NIKOLAS MONTEIRO
Respiro fundo, batucando os dedos no volante. Não consigo pensar em nada, nenhuma explicação plausível. Essa mulher não pode ser um fantasma. Mas parece que quanto mais tento me aproximar dessa organização criminosa, mais distante ficamos de colocá-los atrás das grades. O que meu pai pensaria se soubesse que o filho é um fracasso como agente da narcóticos? Ele era um ótimo agente, conseguiu prender quase todos da máfia. É uma pena que tenha sobrado a filha dela para continuar com isso que acaba tirando tantas vidas.
Os boatos que rolam, é que a atual chefe da máfia é uma mulher. Ela comanda Chicago inteira, comanda policiais, médicos, provavelmente tem até o prefeito em suas mãos. Tirando isso, não sabemos nada sobre ela. Não sabemos seu nome, aparência e principalmente onde podemos encontrá-la. É como se ela nunca tivesse existido.
Fechei a porta do carro, caminhando para dentro do departamento de polícia. Passando reto por todos que estavam me cumprimentando. Hoje não é um bom dia.
Sentei na minha mesa, observando calmamente a pilha de papéis, inúmeros arquivos.
— Ah, eu já olhei tudo isso e não tem nenhum caso relacionado com a máfia — disse meu colega, fazendo-me franzir o cenho. Kilian e eu somos parceiros há anos, mas ainda não me acostumei com seu jeito. Ele é o cérebro, pensa mais rápido do que todo mundo nesse departamento mas, sou eu quem comando as operações. Sou melhor em campo, prendendo criminosos.
— Alguma novidade? — questionei impaciente.
— Thomaz Bianco. — Colocou uma pasta na minha frente, abrindo e mostrando a foto de um homem. — Ele foi preso nessa madrugada por tráfico de drogas, pegou 14 anos de prisão. Ele aceitou fazer um acordo, vai dizer tudo o que sabe sobre a máfia que opera aqui em Chicago se conseguirmos baixar sua pena.
Sem dizer mais nada, levantei da cadeira giratória. Seguindo para a sala de interrogatório. Tenho certeza que qualquer coisa que ele falar, já vai ser útil.
Kilian veio atrás, segurando em mãos os arquivos. Lendo-os novamente, comi se já não tivesse feito isso várias vezes. Entramos na sala, ele fechou a porta e eu me sentei na cadeira de frente para o negro alto, com um semblante nada amigável.
— O que sabe sobre a mafiosa que está no poder? — perguntei, indo direto ao assunto.
Ele sorriu sarcástico, aproximando-se mais, com algemas nos pulsos e tornozelos. Segurou o copo de café, tomando um gole lentamente. Esse cara não vai colaborar, isto é evidente.
— Eu sou um soldadinho de merda. Um peão para todos eles. Não fico sabendo de nada do que acontece lá dentro. Não sei o nome dela, e muito menos como opera tudo.
Suspirei irritado, cansado de ouvir sempre a mesma coisa.
— Essa é a sua filha, não é? Ela parece ter 2 anos agora, se colaborar conosco sairá antes dos 15 anos dela. O que acha? Dois anos a menos não é bom pra você? — Kilian interveio, colocando uma foto da criança sorridente na frente do criminoso.
— A vagabunda vai estar na festa da Camille essa noite. É tudo o que eu sei.
Olhei para Kilian, surpreso por sua chantagem emocional ter funcionado mais uma vez.
Camille é uma grande traficante de drogas, sabemos exatamente tudo sobre ela. Ela só não está presa ainda, porque nosso foco é a máfia. Mas temos ela sob controle, mesmo ela se recusando a entregar a pessoa que tanto procuramos.
— Vamos conversar com seu advogado e veremos o que podemos fazer — avisou meu colega, empurrando a fotografia da menina para o pai. É isso o que eu detesto nele, sua empatia é maior do que qualquer coisa. Talvez um dia ele entenda que, neste trabalho, para você continuar vivo não deve ter piedade dos criminosos.
Saímos da sala, avisando que o policial responsável já poderia levar o detento para sua cela.
Como vamos encontrá-la no meio de uma casa cheia de traficantes e mafiosos? A única coisa boa que sabemos é o endereço de Camille e que essa mulher vai estar lá. Precisaremos ser completos desconhecidos, identidade e nome, tudo deverá ser falso, para que ninguém ligue os pontos e descubra que dois agentes da narcóticos estiveram na festa.
— Demétrio e Monteiro, na minha sala agora — ordenou meu chefe, com a carranca estampada na face. — Por que não estão dando continuidade para os outros casos? Já estão há meses tentando prender essa mafiosa e até agora nada? Não admito isso.
Kilian e eu ficamos quietos, já sabendo de cor que quando nosso chefe decide descontar suas frustrações, é melhor ficarmos em silêncio.
— Três corpos foram encontrados em uma zona particular. Os três com uma bala enfiada no meio da testa. Alguma dúvida de quem fez isso? — Kilian apoiou as mãos na mesa do chefe, determinado a ser demitido, pelo jeito.
— Mais um mês e não falamos mais nisto, entendido?
Concordamos com a cabeça, logo nos retirando da sala dele.
— Você é doido — murmurei para o ruivo, vendo-o sorrir também.
— E você é frouxo. Quer mais esse caso do que eu, você quem deveria debater com o chefe para continuar atrás dessa mulher.
Ele não está errado. Eu quero muito continuar nesse caso, eu quero vingar a morte do meu pai. Foi ela, foi a mãe da atual dona da máfia quem matou a sangue frio o meu pai. Eu não vou deixar eles saírem impunes depois de tanto causar o caos e mortes de inocentes. Meu pai só estava fazendo o trabalho dele e, por isso terminou com dois tiros no peito.
Após sua morte, a mulher que atirou nele foi metralhada com incontáveis tiros por atiradores de elite. Ela pagou pelo que fez, a máfia deveria ter terminado aí. Mas não, não acabou. Sua filha cresceu e decidiu ser uma vagabunda psicopata igual a mãe. Se ela não destruísse tantas vidas, eu não estaria tão desesperado em prendê-la e acabar de uma vez por todas com a maior organização criminosa de Chicago.
KILIAN DEMÉTRIO— Pode parar de beber e prestar atenção no que viemos fazer aqui? - murmurei para Nikolás, impaciente por ele estar bebendo desde que chegamos aqui.Quem quis a merda desse caso foi ele, eu só entrei na onda porque o conheço desde o ensino fundamental. Estudamos juntos, sempre fomos melhores amigos. Quando seu pai morreu, Nikolás decidiu que queria ser um agente de narcóticos. Achei a ideia legal e aqui estamos hoje, sendo parceiros e geralmente nos estressando um com o outro.— Estamos há tanto tempo aqui e ainda não achamos ela, Kilian. Com certeza essa mulher não vem — afirmou, se virando para mim, apoiando seu corpo no balcão.Olhei em volta. Tudo aqui pode ser facilmente percebido, tudo. Camille é a morena, está fazendo contato com todos os figurões mafiosos que estão aqui presentes. Ela dá risadas altas e uma vez que outra, acaba flertando com eles. Tudo se torna mais fácil pa
DAKOTA DRUMMONDDepois da conversa com o ruivo, precisei me encontrar com Evans, não vou justificar-me por ter matado seu sobrinho estuprador. Eu fiz a coisa certa em um mundo todo errado, se ele não enxergar isso, a culpa não é minha.— Srta. Drummond — beijou-me as faces, puxando uma cadeira para mim. — Que grande prazer em vê-la.Quanta falsidade. Eu acabei de matar o sobrinho dele e ele está praticamente lambendo o chão que eu piso. Isso é estar no poder, causar medo em todos que ousam me contrariar.— É uma pena eu não poder dizer o mesmo, Evans — abri um sorriso sarcástico, vendo-o concordar com um aceno de cabeça. — Vamos direto ao assunto.O assunto é, ele aceitar uma boa quantia de dinheiro para manter sua família nos trilhos. Eu até devolveria o corpo, mas temo que já esteja desmanchando a essas horas.— Dakota, querida… acha mesmo que mínimos milhõ
NIKOLÁS MONTEIRODakota, esse nome ecoava em minha mente. Linda, exala superioridade e perigo. Com certeza é ela, a mafiosa que estou procurando. Não havia mais nenhuma mulher como ela naquela festa. Todas se vestiam muito bem, mas a única que estava fazendo negócios ali era ela. Eu vi que ela quase atirou naquele homem que a chamou pelo nome. Dakota, só pode ser ela. Meu alvo.Parece mais uma garota mimada do que uma dona de máfia. Imaginei uma mulher de uns trinta quarenta anos, experiente. Não uma garota com cara de quem sempre teve tudo que quis.Me apresentei como Adam Ross, como o combinado.Ela é bem mais difícil do que eu pensei, achei que iria se jogar em cima de mim na primeira oportunidade. Mas foi totalmente o contrário. Ignorou minha existência e foi falar com Kilian. É claro que ela não estava interessada nele, já que meu amigo não é tão melhor que eu assim. Qualquer mulher chegaria primei
"Tive que errar para saber exatamente do que eu gosto,Agora estou me apaixonando... Você diz meu nome como se eu nunca tivesse ouvido antes."DAKOTA DRUMMOND💥Chego em casa e vou direto para o meu escritório, me sento na cadeira e fico pensando sobre meu almoço com o Adam.Ele me contou um pouco de sua história. Mas não é o suficiente, preciso saber mais.Escuto três batidas suaves na porta e mando entrar.- Acho que a senhorita vai gostar de saber que o Sr. Evans mandou o triplo da quantidade do que do mês passado. - diz Martin(meu braço direito) sentando-se na minha frente.- Isso é bom. - falo parecendo indiferente com o que ele acaba de dizer. - Ele fez isso porque sabe que o pescoço dele e da filhinha preciosa estava em risco. - falo levantando da cadeira e indo até a janela.- O que a senhorita tem? O que está lhe perturbando tanto? - pergunta Ma
"Você não vai ficar comigo?Porque você é tudo que eu precisoIsso não é amor, é fácil de enxergarMas, querida, fique comigo."NIKOLÁS MONTEIRO- Nós precisamos ir, muito obrigada pela ajuda. - diz Dakota se levantando com cuidado, me levanto também para ajuda-la. - Eu estou bem, obrigada. - murmura já em pé. um homem negro e com uma cara péssima aparece atrás dela.- Vamos senhorita? - diz me olhando como se fosse me matar- Primeiro, leve minhas compras para o carro. - fala esperando Emma voltar do banheiro- Foi muito bom ver você! - falo alegre e Emma chega- Tchau Adam, tchau Kilian. - murmura Emma e vai se vira pra ir embora com Dakota. ela para, e se vira novamente. - Dakota, por que não convida eles para sua festa!? - sugere Emma nos deixando surpresos- a eles não vão gostar... - começa a falar e eu tomo a frente interrompendo
"Meu pulso, pare de olhar, meu pescoço está brilhandoFaço grandes depósitos, meu gloss se destacaVocê gostou do meu cabelo? Poxa, valeu, acabei de comprarEu vejo, eu gosto, eu quero, eu compro."DAKOTA DRUMMOND 💥- Emma você tem que parar de ser burra, nós nem conhecemos eles, e você já saí convidando para uma festa na nossa casa. - falo irritada quando já estávamos no carro- Dakota, eu te conheço bem e eu sei que você estava louca pra convidar eles. - diz sem o menor arrependimento- Meu amor, por mais que eu quisesse convidar eles eu não convidaria. Eu não sei nada deles, eu tenho muitos inimigos, Emma. Não posso ficar colocando a sua vida e a máfia em perigo. - falo respirando fundo pra não surtar- Desculpas. - fala em tom de sussurro e encosta a cabeça na janela- Esse é todo o histórico do cara que você falou. - murmura Martin me entregando uma pas
"Deve estar deitado aí lado dela, mentindo para si mesmo... No fundo você sabe que você quer estar com outra pessoa."NIKOLÁS MONTEIRO 💥Chego em casa eu vou largando o terno pelo sofá, desabotoou a camisa cansado e vou para o banheiro.Tomar um banho para relaxar, sinto as gotas de água caírem relaxando todos os meus músculos. Era disso que eu precisava, um turbilhão de pensamentos voam pela minha mente.Que beijo foi aquele!?- Ei, você está bem? - pergunta Amália ao me ver saindo do banheiro com a toalha na cintura.- Nós precisamos conversar...- Falo sem ter certeza de que quero contar isso para ela mesmo.- Claro amor, pode falar. - diz sentando na cama ao meu ladoRespiro mais fundo que posso, espero estar fazendo o certo- Eu ando me encontrando com a dona da máfia a alguns dias, hoje eu fui na casa dela que com o KIlian..
"Você deveria me ver usando uma coroaEu vou mandar nessa cidade de nadaVeja-me fazê-los se curvarUm por, um por umUm por, um por um."Dakota Drummond 💥Okay, esse cara está me deixando louca!!Primeiro me beija na minha festa, depois começa a frequentar os mesmos lugares que eu, me convida pra almoçar e vai embora me deixando sozinha.Recebo uma mensagem do Martin e olho rapidamente."Senhorita, precisamos de você aqui na máfia... É urgente."Ah merda! O que deve ter acontecido dessa vez!?Levanto deixando os dólares que o Adam tinha colocado na mesa e vou embora(...)Faço todo o caminho de onde fica a máfia e fico pensando em Adam, qual é a dele!?Saio do carro e vou andando até o enorme portão de ferro, o portão é aberto por dois homens fortes e altos.- Boa tarde, Sr