298 – Um animal ferido

E ali, entre a raiva e a tristeza, Hugo percebe que essa é a única verdade que ele jamais poderá apagar. A fúria dentro dele atinge seu ápice, e antes que possa racionalizar, ele explode.

Com um movimento brusco, agarra os cabelos de Florence, puxando-os com força, obrigando-a a erguer o rosto para ele. Seu olhar é puro fogo, um misto de desejo e ódio, e então ele faz o que seu orgulho ferido exige, toma seus lábios em um beijo bruto, exigente, desesperado.

Não há carinho, não há afeto. Apenas uma necessidade cega de apagá-la, de silenciar aquelas palavras que ainda ecoam em sua mente. Ele beija como quem toma, como quem reivindica o que sente estar escapando de seu controle.

Mas Florence não cede. Ela não corresponde, não se entrega. Pelo contrário. Seus punhos se cerram, seu corpo enrijece e, no fundo, Hugo sabe, esse beijo não apaga nada. Apenas confirma o que ele sempre temeu, ele já a perdeu há muito tempo.

— Você trouxe a desgraça para as nossas vidas. — Hugo sussurra, contra os
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