Decidida a ajudá-lo. Bella secou as lágrimas e correu atrás de Bryan. Com as suas passadas longas e descompromissadas, ele se afastava do jardim.— Espere... — A voz feminina ecoou.Bryan não diminuiu o ritmo. Enfiou as mãos nos bolsos da calça e apenas manteve o olhar fixo na trilha de pedras à sua frente. Com um jeans ajustado e um suéter confortável, dava-lhe a liberdade necessária para não tropeçar, como aconteceu anteriormente, quando usava saltos altos.— Vá embora! — Ordenou ele, sem sequer olhar para trás.— Você não pode desistir dos seus sonhos.Bryan parou abruptamente e se empertigou antes que ela o alcançasse.— Você quer construir sua carreira no futebol e vai desistir no primeiro obstáculo? — Inquiriu ela.Dando um passo à frente, inclinou o rosto, permitindo que seus olhos claros se fixassem nos dela.— Não tenho mais o que fazer neste país. — A resposta de Bryan veio repleta de hostilidade. — É melhor você voltar para a sua casa. — Comentou, apontando para o céu ond
Bryan entrou no quarto, batendo a porta com força, o som ecoando pelas paredes como uma declaração de sua raiva. Ele moveu a mão para girar a chave, mas foi interrompido pela presença de Kevin, que entrou logo atrás. O pai avançou, mas sem o mesmo furor que emanava do filho. Ele parou junto à porta, observando Bryan por um momento, enquanto este permanecia de costas, os ombros tensos, encarando a janela com uma intensidade que sugeria que o mundo lá fora estava desmoronando.— Sai daqui, pai. Eu não quero falar com você — proferiu Bryan, deixando óbvio a sua cólera.Kevin não se moveu. Ele fechou a porta calmamente. Seus ombros estavam ligeiramente curvados, e ele soltou um suspiro pesado ao se dirigir à cama. Sentou-se lentamente, apoiando os cotovelos nos joelhos e entrelaçando os dedos. Seus olhos caíram para o chão por um instante, enquanto passava uma das mãos pelo rosto em um gesto exausto, como se precisasse ordenar os pensamentos antes de falar. Passou as mãos pelo rosto, como
Bella subiu as escadas e cada passo era mais lento que o anterior. A exaustão emocional era evidente em seus movimentos. Sua intenção era simples: chegar ao quarto e desabar em lágrimas. Contudo, ao atravessar o corredor, vozes alteradas emanaram do escritório no segundo andar, prendendo sua atenção. Ela reconheceu de imediato a voz exasperada da mãe. — Você não pode simplesmente decidir que ela vai ficar aqui, Lorenzo! — protestou Marie, sua voz subindo e caindo com a intensidade de sua indignação. — Bella tem o direito de escolher o que quer para o futuro dela! — Não enquanto eu puder evitar — respondeu Lorenzo, com uma fúria que fazia suas palavras ricochetearem nas paredes. — Você sabe o que aconteceu na Itália, Marie. É perigoso! — Ela não pode viver presa nesta mansão. Um dia, você terá que deixá-la ir. Ao ouvir a discussão dos pais, Bella sentiu um frio percorrer sua espinha. Seu coração disparou enquanto ela se aproximava da porta, posicionando-se ao lado da soleira. Encost
Bryan descia as escadas enquanto a sua ansiedade o empurrava adiante, obrigando-o a se mover mais rápido do que seus próprios sentimentos conseguiam acompanhar. Ele olhou ao redor, claramente incomodado, até que avistou dona Laura, que organizava discretamente alguns livros sobre uma mesa de centro. — Vó Laura, a senhora viu a Giovanna? — Ao aproximar-se, ele perguntou com urgência. A idosa ergueu os olhos, surpreso com a abordagem abrupta. — Buongiorno, querido! — Recomeçou a conversa educadamente. — Dormiu bem? — Não, vó. — Após um instante, respondeu com respeito. — Eu mal consegui pregar os olhos. A senhora pode me dizer onde está a minha irmã? — Ela já foi para a escola, mas sua mãe continua em casa? — Onde? — Os olhos dele vasculharam a sala de estar. — Na cozinha. Bryan franziu a testa e soltou um suspiro impaciente. Ele balançou a cabeça em frustração antes de virar-se e caminhar rapidamente para longe dali. Ao atravessar a porta da cozinha, deparou-se com sua mãe, que
Kevin estava à beira do colapso. Aqueles últimos dias haviam sido uma provação. Cada nova revelação estava comprometendo ainda mais a frágil estabilidade de Kevin e sua família. As acusações contra Bryan haviam transformado suas vidas em um caos, mas após cinco meses, Carol usou todos os meios necessários para encontrar provas que comprovassem a inocência de Bryan. Logo, ela entregou imagens de vídeos onde Karen aparece sóbria na porta de casa enquanto se despede de Bryan com um longo beijo após passar a noite com ele. Anexando as imagens junto aos exames que comprovaram que não havia evidências do estupro e nenhum tipo de substância que a dopasse, Carol entregou tudo para o primo.Quase um ano se passou, e finalmente Bryan estava livre de qualquer culpa. No entanto, as cicatrizes emocionais estavam longe de se curarem. Certo dia, o senhor Harrison segurava um copo de uísque na sala de estar de sua mansão. O líquido âmbar refletia a luz fraca do abajur, enquanto ele encarava o vazio
Alguns dias se passaram e, certa noite, Bella estava no banco carona do carro ao lado de Romeo. Ela girava o anel de diamantes em seus dedos que havia recebido naquele mesmo dia. Apesar de ter encontrado Bryan há duas semanas, não podia esquecer da decepção estampada em seu rosto. “Por que ele tinha que voltar?” A pergunta se repetia em seus pensamentos.O olhar de Romeo se deteve sobre o anel que ela girava de um lado para o outro e então, ele observou o olhar perdido de Bella que estava fixado na mão.— O que foi, amore mio, não gostou?— Eu adorei.— Por que está tão nervosa?— Estou pensando na reação do meu pai durante o jantar. — Confessou, deixando nítida a sua apreensão.— Fica calma, vai ficar tudo bem?Obrigando-se a sorrir, Bella tentou disfarçar seu nervosismo. Romeo não sabia nada sobre Bryan Harrison Giordano e, se fosse por ela, continuaria sem saber.Ambos chegaram ao hotel onde Lorenzo e Marie estavam hospedados pouco antes das sete horas. Um funcionário gentilmente l
— Não vai entrar? — Bryan fez um gesto, sugerindo que ela fosse à frente.Mesmo hesitando, Bella entrou e em seguida, ele fez o mesmo. Estava parado bem atrás dela quando fitou suas costas e passou uma das mãos pelos cabelos.O elevador fechou as portas, então ela apertou a bolsa clutch da Gucci. A palma estava suando.— Como vai?— Bem — ela respondeu secamente.Mantendo uma expressão impassível, Bella pretendia ignorá-lo. Por sua vez, ele continuou encostado em uma das paredes da caixa de metal, encarando-a.— Parece chateada.— Não precisa puxar assunto, Bryan! Eu não quero ser sua amiga.— E quem disse que te quero como amiga? — A mão comprida fechou em torno de seu punho quando indagou.De repente, o elevador deu um tranco e interrompeu a descida bruscamente. Bella se desequilibrou com o breve sacolejo da caixa de metal.— O que está acontecendo? — Indagou, estressada.— O destino está nos dando um empurrãozinho. — Sorriu sarcasticamente, segurando-a em seus braços.— Qual o seu p
O silêncio no pequeno espaço metálico era opressor. O ar parecia estagnado, carregado com uma ligeira sensação de calor que dificultava a respiração. As paredes de aço inoxidável refletiam fragmentos distorcidos dos dois ocupantes, ampliando a sensação de confinamento. Bella continuava encostada na lateral do elevador enquanto ouvia sua própria respiração entrecortada e pesada. Com o olhar fixo em seu rosto, Bryan estudava cada reação dela, quando deixava os seus lábios. Os dedos compridos dele deslizaram até a sua nuca e, à medida que seus lábios se aproximavam novamente, o coração de Bella começou a bater ferozmente. Desta vez, ele a beijou com mais ardor, sem a hesitação com que ela estava acostumada a beijar Romeo. Enquanto isso, os pensamentos dela vagavam, comparando o toque apaixonado de Bryan à familiaridade controlada de seu noivo.Romeo a beijava com devoção, mas ela sempre sentia que estava no comando. Ele era carinhoso e atento, respeitando cada movimento dela como se seg