Íris olhou para ele com expectativa: — Eu não quero nada! Só quero que você faça o Lobo Cinzento voltar! Aquele maldito do Lobo Cinzento! Saiu sem avisar ninguém, nem ao menos se deu ao trabalho de dar uma desculpa. Como se não bastasse, ainda a bloqueou no telefone. Ela era alguma praga, por acaso? Era pra tanto? — Ele já pediu demissão. Agora, o Bruno vai ficar com você. — Não! — Protestou Íris, arrancando a mão de Rubem com um gesto brusco e bufando. — O Bruno é um idiota! Faz tudo que eu mando, mas cozinha como um desastre ambulante! Ela não se deu por vencida e tentou mais uma vez: — Rubem, faz o Lobo voltar, vai? Ele obedece você! Por favorzinho? Prometo que não vou mais implicar com aquela vagabunda! Rubem lançou-lhe um olhar frio, cortante. — Desde o início, foi você quem começou a implicar com ela. — Rubem... — Íris tentou insistir. — Não tem conversa. De agora em diante, é o Bruno quem vai te acompanhar. Não importava o quanto ela reclamasse ou fizesse c
Helen ficou com o sorriso congelado.— Você não tinha sido banida do círculo? Como conseguiu dinheiro para frequentar um lugar desses? — Íris lançou um olhar rápido para a mesa, depois soltou uma gargalhada. — Ah, pelo jeito, você está cuidando bem do corpinho, hein?Havia veneno em suas palavras, e Ronaldo, sentado à mesa, teve um leve espasmo no rosto. Se fosse qualquer outra pessoa, ele não deixaria passar, mas sendo Íris a mulher de Rubem, ele sabia que não podia arriscar.— Pelo que ouvi agora, você não quer que eu me sente à mesa para jogar. Não me diga que vocês três se juntaram para passar a perna nela? Ela perdeu a noite inteira, só pode ser coisa de vocês! — acusou Íris, com olhos afiados.— Srta. Íris, imagina! Como poderíamos fazer isso? — Marcelo se apressou em responder com um sorriso. — Foi Mônica que jogou mal, só isso. Além disso, foi ideia dela aumentar as apostas. Não acredita? Pergunte a ela.Mônica, com as bochechas ruborizadas pelo álcool, virou o copo e respondeu
Marcelo se preparava para pegar os papéis sobre a mesa.— Sr. Marcelo, aqui não é parque de diversões. — Rubem foi mais rápido, pressionando os documentos com a mão enquanto se posicionava atrás de Mônica, como um escudo invisível que, sem esforço, lhe proporcionava a melhor proteção.— Mônica passou a noite inteira perdendo e, na última rodada, apostou até a si mesma. Não dá para dizer que ela não foi sincera. Se ela tivesse perdido e dissesse que isso aqui é brincadeira, você e Ronaldo certamente iriam reclamar.A voz de Rubem era calma, mas havia uma força implícita que fazia o ar parecer mais pesado.— Jogo é jogo, e quem joga tem que aceitar as consequências.— Exatamente! — Íris interveio com um tom ácido. — Vocês perdem e querem tomar os papéis de volta? Isso é claramente uma tentativa de intimidar! Não esqueçam que ela faz parte do Grupo Pimentel. Vocês querem desrespeitar o Sr. Rubem publicamente?O rosto de Marcelo estava coberto de suor. Ele sorria de forma constrangida e ne
— Mônica, olha só... — Helen começou, hesitante. Quatro milhões não eram pouca coisa, e ela decidiu engolir o orgulho. — No fim das contas, jogar cartas é só uma diversão, né? Você não acha? Eu sei que errei no passado. Roubei seu marido... Foi... foi o Leopoldo que me seduziu primeiro, tá? E eu já pedi demissão do Grupo Pimentel. Nós duas não temos mais nenhum motivo pra brigar, certo?Mônica esboçou um leve sorriso.— É mesmo?Sem motivo pra brigar? Só podia ser piada. Mônica não era cega. Desde o momento em que Marcelo a levou para aquela sala reservada, percebeu que Helen não parava de lançar olhares furtivos em sua direção, cochichando com Ronaldo. Ela sabia que Helen estava tramando algo, mas tratou de agir primeiro.— É sim! — Helen balançou a cabeça com tanta força que parecia que ia cair, acreditando que Mônica fosse ceder. Adotando um tom de vítima, continuou. — Agora trabalho numa empresinha pequena e mal tenho uns cem mil na conta.— E o que eu tenho a ver com isso? — Mônic
— Sr. Rubem, Srta. Íris. Íris bufou com desdém, deixando claro que não estava interessada em dar atenção a Bruno. — Entra no carro. — Disse Rubem, com um tom seco, gesticulando para que ela obedecesse. — Leve-a para casa. Daqui a pouco Kelly vem me buscar. — Certo. — Bruno respondeu de imediato, mas hesitou antes de ligar o carro. Ele olhou de lado, como se algo chamasse sua atenção, e comentou com uma pontada de dúvida. — Sr. Rubem, acho que aquela ali sentada nos degraus é a Srta. Mônica. Quer que eu a leve também? Rubem arqueou uma sobrancelha e seguiu o olhar de Bruno. De fato, nos degraus, havia uma figura magra, com um vestido cinza claro que se espalhava pelo chão como se fosse uma flor desabrochada. A cabeça dela estava apoiada nos braços, parecendo perdida em algum outro mundo. Ele não esperava encontrá-la ainda ali. Tinha certeza de que já havia ido embora. Será que ninguém iria buscá-la? — Pode ir. Eu cuido disso. — Certo. Logo, Bruno deu partida no carro e l
Mônica Ramos nunca imaginou que, no dia do primeiro aniversário de casamento, seu marido a trairia!Não, talvez ele já a estivesse traindo há tempos, e ela só descobriu agora.Afinal, pelo plano original, ela deveria estar sentada em um voo para Munique neste momento.Mas, depois de muito pensar, ela decidiu cancelar a viagem de última hora e, em vez disso, encomendou flores, bolo e vinho para fazer uma surpresa ao marido.Agora, surpresa era mesmo o que não faltava...Mônica ouviu novamente a voz da mulher:— Leo, eu já me divorciei. Quando você vai se separar daquela sua esposa? Melhor que seja logo, é melhor uma dor curta do que uma longa.— Divórcio é só questão de tempo, não tem pressa. — Respondeu Leopoldo.Ele sempre acreditou que o amor seria suficiente para manter o casamento, mas com o tempo, tudo o que tinham era um abraço ocasional, e isso começou a cansá-lo.Só que o “divórcio” ainda era uma ideia muito repentina para ele, e ele não sabia como contar a Mônica, muito menos
O Aqua Bar era conhecido como o covil de extravagâncias, o mais notório local de diversões noturnas. Homens e mulheres de todos os tipos frequentavam o local.Mônica estava sentada no balcão, já havia bebido alguns copos de uísque, e um pensamento perigoso começava a crescer cada vez mais rápido em sua mente.Ter um filho... Que diferença faria com quem fosse? Se encontrasse um homem bonito, o filho ainda seria mais bonito!Com essa ideia em mente, seu olhar vagou pela pista de dança, até que de repente fixou-se em uma alta figura não muito distante.Embora não conseguisse ver o rosto do homem, sua altura e postura destacavam-se na multidão. Ele estava praticamente cercado por várias pessoas, todas bem vestidas, e sua presença impunha respeito.“É ele!” Decidida, Mônica respirou fundo, ajeitou o cabelo e, cambaleando em seus saltos altos, começou a caminhar em direção ao grupo.— Ai, que tontura! — Na passagem, ela fingiu perder o equilíbrio e caiu direto nos braços do homem.Uma mão f
A atuação daquela mulher era tão ruim que qualquer um perceberia de imediato, mas, ainda assim, havia algo de interessante.— Tio Rubem... Tio... O olhar afiado do homem parecia atravessar Mônica, como se ele pudesse ver através de suas pequenos truques, fazendo o coração dela tremer, um pouco intimidada.No entanto, no segundo seguinte, Mônica sentiu seus pés se levantarem do chão, seus olhos se arregalaram de surpresa. Ela havia sido pega no colo, como uma princesa, por Rubem!A sensação de perda de peso a fez agarrar o pescoço dele instintivamente. O peito de Rubem era largo e quente, e todo o ar estava impregnado com o cheiro dele, fazendo seu rosto esquentar e seu coração bater aceleradamente.Tão direto assim? Não era ele quem estava se fazendo de cavalheiro alguns minutos atrás?— Ainda dói o pé? — A voz sem emoção de Rubem soou acima de sua cabeça.— Hã... — Mônica engoliu em seco. — Não... Não dói mais...Ela ficou encantada, incapaz de desviar o olhar do perfil impecável de