubem assim, tão calmo e gentil. O olhar afiado e distante que ele costumava ter havia desaparecido completamente.
— Não, a roda-gigante é muito alta e pode ser perigosa. Além disso, acidentes acontecem o tempo todo. Tudo bem, Mônica cedeu. Não ia insistir. Quando viu a fila para os carrinhos de bate-bate, pensou em tentar aquilo, mas, antes mesmo de dar o primeiro passo, Rubem a cortou novamente: — De jeito nenhum. As pessoas ficam dirigindo e batendo umas nas outras. Pode machucar o bebê. Mônica bufou, irritada: — Isso não pode, aquilo também não. Então entramos aqui para quê? Só para andar? — Não disse que não pode brincar. Estou só pedindo para evitar os brinquedos perigosos. — Ele respondeu, apontando para o lado. — Olha aquele ali. Parece perfeito para você. Mônica seguiu o olhar dele e, ao perceber do que se tratava, ficou sem expressão. Um carrossel. Claro que era seguro. Só ficava girando devagar, sem nenhum risco. Ainda frustrada, Mônica cruzou os braços, mas Rubem já havia pagado pelos ingressos. Antes que ela pudesse protestar, ele se abaixou, a pegou no colo e, com cuidad
Os segundos continuavam a passar no cronômetro. 220... 225... 230... 235... As pessoas ao redor, vendo Rubem alcançar a marca de 260 segundos, estavam mais empolgadas do que se fosse elas próprias tentando o desafio. Ele, no entanto, parecia completamente relaxado, com o olhar fixo em Mônica, como se tudo fosse fácil demais. 400... 410... 419... Quando o cronômetro chegou a 420 segundos, Rubem ainda não havia desistido. O público ao redor começou a soltar exclamações de admiração. Ele lançou um breve olhar ao cronômetro, então soltou a barra e aterrissou suavemente no chão. Mônica correu até ele, pegando sua mão e vendo as palmas avermelhadas. — Tá tudo bem? — Perguntou ela, com a voz cheia de preocupação. — Tudo ótimo. Foi tranquilo. O dono da barraca, impressionado, pegou a enorme baleia azul de pelúcia que estava exposta e entregou a Rubem. — Cara, você é incrível! Faço isso há anos e, além daquele casal há quatro anos, você é o único que conseguiu aguentar até o f
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.Uma mão f
A atuação daquela mulher era tão ruim que qualquer um perceberia de imediato, mas, ainda assim, havia algo de interessante.— Tio Rubem... Tio... O olhar afiado do homem parecia atravessar Mônica, como se ele pudesse ver através de suas pequenos truques, fazendo o coração dela tremer, um pouco intimidada.No entanto, no segundo seguinte, Mônica sentiu seus pés se levantarem do chão, seus olhos se arregalaram de surpresa. Ela havia sido pega no colo, como uma princesa, por Rubem!A sensação de perda de peso a fez agarrar o pescoço dele instintivamente. O peito de Rubem era largo e quente, e todo o ar estava impregnado com o cheiro dele, fazendo seu rosto esquentar e seu coração bater aceleradamente.Tão direto assim? Não era ele quem estava se fazendo de cavalheiro alguns minutos atrás?— Ainda dói o pé? — A voz sem emoção de Rubem soou acima de sua cabeça.— Hã... — Mônica engoliu em seco. — Não... Não dói mais...Ela ficou encantada, incapaz de desviar o olhar do perfil impecável de
— Não precisa se preocupar, tem ali na mesa. — Rubem achou que ela estava falando de camisinha, e inclinou o queixo na direção do criado-mudo, onde uma elegante cesta guardava várias opções de modelos.Mônica ficou sem palavras. Agora os hotéis estavam tão atenciosos assim?— En...então eu vou tomar um banho. — Mônica tentou empurrar Rubem de cima dela, sentindo seu coração bater descontroladamente.Ela já conseguia prever o que Rubem faria a seguir.Droga, ela não era quem deveria estar no controle da situação? Como é que, no fim, ela se tornou a presa indefesa, à mercê dele?Será que Rubem estava, o tempo todo, fingindo ser um cordeirinho só para atacá-la no momento certo?Ela o olhou com desconfiança, seus olhos revelando um toque de pânico.Rubem percebeu cada nuance da expressão dela e, sem esforço, adivinhou seus pensamentos. Ele já conhecia muitas mulheres que ambicionavam o lugar ao seu lado, e provavelmente essa era a única mulher que queria desistir na última hora.Isso estav
Ao sair do lobby do hotel, o coração de Mônica ainda batia acelerado. A brisa fresca que acariciava seu rosto ajudou a clarear um pouco sua mente.Ela realmente havia passado uma noite com Rubem, essa grande figura! Não era um sonho, era a realidade!Como ela pôde fazer isso?Mônica deu um soco na própria testa e, com um suspiro de resignação, retirou a última nota da carteira e pegou um táxi.Não havia mais nada a fazer além de voltar para a casa da família Pimentel.Antes de entrar em casa, Mônica certificou-se mais uma vez de que não havia deixado nenhum vestígio suspeito em sua roupa e só então entrou.Ao entrar, Mônica encontrou a sogra na mesa de café da manhã.— Bom dia, sogra. — Ela disse, tentando manter a voz suave.— Você ainda tem coragem de voltar! — Talita Gonçalves, lembrando da discussão no telefone na noite anterior, estava cheia de raiva ao ver Mônica. — Divórcio! Vá e se separe do meu filho imediatamente!Vendo o desprezo da sogra, como se desejasse que ela sumisse d