O corpo de Noah congela ao ouvir aquele nome, suas mãos esfregando o rosto com força quase violenta, como se pudesse apagar a realidade que acabou de descobrir. Dominic abre apenas uma fresta da porta, seu corpo uma barreira protetora.— Não toque nisso. — Dominic ordena, com uma suavidade que contrasta com a tensão em seus músculos, observando Vivienne agachada entre os cacos brilhantes. — Volte para o quarto. — Instrui, sentindo os passos furiosos de Noah pela sala.— Me desculpe. — Vivienne sussurra, erguendo o rosto para encontrar seus olhos. A tristeza e confusão em sua expressão o atingem como uma punhalada, mais dolorosa do que gostaria de admitir. Sem responder, ele fecha a porta com firmeza, o som ecoando como um ponto final na conversa. Mas, contrariando as ordens dele, ela desliza pela parede, a respiração curta, o coração batendo freneticamente como se quisesse escapar de seu peito.— Me deixe falar com essa vagabunda! — Noah explode, avançando como um touro enfurecido ape
Vivienne apoia o cotovelo no ombro de Dominic com cuidado, seus movimentos carregados de uma ternura que parecia envolver ambos em uma bolha de intimidade. Seus dedos se perdem nos cabelos desalinhados dele, acariciando-os devagar, como se quisesse afastar qualquer sombra de preocupação.Com a outra mão, ela percorre suavemente as linhas do rosto dele, seu toque leve e cuidadoso, como se quisesse gravar cada traço em sua memória. Seus dedos desenham o contorno da mandíbula, a curva do nariz, o arco das sobrancelhas, seus olhos permanecem fixos nele, absorvendo cada detalhe.Seus lábios pousam com delicadeza no hematoma em sua testa, depositando beijos suaves, como se procurasse amenizar a dor. Depois, ela acompanha o gesto com leves carícias, seus dedos percorrendo o mesmo caminho, numa tentativa de confortá-lo.Dominic mantém os olhos fechados, sua respiração lenta e profunda, entregue por completo àqueles momentos. O calor do toque dela não apenas aliviava a dor, mas também parecia
Vivienne se inclina para trás, os olhos fixos nos dele, como se tentasse decifrar cada nuance de seu olhar, cada expressão escondida atrás da máscara de controle que ele sempre exibe. O ritmo acelerado de seu coração ecoa no peito, a confusão crescente se misturando com o calor do momento. Ela se levanta, o movimento hesitante como se uma força invisível a chamasse para o desconhecido, mas antes que ela consiga sequer dar mais um passo, a mão dele envolve a sua com uma suavidade tão imprevista que a desconcerta. O toque dele é um contraste estranho, um lembrete de que, sob a fachada de dureza, ele ainda consegue ser suave, de ser vulnerável.Dominic se ergue, como se o espaço entre eles fosse algo que ele precisasse dominar. Ele vira o rosto dela para si com um gesto ameno, mas infundido com um comando silencioso, que deixa claro quem está no controle. Seus olhos, que raramente revelam algo, agora estão intensamente fixados nela, como se tentassem decifrar a tempestade de sentimentos
Noah adentra a mansão como uma tempestade descontrolada, seus passos ecoando pelos corredores, enquanto palavras de ódio escapam por seus lábios machucados. Na sala, sua fúria encontra vazão na destruição metódica de tudo que encontra, cada objeto quebrado é um reflexo do que sente ao ver Dominic com a mulher que acredita ser sua.— Por que ele sempre toma tudo que me pertence? — Noah vocifera, com desespero mal contido, o movimento brusco, arrancando um gemido agudo quando sua mandíbula fraturada protesta violentamente.— O que significa essa demonstração patética de selvageria, Noah? — Grant questiona, com frieza, adentrando a sala como uma expressão de desaprovação, enquanto observa os caros objetos decorativos em pedaços no chão.— Me deixe em paz, vovô. — Exige, com uma coragem nascida do desespero, tentando escapar para seu quarto apenas para ser detido pela mão impiedosa do avô em seu braço.— O que foi que você disse, seu pirralho insolente? — Questiona, arrastando-o pela sala
Vivienne encara o olhar de Dominic, sua proposta infiltrando-se em seu coração como uma promessa tentadora de uma vida diferente, uma vida ao lado do pai de seus filhos, do homem por quem seria assustadoramente fácil se apaixonar. Ela sorri e se inclina, unindo seus lábios num beijo que transcende o desejo físico, carregando promessas silenciosas de algo que a assusta por sua intensidade.— Tentador. — Vivienne sussurra, ofegante, tentando se levantar apenas para ser mantida firmemente em seus braços que parecem mais quentes que o normal. — Mas estou feliz com a vida que construí aqui. — Acrescenta, observando a expressão dele endurecer, enquanto gotas de suor começam a formar-se em sua testa. — Que vida exatamente? — Dominic questiona, com uma frieza que contradiz o calor que emana de seu corpo, observando a surpresa indignada tomar conta do rosto dela. — O que você tem aqui que não poderia ter nos Estados Unidos? — Pergunta, afastando os cachos do rosto dela com dedos que tremem le
Vivienne continua batendo na porta com desespero crescente, seu corpo tremendo enquanto lágrimas não param de escorrer. Num acesso de pânico, começa a forçar a maçaneta freneticamente, desferindo tapas e chutes contra a madeira que se recusa a ceder.— Por favor, Dom! — Vivienne clama, sua voz quebrando como vidro, a testa pressionada contra a superfície fria que parece zombar de seu desespero. — Apenas me dê um sinal, qualquer sinal de que está consciente. — Implora, cada segundo de silêncio, uma tortura que dilacera sua alma.— Vá embora! — A voz de Dominic ressoa fraca e distante, uma sombra da força que normalmente carrega. O som, embora assustadoramente débil, traz um sopro momentâneo de alívio ao seu terror.— Graças a Deus. — Sussurra, novas lágrimas escorrendo, enquanto seu coração trava uma batalha entre medo e alívio. — Como faço para ajudá-lo? — Murmura, para si mesma, seus olhos vasculhando o quarto até encontrarem o celular como uma última esperança. Com dedos que tremem,
O olhar da mulher percorre seu corpo com um julgamento explícito, e só então Vivienne se dá conta de sua vulnerabilidade, ainda vestindo apenas a camisola que deveria ser íntima. Em seu desespero por Dominic, sua própria exposição é insignificante. Neste momento, sua única preocupação é o homem que sofre atrás daquela porta trancada.— Sou eu quem deveria fazer as perguntas. — A mulher rebate, com hostilidade na voz, tentando forçar entrada que Vivienne bloqueia instintivamente. — Onde está Dominic? — Pergunta, seu olhar perfurando Vivienne com uma raiva que parece crescer a cada segundo, claramente dilacerada pela intimidade que a camisola sugere, um privilégio que ela nunca conquistou em seus encontros em quartos de hotel. — Claire, que surpresa! — A voz autoritária de Louis corta o ar, fazendo Claire girar nos calcanhares, enquanto Vivienne solta um suspiro audível de alívio.— Titio, que prazer inesperado. — Claire responde, tentando sorrir, abrindo os braços num gesto que perece
Gradualmente, Dominic sente o controle retornar ao seu corpo, enquanto as medicações fluem por suas veias, administradas com a precisão que só as mãos experientes de seu tio possuem. É um alívio profundo recuperar o domínio de si mesmo após momentos que pareceram uma eternidade de caos.— Dominic, estou ficando velho demais para essas aventuras. — Louis resmunga, com falsa irritação, desligando a hidromassagem após verificar meticulosamente o nível da água. Seus olhos experientes avaliam o tempo desde a aplicação da medicação, satisfeitos com a resposta ao tratamento. — Sua mãe certamente virá me assombrar esta noite. — Comenta, com um sorriso nostálgico, arrancando uma risada suave do sobrinho. — Nunca aprendo a negar seus caprichos. — Completa, aproximando-se para ajudá-lo com a gentileza que reserva apenas para a família.— Certamente que não, tio! — Dominic rebate, sua voz já soando mais forte, embora seu corpo ainda proteste em cada movimento. — Ela deve estar orgulhosa por ter v