Noah finalmente solta o ar que prendeu durante toda a reunião. Um sorriso surge em seus lábios, quase incrédulo. Ele realmente conseguiu.Por um instante, sente-se quase tolo por se surpreender com isso, mas só ele sabe o verdadeiro peso daquele momento. Pela primeira vez, assumiu o controle. Não foi apenas alguém que segue ordens, mas sim quem decide, quem comanda, quem impõe as regras. E a sensação é gratificante.— Eu disse que você conseguiria. — Dominic afirma, pousando a mão no ombro do irmão, o olhar carregado de orgulho.— Obrigado por estar sempre ao meu lado, Dom. — Noah responde, a gratidão evidente em sua voz.— Inseparáveis para sempre, lembra? — Murmura, relembrando as palavras que gravaram no restaurante da família quando ainda eram crianças.Noah sorri, como se, por um instante, pudesse se agarrar àquelas memórias, ao tempo em que a felicidade era plena, quando seus pais e seu irmão ainda estavam ali, e o mundo não parecia tão vazio.Quando ele e Dominic ainda comparti
Dominic a envolve firmemente em seus braços, como se quisesse fundi-la ao próprio corpo, sentindo o calor reconfortante de sua presença. Seu rosto se perde entre os cachos macios dela, enquanto fecha os olhos e inala profundamente sua fragrância, um aroma que o embriaga, que ele adora, que se tornou seu refúgio após dias longos e exaustivos.— Achei que você não retornaria hoje. — Vivienne Murmura, sua voz suave, quase um suspiro de alívio. Ela se afasta apenas o suficiente ao ouvir os passos da amiga se aproximando, mas seus dedos ainda deslizam pelo braço de Dominic, como se quisessem prolongar o momento só um pouco mais.— Finalmente, minha carona chegou. — Joana comenta, com um leve sorriso, ao atravessar a porta.— Tem certeza de que não prefere ficar? — Vivienne indaga, mantendo um tom atencioso. Já está tarde, e a ideia de deixá-la partir a essa hora a faz hesitar.— Não, amiga. — Responde, prontamente, com um sorriso tranquilo. — Mas agradeço. Se não for nenhum incômodo para o
Os vestidos se tornaram as peças favoritas de Vivienne, a escolha mais prática diante das constantes mudanças em seu corpo. Nenhuma outra roupa parece suficientemente confortável ou elegante agora que sua barriga cresceu tanto. Ainda assim, ela ajeita os tecidos com delicadeza, buscando sentir-se tão bem quanto aparenta.Com o visual finalizado, pega a pequena bolsa e sai do quarto, os passos leves, mas a mente divagando. Por mais que estivesse pronta para o dia, o nervosismo começa a envolvê-la, crescendo a cada passo. Uma inquietação sutil percorre seu corpo, como se a expectativa do que está por vir se misturasse à ansiedade. Vivienne respira fundo, tentando acalmar o turbilhão de emoções, mas a sensação persiste, impossibilitando ignorar o peso daquele momento.— Demorou tanto para esse momento chegar que parece surreal. — Vivienne comenta, a voz carregada de ansiedade e expectativa. O tempo parecia se arrastar, cada dia se alongando como uma eternidade, e agora, diante do que tan
O som rítmico e constante dos batimentos cardíacos preenche a sala, ecoando como uma melodia doce que faz tudo ao redor parecer insignificante. Na tela, as imagens começam a se formar, revelando pequenos contornos que fazem o coração de Dominic acelerar. Ele mantém os olhos fixos no monitor, sentindo um aperto no peito, uma mistura intensa de ansiedade e fascínio.Vivienne, por sua vez, sente sua própria respiração falhar por um instante. Seu coração bate acelerado, quase no mesmo ritmo dos filhos, como se estivesse conectada a cada batida minúscula e perfeita que ecoa na sala. Seu aperto na mão de Dominic se intensifica, e sem precisar dizer nada, ele responde da mesma forma, assegurando-a de que estão juntos naquele momento inesquecível.— Aqui estão eles. — Louis anuncia, um sorriso surgindo em seu rosto.— Eles estão bem? — Pergunta Vivienne, quase em um sussurro, a ansiedade evidente em sua voz enquanto mantém os olhos fixos na tela.— Muito bem. — Garante, com um tom tranquilo,
Dominic e Vivienne parecem presos naquele instante, onde a pequena tela exibe seus filhos. É um momento mágico, surreal, carregado de um amor tão profundo que faz seus corações se aquietarem, preenchidos por uma sensação de plenitude absoluta.Dominic segura o rosto dela com as duas mãos, o toque gentil, os polegares deslizando suavemente por sua pele, como se quisesse gravar aquele instante na memória. Então, sem pressa, ele se inclina e deposita um beijo suave em seus lábios, transmitindo todo o amor e admiração que sente.Ao se afastarem, seus olhares se encontram e o dele brilha com algo que aquece o coração de Vivienne, gratidão. Pura, intensa, silenciosa. Como se, sem palavras, agradecesse pelo momento, pelo amor e pela família que agora pertencia a ele. Vivienne sorri, sentindo as lágrimas marejarem seus olhos. E Dominic apenas a encara com aquele olhar doce e apaixonado, deixando claro que, naquele instante, ele não poderia ser mais feliz. — Eu nunca pensei que poderia me sen
Ao saírem da clínica, Dominic dirige tranquilamente, mantendo uma mão firme no volante, enquanto a outra repousa sobre a perna de Vivienne, um gesto automático de carinho e proteção.Vivienne observa a cidade passando pela janela, mas sua mente continua presa ao que acabaram de vivenciar. O som dos batimentos dos bebês ainda ecoa em sua mente, assim como a imagem dos três se movendo na tela, pequenos e perfeitos. Seu peito se aquece, e um sorriso delicado se forma em seus lábios, enquanto desliza a mão suavemente sobre a barriga.Dominic, atento como sempre, desvia rapidamente o olhar para ela e captura sua expressão serena. Ele conhece aquele sorriso, aquele brilho no olhar que ela nem percebe estar estampado em seu rosto.— No que está pensando? — Dominic pergunta, sua voz baixa, mas cheia de curiosidade.— Que tudo parece mais real agora. — Vivienne responde, a voz suave, quase como um pensamento em voz alta. — Como se eu já pudesse sentir cada um deles nos meus braços.— Foi incrí
Florence exibe um sorriso afetuoso, carregado de uma preocupação materna e saudade, ou pelo menos é o que Vivienne pensa nos primeiros segundos. Mas, assim que os olhos da mãe pousam em sua barriga, o sorriso se desfaz instantaneamente. Seus lábios se contraem, a suavidade anterior desaparecendo, dando lugar a uma expressão de puro desprezo. Um brilho raivoso pisca em seu olhar, tornando-se mais intenso a cada segundo.Antes que Vivienne possa reagir, Florence levanta a mão, tomada pela fúria, e o movimento é tão rápido quanto inesperado. Mas antes que o golpe possa atingi-la, um aperto firme, segura seu pulso no ar.O aperto de Dominic é firme, como se seu instinto de proteção tivesse assumido o controle antes que sua mente processasse o que estava acontecendo. Seus olhos estão escuros, perigosos, e a tensão em seu maxilar deixa claro que ele está segurando muito mais do que apenas a mão de Florence, ele está segurando a si mesmo para não perder o controle.— Parece que você perdeu c
Por um instante, Florence vacila. Seus olhos pousam sobre as alianças, e o choque cintila em seu olhar antes que consiga mascará-lo. As palavras de Vivienne ecoam em sua mente como marteladas, destruindo, uma a uma, as fundações de seus planos meticulosamente traçados. Casada. O peso da palavra ressoa em sua cabeça, deixando um gosto amargo em sua boca.Como Vivienne ousou? Como teve a audácia de tomar essa decisão sem os consultar? Sem pedir permissão?A ideia de que sua filha, que sempre esteve sob seu controle, agiu por conta própria, tomou posse de sua vida e fez uma escolha irreversível, é algo que ela simplesmente não pode aceitar. Seu maxilar se contrai sutilmente, suas unhas se cravam em suas próprias palmas. O sorriso ensaiado continua em seu rosto, mas seus olhos dizem outra coisa.— Meu amor. — Vivienne começa, sua voz suave, mas carregada de intenção. Ela se vira para Dominic, os olhos implorando por compreensão. — Pode nos deixar sozinhas?— De jeito nenhum. — Dominic res