Os braços e pernas de Dominic começam a sacudir violentamente, como se uma força invisível e cruel estivesse dilacerando seu corpo em direções opostas. Os movimentos são brutais, descontrolados, quase desumanos em sua intensidade. Sua mandíbula trava com força suficiente para fazer os dentes rangerem, enquanto um som primitivo, escapa de sua garganta. Louis se ajoelha rapidamente ao lado do sobrinho, tirando seu paletó e o colocando sob a cabeça de Dominic, tentando protegê-lo de ferimentos ainda mais graves.A pele de Dominic, antes apenas febril, agora exibe uma palidez alarmante, enquanto seus lábios azulados fazem o coração de Louis congelar por um instante. Seus olhos reviram, deixando à mostra apenas o branco, e seu corpo, em espasmos violentos, se contorce contra o chão gelado.— Estou aqui, filho. — Louis sussurra, sua voz tensa enquanto verifica as vias aéreas com precisão, virando-o de lado para evitar que se afogue em sua própria saliva. — Uma ambulância, agora! — Grita, pa
Instintivamente, Vivienne desliza as mãos para a barriga num gesto desesperadamente protetor, como se pudesse abraçar seus bebês através da pele. Gradualmente, sua respiração começa a normalizar conforme a realidade retoma seu lugar, embora o horror do pesadelo ainda pulse em suas veias. A visão grotesca parece ter sido gravada em sua retina com precisão cruel, não apenas um sonho nascido do medo da ameaça recebida, mas algo mais profundo, quase uma memória enterrada em algum canto escuro de sua mente.— Foi tão real, terrivelmente real. — Vivienne murmura, com voz embargada, deixando-se cair novamente no sofá, enquanto tremores insistentes percorrem seu corpo. — Como se já tivesse acontecido, como se eu já tivesse vivido aquele momento. — Continua, sua voz falhando, enquanto seus olhos encontram a lua brilhando imponente através da janela. — Que horas são? — Pergunta, abruptamente, levantando-se num movimento brusco para alcançar seu celular. Seu coração parece congelar ao ver que já
Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se a
A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade. — Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer. Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos. Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, p
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re
As palavras de Dominic atingem Vivienne como um golpe certeiro, inflamando cada parte de sua fúria. Seus olhos permanecem fixos em Noah, e a presença da mulher ao lado dele apenas intensifica o ódio pulsante em seu peito. As lágrimas ameaçam escapar, mas Vivienne as reprime com um controle feroz. Sem pensar, ela avança, o peito cheio de raiva crescente, sua mão se ergue e, em um movimento rápido, desce com força, estalando no rosto de Noah com um som cortante que ecoa pela sala. A mulher ao seu lado permanece paralisada, em choque, enquanto Dominic solta uma risada baixa, saboreando cada segundo daquele confronto explosivo.— Noah Muller, você é um miserável! — Vivienne explode, o desprezo contido em cada palavra. — Espero que você queime no inferno! — Com um movimento brusco, ela se vira, os passos ecoando como marteladas enquanto a porta bate com uma força que reverbera pela sala, deixando um silêncio denso e incômodo no ar.— Noah, querido, o que foi isso? — A mulher murmura, com u
Vivienne se vira para sair, a raiva fervendo em cada parte de seu corpo, mas antes que consiga dar o primeiro passo, sente a mão firme de Dominic agarrar seu pulso. Em um movimento rápido e dominador, ele a puxa com força, trazendo-a para perto, seus corpos quase se tocando. O ar ao redor deles parece estalar com a eletricidade do momento. Dominic a faz recuar um passo, e o som da porta se fechando ecoa pela sala. Suas costas se chocam contra a madeira com força, e antes que Vivienne possa reagir, Dominic já a mantém presa ali, seus braços estendidos ao lado do rosto dela, as mãos espalmadas na porta, bloqueando qualquer tentativa de fuga.— Quem você pensa que é? — Dominic questiona, sua voz elevada, o olhar faiscando de raiva, enquanto se afasta levemente, ainda mantendo Vivienne presa entre a porta e seu corpo.— Vivienne Bettendorf. — Ela responde com firmeza, seus olhos deslizando rapidamente pelo cenário, buscando uma alternativa para escapar. — E não ouse me ofender. — Adverte,
O pânico cresce rapidamente dentro de Vivienne, e o enjoo se torna insuportável, apertando sua garganta de maneira sufocante. Sem tempo para pensar, ela se levanta bruscamente, os passos rápidos a levando direto até a lixeira mais próxima. Não havia tempo para correr até o banheiro. Ao se inclinar, o vômito irrompe incontrolável, o som do líquido ecoando pela sala em meio ao silêncio absoluto. Todos os olhares se voltam para ela, congelados em choque.Enquanto ainda ofegava, tentando se recompor, a voz cortante e carregada de irritação invade seus ouvidos.— Providencie outra sala. — O som é inconfundível, mas tão semelhante que seu coração dispara novamente. — Em cinco minutos, quero tudo pronto. — A voz finaliza, saindo da sala, deixando Vivienne ali, entre a sensação de humilhação e o terror de ter o passado mais próximo do que imaginava.— Vivienne, o que deu em você? — A voz de seu chefe soa perplexa, enquanto ela luta para recuperar a postura, os olhos baixos, evitando os olhare