Amélia Um suspiro frustrado escapou de seus lábios, enquanto se dirigia à sala de Ícaro. Até agora, conseguiu evitar esse contato com sucesso. Passou a manhã e o horário do almoço trabalhando avidamente nas novas ideias de design externo que foram enviadas para serem orçadas. Não saiu pelos corredores, nem usou a copa. Até o elevador de acesso foi cortado de seus planos. Tudo isso, para não se encontrar com ele. Ao longo das horas, o celular recebeu várias mensagens, mas ela ignorou completamente. Certamente alguma delas, era de Ícaro. E não estava pronta para falar com ele sobre o que descobriu, e esse não era um bom dia para discutir com ele. A vulnerabilidade de suas emoções ficam explícitas depois de realizar aquela “tarefa” mensal. Amélia bateu à porta. Esperava que ele só estivesse precisando de um relatório, ou de um documento qualquer. As palavras de Sam voltaram a sua mente. “Esse maldito desgraçado dos infernos ainda está procurando por você!”. Todos os
Icaro Um longo tempo se passou desde que chegaram a casa dele. O choro de Amélia molhou o travesseiro, as mãos dela estavam encolhidas no peito, e seus gemidos de dor despertavam uma fúria assassina em Ícaro. Adormecida a mais de uma hora, o psicológico da mulher sempre tão firme, desmoronou. Quando a colocou na cama, ela nem sabia onde estava, parecia perdida em uma outra realidade, em um passado infernal que minava suas esperanças. Fechou os punhos com força, a vontade de torcer o pescoço daquele desgraçado se tornou imperativa. Sentado na poltrona de couro preto , ele assistia o sono dela. Passou muito tempo, até que os pesadelos cessassem e Amélia suavizar a expressão carregada. Em seus sonhos ela implorava que ele parasse, pedia perdão e se culpava ofendendo a si mesma com palavras tão horríveis que ele não pode acreditar que foram usadas para com ela. Ela pedia constantemente por uma nova chance de tentar de novo, dizia que iria emagrecer, e que seria digna de Fernando. C
Amélia A sensação de aconchego e conforto era tão nova e distinta que ela não queria abrir os olhos. Seus pesadelos foram afugentados por um sonho leve e tranquilo nos braços de Ícaro, queria que seu lugar fosse ali onde a dor nunca mais poderia alcançá-la, onde sentia seu coração leve. Entretanto, uma batida na porta despertou completamente seu sono. O corpo quente dele a acolhia perfeitamente, suas mãos estavam enterradas nos sulcos de sua carne como se fossem feitas para encaixar exatamente ali. - Tem alguém batendo. – murmurou Amélia . Sabia que um sorriso bobo estava em seus lábios, seus olhos se abriram aos poucos encontrando os olhos dele, tão claros e cintilantes que por um segundo se sentiu hipnotizada por eles. - A Lola veio conferir se estava acordado. Provavelmente para avisar que o restante das suas coisas chegaram. - Lola? Minhas coisas? – Amélia debruçou sobre o peito dele e o encarou zangada. - Sim, minha doce amante austríaca – ele segurou seu rosto n
Amélia vestiu uma calça jeans e uma blusa regata preta, calçou seu par de tênis velho e arrumou algumas coisas em sua mochila. Se ele estava pensando que ela aceitaria essa situação absurda, estava muito enganado. Ícaro estava no escritório, no primeiro piso. Portanto foi fácil sair da casa sem ninguém notar. Onde já se viu, fazer uma coisa dessas sem considerar suas escolhas e vontades. Ele era maluco, não tinha outra explicação. A rua estava deserta, as outras casas não eram tão suntuosas quanto o triplex dele, mas todas eram muito luxuosas. As ruas eram ladeadas de palmeiras, as casas de tons claros cor de areia, lembravam um ambiente suave e paradisíaco da costa do Pacífico. Bem, se pretendia ir embora, tinha que se mexer. Admirar o condomínio fechado não levava a nada. Vinte minutos caminhando a passos largos pela rua larga, e não tinha chegado à metade dela. Que merda de lugar grande, pra que tanto espaço para esses riquinhos mimados. - Merda! – praguejou, passando a
- Como está o seu muffin? – perguntou Ticiano. Estavam em um restaurante próximo a Avenida Paulista. Um lugarzinho aconchegante, que servia comida caseira e deliciosos bolinhos, como o muffin de chocolate com doce de leite e damascos na frente dela. - Delicioso. Se não me apresentasse a esse lugar, minha vida seria mais cinza. - Só você para dizer algo tão irreverente assim. - Você me entende, preciso de açúcar nos dias que tenho que lidar com a diretoria. – Amélia mordeu o bolinho. Seus olhos encontraram o olhar fixo de seu amigo em seu pescoço adornado com a “coleira”. Depois do episódio da fuga frustrada, Ícaro deixou a joia sobre a cama e disse que a decisão de usar aquele objeto era dela. Mas que se assim fizesse, ela estava aceitando ser sua submissa e também ser a sua parceira. Amélia ponderou sobre a posição em que estava o resto do dia. Ser uma submissa não era assustador para ela, o que a deixava hesitante, era a parceria. Dividir sua vida e abrir seu coração par
Ícaro A última entrega das roupas encomendadas para Amélia, ainda estava embalada no quarto que dividiam agora. Dessa vez, ela participou da escolha das peças. Gostava de comprar roupas sensuais para aquela garota atrevida. Ícaro assistia fascinado, a sua metamorfose quando se arrumava com aqueles diferentes tecidos, texturas, laços, acessórios e joias. O prazer de vê-la se vestir e se arrumar para ele, se tornou um estimulante poderoso. - A senhorita acabou de entrar no condomínio, senhor. Devo continuar? - Está dispensado por hoje. Ícaro se serviu de uma dose de Bourbon, no bar da sala de estar. Amélia frequentava as aulas da faculdade no período noturno, ela não concordou com uma carona nos dias em que ele estava menos atarefado. Obviamente, para não ser vista com ele publicamente. Mas isso não significava que ela estava sozinha. O carro dela estava em perfeitas condições agora, nem a reforma completa Amélia permitiu. Disse que um fusca conservado, com aspecto de co
O couro brilhante do corselet que ela usava reluzia contra a pouca luz do quarto. As costas, se fechavam em tiras de tecido macio trançados, formando uma silhueta atraente. A calcinha pequena cobria pouco na frente e atrás. A cinta liga era trabalhada em cristais negros, que cintilavam a cada menor movimento dela. Amélia usava meias pretas que terminavam nas coxas grossas. O salto alto vermelho ficou incrivelmente sexy. Ícaro prendeu o jogo de correntes delicados que mesclam couro e metal, no pescoço dela, os delicados elos desciam até os seios gostosos sustentados pela armação vazada do corselet. Acariciou o mamilo enrijecido, antes de prender uma das joias vermelhas de pressão, na ponta da pele sensível. A corrente dourada ligava a joia ao conjunto inteiro. Fez o mesmo com o outro mamilo, se segurando para não penetrar Amélia a cada gemidinho que ela deixava escapar. - Está perfeita, pequena. – ele se afastou alguns passos, contornando o corpo dela, fazendo uma minuciosa
Amélia Se lançar na luxúria sem preocupações, não era uma tarefa fácil. Mas ela estava viciada nesse prazer, nesse frenezi erótico e delicioso que somente Ícaro, seu Mestre poderia proporcionar. Para ela, não era estranho ou doloroso ter joias presas aos seus mamilos, pressionando cada vez mais aquele ponto sensível. Ao menor toque arrepiante dele naquela região, o calor crescia consumindo a pele que se eriçava, querendo mais. Esperava por cada surpresa, cada sensação. Admitia que se sentia uma safada por reagir daquele jeito, mas não se importava mais com isso. Foi ensinada a olhar para o seu corpo com repúdio e pudor. Mas quando estava com Ícaro, obedecendo seus comandos, sentia como se todas as críticas, a depreciação e a humilhação por ser assim, fossem completamente invalidados. A valorização, o desejo e o domínio que se misturavam naquele lago de prata que a observava atentamente. Se prostrar diante dele não foi um problema, entendia o que o termo “submissa” signif