Os olhos de Vivienne brilham, marejados, transbordando emoção. Um agradecimento silencioso ilumina seu olhar, não apenas por tê-lo ao seu lado, mas por ser amada de um jeito tão profundo, tão incondicional, que envolve seu coração como um abraço cálido, aquecendo cada pedaço de sua alma.— Sorte a nossa de ter você em nossas vidas. — Vivienne murmura, a voz carregada de amor e gratidão.Ela se inclina para ele, os olhos refletindo a profundidade do que sente, e deposita mais um beijo em seus lábios, suave, demorado, como se quisesse eternizar naquele toque todo o amor que transborda em seu coração.— Você já tomou café? — Dominic pergunta, a voz suave, enquanto seus dedos deslizam carinhosamente pelo rosto dela, como se cada toque fosse uma forma silenciosa de demonstrar seu cuidado.— Ainda não. — Responde, afastando-se suavemente. — Você me acompanha? — Pergunta, observando, enquanto ele confere o horário no relógio de pulso. — Tudo bem se não puder. — Acrescenta, sua voz compreensi
Ao retornar ao quarto, Vivienne sorri ao perceber o que havia deixado passar ao acordar. Sobre a cômoda repousa uma rosa delicada, ao lado do tradicional bilhete que já se tornou parte das suas manhãs.“Hoje te amo mais que ontem, e ainda assim, é apenas uma fração do que te amarei amanhã.”O coração dela se aquece instantaneamente. Esse gesto de Dominic se tornou um hábito precioso, uma prova silenciosa de seu amor inabalável. Sempre que ele acorda antes dela e a deixa dormindo, Vivienne desperta com uma rosa e essas palavras que envolvem sua alma como um abraço. São pequenas declarações que, dia após dia, fazem seu amor crescer ainda mais e a certeza de que, ao lado dele, nunca haverá um único amanhecer sem amor.O toque do telefone a puxa de seus devaneios, dissipando o calor suave da emoção que ainda envolvia seu coração. Piscando algumas vezes, Vivienne rapidamente atende, afastando a rosa e o bilhete com um último olhar carinhoso antes de levar o aparelho ao ouvido.— Bom dia, mi
Noah percorre o olhar por cada detalhe dela, como se estivesse memorizando sua presença ali, absorvendo cada nuance das mudanças desde a última vez que se viram. Há um brilho sutil em seus olhos, talvez algo mais profundo, mas ele não desvia, nem tenta disfarçar o impacto de tê-la diante de si, tão próxima e, ao mesmo tempo, inalcançável.— Obrigada, Noah. — Vivienne agradece, a voz suave, mas carregada de um constrangimento evidente. O encontro inesperado a deixa inquieta, e a única coisa que deseja agora é sair dali. — Bem, vou procurar o Dominic. — Informa, rapidamente, virando-se para sair, como se o simples ato de dar as costas pudesse dissipar a tensão que paira no ar. — Podemos conversar por alguns minutos? — Pergunta, deslizando os dedos pelos cabelos em um gesto automático.Vivienne hesita por um instante, fechando os olhos brevemente, como se precisasse reorganizar os pensamentos antes de se virar para encará-lo novamente.— Claro. — Responde, dando alguns passos hesitantes
O ar parece mudar instantaneamente. Noah sente seu corpo se enrijecer e Vivienne se vira, encontrando Dominic parado na porta. Ele não está com raiva, nem irritado, parece tranquilo, seguro de si, como sempre.Sem pressa, ele caminha até Vivienne e, diferente de todas às vezes, não beija seus lábios. Em vez disso, deposita um beijo suave em sua bochecha. O gesto, discreto, mas significativo, carrega uma mensagem silenciosa que ela compreende de imediato.Ele não faz isso por dúvida ou hesitação, mas por consideração. Por poupar o irmão de uma exposição desnecessária. Um detalhe sutil, mas que só reforça o homem que Dominic é firme, seguro, mas com uma dignidade que o impede de agir com desnecessária crueldade. — Noah, pare de viver no passado. — Dominic declara, a voz firme, mas sem hostilidade, enquanto estende uma pasta na direção do irmão. — Se continuar assim, vai deixar escapar as oportunidades que a vida está te oferecendo. — Acrescenta, sem rodeios, como quem já aprendeu que o
Vivienne tenta se manter ocupada enquanto espera, mas a impaciência e o tédio começam a incomodá-la. Ela desliza os dedos pelo celular, tentando se prender às notícias, mas nada parece realmente captar sua atenção. Seus olhos vagueiam pela tela, mas sua mente não acompanha. A cada poucos minutos, checa o horário, apenas para constatar que o tempo parece se arrastar deliberadamente, testando sua paciência.— Preciso renovar meu guarda-roupa. — Vivienne comenta, jogando a cabeça para trás com um suspiro entediado, enquanto observa Dominic trabalhar. — Ainda mais com o evento que temos no final de semana. — Continua, a voz um pouco mais baixa, carregada de uma leve hesitação.É a primeira vez que aparecerão como um casal diante da sociedade. Até agora, poucos sabem sobre o casamento, e a ideia de estar sob tantos olhares não a deixa exatamente confortável. Não é medo, nem arrependimento, mas há um certo nervosismo em saber que, a partir daquele momento, não haverá mais espaço para anonim
Antes que Vivienne possa responder, Dominic sai do carro sem dizer uma palavra. Com passos decididos, contorna o veículo e abre a porta para ela, estendendo a mão.Ela a aceita sem hesitar, sentindo seus dedos se entrelaçarem aos dele em um aperto firme, seguro, mas carregado de algo mais. Algo que ela ainda não consegue decifrar completamente.Enquanto ele a guia para dentro, Vivienne percorre o olhar pelo ambiente, absorvendo cada detalhe ao seu redor. O cheiro característico de limpeza, o som baixo de conversas ao fundo, a recepção impecavelmente organizada, não demora para perceber que estão em uma clínica.— Senhor Muller, boa tarde. — A recepcionista cumprimenta assim que ele para na recepção, sua postura profissional, mas com um leve tom de cordialidade na voz.Dominic responde apenas com um leve sorriso e um aceno de cabeça, sem interromper seu caminho. Sua mão permanece firme na de Vivienne, enquanto ele a guia pelos corredores da clínica.Ela observa em silêncio, absorvendo
Por um instante, Dominic apenas a observa, prendendo a respiração enquanto espera por sua reação. O medo aperta seu peito, o medo de vê-la assustada, de que se sinta sobrecarregada e, acima de tudo, o medo da rejeição.Mas Vivienne não recua. Sem dizer uma única palavra, simplesmente o envolve em um abraço, firme e decidido, como alguém que sabe exatamente o que precisa fazer. Ela não compreende todos os detalhes da doença, não conhece os desafios que ainda virão, mas nada disso importa.Dominic se afasta, enxergando em seu olhar as dúvidas que a consomem, dúvidas que ela mal sabe por onde começar a expressar, que não encontra palavras para formular, mas que estão ali, claras, silenciosas, refletindo em cada detalhe de seus olhos.— Charcot-Marie-Tooth, tipo 1B, é uma neuropatia hereditária que afeta os nervos periféricos — Dominic explica, mantendo a voz firme, mas cuidadosa. — Esses nervos são responsáveis por conduzir os sinais do cérebro para os músculos e a pele. No meu caso, a b
Dominic entrelaça seus dedos aos de Vivienne, segurando sua mão com firmeza, enquanto empurra as portas da fisioterapia e a guia para dentro. O ambiente é preenchido por um murmúrio suave, conversas entre pacientes e fisioterapeutas misturam-se ao som dos equipamentos sendo ajustados, criando um cenário de luta e superação. Vivienne caminha ao lado de Dominic, seu olhar curioso percorrendo o espaço. Crianças se esforçam para se equilibrar nas barras paralelas, enquanto adultos se dedicam a exercícios para fortalecer pernas e braços. Há esforço, determinação e, acima de tudo, esperança em cada canto da sala. Dominic efetua um leve gesto com a cabeça, chamando sua atenção para um menino de aproximadamente sete anos. Ele segura a barra com força, os pequenos dedos apertando o metal, enquanto a fisioterapeuta ao seu lado o incentiva a dar mais um passo. O esforço está estampado em seu rosto, mas também a vontade de seguir em frente. — Ele tem CMT1A, um dos subtipos mais comuns. — Domini