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Capítulo 6 Para Nunca Esquecer o Nome Dele

O cheiro do homem ao seu lado era uma droga. Uma mistura alucinógena entre o amadeirado sofísticado e o doce excêntrico. Amélia se pegou inspirando fundo, só para reter aquele cheiro delicioso por mais tempo.

 Suas mãos enormes, com veias saltadas segurando a direção, expunha um anel de obsidiana, e um relógio caríssimo de edição limitada.

Lembrava-se que esse modelo era único, alguém da sua antiga vida, tentou adquirir aquele relógio. E quando não conseguiu, foi ela quem arcou com as consequências.

Amélia se encolheu. Queria esquecer tudo aquilo, até agora se saiu bem, ela nunca conviveu ou encontrou pessoas como esse homem. Fez um bom trabalho em se esconder e recomeçar como uma outra pessoa.

Até aquele acidente, não tinha cruzado com ninguém que pudesse comprometer sua identidade. Sua terapia estava indo muito bem, sua vida era sacrificante, mas a liberdade não tinha preço.

Estava tudo bem. Logo chegaria em casa, e ela fecharia essa porta e jogaria a chave fora.

O que aconteceu a poucas horas seria somente a lembrança de um incidente infeliz. Repetia esse mantra constantemente em seus pensamentos, para se esquecer dos fantasmas de seu passado.

Após meia hora rodando pelas ruas cheias de movimento da cidade, ele a chamou de suas considerações angustiantes e a controversa atração que sentia por esse desconhecido arrogante.

Na verdade enquanto tentava não ser notada, acontecia exatamente o oposto, se sentia coberta pelo olhar cinza escuro mesmo que parecesse o contrário. Era como uma invasão invisível aos seus pensamentos.

- Você ainda não comeu. Vou parar em algum lugar para jantar.

Ele disse concentrado na direção do carro silencioso, o painel digital mostrava que alguém ligava insistentemente, mas não parecia disposto a atender.

Amélia sentiu o nó na sua garganta se formar. Óbvio que um homem daquele, pensaria que uma gorda como ela só pensava em comida. Sentia raiva por ele não passar de mais um preconceituoso que cruzava seu caminho.

-Não estou com fome. Quero ir direto para casa – suas palavras foram firmes, o tom de voz baixo soou hostil até mesmo para ela.

A reação dele foi quase palpável, sua irritação com a resposta deixava evidente que não estava acostumado a ser contrariado e muito menos ser tratado com aquele tom.

Aumentou a velocidade do carro, cerrando seu maxilar. O perfil anguloso se tornou austero e feroz.

Olhou para ela por breves segundos, sem dizer uma palavra.

Seguiu dirigindo em silêncio. Amélia ficou apreensiva quando pensou ter visto um meio sorriso no rosto dele. Que diabos esse homem estava pensado? Ele não estava irritado?!

Será que estava rindo de quão ridícula ela era, ou ria da situação hilária que estava vivendo essa noite?

De qualquer modo, nunca iria saber. Voltou sua atenção para a janela novamente, não queria manter aquela tensão, porque seus nervos já estavam em frangalhos.

A chuva havia parado e a estrada molhada refletia as luzes da cidade parecendo milhões de pedras preciosas. O azul escuro do céu parecia um imenso manto de veludo estendido sobre eles.

Em seu interior, se recriminou por deixar aquele homem a convencer de levá-la pra casa. Ficou pensando que ele recebeu todas informações sobre seu quadro clinico. Que constrangedor.

Não entendia por que ele ficou se poderia ter chamado o socorro e depois mandar alguém verificar se era necessário sua presença. Qualquer assistente resolveria aquele problema, isso bastaria para um homem como ele.

Nada que pensava, parecia ser compatível com a atitude que ele tomou. O rádio estava ligado em uma música bonita e triste ao mesmo tempo, era uma operata de uma soprano italiana da década de trinta.

Particularmente, ela adorava aquela obra. Olhando para ele disfarçadamente, viu como era ainda mais atraente, sua presença dominava tudo, era impressionante.

Um sorriso insinuante revelava que ele havia percebido sua avaliação. Instintivamente Amélia fechou a cara e se voltou novamente para a janela, feliz ao perceber que estavam na sua rua.

Finalmente essa noite horrível teria fim.

O carro parou suavemente, ele desceu e abriu a porta para ela. Isso não fazia sentido, para quê agir dessa forma com ela?! Tanto calheirismo com uma gorda, era um desperdício.

- Você deve descansar. Sofreu uma leve concussão na cabeça.   - ele lhe estendeu um cartão elegante, junto com seus documentos.

Amélia pegou somente suas coisas, levantou os olhos atrevidos sem pegar o cartão.

- Não preciso disso.

- Ah não? – ele se aproximou, projetando sua figura imensa sobre ela. Seus olhos escureceram, a pouca iluminação da rua criava uma sombra em sua expressão severa e atraente. – E como planeja me pagar?

- Pagar? Do que está falando? – perguntou confusa.

- Pelo vestido.

Ele colocou um braço de cada lado do corpo dela, prendendo a mulher contra o carro. Amélia segurou o ar, inalando seu inebriante perfume, ele estava muito, muito perto.

Não conseguia pensar direito, por que ele estava tão perto?!

- Você disse que pagaria por esse vestido. Estava mentindo?

- É claro que não! Eu posso procurar suas informações na internet e...

Respondeu baixando os olhos para evitar aquelas íris de aço líquida, que queimavam sua pele.

- Mas você não sabe o meu nome. – uma de suas mãos enormes agarrou a cintura dela, colidindo seus corpos com força. - Sabe?

- Não.. eu...

- Presta atenção, para nunca mais esquecer.

O homem, agarrou seus cabelos com a outra mão, fazendo Amélia levantar a cabeça e enfrentar seu olhar.

- Ícaro Darius.

O som grave de sua voz, era como uma punição. No instante seguinte a boca dele tomou a dela. Seus lábios vigorosos consumiam os seus, abrindo passagem por sua boca. A barba grossa contra sua pele despertava uma sensação deliciosa e arrepiante.

Amélia sentiu o gosto intenso de sua língua que invadia cada canto da dela com aquele beijo possessivo.

Sua língua involuntariamente começou a se mover, dançando contra a dele, desfrutando daquele sabor de malte adocicado impregnado à sua própria essência.

Ele a segurava com força, apertando sua cintura imperfeita, afundando seus dedos na carne quente de seu corpo.

Amélia se arrepiou, o calor e a eletricidade daquela beijo obsceno, deixou sua mente em branco. Não se lembrava mais de onde estava e nem das circunstâncias desse encontro improvável.

Abraçou o pescoço dele, sentindo seus seios grandes se amassarem contra o peito firme como uma parede. Ícaro Darius, segurou seu queixo, sugando seus lábios com desejo e luxuria.

Como se reafirmasse sua posse sobre ela. Sua mão esquerda desceu para os quadris largos de Amélia e agarraram suas nádegas com força, a pressionando contra uma ereção monstruosamente grande.

Um gemido escapou contra a boca máscula, que degustava sua língua como um doce sublime.

Até que uma buzina estridente de um carro que passava, a trouxe de volta para a terra.

Amélia interrompeu o contato, afastando seus lábios inchados e vermelhos. Por mais de um minuto, ela mergulhou nos olhos desse estranho que a arrebatou com esse beijo cheio de poder e paixão

Ícaro mantinha o aperto firme em sua cintura, um sorriso charmoso, prepotente e satisfeito cruzou seus lábios marcantes.

- Nunca mais esqueça meu nome, Amélia Bastos.

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