Melina
Aquele alfa maldito, como ele ousou me marcar duas vezes? Agora se acha meu dono… Destinada? De onde ele tirou isso? O que aconteceu entre nós foi apenas por causa da bruma. Que incômodo é esse em mim? Parece uma irritação que não é minha… Que emoções confusas são essas?
Paro de correr e balanço a cabeça algumas vezes. Preciso voltar para a casa da minha avó para voltar a forma humana e me vestir. Corro de volta para casa e na varanda já volto para a forma humana.
Entro e o ambiente tem meu cheiro misturado com o dele, até eu perceber que esse cheiro vem de mim, do meu corpo. Preciso de um banho.
Depois de um longo banho com sabão líquido de lavanda, visto uma roupa e me sinto exausta. Correr por aí depois do que Eron e eu fizemos me deixou no limite do cansaço, mas não vou dormir aqui não quero cruzar com Eron tão cedo.
Volto para casa depois de quatro dias na casa da floresta e minha mãe vem até mim preocupada, ela me abraça e depois me olha curiosa.
— O que foi, mãe? — pergunto receosa.
— Por que está usando um casaco gola alta se nós não sentimos frio? Pelo menos não ao ponto de colocar um casaco desses.
Ela tenta puxar a gola do casaco e eu me afasto para longe. Tento arrumar uma desculpa convincente para que minha mãe não me pergunte mais nada. Ainda não estou pronta para contar para ela que fui marcada pelo nosso alfa.
— Eu encontrei ele nas coisas da vovó, achei lindo e quis usar, foi só isso. Mãe, preciso dormir um pouco, me acorda para almoçar. — olho para os lados e pergunto: — Cadê o papai?
— Ele foi chamado para fazer um trabalho perto da sede da matilha, não vai almoçar com a gente hoje!
Sede da matilha? O alfa deve estar lá, será que meu pai o conhece pessoalmente? Creio que não, já que não vamos muito para o bairro da sede da matilha. Vou para o meu quarto e me jogo na cama.
Logo adormeço e sonho com o alfa, sonho com nós dois em um quarto que desconheço. Ele tem um jeito de fazer meu corpo seguir seu comando sem usar uma palavra e como num piscar de olhos estávamos na forma de lobos transando como loucos, com uivos no lugar do gemido. Desperto com muito calor, não sei se é a bruma ou reação do sonho que acabei de ter.
— Melina? — minha mãe b**e na porta — Preciso que você vá comigo até o mercado e na feira. Precisamos de algumas coisas para preparar o almoço, levante e vamos.
— Já vou, mãe.
Decido acompanhar minha mãe, tenho medo de dormir de novo e sonhar com Eron. Me olho no espelho por um momento, não posso sair pelo bairro usando esse casaco nesse sol que está lá fora. Preciso de algo que cubra meus ombros.
Jogando minhas roupas para o alto a procura da peça de roupa perfeita encontro uma blusa preta sem mangas de gola alta, perfeita. A última vez que usei essa blusa eu tinha dezessete anos. Ela ficou um pouco apertada nos seios, não tinha percebido que cresceram tanto. Já na rua com a minha mãe ela começa a me perguntar:
— Por que está tão quieta? Normalmente você estaria reclamando por não gostar de ir à feira ou ao supermercado. Você odeia quando paro para conversar com um conhecido e não reclamou nenhuma vez. Cadê minha filha e o que você fez com ela?
— Mãe, me conta como foi a sua ligação com meu pai, como ele percebeu que você era a destinada dele e você percebeu que ele era o seu destinado… Vocês se marcaram?
Minha mãe começa a dar saltinhos do nada parecendo uma adolescente e tenta puxar a gola da minha blusa enquanto fala:
— Eu não acredito! Não acredito, não acredito. Você foi marcada por alguém? Por isso está escondendo seu pescoço? Me deixa ver… Me deixa ver, Melina.
— Mãe, calma aí. Não faz isso aqui na rua. Como vou esconder algo da senhora deste jeito?
— Eu quero ver, minha filha. Sou sua mãe e quero ser a primeira a saber se você foi marcada. Não quero que conte para uma amiga primeiro.
— Eu não tenho amigas, mãe. — minha mãe abaixa o olhar quando digo isso — Mas vou te mostrar.
Puxo um pouco a gola da blusa, olhando em volta para ter certeza que ninguém está olhando para nós. Minha mãe coloca as mãos na boca em choque.
— O que foi, mãe? Está tão ruim assim?
— Essa mordida… Nesse tamanho… Melina, quem te marcou? — ela pergunta séria.
— O… Nosso alfa! — falo com dificuldade e aos sussurros — Mãe, não é nada demais… — minha mãe me interrompe.
— Nada demais? Melina, você não pode dizer que não é nada demais. Tem noção de quem você é agora?
— Continuo sendo eu e continuo sendo sua filha!
— Não, você pertence ao alfa, minha filha. — ela coloca a mão na testa e depois olha para mim — Quando ele te marcou o que ele te disse?
— Que eu… Era dele: “você é minha.” Foi o que ele disse. Nas duas formas, humana e lobo.
— Melina… Minha menina, destinada de um alfa, do nosso alfa. Você teve a ligação com ele?
Não posso mentir para minha mãe, na primeira noite quando o lobo dele me visitou tivemos uma conexão… A ligação. Sim, sou a destinada dele e ele é o meu destinado. Mas jamais vou admitir isso em voz alta.
Minha vida me espera fora da alcateia, nada de lobos, nada de ser excluída por ninguém. Apenas eu e minha liberdade.
— Isso não importa, mãe! Ainda quero minha vida fora daqui. E por falar nisso me indique mais trabalhos por aqui, preciso juntar mais dinheiro, principalmente agora que tenho urgência em sair daqui para longe.
— Melina, você não pode ir. Se não tivesse um parceiro seria mais fácil, nessa atual condição nem sua loba vai aceitar fugir.
— Ela está certa. Não vou me afastar do Argus por mais que você queira. — Havy quase grita na minha mente me fazendo balançar a cabeça em negação.
Então esse é o nome do lobo dele… Argus. Essa traidora da Havy não perde por esperar. Ela vai ficar de castigo por se voltar contra mim. Minha mãe segue observando o meu silêncio depois da nossa conversa, sem me perguntar mais nada.
Estamos saindo do supermercado quando meus olhos vão até o homem alto e forte, com cabelos longos e soltos andando entre as pessoas do meu bairro, Eron, nosso alfa.
Mas ele não está sozinho, ao lado dele está uma mulher muito bonita e elegante, usando um vestido azul com os ombros à mostra. Ela sorri bastante e segura no braço dele, o mesmo sempre tira a mão dela dali. Mas algo dentro de mim sente um desejo incontrolável de arrancar as mãos dela com uma mordida.
Quem ela pensa que é para tocar nele assim? É nesse momento que caio na real e me contenho. Quem eu penso que sou para cobrar algo dele se nem consigo admitir em voz alta que ele é meu?
EronDepois do almoço sou obrigado a ser cortês com Hannah levando-a para conhecer alguns bairros da nossa alcateia. Ela faz de tudo para passar mais tempo comigo dizendo querer conhecer mais pessoas e eu acabo em um bairro onde tem uma feira longa.Mas não é isso que me chama a atenção, mas sim o cheiro que me deixa fascinado, o cheiro da mulher de cabelos brancos. Olho à minha volta e não a vejo em lugar nenhum.Hannah insiste em me tocar e isso está me deixando bastante incomodado. Tiro as mãos dela do meu braço algumas vezes, mas ela sempre encontra uma oportunidade para colocá-las de volta em mim.— Olha, Eron, eu quero aquele vestido ali. — ela fala ao me abraçar.— Então compre. — falo saindo de seu abraço — Não há nada que a impeça de comprar.— Você não vai comprá-lo para mim? — ela pergunta parecendo ofendida.— E por que eu deveria? Não somos nem amigos e mesmo que fôssemos não sou obrigado a presenteá-la só porque você quer. — volto a andar no meio das pessoas da feira ao
MelinaEu não ia encontrar com Eron, mas quando dei por mim já estava aos beijos com ele. Até que desperto desse momento de insanidade com ele dizendo que tenho que morar com ele.Esse alfa não tem limites? Pensa que só por ter me marcado pode me tirar da minha casa e dos meus caminhos? Acabo voltando para casa e meu vestido se perdeu depois que eu virei loba, vou até a corda de roupas que tem nos fundos do quintal e com meu focinho puxo uma blusa e uma bermuda me vestindo rapidamente depois que volto a forma humana.Olho para os lados só para me certificar que ninguém me viu nua e entro pela porta dos fundos encontrando minha mãe na cozinha que pergunta curiosa:— De onde está vindo? Você não estava usando isso quando saiu daqui antes.— Eu… — coço minha nuca pensando numa resposta — Precisava correr um pouco. Foi só isso, mãe.— Sabe, Melina… — minha mãe fala ao se aproximar de mim — Desde pequena você adquiriu um hábito de revirar os olhos quando está mentindo. Você acabou de revir
EronEla não tem noção do quanto mexe comigo com todo esse atrevimento e sua impetuosidade. Ficando ainda mais linda nessa sensual camisola de unicórnios. Tento manter minha mente limpa para não tocar nela do jeito que desejo.Quando ela percebe que está usando algo de dormir corre de volta para o quarto dela e eu volto para a sala. Os pais dela estão conversando animados, parecem gostar muito da ideia de morar no bairro da sede da matilha.— Vou dar alguns dias a vocês para resolverem suas vidas por aqui, mas a Melina precisa ir comigo hoje.— Para nós… — o pai de Melina segura a mão da esposa — Parece um sonho maluco. Nossa filhinha, a escolhida do nosso alfa? Luna dele? Isso é surreal dado ao fato de que vocês não tinham a menor possibilidade de se conhecerem por morarmos longe.— Não importa o tempo que levaria, nossos destinos foram cruzados antes mesmo de nascermos. Estávamos destinados a nos encontrarmos.— Mãe? Pai? — Melina está usando um vestido lilás agora — Vocês concordam
MelinaQuando entramos em uma estreita estrada de terra saindo da pista principal confesso que fiquei nervosa. Por que ele estava mudando a rota? Pensei que estávamos indo para o centro do bairro da sede da matilha e aqui fica um pouco distante de lá.Mas ao perceber minha frustração ele diz que mora aqui. Ao me deparar com sua cabana de dois andares fico chocada com a beleza do lugar e surpresa com o fato dele ter feito essa linda cabana do zero.As árvores só deixam o lugar mais atraente e o som da água correndo atrás da casa me convida para mergulhar. Nós entramos e ele me mostra todo o interior da cabana, confortável, aconchegante e acolhedor é o que o interior transmite com seus móveis rústicos e ao mesmo tempo confortáveis de madeira.Ele me mostra onde fica meu quarto, me avisa que não posso abrir a porta que fica de frente para o meu quarto e eu apenas concordo. Não sou uma pessoa curiosa.Entro no meu quarto temporário e fico admirada. A cama de solteiro é larga, tem uma cade
EronDepois de toda essa loucura com Melina minha cabeça não está no lugar, vivo esquecendo as coisas e dessa vez esqueci meu celular e carteira em casa tendo que voltar na metade do caminho.Ao entrar na cabana notei o cheiro dela fraco aumentando conforme sigo para os fundos da cabana. Chegando lá me deparo com ela praticamente nua nadando no rio, não deu para controlar fiquei admirando ela ali tão tranquila até que ela nota minha presença.Ela se cobriu ao me ver e isso me incomodou, não faz sentido ela se cobrir se já vi seu lindo e perfeito corpo nu, já o tive em minhas mãos. Frustrado por desejar entrar na água e mostrar para ela que nada entre nós é passageiro, acabo indo para o meu carro.Já na sede da matilha nada muda em minha mente, Melina nadando nua virou um filme na droga da minha cabeça. Argus quer que eu largue tudo e volte para casa, mas eu ainda tenho muito o que fazer aqui.— Muito ocupado, Eron? — Hannah entra na minha sala sem ser anunciada — Hoje tenho certeza qu
MelinaNadei por um tempo no rio e quando começou a chuviscar decidi entrar para preparar algo para almoçar. Ele deixou a cozinha bem abastecida, pensei que a ideia de me trazer para cá fosse algo em cima da hora, mas não foi.Entre minhas opções decidi por um peixe grelhado, salada verde, arroz e feijão. Preparo tudo bem fresquinho, estou misturando a salada com o azeite cantando e dançando minha música favorita é quando sinto o cheiro dele.Ao olhar para o lado vejo Eron, meu alfa irradiando sensualidade. Ele me abraçou e beijou, me desliguei depois do beijo e quando dei por mim estava em cima da mesa da cozinha quase sendo fodida por ele. Se não fosse a voz de um homem chamando por ele na sala acho que teríamos transado em cima dessa mesa na cozinha.Não sou curiosa, mas acabei ouvindo a conversa deles e por alguma razão me sinto preocupada com tudo, mas não tive muito tempo para pensar nisso. Logo meu alfa me coloca sentada na mesa e me faz gozar com a sua língua.Que loucura foi
EronGosto de provocá-la, gosto de sua reação a isso e não me importo quando ela me bate. É tão estranho ter essa reação a ela e ao mesmo tempo é tão reconfortante. Mas dessa vez eu queria que ela provasse para mim que sou realmente dela, meu ombro formiga desejando ser marcado por ela.Quando senti seus dentes rasgarem minha pele, um prazer indescritível me consumiu, me senti sendo levado por ela como um tsunami arrasta uma cidade. Quente demais, intenso demais, preciso dela, aqui e agora.— Por que me provocou? — Melina pergunta olhando para a mordida feita por ela em mim.— Para que assumisse o que é somente seu!Minhas garras ficam expostas rasgo a roupa dela e em questão de segundos a deixo nua. Melina em resposta faz o mesmo comigo, com ela ainda em meu colo beijo seus lábios, desço pelo seu pescoço até chegar em seus seios que ela inclina para mim deixando claro que quer minha boca ali.Quando preencho minha boca com o seio dela a mesma geme e joga a cabeça para trás rebolando
MelinaDepois de marcar o meu alfa e da noite extasiante que tivemos acabamos mais uma vez no meu quarto, a princípio eu estava cansada demais para notar qualquer coisa até nós acordarmos e depois de um banho de me fazer ficar com as pernas iguais gelatina e eu me pegar olhando para a minha cama pensando no motivo para ele não me levar para o quarto dele.Será que é por que eu não sou sua falecida esposa? Por respeito a ela? Mas e eu? O que significo na vida dele? As perguntas, dúvidas e incertezas afogam meu cérebro. Eron entra, ele não me responde o que eu quero saber e isso me deixa irritada.Seguimos para a sede da matilha e eu prefiro não falar com ele dentro do carro, meu humor está péssimo e eu preciso de espaço. Não quero pensar mais no fato dele não me levar para o seu quarto.Chegando na sede da matilha eu vou para o refeitório tomar meu café da manhã. Mal tomo um café com leite, minha mente vai para o homem de um e noventa e cinco de altura que está provavelmente na sala de