Pietro Kuhn— Quero saber onde eles estão agora! — exijo uma resposta do meu irmão assim que eu entro em seu escritório, porque não importava aonde eu perguntava, ninguém queria me dizer onde Donna estava, quase como se a localização dela fosse a porcaria de um segredo de estado.— Pietro, se controle — meu irmão diz com a voz baixa, mas ainda assim, autoritária. — Você acha que tudo pode acontecer do jeito e na hora que você quer?— Me controlar? — Eu solto um riso bufado. — Eu quero que alguém me diga de uma vez onde caralhos Donna está!Meu irmão bufa, massageando as próprias têmporas. — Ninguém vai te contar onde Donna está, Pietro! — ele praticamente rosna em dado momento. — Pare com essa merda de uma vez! Deixe Donna em paz, e vai seguir a porra da sua vida!— Ah! Merda! — grito esmurrando a parede de seu escritório. — Por que você só não pode me ajudar, huh?— Eu não vou ajudar um moleque que está se comportando que nem um imbecil! — meu irmão diz, com nítido ódio em sua voz.
Donna McNightO passeio que eu estou tendo com Juan está sendo simplesmente perfeito, e céus… eu sentia às vezes que eu estava nas nuvens enquanto eu era guiada por ele. — O que está achando?— Maravilhoso... — confesso.— Vamos navegar em uma das gôndolas, o que acha? — pergunta com um sorriso singelo.— Isso seria perfeito.Juan aborda um gondolier[ Gondolier é a palavra em inglês para designar a pessoa que conduz uma gôndola, utilizando um longo remo para empurrá-la pela água.] que estava parado, ele nos ajuda entrar enquanto Juan fica com o seu corpo bem próximo ao meu, e então começamos o nosso passeio.— Que lugar lindo... — digo enquanto olho em volta. — Como eu nunca andei em uma gôndola antes?— Porque não tinha a companhia certa — ele diz com um tom convencido, o que me faz soltar um breve riso.Juan coloca um dos seus braços ao redor do meu ombro e me puxa para mais perto e ah… o seu perfume amadeirado se faz presente naquele momento, me deixando extasiada. Sem conseguir e
Pietro KuhnDepois de toda aquela bagunça, eu acabei sendo expulso do restaurante, e porra… eu estava tão puto!— Que espanhol maldito! — Chuto a lata de lixo do lado de fora do restaurante. — Filho da puta desgraçado! Se não fosse por ele, Donna nunca teria agido dessa maneira e ainda estaria comigo!— Senhor? — Ouço a voz do Boris enquanto os amaldiçoo.— O que está fazendo aqui? — questionei furioso.— O senhor Thomas pediu para te buscar.— Tinha dito que não era para falar pra ele... — Perco as palavras enquanto penso como meu irmão havia descoberto minha localização. — Foi ele que mandou você me entregar o carro que vim, não foi?— Sim— afirma afrouxando sua gravata.— Hölle! — berro.— Ele está na reunião com os membros da Bratva — avisa.— Tinha me esquecido dessa merda! — esbravejo. — Vamos, me leve pra lá agora! — exijo entrando no carro.— O senhor Thomas disse que está proibido de participar de qualquer reunião até segunda ordem — fala, enquanto assume o banco do motorista
Juan Sales MorettiApós o episódio no restaurante, tentei acalmar Donna, algo que foi fácil até demais. Eu sabia que ela estava usando sua armadura para não deixar transparecer sua fraqueza, e eu respeitei seu momento e dirigi pra casa em silêncio. — Donna... chegamos — aviso assim que paro com carro na frente da casa onde estávamos ficando. Eu desço e abro a porta para ela. — Obrigada... — sussurra com os olhos marejados.Seguro sua mão e quando entramos na casa, a questiono.— Está tudo bem? — Eu sabia que a qualquer momento ela iria desmoronar e precisava ser cauteloso quanto a isso. Os sentimentos de Donna quanto a Pietro Kuhn eram no mínimo, problemáticos.Eu não queria assustá-la, por mais que quisesse acalmá-la e dizer o quanto nada daquilo alterava algo entre nós, eu sabia que tinha que manter o controle.— Está. Está tudo bem. — Donna solta minha mão e caminha na minha frente.— Donna? — a chamo quando está com a mão na maçaneta da porta.Ela se vira lentamente, fazendo com
Thomas KuhnEu tive esperança de que Pietro tomasse jeito. Tive esperanças de que ele mudaria depois de um tempo, mas o meu irmão parecia focado em me provar o contrário, e quando eu recebi aquela ligação, um dia depois de ter proibido o Pietro de ferrar os negócios da família… eu quis matar o desgraçado. Ele não somente tinha ido pra Veneza e ferrado com tudo ao arrumar uma briga com Juan Moretti. Não. Ele tinha se metido nos negócios com a Bratva e agora? Eu tinha grandes problemas para lidar.— Olá… sou Thomas Kuhn. Sim, me perdoe… eu gostaria de uma informação. Eu fiquei sabendo que o meu irmão esteve no hotel essa noite, gostaria de saber se ele dormiu em seu quarto — pergunto e quando a recepcionista retorna dizendo que Pietro está no hotel, mas não está em seu quarto, eu sinto a minha cabeça latejar, principalmente porque eu tinha um envelope pardo cheio de fotos do imbecil do meu irmão em um bar. Flertando com a filha do homem com quem eu queria fechar negócios.Caralho.O Pi
Juan Sales MorettiEu sabia que Pietro Kuhn não ia desistir fácil. Ele parecia ter um talento especial para fazer merda e destruir a vida de todo mundo ao redor, principalmente a da Donna. O imbecil estava obcecado, e quanto mais ela tentava se afastar, mais ele insistia. E por mais que Donna fingisse estar no controle da situação, eu sabia que não era fácil pra ela. Afinal, como você supera o amor de anos por alguém que nunca te deu o que você realmente merece?Eu não ia deixar Pietro ferrar com isso. Donna merecia muito mais do que ele poderia oferecer. Ela merecia estabilidade, cuidado… e eu estava disposto a dar isso a ela, e agora? Ela finalmente estava disposta a receber isso.Nos últimos dias, as coisas entre nós estavam mais tranquilas, mas eu sabia que, no fundo, o fantasma de Pietro ainda rondava a mente dela quando ele se aproximava, e Donna precisava de um motivo pra esquecer ele de vez. Algo que fizesse ela perceber que havia muito mais à espera dela. E, sinceramente, eu
Donna McNightO calor daquele dia estava perfeito. A brisa do mar é suave, refrescante, e o som da água batendo levemente no casco do iate cria uma melodia tranquila. Não sei se é o efeito de estar longe de tudo, ou se é o fato de estar ali com Juan, mas pela primeira vez em muito tempo, me sinto realmente... livre.Enquanto navegávamos, ele tinha preparado um jantar incrível. A comida estava deliciosa, a conversa era leve e cheia de risadas, e por algum motivo, toda a tensão que eu costumava sentir sempre que pensava em Pietro ou no nosso passado parecia uma memória distante. Não era mais sobre ele. Nunca mais seria.— Você parece relaxada — Juan comenta, quebrando o silêncio enquanto me observa com aquele olhar tranquilo que só ele tem.— Eu estou — admito, olhando para ele com um sorriso. — Talvez seja o efeito do mar... ou talvez seja o fato de que você sabe exatamente como planejar um dia perfeito.Ele ri, se recostando no assento, claramente satisfeito com a resposta.— Não vou
Juan Sales MorettiEu queria mostrar para Donna o que era um romance de verdade. Não vou mentir, eu não tinha total certeza sobre o fato de amar ela, não ainda, mas sabia que poderia me apaixonar por uma mulher como ela, todos os dias, pelo resto da minha vida. Donna era uma força da natureza, cheia de vida, intensidade e, bem, exatamente o tipo de mulher que poderia fazer qualquer homem querer mais. Ela tinha uma energia que me atraía, e o jeito como falava, ria, ou até mesmo discutia... tudo nela era magnético.E isso era o que eu mais gostava nela. Não queria que ela mudasse. Não queria que ela se moldasse para mim, como tenho certeza que fez por anos com Pietro. Na verdade, eu estava fazendo o oposto: queria que ela percebesse o quão incrível ela já era, muito além daquela sombra que Pietro havia colocado sobre ela. Aquele relacionamento tóxico tinha destruído uma parte dela, e eu estava determinado a trazer essa parte de volta.Então, enquanto dançávamos pelas ruas da cidadela, e