Donna McNight Vinte e Oito anos — Dias atuais— Agora que Donna finalmente tem um bom pretendente, precisamos organizar a festa de noivado — Bella diz toda empolgada enquanto o jantar é servido e eu nem me surpreendo, porque quando se tratava da irmã, isso era exatamente o esperado.— Festa? — A atenção de todos da mesa se volta para Pietro quando ele faz questão de começar a falar. — Digo… — Ele tenta não gaguejar. — Acabaram de dizer que vão tentar se conhecer, e agora estão falando sobre festa de noivado?— Pietro tem razão — Steffano concorda. — Donna já ficou noiva algumas vezes e por algum motivo, sempre terminou com seus pretendentes.— Agora todos resolveram se meter na minha vida? — Coloco os cotovelos na mesa e entrelaço os dedos. — A festa de noivado não é uma má ideia… — eu acabo dizendo e o meu pai sorri —, é claro que se Juan estiver de acordo, mas… por favor, Bella, espere ao menos que nós dois possamos nos conhecer, como ele sugeriu. Seria bom não ter uma festa de noi
Donna McNight Sigo em direção a sala, pois, após o jantar, pappa gosta de tomar uma xícara de café sentando em sua poltrona preferida.Me viro para nossos convidados.— Vou para casa da Cecília, não posso negar o convite da minha preciosa — o senhor diz. — É claro que o convite deles se estenderam até você, Juan.Eu vejo o rosto de Juan parecer mais sério enquanto entrávamos na sala. Meu pai está sentado no lugar que havia imaginado, mamma na poltrona ao seu lado.No sofá à frente está Pietro com sua convidada de honra, Cecília e Teffo no outro sofá, Bella e Thomas com Belle e Benício.— Vovô, prefiro voltar para o hotel — Juan fala. — Ainda mais quando eles acabaram de ter dois bebês, não quero atrapalhar — conclui.— Não será nenhum incômodo — Teffo anuncia.— Agradeço muito, senhor McNight...— Fique em nossa casa... — Pappa interrompe. — Seria mais cômodo que ficar na casa de Steffano, principalmente considerando que não temos crianças por aqui, e assim… você e Donatella podem pa
Pietro Kuhn— Que porra foi aquela, Thomas? — pergunto aos berros. — Por que não tinha me dito que aquela merda de jantar era pra anunciar o noivado de Donna com aquele engomadinho?— Pra quê? — Dá de ombros, se acomodando em sua cadeira. — Pra você estragar tudo? — Ri com deboche. — Já que você não quer assumir a garota, sugeri o casamento para o Henry assim que encontramos a Cecília.— Como assim encontraram a Cecília?— Sabíamos que ela era herdeira da máfia, por esse motivo fizemos com que Steffano a encontrasse — conta na maior naturalidade.— Você sempre soube do meu interesse na Donnatela, e mesmo assim me traiu! — Bufo.— Terá que se acostumar, enquanto Juan permanecer na Itália, não medirá esforços para conquistar minha cunhada. — Ele suspira. — Que diga-se de passagem, já estava sendo questionada pelo conselho.— Você tem a cadeira e pode colocar a regra que quiser — lembro.— Sim, eu posso! Mas não quero ficar me estressando e incomodando o Henry, isso deixaria o meu sogro
Donna McNightTinha menos de 24 horas desde que eu tinha acabado de conhecer Juan e eu tinha que admitir que ele era diferente de todos os homens que eu já tinha tido o desprazer de conhecer. Juan era carinhoso, gentil, carismático e além de tudo? Era impossível negar que ele era gostoso.Pra mim, a noite já tinha acabado bem depois da nossa conversa, mas assim que fomos nos deitar, Malu apareceu na porta do meu quarto com um buquê de rosas vermelhas enviadas por Juan.Eu fiquei tentada em ir ao seu quarto pra lhe agradecer, mas me segurei e decidi que faria isso na manhã seguinte. Caio na cama pensando em tudo que estava acontecendo e imaginando se eu era capaz de me apaixonar por Juan no futuro, porque nesse exato momento, ele parecia o homem certo pra mim, e o meu medo era que isso se mostrasse diferente no futuro.Na manhã seguinte levanto cedo pra me preparar para um plantão de 12 horas e isso me faz lembrar que eu preciso discutir com Juan a respeito do meu trabalho, isso é algo
Juan Sales MorettiQuando Nero recebeu aquela ligação na Espanha, eu sabia que algo grande estava por vir. Não era a primeira vez que negócios familiares surgiam do nada, mas a forma como ele segurou o telefone, o olhar repentinamente mais pesado, indicava que a notícia não era como as outras. Ele caminhava de um lado para o outro no escritório, cada passo ecoando no chão de madeira polida. A conversa foi breve, mas o impacto, imenso. A neta. Cecilia. Eu nunca tinha ouvido falar dela antes, mas agora, isso parecia mudar tudo.Nero desligou o telefone, ficando em silêncio por um momento, os olhos fixos no chão como se estivesse absorvendo o peso da notícia. Aquela era a única filha da sua filha perdida, e ela estava casada. Não com qualquer um, mas com Steffano McNight, um nome que trazia todo tipo de expectativas e possíveis alianças.— Ela está viva. — Foi tudo o que Nero disse a princípio, olhando para mim como se eu já soubesse o que aquilo significava. — Minha neta, Juan. Casada c
Donna McNightDepois de doze horas exaustivas no hospital, tudo o que eu quero é chegar em casa, tomar um banho e, se conseguisse, apagar por umas boas horas. Mas claro, os planos de relaxamento nunca se aplicam quando você está com a mente fervendo. Além disso, soube, antes de terminar o plantão, que o hospital havia me escolhido para representar nossa equipe em um simpósio em Veneza. Um evento com demonstrações de novos equipamentos cirúrgicos e técnicas inovadoras — o tipo de coisa que, em qualquer outro momento, eu estaria animada, mas naquele momento? Céus… só parecia mais uma coisa para lidar. Por sorte, meu pai tinha mandado o nosso motorista deixar o meu carro no estacionamento para facilitar a minha vida quando o meu plantão acabasse. Então eu podia me dar ao luxo de ir para casa, e depois… pensar sobre tudo isso. — Donna! — Eu escuto assim que eu abro a porta do meu carro, a voz era áspera, familiar e afiada como um espinho. Pietro KuhnSuspiro pesadamente, revirando os o
Juan Sales MorettiEu sabia que as coisas com Pietro eventualmente chegariam a um ponto crítico, mas não esperava que fosse tão rápido e da maneira que aconteceu. Depois da cena no estacionamento do hospital, Donna está visivelmente abalada. E quando ela me pediu para irmos à casa de Bella, entendi que aquilo não seria algo que ela resolveria sozinha. Não com Pietro envolvido — e honestamente, eu até preferia assim mesmo, que ela não tentasse lidar com isso sem apoio.Assim que chegamos à casa dos Kuhn, Donna mal para respirar. Bella, sempre atenta, nota a tensão no ar assim que abre a porta e não há necessidade de explicações longas — Donna pediu para falar com Thomas imediatamente, e Bella, preocupada, apenas assentiu.— Vou chamar ele. Está no escritório — Bella diz, lançando um olhar rápido para mim, antes de desaparecer no corredor, com uma pressa que parecia ser maior que a de Donna.Eu seguro a mão de Donna enquanto esperamos, sentindo a raiva pulsar através de seus dedos. Ela
Donna McNightVeneza sempre teve um ar mágico e ao chegar à cidade com Juan, o encanto era ainda mais evidente, porque assim que chegamos, Juan me ajudou com tudo, desde descer do avião, até com todas as malas, e tudo o que eu precisava resolver, porque de acordo com ele: eu não merecia passar por nenhum estresse naquele momento. E eu admito… isso me fez sentir cuidada, em um nível que eu não sabia que me sentiria com alguém. E claro, cada canal, cada ponte, parecia sair de um sonho. Eu havia estado em Veneza antes, mas nunca assim, nunca com essa expectativa silenciosa de que… eu realmente pudesse ter um momento bom ali com Juan, e ainda mais com algo que eu amava, que era o meu trabalho. Thomas, em um gesto de generosidade — provavelmente mais motivado pela culpa do que qualquer outra coisa —, insistiu que ficássemos em sua casa em Veneza. Eu não sabia muito sobre a casa, mas quando chegamos, foi como entrar em outro mundo. Era uma casa antiga, com uma vista deslumbrante para o G