Boa noite, meninas! ✨ Tudo bem com vocês? Me desculpem por não ter postado ontem, tive um imprevisto. Mas para compensar, hoje escrevi um pouco mais! Afinal, além de querer recompensar vocês, a meta continua sendo finalizar o livro até 20/02. E então, estão gostando dos desfechos dessa história? A reta final está chegando e quero saber: já prepararam o coração para o que vem por aí? 💖
Noah percorre o olhar por cada detalhe dela, como se estivesse memorizando sua presença ali, absorvendo cada nuance das mudanças desde a última vez que se viram. Há um brilho sutil em seus olhos, talvez algo mais profundo, mas ele não desvia, nem tenta disfarçar o impacto de tê-la diante de si, tão próxima e, ao mesmo tempo, inalcançável.— Obrigada, Noah. — Vivienne agradece, a voz suave, mas carregada de um constrangimento evidente. O encontro inesperado a deixa inquieta, e a única coisa que deseja agora é sair dali. — Bem, vou procurar o Dominic. — Informa, rapidamente, virando-se para sair, como se o simples ato de dar as costas pudesse dissipar a tensão que paira no ar. — Podemos conversar por alguns minutos? — Pergunta, deslizando os dedos pelos cabelos em um gesto automático.Vivienne hesita por um instante, fechando os olhos brevemente, como se precisasse reorganizar os pensamentos antes de se virar para encará-lo novamente.— Claro. — Responde, dando alguns passos hesitantes
O ar parece mudar instantaneamente. Noah sente seu corpo se enrijecer e Vivienne se vira, encontrando Dominic parado na porta. Ele não está com raiva, nem irritado, parece tranquilo, seguro de si, como sempre.Sem pressa, ele caminha até Vivienne e, diferente de todas às vezes, não beija seus lábios. Em vez disso, deposita um beijo suave em sua bochecha. O gesto, discreto, mas significativo, carrega uma mensagem silenciosa que ela compreende de imediato.Ele não faz isso por dúvida ou hesitação, mas por consideração. Por poupar o irmão de uma exposição desnecessária. Um detalhe sutil, mas que só reforça o homem que Dominic é firme, seguro, mas com uma dignidade que o impede de agir com desnecessária crueldade. — Noah, pare de viver no passado. — Dominic declara, a voz firme, mas sem hostilidade, enquanto estende uma pasta na direção do irmão. — Se continuar assim, vai deixar escapar as oportunidades que a vida está te oferecendo. — Acrescenta, sem rodeios, como quem já aprendeu que o
Vivienne tenta se manter ocupada enquanto espera, mas a impaciência e o tédio começam a incomodá-la. Ela desliza os dedos pelo celular, tentando se prender às notícias, mas nada parece realmente captar sua atenção. Seus olhos vagueiam pela tela, mas sua mente não acompanha. A cada poucos minutos, checa o horário, apenas para constatar que o tempo parece se arrastar deliberadamente, testando sua paciência.— Preciso renovar meu guarda-roupa. — Vivienne comenta, jogando a cabeça para trás com um suspiro entediado, enquanto observa Dominic trabalhar. — Ainda mais com o evento que temos no final de semana. — Continua, a voz um pouco mais baixa, carregada de uma leve hesitação.É a primeira vez que aparecerão como um casal diante da sociedade. Até agora, poucos sabem sobre o casamento, e a ideia de estar sob tantos olhares não a deixa exatamente confortável. Não é medo, nem arrependimento, mas há um certo nervosismo em saber que, a partir daquele momento, não haverá mais espaço para anonim
Antes que Vivienne possa responder, Dominic sai do carro sem dizer uma palavra. Com passos decididos, contorna o veículo e abre a porta para ela, estendendo a mão.Ela a aceita sem hesitar, sentindo seus dedos se entrelaçarem aos dele em um aperto firme, seguro, mas carregado de algo mais. Algo que ela ainda não consegue decifrar completamente.Enquanto ele a guia para dentro, Vivienne percorre o olhar pelo ambiente, absorvendo cada detalhe ao seu redor. O cheiro característico de limpeza, o som baixo de conversas ao fundo, a recepção impecavelmente organizada, não demora para perceber que estão em uma clínica.— Senhor Muller, boa tarde. — A recepcionista cumprimenta assim que ele para na recepção, sua postura profissional, mas com um leve tom de cordialidade na voz.Dominic responde apenas com um leve sorriso e um aceno de cabeça, sem interromper seu caminho. Sua mão permanece firme na de Vivienne, enquanto ele a guia pelos corredores da clínica.Ela observa em silêncio, absorvendo
Por um instante, Dominic apenas a observa, prendendo a respiração enquanto espera por sua reação. O medo aperta seu peito, o medo de vê-la assustada, de que se sinta sobrecarregada e, acima de tudo, o medo da rejeição.Mas Vivienne não recua. Sem dizer uma única palavra, simplesmente o envolve em um abraço, firme e decidido, como alguém que sabe exatamente o que precisa fazer. Ela não compreende todos os detalhes da doença, não conhece os desafios que ainda virão, mas nada disso importa.Dominic se afasta, enxergando em seu olhar as dúvidas que a consomem, dúvidas que ela mal sabe por onde começar a expressar, que não encontra palavras para formular, mas que estão ali, claras, silenciosas, refletindo em cada detalhe de seus olhos.— Charcot-Marie-Tooth, tipo 1B, é uma neuropatia hereditária que afeta os nervos periféricos — Dominic explica, mantendo a voz firme, mas cuidadosa. — Esses nervos são responsáveis por conduzir os sinais do cérebro para os músculos e a pele. No meu caso, a b
Dominic entrelaça seus dedos aos de Vivienne, segurando sua mão com firmeza, enquanto empurra as portas da fisioterapia e a guia para dentro. O ambiente é preenchido por um murmúrio suave, conversas entre pacientes e fisioterapeutas misturam-se ao som dos equipamentos sendo ajustados, criando um cenário de luta e superação. Vivienne caminha ao lado de Dominic, seu olhar curioso percorrendo o espaço. Crianças se esforçam para se equilibrar nas barras paralelas, enquanto adultos se dedicam a exercícios para fortalecer pernas e braços. Há esforço, determinação e, acima de tudo, esperança em cada canto da sala. Dominic efetua um leve gesto com a cabeça, chamando sua atenção para um menino de aproximadamente sete anos. Ele segura a barra com força, os pequenos dedos apertando o metal, enquanto a fisioterapeuta ao seu lado o incentiva a dar mais um passo. O esforço está estampado em seu rosto, mas também a vontade de seguir em frente. — Ele tem CMT1A, um dos subtipos mais comuns. — Domini
Na manhã seguinte, Vivienne acorda mais tarde do que o habitual. Assim que seus olhos se abrem, ela encontra, sobre a cômoda, a rosa e o bilhete que sempre a esperam. Ela sorri, como faz todas as manhãs, mas hoje, o gesto parece menos instintivo. Há um peso diferente no ar, uma inquietação silenciosa que se instala em seu peito.A noite anterior, embora repleta de momentos agradáveis, carregava um peso invisível. Ao compartilhar sua história, Dominic pareceu reviver sua dor, e Vivienne percebeu os sinais sutis, o tremor quase imperceptível de suas mãos, a tensão em seu rosto sempre que ela o tocava. Foi como se, ao expor sua vulnerabilidade, ele tivesse permitido que a dor voltasse a assombrá-lo.E então havia a clínica. As imagens ainda estavam nítidas em sua mente, crianças lutando para dar passos, adolescentes presos a cadeiras de rodas, pais que carregavam no olhar uma mistura de amor e medo.Vivienne sabia, com cada fibra do seu ser, que amaria seus filhos incondicionalmente, não
Assim que abre a porta do quarto, um grito rasga o ar, cortante, brutal, desesperado. O som se enrosca nas paredes, ecoando como um lamento de algo que foi partido ao meio. Noah congela por um segundo, o estômago se revirando com a urgência daquela dor que não entende. O cenho se fecha, o coração dispara. Algo está errado. Muito errado.O olhar dele varre o ambiente como um raio, caçando respostas até que congela e, então, se fixa nas mãos dela, retorcidas ao redor de algo. Algo que, em um segundo agonizante, ele percebe ser cabelo.Punhados inteiros de fios loiros, arrancados como se fossem ervas daninhas, se enroscam entre os dedos dela. Ele dá um passo à frente, a boca se abrindo para dizer algo, qualquer coisa. Mas Natasha se vira.Noah sente um riso subir à garganta, histérico, mas ele se engasga antes que o som escape. Porque a visão à sua frente é grotesca demais até para o absurdo. O couro cabeludo dela surge entre falhas irregulares, exposto, remendado por tufos de cabelo que