Tudo o que queria era estar nos braços dele. Nesse momento jamais poderia dizer NÃO. Envolvida totalmente na ânsia de suas vontades, só conseguiu balançar a cabeça em concordância.Sentiu Ícaro sorrir com o rosto enterrado no pescoço dela.- Mantenho um apartamento aqui na cobertura. - ele beijou sua boca novamente, olhando nos olhos dela.Seu coração batia tão forte que ela teve medo de que ele parasse a qualquer momento. O toque dele, era como uma droga em seu sistema. Transformando suas resoluções e barreiras em pó.Novamente ela acenou, concordando, se deixando conduzir para fora de sua sala.Aparentemente, o andar todo estava a meia luz. Todos já haviam encerrado o expediente e ido embora. Apesar do silêncio entre ambos, os olhares continuavam constantes. Amélia ficou ao lado dele tentando voltar a raciocinar com clareza. Ícaro provocava um torpor semelhante ao que o desconhecido daquela noite fatídica do seu passado. Pensando de forma prática, seria bom acabar logo com aquilo e
Amélia estremeceu quando sentiu que ele a tomou em seus braços, agarrando suas curvas imperfeitas com desejo, impondo sua vontade. Ícaro beijou sua boca, levando as mãos dela ao botão de sua calça. - Termine o que você começou, Amélia. – o toque dele deslizou por suas costas, percorrendo as queimaduras, provocando um estado de tensão e medo. - Você é tão gostosa! – a mão dele segurou seu pescoço com força inclinando sua cabeça para trás. – Quero te provar inteira, pequena.Esse gesto a desarmou de seus medos, seus olhos marejados encontraram os dele. Não havia julgamento e nem perguntas na expressão do homem que carregava seu corpo marcado até a alma, para a cama. Sua íris transmitia confiança, um porto seguro para toda a sua escuridão.Ícaro manteve seu abraço quente até sentir que ela já não tremia mais, que estava certa em prosseguir com o que estava fazendo. - Me faça esquecer... – pediu mantendo aquele contato.- Amélia...- aquela voz tão profunda quando falava o seu nome, er
ÍcaroOs pulsos amarrados na cama, os cabelos dela espalhados no travesseiro. Seu cheiro doce se misturando aos fluidos de ambos, era uma combinação extasiante.Amélia juntou os joelhos, fechando as pernas. A expressão dela não apresentava nenhuma nuance de medo, ou receio. Esse gesto, significava vergonha.Não sabia que caralhos aconteceu com essa menina depois de dormirem juntos, mas alguém fodeu completamente com uma parte importante dela. Pegou um de seus pés, trazendo para o seu peito, massageando seus dedos, tendões, beijando sua pele; até posicionar a planta no centro de seu próprio tórax. Ela estava surpresa e inquieta. As cicatrizes no corpo dela eram profundas, havia muito mais do da primeira vez que dividiram a mesma cama. A pessoa que fez isso a marcou como gado para sempre.- Está ansiosa? – ele perguntou, massageando a panturrilha dela.- Eu.. – ela se mexeu, apertando as coxas. – O que vai fazer comigo?- Te dar prazer. –ele se aproximou, beijando a extensão da perna
AméliaDemorou alguns minutos para entender onde estava e por que um braço forte envolvia sua cintura, aconchegada em um corpo musculoso e viril. As cortinas pesadas taparam uma claridade do sol a pino, o relógio digital no móvel mostrava que eram quase uma da tarde. Que merda!Ao seu lado, Ícaro se mexeu levemente, sua expressão ficava serena quando estava adormecido, isso fez com que quisesse continuar em seus braços. Mas a essa hora, Sam já estaria em desespero pelo seu desaparecimento. Tinha que sair dali rápido, e voltar para casa.Um flashback da noite passada passou pela cabeça, ainda sentia a letargia de uma noite inteira sem descanso. Retirou o braço dele com cuidado para não acordá-lo e se levantou sentindo cada centímetro do seu corpo protestar dolorido. Aquele medo desesperador começou a corroer suas entranhas, a cabeça começou a latejar, se Ícaro despertasse agora, ele a veria nua com todo o seu horror exposto a luz do dia, certamente ficaria enojado por ter transado c
ÍcaroO bom humor de Ícaro estava evidente nesta manhã, principalmente para as pessoas que trabalhavam a sua volta todos os dias. Mesmo que sempre fosse cordial com todos, ele gostava de manter sua privacidade, portanto se tornou extremamente reservado.Neste aspecto, diria que era muito parecido com Alberto, que foi rotulado pela mídia como antissocial. Mas hoje, quando chegou no prédio da empresa, cumprimentou o porteiro com um meio sorriso; o que praticamente chocou as recepcionistas da Acrópole e o próprio bom homem idoso que nunca viu o presidente da companhia interagindo dessa forma. O ar quente daquela manhã fez com que desejasse estar no mar, velejar por horas, como a muito tempo não fazia. Uma vitalidade diferente corria por suas veias. Ícaro soltou uma gargalhada intimamente ao se lembrar de Amélia completamente apavorada juntando suas roupas em silêncio e saindo correndo de seu apartamento aquele manhã. Pensou em impedir sua fuga covarde, afinal ainda nem tinham almoçado
AméliaA cafeteria do quinto andar estava cheia hoje. Geralmente os funcionários preferiram sair do prédio na hora do almoço, mas hoje parecia que uma parte de todos os departamentos estavam ali.Ticiano bebia chá preto gelado, e esperava um lanche frio ser preparado. Enquanto ela, tomava um machiatto intenso até que seu pedido ficasse pronto.Algumas pessoas sentadas a uma mesa próxima olharam na direção dela e diminuíram o tom de voz, analisando sua figura de cima a baixo. Pensou que já tinha passado da fase da discriminação ali na empresa.Mas pelo visto estava enganada.- Nossos lanches ficaram prontos, vou buscar. – Ticiano disse, chamando sua atenção.- Pode deixar que faço isso. Eu sei que você está terminando um documento para ser enviado em vinte minutos.- Obrigado Amélia. – ele respondeu com um sorriso simpático.Os dedos dele trabalhavam furiosamente no tablet à sua frente. Amélia se levantou, caminhando devagar em direção ao balcão. No meio do caminho, ouviu uma das conve
Não deveria se sentir mal pelo que aquela mulher disse, já sabia o que representava para Ícaro. Mas essa pontada de dor insistia em incomodar, alfinetando seu peito.Quem na terra pensaria nela como um par de Ícaro Darius?! Obviamente ninguém. Seus objetivos aqui não tinham nada a ver com romance e sexo. Estava aqui para trabalhar, para crescer como profissional, e nada mais.Então por que doía assim? ...Frente a porta da presidência, inspirou profundamente. Reuniu forças para enfrentar a presença dele que mexia com ele de forma inexplicável. “Pense nele como se fosse o Caetano, Amélia. Assim poderá se manter longe dessas emoções “Bateu na porta, e esperou a resposta dele para que entrasse de vez no escritório.Ícaro trabalhava atrás de sua mesa com uma expressão compenetrada. Ele nem mesmo levantou os olhos dos documentos que assinava. - Vai ficar parada aí? – disse num tom seco. - O que precisa que eu faça, Sr. Darius? – perguntou se sentando na poltrona de couro frente a ele.
ÍcaroO olhar de choque de Lucila petrificada na entrada de seu escritório, e o tremor do corpo de Amélia contra o seu, era uma receita catastrófica. Ícaro fechou o zíper da calça e desceu a saia de Amélia de volta ao lugar. Se recuperando do choque, ela arrumou a blusa e saiu correndo da sala tropeçando nos próprios pés. - Amélia, espere! – tentou seguir atrás dela, mas ela quase caiu ao som de sua voz. Ela precisava de um refúgio para o caos que estava sentindo. – Mais que porra!O toque suave de Lucila em seu braço, fez com que se voltasse. A expressão de confusão e indignação estampava seu lindo rosto. Pegou as mãos dela com gentileza. - Me desculpe por isso, querida. – beijou sua face com carinho. – Sei que nada justifica minhas ações, mas prometo explicar tudo mais tarde. Lucila assentiu, entregou uma folha de papel que ele nem tinha percebido que carregava. Ícaro passou os olhos pelo documento, sua fúria crescendo a cada palavra. - É por isso que veio aqui tarde da noite