Entre Dois Mundos (Parte 7)

O bistrô francês, com sua decoração sofisticada, estava iluminado de forma suave, criando uma atmosfera acolhedora e íntima. A fragrância de pratos deliciosos no ar, combinada com a música tranquila, fazia com que Emma começasse a relaxar. Ao entrar, o garçom a cumprimentou com um sorriso caloroso, conduzindo-os até a mesa reservada com vista para o movimento suave da cidade. Chris puxou a cadeira para ela com uma delicadeza que a fez se sentir ainda mais tranquila, e Emma se acomodou, o peso de seus pensamentos começando a se dissipar lentamente.

— O que você vai pedir? —Emma perguntou, seus olhos encontrando os de Chris, que estava tão à vontade quanto ela deveria ser.

— Eu estou pensando no risoto, e você?— Chris respondeu com um sorriso fácil.

— Magret de pato. E vou de vinho branco, para ajudar a relaxar um pouco,— disse Emma, embora soubesse que nada realmente poderia afastar completamente a inquietação que ainda se arrastava com ela.

O jantar foi uma mistura de pratos refinados e conversas descontraídas. Cada risada, cada troca de olhares, parecia fazer o peso do dia desaparecer, por um momento. Mas, à medida que a sobremesa chegava—um mousse de chocolate tão suave que parecia derreter na boca—Chris observou-a com uma intensidade que fez Emma parar por um segundo, a atenção se voltando para ele.

— Eu percebo como você tem estado sobrecarregada. Essas reuniões com o Conselho... deve ser difícil,— ele disse com uma suavidade que a tocou profundamente.

Emma olhou para ele, surpresa pela compreensão em seus olhos. —Sim, tem sido difícil. Às vezes sinto que estou carregando o peso de tudo, de todas as expectativas.

Chris olhou para ela, seus olhos revelando uma sinceridade rara. — Eu sei que você é forte, mas você não precisa fazer isso sozinha. Se precisar desabafar, estarei aqui. Sempre.

Emma sorriu, tocada pelas palavras dele. — Obrigada, Chris. Isso significa muito para mim.

Após o jantar, Chris sugeriu uma caminhada pelo Central Park. O clima estava agradável e a ideia de passar algum tempo ao ar livre, em meio à tranquilidade da natureza, parecia perfeita. Eles caminharam juntos, o som distante da cidade diminuindo conforme se afastavam, as árvores criando uma espécie de santuário ao redor deles. A conversa continuava leve, mas havia algo mais no ar, algo que estava se tornando impossível de ignorar.

— Você sabia , disse Chris de repente, sua voz mais suave agora,— que, mesmo quando tudo parece fora de controle, momentos como esse nos colocam em perspectiva?

Emma olhou para ele, algo suave e inusitado passando por ela, como se, de repente, o tempo tivesse desacelerado. —Sim, sei. Às vezes, é só preciso estar com alguém que entende... e esquecer um pouco das preocupações.

Chris deu um passo à frente, sua presença mais próxima agora, seu olhar focado nela com uma intensidade que a fez parar de respirar por um instante.

— Emma, — ele sussurrou, — Eu sei que você tem enfrentado tantas coisas, mas quero que saiba que... eu me importo muito com você.

O calor de suas palavras a atingiu com a força de uma onda, e antes que pudesse responder, ele tocou suavemente seu rosto. A sensação de seu toque era quente, contrastando com a brisa fresca da noite. Emma ficou quieta, sentindo o coração bater forte, enquanto os olhos de Chris a hipnotizavam de uma maneira que ela nunca imaginou.

A proximidade entre eles cresceu, e quando seus lábios finalmente se tocaram, foi como se o mundo ao redor desaparecesse. O beijo foi uma mistura de suavidade e urgência, de algo inesperado e, ao mesmo tempo, tão desejado. Emma se perdeu na sensação, no gosto, no calor que irradiava de Chris e que a envolvia. Quando o beijo terminou, ela ainda estava absorta, o coração disparado, como se tivesse vivenciado algo mais profundo do que simples desejo.

— Eu também me importo com você, Chris,—ela murmurou, a voz baixa e sincera, um sorriso tímido aparecendo nos lábios dela.

Ele sorriu suavemente, pegando sua mão com carinho. —Eu sei, — ele respondeu, a voz cheia de compreensão e promessa. —E estarei aqui, para o que você precisar.

Emma olhou para ele, sentindo o ar ao redor carregado de uma tensão palpável, mas também algo mais, algo profundo, que parecia ligá-la a ele de maneira que ela não conseguia compreender completamente. Aquela conexão entre eles era inegável, um laço que, por mais que tentasse negar, estava se formando ali, em silêncio, mas com uma força que a tomava de surpresa.

— Obrigada, Chris,— disse ela, a voz mais suave do que pretendia, mas carregada de uma sinceridade que a fazia sentir vulnerável de uma forma que ela não costumava. — Sério. Eu... preciso de tempo para entender tudo isso, mas estar com você faz mais sentido do que eu imaginava. Mais do que eu esperava.

Chris a olhou com um misto de ternura e intensidade. Seus olhos profundos pareciam enxergar através das camadas que Emma costumava esconder tão bem. Algo nele a fazia sentir que, talvez, ele fosse a única pessoa que poderia entender, sem julgamentos, os dilemas que ela carregava, as complexidades da sua existência. Era quase como se ele soubesse, sem que ela precisasse dizer uma palavra sequer.

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