Na cidade de Luxemburgo, depois de quase três horas de viagem, Dominic caminha pelos corredores de sua empresa, sentindo todos os olhares sobre si. O peso da atenção é sufocante, mas ele ignora. Era estranho estar ali, como se não fizesse mais parte daquele mundo. A sensação de deslocamento se intensifica a cada passo, tornando ainda mais nítido que nunca pertenceu, de fato, àquela cidade e agora, muito menos.Sozinho no elevador, ele encara seu reflexo na porta de aço inoxidável. O rosto é o mesmo, mas tudo dentro dele mudou. A vida tomou um rumo diferente e, de alguma forma, aquilo que antes parecia essencial agora não significa mais nada. Ele lembra do dia em que assumiu a sociedade na empresa, que agora é completamente sua, após comprar a parte do outro sócio. Antes, isso era uma conquista. Agora, é apenas um detalhe.Foi naquela mesma manhã que ele viu Vivienne novamente. Foi naquele momento que tudo mudou. No começo, foi assustador. Ele não sabia como lidar com as mudanças, com
Noah se levanta com um sorriso e envolve o irmão em um abraço firme, tentando transmitir uma confiança que ainda não possui. Mas está decidido a construí-la, passo a passo, por mais tempo que isso leve.— Trouxe um presente. — Dominic declara, com um meio sorriso, estendendo uma pequena caixa na direção do irmão.— Lá vem você com suas gracinhas, Dominic. — Noah responde, soltando uma risada leve ao recordar todas as pegadinhas da adolescência disfarçadas de presentes. — Espero que não seja mais uma daquelas surpresas. — Comenta, pegando a pequena caixa antes de se acomodar novamente em seu lugar.Noah solta a pequena caixa sobre a mesa e a observa por um instante antes de erguer o olhar para Dominic, já sentado à sua frente, esperando sua reação. Sem pressa, ele desfaz o nó do laço e abre a caixa. Assim que vê o que há dentro, seu corpo fica tenso. A surpresa se reflete em sua expressão, mas logo é substituída por uma emoção sutil que ele tenta conter.Dominic sorri, satisfeito, obse
Grant dá um passo para trás, seu olhar alternando entre Noah e Dominic, como se tentasse absorver o que acabou de ouvir. Por um momento, o silêncio domina a sala.Então, uma risada seca e carregada de sarcasmo explode de seus lábios, quebrando a tensão no ambiente. O som reverbera como se ele tivesse acabado de ouvir a maior piada de sua vida.Ele realmente escutou isso direito? Noah ousando demiti-lo? Um moleque que nem sequer sabe cuidar de si, que passou a vida dependendo dos outros, agora tem a audácia de enfrentá-lo dessa forma? Não. Isso não pode ser real.— Não tenho tempo para esse jogo, Noah. — Grant declara, sacudindo a cabeça em descrença, como se simplesmente recusasse a aceitar. — Saia desta cadeira imediatamente.Noah mantém a postura, inabalável. Então, com firmeza, se levanta, apoiando as mãos sobre a mesa e sustentando o olhar do avô.— Senhor Muller, seu desligamento da empresa é definitivo. A partir deste momento, sua posição está encerrada. — Noah reafirma, a voz f
Noah finalmente solta o ar que prendeu durante toda a reunião. Um sorriso surge em seus lábios, quase incrédulo. Ele realmente conseguiu.Por um instante, sente-se quase tolo por se surpreender com isso, mas só ele sabe o verdadeiro peso daquele momento. Pela primeira vez, assumiu o controle. Não foi apenas alguém que segue ordens, mas sim quem decide, quem comanda, quem impõe as regras. E a sensação é gratificante.— Eu disse que você conseguiria. — Dominic afirma, pousando a mão no ombro do irmão, o olhar carregado de orgulho.— Obrigado por estar sempre ao meu lado, Dom. — Noah responde, a gratidão evidente em sua voz.— Inseparáveis para sempre, lembra? — Murmura, relembrando as palavras que gravaram no restaurante da família quando ainda eram crianças.Noah sorri, como se, por um instante, pudesse se agarrar àquelas memórias, ao tempo em que a felicidade era plena, quando seus pais e seu irmão ainda estavam ali, e o mundo não parecia tão vazio.Quando ele e Dominic ainda comparti
Dominic a envolve firmemente em seus braços, como se quisesse fundi-la ao próprio corpo, sentindo o calor reconfortante de sua presença. Seu rosto se perde entre os cachos macios dela, enquanto fecha os olhos e inala profundamente sua fragrância, um aroma que o embriaga, que ele adora, que se tornou seu refúgio após dias longos e exaustivos.— Achei que você não retornaria hoje. — Vivienne Murmura, sua voz suave, quase um suspiro de alívio. Ela se afasta apenas o suficiente ao ouvir os passos da amiga se aproximando, mas seus dedos ainda deslizam pelo braço de Dominic, como se quisessem prolongar o momento só um pouco mais.— Finalmente, minha carona chegou. — Joana comenta, com um leve sorriso, ao atravessar a porta.— Tem certeza de que não prefere ficar? — Vivienne indaga, mantendo um tom atencioso. Já está tarde, e a ideia de deixá-la partir a essa hora a faz hesitar.— Não, amiga. — Responde, prontamente, com um sorriso tranquilo. — Mas agradeço. Se não for nenhum incômodo para o
Os vestidos se tornaram as peças favoritas de Vivienne, a escolha mais prática diante das constantes mudanças em seu corpo. Nenhuma outra roupa parece suficientemente confortável ou elegante agora que sua barriga cresceu tanto. Ainda assim, ela ajeita os tecidos com delicadeza, buscando sentir-se tão bem quanto aparenta.Com o visual finalizado, pega a pequena bolsa e sai do quarto, os passos leves, mas a mente divagando. Por mais que estivesse pronta para o dia, o nervosismo começa a envolvê-la, crescendo a cada passo. Uma inquietação sutil percorre seu corpo, como se a expectativa do que está por vir se misturasse à ansiedade. Vivienne respira fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções, mas a sensação persiste, impossibilitando ignorar o peso daquele momento.— Demorou tanto para esse momento chegar que parece surreal. — Vivienne comenta, a voz carregada de ansiedade e expectativa. O tempo parecia se arrastar, cada dia se alongando como uma eternidade, e agora, diante do que tan
O som rítmico e constante dos batimentos cardíacos preenche a sala, ecoando como uma melodia doce que faz tudo ao redor parecer insignificante. Na tela, as imagens começam a se formar, revelando pequenos contornos que fazem o coração de Dominic acelerar. Ele mantém os olhos fixos no monitor, sentindo um aperto no peito, uma mistura intensa de ansiedade e fascínio.Vivienne, por sua vez, sente sua própria respiração falhar por um instante. Seu coração bate acelerado, quase no mesmo ritmo dos filhos, como se estivesse conectada a cada batida minúscula e perfeita que ecoa na sala. Seu aperto na mão de Dominic se intensifica, e sem precisar dizer nada, ele responde da mesma forma, assegurando-a de que estão juntos naquele momento inesquecível.— Aqui estão eles. — Louis anuncia, um sorriso surgindo em seu rosto.— Eles estão bem? — Pergunta Vivienne, quase em um sussurro, a ansiedade evidente em sua voz enquanto mantém os olhos fixos na tela.— Muito bem. — Garante, com um tom tranquilo,
Dominic e Vivienne parecem presos naquele instante, onde a pequena tela exibe seus filhos. É um momento mágico, surreal, carregado de um amor tão profundo que faz seus corações se aquietarem, preenchidos por uma sensação de plenitude absoluta.Dominic segura o rosto dela com as duas mãos, o toque gentil, os polegares deslizando suavemente por sua pele, como se quisesse gravar aquele instante na memória. Então, sem pressa, ele se inclina e deposita um beijo suave em seus lábios, transmitindo todo o amor e admiração que sente.Ao se afastarem, seus olhares se encontram e o dele brilha com algo que aquece o coração de Vivienne, gratidão. Pura, intensa, silenciosa. Como se, sem palavras, agradecesse pelo momento, pelo amor e pela família que agora pertencia a ele. Vivienne sorri, sentindo as lágrimas marejarem seus olhos. E Dominic apenas a encara com aquele olhar doce e apaixonado, deixando claro que, naquele instante, ele não poderia ser mais feliz. — Eu nunca pensei que poderia me sen