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Selene permaneceu enclausurada por dias, presa a um quarto simples e abafado, sem janelas ou qualquer forma de ventilação. O ar pesado parecia saturado pelo cheiro que emanava de sua pele, resquícios de um feromônio que ainda se recusava a desaparecer por completo. Mesmo após o fim do cio, o aroma característico dos híbridos lobo não deixou seu corpo, tornando-a ainda mais evidente entre os outros. O tempo passava em uma névoa indistinta enquanto ela tentava recuperar o controle sobre seu próprio corpo, sobre sua própria vontade. Mas o medo continuava ali, rastejando sob sua pele.

Os boatos se espalharam rápido. Em pouco tempo, toda a Academia sabia da híbrida que entrara no cio, algo impensável. O espanto deu lugar ao fascínio, depois à especulação. Muitos a viam como uma aberração; outros, como um mistério a ser decifrado. Suas colegas, que antes a ignoravam ou desprezavam, agora a observavam com um misto de inveja e incômodo. Como era possível que Selene, filha de uma loba solitári
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