As palavras atingem Florence de uma forma que ela não estava preparada para lidar. Sem pensar, ela ergue a mão e desfere um tapa violento no rosto de Maximilian, o som ecoando pelo gabinete. O impacto é tão brutal que faz sua cabeça virar, e desta vez não há pretensão de controle ou advertência. É ódio puro, cru e irreprimível, transbordando por cada gesto dela. Ele sente o ardor se espalhar por sua pele, mas quando ergue o rosto novamente, é com um sorriso torto e provocador.— A verdade dói, não é? — Maximilian murmura, a voz baixa e gélida, o tom ácido o suficiente para elevar ainda mais a tensão entre eles. — Eu nunca mandei você estuprar a minha filha! — Florence explode, a raiva emanando de cada palavra, como uma tempestade prestes a se descontrolar. Seus olhos queimam de fúria, sua voz carregada de frieza.Maximilian solta uma risada curta, carregada de desprezo, enquanto passa a língua lentamente pelo canto dos lábios, sentindo o leve gosto metálico do sangue deixado pelo gol
Em Trier, após o almoço, Vivienne e Dominic caminham lado a lado pelas proximidades da Porta Nigra, as mãos entrelaçadas em um gesto que parecia tão natural quanto respirar. O imponente portão romano se ergue à frente, como um guardião silencioso de segredos enterrados ao longo dos séculos. O sol da tarde tinge as pedras antigas com um tom dourado, projetando sombras que parecem dançar com histórias esquecidas. Vivienne desliza a ponta dos dedos pela superfície rugosa das pedras, como se tentasse se conectar à história que elas carregam.— Imagina quantas vidas passaram por aqui? — Vivienne comenta, a voz suave, mas carregada de admiração, enquanto seus olhos percorrem a estrutura que parecia tão imponente quanto eterna. — E quantas histórias ficaram enterradas? Algumas, provavelmente, para nunca mais serem encontradas.Dominic desvia o olhar das ruínas e fixa em Vivienne, capturado pelo brilho enigmático que percebe em seus olhos. Há algo nela que o cativa profundamente, uma complexid
A vendedora os conduz até os provadores, com passos firmes e discretos, mantendo o sorriso profissional que parecia parte de sua rotina. Ela organiza cuidadosamente as peças escolhidas por Vivienne, pendurando-as no interior do provador com a precisão de quem conhece bem o trabalho. Dominic, com a habitual calma que exalava controle, acomoda-se em uma das poltronas próximas, cruzando as pernas enquanto observa o ambiente com um interesse silencioso.— Senhora Wade, fique à vontade. — A vendedora orienta, o tom respeitoso acompanhado de um gesto que indica o provador. — Se precisar de algo, estarei por aqui. — Acrescenta, a voz suave, antes de fechar a porta com delicadeza. — O senhor deseja algo? — Pergunta, colocando as mãos discretamente para trás, a postura impecável e o tom profissional.— Sim. — Dominic responde, erguendo o olhar para fixá-lo nela, a expressão tranquila, mas carregada de autoridade. — Um champanhe, o melhor disponível, já que parece que vou investir uma pequena f
Dominic se levanta lentamente, seus lábios deslizando pelo corpo dela, saboreando cada centímetro de pele, até alcançar os lábios dela novamente. Ele a beija com um desejo que parece impossível de saciar, um beijo profundo e possessivo que deixa ambos ofegantes. Com um suspiro pesado, ele se afasta, encostando a testa na dela, os dois ainda compartilhando o mesmo ritmo acelerado de suas respirações.— Você é absolutamente irresistível. — Dominic murmura, os lábios roçando nos dela, a voz baixa e rouca, carregada de excitação contida. — Estou ficando perigosamente viciado em você. — Acrescenta, cada palavra pronunciada como uma confissão que fazia o corpo de Vivienne reagir, estremecendo sob o peso do desejo dele.— Parece que estou viciada também. — Vivienne confessa, a voz ofegante e carregada de libido, enquanto suas mãos deslizam lentamente pelo paletó dele, traçando cada linha de seu corpo até alcançarem a calça. Com movimentos precisos, ela abre o botão, mas o som de passos do la
Ao saírem da loja, Vivienne e Dominic fazem uma rápida parada em uma loja masculina, desta vez para compras destinadas a ele. A atividade, previsivelmente, leva bem menos tempo do que ela gastou escolhendo suas próprias roupas. Assim que finalizam, eles seguem de volta ao cartório para retirar a certidão de casamento.Com o documento nas mãos, Vivienne desliza os dedos pelas letras impressas, seus olhos fixos no papel, enquanto a incredulidade toma conta dela. Eles haviam realmente feito aquilo. A realidade do casamento, que antes parecia um impulso distante, agora pesava em suas mãos. As dúvidas começam a se infiltrar, silenciosas, mas persistentes. Qual era a probabilidade de algo tão repentino e impulsivo realmente dar certo?— Depende de nós, apenas de nós. — Vivienne sussurra, a voz baixa, mas cheia de significado, enquanto guarda a certidão na pasta cuidadosamente. — O que você disse? — Pergunta Dominic, inclinando levemente a cabeça, o olhar curioso e intenso fixo nela, como s
Dominic sorri, mas o sorriso é vazio, quase doloroso, carregado pelo peso de memórias que precederam mudanças irreversíveis em sua família. É um sorriso que reflete saudade, melancolia e a perda de algo que nunca poderá ser recuperado.— Este restaurante era da minha família. — Dominic começa, sua voz baixa, quase um sussurro, enquanto segura a mão de Vivienne e a leva aos lábios, como se aquele toque lhe desse força para continuar. — Escrevemos isso, essas palavras, quando tínhamos dez anos. Foi na última vez que estivemos aqui juntos, como uma família de verdade. — Explica, sua expressão revelando a mistura de dor e saudade que acompanha a lembrança.Vivienne o observa atentamente, e sua expressão se transforma, absorvendo o peso das palavras dele, como se pudesse sentir a dor ainda pulsante que ele carregava.— Alguns meses depois, nossos pais morreram em um acidente aéreo. — Acrescenta, a simplicidade das palavras carrega um peso que não precisava de explicação. Ele sente o aperto
Vivienne sorri suavemente ao ouvir as palavras de Dominic, sentindo o calor reconfortante de sua presença. O cansaço da longa viagem ainda pesa em seu corpo, mas o jeito como ele a segura, com tanta segurança e cuidado, como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo, faz com que tudo pareça mais leve. Sem resistir, ela recosta a cabeça em seu ombro, permitindo-se relaxar, enquanto ele a carrega pela casa envolta em sombras suaves, iluminada apenas pelos delicados raios de luz que atravessam as janelas.Dominic sobe as escadas com passos firmes, o som suave dos sapatos ecoando no silêncio, e percorre o longo corredor até parar diante de uma porta ampla e trabalhada em detalhes elegantes. Ele a abre com cuidado, revelando uma suíte refinada e acolhedora, com uma atmosfera que parecia convidar para momentos únicos.Com toda a delicadeza, ele a coloca no chão, mas suas mãos permanecem em torno dela, envolvendo-a em um abraço firme e protetor. Por um instante, seus olhos se encontram e n
A luz suave da manhã atravessa as cortinas entreabertas, tingindo o quarto com um brilho acolhedor e delicado. Vivienne desperta lentamente, ainda imersa no conforto das cobertas macias que a envolvem. Com um leve movimento, ela estende a mão para o lado da cama, mas encontra apenas o vazio. Sentando-se com cuidado, ainda tentando afastar o sono que insiste em permanecer, algo na mesinha de cabeceira chama sua atenção. Uma única rosa-vermelha repousa delicadamente sobre o móvel, o contraste de sua cor vibrante destacando-se contra o ambiente suave. Ela se estica, pegando a rosa com delicadeza, levando-a ao nariz para absorver a fragrância doce e envolvente. Vivienne pega o pequeno cartão que a acompanha. Seu coração b**e mais forte enquanto ela o abre, os olhos fixando-se na caligrafia impecável de Dominic. “Senhora Wade, bom dia. Não existem palavras suficientes para expressar o quanto sou grato por acordar ao lado da mulher que escolhi para compartilhar minha vida. Espero que cada