O aroma irresistível de ervas frescas, combinado ao perfume do pão recém assado, invade a sala de estar, transformando o ambiente em um convite aos sentidos. Vivienne respira fundo, quase podendo saborear o ar ao seu redor. O cheiro delicioso desperta ainda mais seu apetite, que parece crescer a cada dia, como uma necessidade impossível de ignorar.— Espero que não se importe, mas tomei a liberdade de preparar o terraço para o nosso jantar. — Amélie anuncia, o tom suave e elegante, acompanhado de um sorriso refinado. Sua postura impecável e a escolha cuidadosa das palavras deixam evidente sua sofisticação, como alguém que valoriza os detalhes e transforma cada gesto em um ato de delicadeza.— Claro que não, tenho certeza de que você escolheu por um bom motivo. — Vivienne responde, a voz tranquila e envolta em gentileza. Ela sorri, quase sem perceber, ao se dar conta de que conhece tão pouco do lugar que agora chama de lar. A ideia de explorar e descobrir mais sobre aquele ambiente com
Noah se sente constrangido, enquanto todos os olhares do terraço se voltam para ele. Tentando disfarçar o desconforto, ele desliza os dedos pelos cabelos em um gesto nervoso, antes de exibir um sorriso sem graça. Ele se sente deslocado, como alguém que claramente invadiu um jantar ao qual nem sequer foi convidado, mas não tem como voltar agora.— Me desculpem. — Noah começa, a voz baixa e um tanto hesitante, enquanto permanece parado no lugar, claramente desconfortável com os olhares voltados para ele. — Não fazia ideia de que todos estariam aqui. — Continua, o tom quase tímido, mas carregado de sinceridade, afinal, em sua mente, Vivienne ainda deveria estar no hospital. Ele dá um passo para trás, como se quisesse criar distância, evitando os olhares fixos sobre si. — Não quis atrapalhar, podem continuar. — Conclui, sua voz quase um sussurro.Com um gesto rápido, ele se vira, os ombros tensos, enquanto começa a caminhar para longe, como se desejasse desaparecer dali antes que alguém p
Noah puxa o braço com mais força do que o necessário, a tensão em seu gesto carregando muito mais do que simples irritação. Ele mantém os olhos fixos na maçaneta do carro, evitando encarar Dominic, como se olhar nos olhos do irmão fosse uma batalha que ele não estava disposto a enfrentar.Sem hesitar, ele tenta abrir a porta novamente, o movimento firme e apressado, como se fugir fosse sua única opção. Mas Dominic impede mais uma vez, segurando a porta antes que ela se feche.— Não assim, Noah. — Dominic declara, a voz firme, mas com um tom baixo, que soa mais como um pedido do que uma ordem.Noah ergue finalmente os olhos e, por um instante, os dois se encaram. O olhar dele é uma mistura de frustração, mágoa e algo que Dominic reconhece de imediato, um orgulho ferido, uma dor que ele vinha carregando em silêncio.— O que você quer, Dom? — Noah pergunta, a voz quebrada pelo turbilhão de emoções que ele não consegue mais conter. — Que eu fique ali, olhando tudo aquilo, fingindo que est
As palavras, simples, mas profundamente sentidas, carregam uma força que só o vínculo entre eles poderia transmitir. Dominic mantém as mãos firmemente nos ombros de Noah, os dedos apertando levemente, como se quisesse assegurar que cada palavra sua fosse sentida, não apenas ouvida. Seu olhar permanece fixo no do irmão, carregado de uma sinceridade tão profunda que parecia impossível de ignorar.Era um gesto pequeno, mas cheio de significado, uma tentativa de fazer Noah entender que, mesmo em meio à dor e ao vazio, ele nunca estaria sozinho. A conexão entre eles, construída ao longo de uma vida compartilhada, era o alicerce que Dominic oferecia, um lembrete silencioso de que sempre haveria um porto seguro nos braços de quem o amava.— Confie em mim, Noah. — Dominic pede, a voz suave, mas firme, enquanto se afasta um pouco, dando espaço para o irmão respirar. Ele o observa atentamente, cada gesto calculado para não o pressionar mais do que necessário. — Tivemos nossos problemas, é verda
O silêncio volta a se instalar, mas desta vez ele não carrega o peso sufocante de antes. Pelo contrário, parece trazer consigo uma calma inesperada, quase como se o ar ao redor deles tivesse se tornado mais leve. Dominic permanece ao lado do irmão, sem o pressionar, apenas oferecendo sua presença como um apoio silencioso, uma prova de que ele sempre terá alguém ao seu lado.Noah mantém o olhar no lago, os pensamentos fluindo de forma caótica, mas começando a se organizar. Aquelas palavras de Dominic, tão sinceras e diretas, ecoam em sua mente, abrindo espaço para reflexões que ele vinha evitando. Gradualmente, o ambiente ao redor se transforma em um espaço de pausa, de acolhimento, onde ele pode finalmente respirar e considerar uma nova perspectiva.— Você acha que eu não sinto esse medo? — Dominic indaga, quebrando o silêncio com uma voz que carrega tanto firmeza quanto emoção. — Eu sinto, Noah. Todos os dias. Mas estou disposto a dar tudo de mim por eles, até minha vida, se for nece
Dominic se endireita levemente, os olhos fixos no irmão, sua expressão séria, mas tranquila, como se quisesse transmitir que estava ali para ouvir, sem julgamentos, independentemente do que Noah tivesse a dizer.— O que foi, Noah? — Dominic pergunta, a voz suave, carregada de um cuidado evidente, embora ele tente mascarar a preocupação que começa a se formar em seu peito. — Aquele dia em que te trouxe até aqui. — Noah começa, a voz baixa e trêmula, enquanto esfrega as mãos uma na outra, num gesto evidente de nervosismo. — Foi com o intuito de te enganar. — Hesita, o peso das palavras refletindo em seus ombros tensos. — O vovô queria que eu fizesse você confiar em mim, para te fa… — Assinar o contrato de venda da holding familiar. — Completa, sua voz firme, mas tranquila, como se tivesse esperado por aquela confissão o tempo todo.Os olhos de Noah se arregalam por um instante, mas logo ele abaixa o olhar, percebendo que não havia como esconder nada. Dominic sempre estava um passo à f
Os dois permanecem assim por um breve instante, um misto de profissionalismo e cumplicidade pairando no ar. É mais do que um acordo, é um passo adiante na reconstrução de uma relação que, apesar de todos os conflitos, parece mais sólida do que nunca.— O que acha de voltarmos? — Dominic sugere, a voz calma, mas com um tom resoluto, como quem sabe que concluíram o que precisavam. Ele ajeita a postura, o olhar firme enquanto observa o irmão. — O jantar provavelmente já esfriou.— Dom, não me leve a mal. — Noah começa, a hesitação clara em sua voz, enquanto se levanta, seguido por Dominic, que o observa atentamente. Ele passa uma mão pelos cabelos, um gesto nervoso que reflete a dificuldade de colocar seus pensamentos em palavras. — Ainda não estou pronto para dividir uma mesa com a Vivi, não sem antes me desculpar com ela. — Continua, sua voz baixa carrega uma mistura de vergonha e arrependimento, enquanto as lembranças de como havia agido com Vivienne o atormentam. — Você se importa se
O beijo se aprofunda ainda mais, transformando-se em uma troca de carinhos que vai além de qualquer explicação, preenchendo de uma maneira inexplicável o coração de ambos, como se, naquele momento, todas as lacunas e incertezas desaparecessem.— Dom. — Vivienne sussurra, entre os lábios dele, a voz baixa e suave, quase como um carinho em forma de palavras. — Quer que eu esquente algo para você? — Pergunta, enquanto desliza o dedo delicadamente pelo rosto dele, o gesto repleto de ternura. — Tentamos esperar, mas vocês demoraram. — Justifica, um leve tom de desculpa em sua voz, interrompida por um beijo suave de Dominic, como se ele quisesse tranquilizá-la sem precisar dizer nada.— Não precisa, não estou com fome. — Dominic responde, com a voz calma, mas com um toque de exaustão, refletindo o quanto a conversa com o irmão havia se prolongado além do esperado. Ele desliza suavemente as mãos pelos braços de Vivienne, seus olhos fixos nos dela, com uma expressão que transborda cuidado e a