— Eu sabia que estava reconhecendo aquele rosto! Só podia ser ele, com essa pele tão escura! — Resmungou Íris, irritada. — Muito bem, aquela vagabunda tá mesmo jogando com dois ao mesmo tempo! Agora tá dando em cima do Lobo!Ela estava furiosa. Aquele idiota do Lobo não tinha o menor senso! Será que ele não percebia o quanto a “namorada” dele era uma falsiane? Bonita? Bonita o quê! Não chegava nem aos pés dela, nem a um milésimo!Quanto mais olhava para as roupas deles, combinando nas cores, mais raiva Íris sentia.De repente, um homem com uma camisa amarrada na cintura passou ao lado dela. Íris o puxou pelo braço, arrancou a camisa dele e enfiou um maço de dinheiro na mão do homem.— Essa camisa agora é minha!O homem ficou parado, sem entender nada, segurando o dinheiro e olhando para ela como se tivesse visto uma louca.Íris se escondeu atrás de uma coluna, esperando uma oportunidade. Finalmente, quando viu Mônica ir ao banheiro, não perdeu tempo. Assim que a mulher desapareceu de v
Íris arrancou o copo de suco de laranja da mão de um pedestre e jogou uma nota na direção dele. Sem pensar duas vezes, virou o suco inteiro na camiseta de Lucas. — Agora tá suja.Puta merda! Lucas não acreditava no que acabara de acontecer.Sem ter outra escolha, ele foi até um canto mais discreto e trocou a camiseta pela camisa xadrez que Íris tinha dado. Quando voltou, ela o olhou de cima a baixo, satisfeita, e sem aviso prévio jogou a bolsa na direção do peito dele.— Vamos, eu tenho uma gravação de comercial pra fazer! — Disse, com o tom autoritário de sempre.— Vai na frente. Estou esperando alguém. — Respondeu Lucas, tentando evitar mais confusão.— Eu quero você comigo! — Íris retrucou, emburrada, agarrando a barra da camisa dele e tentando puxá-lo para fora. Ela não queria nem passar perto de Mônica, aquela "vagabunda". — Manda uma mensagem pra ela e pronto.Lucas sabia que não podia perder a paciência. Não podia bater, nem gritar. Então, resignado, pegou o celular e enviou um
A notícia veio de repente e Mônica não tinha preparado nenhum presente. Lembrou-se de que Rubem parecia gostar de pudim de manga, então tirou uma caixinha rosa do bolso da sua bolsa e a estendeu para ele.— Sr. Rubem, eu não sabia que hoje era seu aniversário, então não tive tempo de preparar nada. Isso aqui é um pudim de manga que minha mãe fez. Se não se importar, fique com ele. Ah, e... Feliz aniversário.A caixinha rosa, em contraste com os dedos delicados de Mônica, parecia uma joia rara. A cena tinha algo de encantador.Rubem sorriu de leve. Essa mulher era mesmo peculiar. Toda vez que entregava algo, era sempre algo simples, mas com um toque pessoal que ele achava curioso.Vendo que ele demorava para aceitar, Mônica começou a ficar insegura. Afinal, ele era um homem que tinha de tudo, e um simples pudim parecia um presente inapropriado. Quando estava prestes a recolher a mão, Rubem pegou o pudim.— Obrigado. É um ótimo presente. Gostei muito. — Disse ele, com um tom leve.O rost
Mônica tinha certeza de que Rubem tinha bebido algum conhaque ou outra bebida com alto teor alcoólico. Sem pensar muito, respondeu rápido: — Fique de olho no Sr. Rubem e não deixe ele beber mais. Qual é o clube? Vou até aí agora! — Muito obrigada, Diretora. No caminho para o clube, Mônica começou a recuperar a lucidez. Ela bateu na testa e murmurou consigo mesma: — Eu devo estar maluca. Por que estou indo até lá? Era só mandar a Kelly resolver isso! Com essa atitude, parecia até que ela estava preocupada demais com Rubem. Mas, já passando pelo túnel e quase chegando ao destino, não fazia sentido voltar atrás. Ela respirou fundo e seguiu em frente. Estacionou na rua e entrou no clube com passos apressados. Ao encontrar o camarote, Mônica abriu a porta e deu de cara com Kelly, que tentava, em vão, controlar a situação. Ela sorria sem graça para os convidados, enquanto lutava para tirar o copo da mão de Rubem que, teimoso, insistia em continuar bebendo. — Desculpem, mas o
Mônica ficou com as bochechas quentes, completamente envergonhada. Era só nesses momentos que ela conseguia ouvir elogios de Rubem. — Não fala mais nada. — Disse, tentando parecer calma, embora sentisse que seu rosto estava pegando fogo. — Vou te levar para casa. Você dorme, e amanhã tudo estará bem. — Você vai ficar comigo? Claro que não! Como Mônica não respondeu, Rubem insistiu: — Hoje é meu aniversário. Você não vai comemorar comigo? — Aqueles empresários já não estavam comemorando com você? — Resmungou ela, desviando o olhar. Mas, ao encará-lo de relance, percebeu que Rubem a observava com aquela intensidade que fazia seu coração disparar. Os olhos dele, profundos e cheios de expectativa, deixaram Mônica ainda mais nervosa. Ele estava esperando algo dela? O plano inicial de Mônica era simples: deixá-lo na porta da mansão e ir para casa. Mas era raro ver Rubem assim, tão calmo e gentil. O olhar afiado e distante que ele costumava ter havia desaparecido completamente.
— Não, a roda-gigante é muito alta e pode ser perigosa. Além disso, acidentes acontecem o tempo todo. Tudo bem, Mônica cedeu. Não ia insistir. Quando viu a fila para os carrinhos de bate-bate, pensou em tentar aquilo, mas, antes mesmo de dar o primeiro passo, Rubem a cortou novamente: — De jeito nenhum. As pessoas ficam dirigindo e batendo umas nas outras. Pode machucar o bebê. Mônica bufou, irritada: — Isso não pode, aquilo também não. Então entramos aqui para quê? Só para andar? — Não disse que não pode brincar. Estou só pedindo para evitar os brinquedos perigosos. — Ele respondeu, apontando para o lado. — Olha aquele ali. Parece perfeito para você. Mônica seguiu o olhar dele e, ao perceber do que se tratava, ficou sem expressão. Um carrossel. Claro que era seguro. Só ficava girando devagar, sem nenhum risco. Ainda frustrada, Mônica cruzou os braços, mas Rubem já havia pagado pelos ingressos. Antes que ela pudesse protestar, ele se abaixou, a pegou no colo e, com cuidad
Os segundos continuavam a passar no cronômetro. 220... 225... 230... 235... As pessoas ao redor, vendo Rubem alcançar a marca de 260 segundos, estavam mais empolgadas do que se fosse elas próprias tentando o desafio. Ele, no entanto, parecia completamente relaxado, com o olhar fixo em Mônica, como se tudo fosse fácil demais. 400... 410... 419... Quando o cronômetro chegou a 420 segundos, Rubem ainda não havia desistido. O público ao redor começou a soltar exclamações de admiração. Ele lançou um breve olhar ao cronômetro, então soltou a barra e aterrissou suavemente no chão. Mônica correu até ele, pegando sua mão e vendo as palmas avermelhadas. — Tá tudo bem? — Perguntou ela, com a voz cheia de preocupação. — Tudo ótimo. Foi tranquilo. O dono da barraca, impressionado, pegou a enorme baleia azul de pelúcia que estava exposta e entregou a Rubem. — Cara, você é incrível! Faço isso há anos e, além daquele casal há quatro anos, você é o único que conseguiu aguentar até o f
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos