Vivienne se vira bruscamente, o rosto ficando perigosamente próximo ao dele. O olhar intenso de Dominic a prende, e, antes que ela consiga reagir, os dedos dele deslizam até seus cabelos, segurando-os com firmeza, como se soubesse exatamente como fazê-la perder o controle. Em um movimento inevitável, seus lábios encontram os dela em mais um beijo que parece ter se tornado seu vício particular.— Dominic! — Vivienne exclama, rompendo o contato, mas sua voz trai o tremor que percorre seu corpo. O calor da proximidade dele ameaça destruir qualquer resquício de determinação. — Qual é o seu problema? — Questiona, tentando, sem sucesso, recuperar o controle, enquanto suas mãos se apoiam no peito dele. Por um instante, ela se permite sentir o ritmo acelerado do coração dele, antes de empurrá-lo com menos convicção do que gostaria. — Você está me irritando! — Adverte, embora a firmeza em sua voz seja menor do que desejava. Agarra o sanduíche da bancada e dá uma mordida apressada, numa tentati
Vivienne desliza as mãos pelo abdômen de Dominic, os dedos explorando cada linha e contorno de seus músculos firmes, subindo lentamente com confiança. Quando suas mãos alcançam o pescoço dele, ela o envolve delicadamente, inclinando-se para roçar os lábios nos dele, em uma provocação que arranca um suspiro pesado de sua boca.Satisfeita com a reação, ela se inclina ainda mais, unindo seus lábios em um beijo quente e necessitado, cada movimento cheio de desejo. O beijo é intenso, profundo, até que ambos se veem sem ar. Então, sem aviso, Vivienne empurra-o para a cama, sorrindo ao ver o olhar de surpresa e desejo em seus olhos.Acomodando-se sobre ele, ela sente o impacto de sua presença, o efeito que tem sobre ele. Suas mãos escorregam lentamente pelos ombros dele, descendo até o abdômen novamente, seus movimentos deliberadamente lentos. — Você se acha tão confiante, Dominic! — Vivienne murmura, inclinando-se até que seus lábios fiquem a um fio de distância do canto da boca dele. Um b
Ao sair do banho, vencida pelo cansaço das poucas horas dormidas, Vivienne sucumbe à cama convidativa. Quando desperta sobressaltada, a noite já caiu. A luz suave da lua atravessa as cortinas entreabertas, iluminando o quarto com uma calma quase irônica diante de sua pressa repentina. Seus dedos tocam o cobertor que agora a cobre, e um sorriso involuntário brinca em seus lábios.— Ah, Dominic! — Vivienne resmunga, dividida entre gratidão pelos cuidados que ele insiste em prestar e irritação por sua teimosia. Ela lança um olhar rápido ao relógio na parede, que marca quase sete da noite.Vivienne ajeita os cabelos ainda úmidos, descalça, seus passos ecoando baixos no piso de madeira, enquanto se dirige à sala. O ambiente está arrumado, quase meticulosamente, o que imediatamente chama sua atenção. — Espere que nossos filhos não puxem a sua teimosia. — Murmura, revirando os olhos, enquanto xinga mentalmente Dominic por sua incapacidade de seguir instruções simples. Um suspiro frustrado e
Após concluírem o jantar em um silêncio que mais parecia um acordo implícito de evitar palavras desnecessárias, Vivienne recolhe a bandeja com movimentos firmes, cada gesto um esforço consciente para manter o controle sobre o caos que a consome por dentro. Na cozinha, enquanto coloca as louças na lava-louça, o barulho do vidro e da cerâmica soa distante, abafado pelos pensamentos que a cercam. Não importa o quanto tente desviar a mente, ele está lá, dominando cada espaço da sua consciência. Dominic não precisa dizer nada, nem sequer olhar diretamente para ela, sua simples presença é como um ímã que a atrai e a desafia a resistir e falhar.Encostada à pia, Vivienne solta um suspiro que parece rasgar seu peito, como se cada partícula de ar carregasse o peso insuportável de suas emoções. O cansaço emocional começa a transbordar, inundando cada canto de sua mente com uma confusão que ela não sabe como ordenar. É uma mistura insuportável de frustração e desejo, um sentimento agridoce que a
Dominic observa Vivienne, os traços suaves do rosto dela contrastando com o caos que o consome. Por um momento, a visão dela parece oferecer um refúgio, mas é um alívio que escapa tão rápido quanto veio. Quando ele tenta se levantar com cuidado, uma dor aguda percorre seus músculos e suas pernas falham sob o peso do corpo. O movimento abrupto o força a sentar-se de volta na cama, o impacto causando um leve rangido no colchão. Esse som, somado à sua respiração irregular, desperta Vivienne, que, num reflexo protetor, se aproxima dele, os braços delicados envolvendo seus ombros largos.— Não faça isso. — Dominic murmura, sua voz baixa e carregada de algo entre cansaço e frustração. Ele afasta as mãos dela com um gesto brusco, como se o toque fosse insuportável, algo que ele não pudesse suportar naquele momento. Seus olhos permanecem fixos no chão, recusando-se a encará-la. — Por que continua aqui, Vivienne? O que está acontecendo? — Pergunta, sua voz transborda confusão, cada frase carr
Vivienne se aproxima, sentindo a tensão emanando de cada movimento contido de Dominic. Ele continua deliberadamente evitando seu olhar, como se o próprio ato de a encarar fosse insuportável. A atmosfera pesada é interrompida pelo som da campainha, abrupto e deslocado, fazendo-a olhar instintivamente para o relógio digital sobre a cômoda.Mais do que os vinte minutos prometidos por Louis já haviam se passado, quase quarenta minutos haviam transcorrido sem que ela percebesse.— Que momento infeliz para interrupções. — Vivienne murmura, a frustração evidente em sua voz. A interrupção chega justo quando Dominic parecia prestes a dizer algo importante, algo que talvez respondesse às suas perguntas.Enquanto ela exala impaciência, Dominic, por outro lado, parece quase aliviado, o que só aumenta sua irritação. Sem esperar por uma palavra dele, Vivienne se vira e sai do quarto com passos decididos. Atravessa o corredor e abre a porta com um movimento brusco. Sua expressão rígida é suficiente p
Louis intercala seu olhar entre Dominic e Vivienne, sua expressão evidenciando o quanto está contrariado com a desobediência dela. Seus olhos buscam os do sobrinho, silenciosamente pedindo orientação sobre como proceder.— Prossiga, tio. — Dominic instrui, a voz baixa e serena. Há algo quase desconcertante em sua suavidade, uma autoridade implícita que não deixa espaço para hesitações. — Bem, o que aconteceu com você é algo que chamamos de “resposta paradoxal”. — Louis informa, observando Vivienne se aproximar e sentar-se silenciosamente do outro lado da cama, seus olhos atentos revelando sua necessidade de compreender. — É um fenômeno raro, mas acontece. A combinação do trauma físico com o estado alterado de consciência criou uma espécie de, como posso dizer, “curto-circuito” em seu sistema nervoso. O despertar súbito que você experimentou é um fenômeno complexo. — Faz uma pausa, notando a confusão idêntica nos rostos de ambos. — Imagine um carro com o tanque quase vazio, mas que de
Vivienne retorna ao quarto, a ansiedade pulsando em seu peito. Está determinada a retomar a conversa interrompida, mas sua expectativa rapidamente se desfaz ao encontrar Dominic profundamente adormecido, a respiração lenta e estável.Completamente irritada, ela se acomoda na poltrona próxima à cama, assumindo a postura de uma sentinela vigilante. Os olhos percorrem o rosto sereno de Dominic, mas sua mente está em outro lugar, ciente da responsabilidade que agora carrega. Ele certamente não será um paciente fácil, mesmo as situações mais simples, como ajudá-lo a ir ao banheiro, prometem ser complicadas.O tempo passa lentamente, cada minuto se arrastando como uma eternidade. Após mais de uma hora de vigília tediosa, sons suaves vindos da sala interrompem seus pensamentos. Curiosa, Vivienne se levanta e caminha em direção ao ruído, surpresa ao encontrar a governanta, já ocupada com suas tarefas matinais.— Senhora Valens, bom dia. — Vivienne cumprimenta, um sorriso sincero iluminando seu