KILIAN DEMÉTRIO
— Pode parar de beber e prestar atenção no que viemos fazer aqui? - murmurei para Nikolás, impaciente por ele estar bebendo desde que chegamos aqui.
Quem quis a merda desse caso foi ele, eu só entrei na onda porque o conheço desde o ensino fundamental. Estudamos juntos, sempre fomos melhores amigos. Quando seu pai morreu, Nikolás decidiu que queria ser um agente de narcóticos. Achei a ideia legal e aqui estamos hoje, sendo parceiros e geralmente nos estressando um com o outro.
— Estamos há tanto tempo aqui e ainda não achamos ela, Kilian. Com certeza essa mulher não vem — afirmou, se virando para mim, apoiando seu corpo no balcão.
Olhei em volta. Tudo aqui pode ser facilmente percebido, tudo. Camille é a morena, está fazendo contato com todos os figurões mafiosos que estão aqui presentes. Ela dá risadas altas e uma vez que outra, acaba flertando com eles. Tudo se torna mais fácil para uma mulher bonita e inteligente, mesmo que ela não tenha um terço de inteligência da pessoa que viemos "encontrar".
Desde que comecei nesse caso, tenho deixado grande parte da minha vida de lado. O que é compreensível, já que precisamos parar todos os homicídios. Chicago sempre foi um lugar violento, mas há alguns meses se tornou muito mais. Isolamos algumas áreas de crimes e percebemos algo que todos os corpos tinham em comum.
Todos os buracos de bala foram feitos no meio da testa e vieram da mesma arma, uma Desert Eagle, calibre . 50 Action Express. Essa é a marca registrada dela, todas as suas vítimas são mortas com essa arma. Se essa minha teoria for verdade, ela já tem mais de 40 homicídios nas costas. São pessoas demais, inocentes demais para morrer assim sem uma explicação.
Minha atenção foi roubada pela mulher que acabara de colocar seus pés na casa, olhando para todos com desdém. Usando um vestido vermelho de couro, colado e curto. O vestido realça todas suas curvas, desde os seios grandes as coxas bem definidas, com uma pequena fenda na perna direita. Logo seus passos estavam se tornando mais firmes em cima dos saltos agulha.
Engoli em seco, subindo novamente o olhar para seu rosto. Olhar de superioridade, sobrancelha arqueada e os lábios pintados de vermelho sangue. Os cabelos ondulados, castanhos claros, quase loiros.
— Tá vendo o mesmo que eu? - perguntou meu parceiro, com certa malícia na voz.
— Eu não sou cego, Nick.
— Eu vou chegar nela — avisou, colocando um copo de whisky entre minhas mãos.
O encarei sério, sem acreditar que isso era mesmo verdade. Pensei em lembrá-lo da sua noiva que provavelmente estaria esperando por ele em casa, que está grávida de 4 meses. Amália precisou se afastar do serviço ao entrar no meio de um tiroteio, me preocupei com ela e com a criança mais do que o próprio Nikolás fora capaz de se preocupar. Ela sabia que ele não prestava quando se conheceram, eu a alertei, mas de nada adiantou. Agora eles vão ter um filho, vão se casar e ele ainda continua correndo atrás de qualquer mulher que aparece em sua frente.
Fiz uma careta ao vê-lo se aproximar da mulher - e que espetáculo de mulher -, virei-me para o bar e pedi dois dedos de whisky, acostumado a sempre acobertar as merdas do meu amigo.
Quando Nikolás namorava minha irmã, eu precisava fingir que ele não saía com mais de 2 garotas na mesma noite. Depois ainda tinha a cara de pau de dizer para Samantha que ficamos jogando baralho a noite toda. É claro que ela não acreditava, por isso terminou com ele antes que aquele relacionamento começasse a afundar e as memórias ruins ficassem.
— Espero que não tenha ninguém sentado aqui — a voz autoritária chamou minha atenção. Isso parecia mais uma ameaça do que uma conversa amigável. Arregalei os olhos ao vê-la puxar a banqueta e sentar-se ao meu lado.
— Não tem — resmunguei, buscando Nikolás na multidão.
Ele olhou para mim com um semblante confuso e frustrado, dando de ombros.
— É o seguinte, o seu amigo ali me convidou para um motel — Ela olhou para mim, pegando o copo da minha frente. — Se eu tiver que dizer não mais uma vez, ele não vai sair daqui em boas condições, disso eu tenho certeza. — sorriu de canto, virando a bebida alcoólica do meu copo.
Fiquei quieto, observando-a com surpresa e admiração. Sei o quanto Nick pode ser irritante e inconveniente, mas é a primeira vez que uma mulher faz uma ameaça indireta a ele. Queria ver sua cara caso ele estivesse bem aqui para ouvi-la dizer isso.
— Depois eu converso com ele sobre...
— Não fala nada. Deixa ele achar que levou um fora por eu ter escolhido você. Ele se acha bom demais pra isso, então vai ser engraçado — disse, lançando uma piscadela para mim.
Abri um sorriso bobo, apreciando sua personalidade extraordinariamente forte. Eu facilmente seria manipulado por essa mulher, e não reclamaria de jeito nenhum.
— Não faz parte disso, não é? — ela perguntou, cruzando as pernas, ficando virada para mim. Seus olhos cravaram nos dois homens altos, trocando entre si uma maleta preta. Dentro dela, ou dinheiro, ou drogas.
— Claro que sim. Por quê? Passo a impressão de estar deslocado? — perguntei, pedindo em um aceno mais duas doses.
— Seu blazer é a única coisa de acordo aqui. Desde que te vi, você já afrouxou a gravata quatro vezes, olhou para todos aqui dentro, como um cão farejador. O que está procurando? - ela se aproximou, mantendo uma sobrancelha arqueada em seu semblante divertido.
— Esse é o meu jogo. Há algum tempo eu queria ser perfilador, desisti da carreira, mas continuo estudando o comportamento das outras pessoas.
Isso era mentira, uma merda de uma mentira. Mas não vou chegar em uma festa rodeada de criminosos e dizer que sou um agente de narcóticos. Ela já percebeu que eu estava reparando demais nos outros, não tinha como dizer que sou apenas curioso. E de certa forma, eu realmente consigo estudar o comportamento dos demais, e ela está fazendo isso comigo agora.
— Então prova — desafiou-me, levando o copo até os lábios carnudos e vermelhos, dando um gole grande de whisky.
Ajeitei-me na banqueta, olhando ao redor, percebendo que seu olhar seguia o meu.
— Aquele lá, de vermelho. Está agitado, aparentemente sob efeito de drogas. Pela camisa é possível perceber que ele está transpirando e se sentindo sufocado. Já abriu quatro botões e puxou o colarinho. Talvez nervoso com algo que precisa fazer ou entregar para alguém.
Olhei para ela, que tinha um sorriso divertido desenhado nos lábios. Talvez um olhar surpreso também, mas é difícil saber.
— Você é bom, mas acredite — colocou-se de pé. — Eu sou muito melhor. — Ela começou a caminhar para longe do bar.
— Então prova — usei suas palavras, alterando a voz, vendo-a se virar brevemente.
Não tive nem tempo de pedir seu número de telefone ou até mesmo perguntar seu nome. Estava ocupado demais prestando atenção no quanto vermelho fica bem nela... Pra falar a verdade, acho que qualquer coisa fica.
— Eu não preciso provar nada para ninguém — devolveu em tom médio, mas ainda sim audível da distância que ela estava. Virou-se de costas e pôs-se a caminhar para o outro lado da casa. Segui o movimento leve de seus quadris, ainda impressionado com ela.
Uau! Essa mulher é... incrível.
DAKOTA DRUMMONDDepois da conversa com o ruivo, precisei me encontrar com Evans, não vou justificar-me por ter matado seu sobrinho estuprador. Eu fiz a coisa certa em um mundo todo errado, se ele não enxergar isso, a culpa não é minha.— Srta. Drummond — beijou-me as faces, puxando uma cadeira para mim. — Que grande prazer em vê-la.Quanta falsidade. Eu acabei de matar o sobrinho dele e ele está praticamente lambendo o chão que eu piso. Isso é estar no poder, causar medo em todos que ousam me contrariar.— É uma pena eu não poder dizer o mesmo, Evans — abri um sorriso sarcástico, vendo-o concordar com um aceno de cabeça. — Vamos direto ao assunto.O assunto é, ele aceitar uma boa quantia de dinheiro para manter sua família nos trilhos. Eu até devolveria o corpo, mas temo que já esteja desmanchando a essas horas.— Dakota, querida… acha mesmo que mínimos milhõ
NIKOLÁS MONTEIRODakota, esse nome ecoava em minha mente. Linda, exala superioridade e perigo. Com certeza é ela, a mafiosa que estou procurando. Não havia mais nenhuma mulher como ela naquela festa. Todas se vestiam muito bem, mas a única que estava fazendo negócios ali era ela. Eu vi que ela quase atirou naquele homem que a chamou pelo nome. Dakota, só pode ser ela. Meu alvo.Parece mais uma garota mimada do que uma dona de máfia. Imaginei uma mulher de uns trinta quarenta anos, experiente. Não uma garota com cara de quem sempre teve tudo que quis.Me apresentei como Adam Ross, como o combinado.Ela é bem mais difícil do que eu pensei, achei que iria se jogar em cima de mim na primeira oportunidade. Mas foi totalmente o contrário. Ignorou minha existência e foi falar com Kilian. É claro que ela não estava interessada nele, já que meu amigo não é tão melhor que eu assim. Qualquer mulher chegaria primei
"Tive que errar para saber exatamente do que eu gosto,Agora estou me apaixonando... Você diz meu nome como se eu nunca tivesse ouvido antes."DAKOTA DRUMMOND💥Chego em casa e vou direto para o meu escritório, me sento na cadeira e fico pensando sobre meu almoço com o Adam.Ele me contou um pouco de sua história. Mas não é o suficiente, preciso saber mais.Escuto três batidas suaves na porta e mando entrar.- Acho que a senhorita vai gostar de saber que o Sr. Evans mandou o triplo da quantidade do que do mês passado. - diz Martin(meu braço direito) sentando-se na minha frente.- Isso é bom. - falo parecendo indiferente com o que ele acaba de dizer. - Ele fez isso porque sabe que o pescoço dele e da filhinha preciosa estava em risco. - falo levantando da cadeira e indo até a janela.- O que a senhorita tem? O que está lhe perturbando tanto? - pergunta Ma
"Você não vai ficar comigo?Porque você é tudo que eu precisoIsso não é amor, é fácil de enxergarMas, querida, fique comigo."NIKOLÁS MONTEIRO- Nós precisamos ir, muito obrigada pela ajuda. - diz Dakota se levantando com cuidado, me levanto também para ajuda-la. - Eu estou bem, obrigada. - murmura já em pé. um homem negro e com uma cara péssima aparece atrás dela.- Vamos senhorita? - diz me olhando como se fosse me matar- Primeiro, leve minhas compras para o carro. - fala esperando Emma voltar do banheiro- Foi muito bom ver você! - falo alegre e Emma chega- Tchau Adam, tchau Kilian. - murmura Emma e vai se vira pra ir embora com Dakota. ela para, e se vira novamente. - Dakota, por que não convida eles para sua festa!? - sugere Emma nos deixando surpresos- a eles não vão gostar... - começa a falar e eu tomo a frente interrompendo
"Meu pulso, pare de olhar, meu pescoço está brilhandoFaço grandes depósitos, meu gloss se destacaVocê gostou do meu cabelo? Poxa, valeu, acabei de comprarEu vejo, eu gosto, eu quero, eu compro."DAKOTA DRUMMOND 💥- Emma você tem que parar de ser burra, nós nem conhecemos eles, e você já saí convidando para uma festa na nossa casa. - falo irritada quando já estávamos no carro- Dakota, eu te conheço bem e eu sei que você estava louca pra convidar eles. - diz sem o menor arrependimento- Meu amor, por mais que eu quisesse convidar eles eu não convidaria. Eu não sei nada deles, eu tenho muitos inimigos, Emma. Não posso ficar colocando a sua vida e a máfia em perigo. - falo respirando fundo pra não surtar- Desculpas. - fala em tom de sussurro e encosta a cabeça na janela- Esse é todo o histórico do cara que você falou. - murmura Martin me entregando uma pas
"Deve estar deitado aí lado dela, mentindo para si mesmo... No fundo você sabe que você quer estar com outra pessoa."NIKOLÁS MONTEIRO 💥Chego em casa eu vou largando o terno pelo sofá, desabotoou a camisa cansado e vou para o banheiro.Tomar um banho para relaxar, sinto as gotas de água caírem relaxando todos os meus músculos. Era disso que eu precisava, um turbilhão de pensamentos voam pela minha mente.Que beijo foi aquele!?- Ei, você está bem? - pergunta Amália ao me ver saindo do banheiro com a toalha na cintura.- Nós precisamos conversar...- Falo sem ter certeza de que quero contar isso para ela mesmo.- Claro amor, pode falar. - diz sentando na cama ao meu ladoRespiro mais fundo que posso, espero estar fazendo o certo- Eu ando me encontrando com a dona da máfia a alguns dias, hoje eu fui na casa dela que com o KIlian..
"Você deveria me ver usando uma coroaEu vou mandar nessa cidade de nadaVeja-me fazê-los se curvarUm por, um por umUm por, um por um."Dakota Drummond 💥Okay, esse cara está me deixando louca!!Primeiro me beija na minha festa, depois começa a frequentar os mesmos lugares que eu, me convida pra almoçar e vai embora me deixando sozinha.Recebo uma mensagem do Martin e olho rapidamente."Senhorita, precisamos de você aqui na máfia... É urgente."Ah merda! O que deve ter acontecido dessa vez!?Levanto deixando os dólares que o Adam tinha colocado na mesa e vou embora(...)Faço todo o caminho de onde fica a máfia e fico pensando em Adam, qual é a dele!?Saio do carro e vou andando até o enorme portão de ferro, o portão é aberto por dois homens fortes e altos.- Boa tarde, Sr
"Antes que eu te ameEu vou deixar você...Antes que eu seja alguém que você abandona,Eu vou partir seu coração pra você não partir o meu."Nikolás Monteiro💥Dakota ter retribuído o beijo é um bom sinal, estou conseguindo fazer com que ela goste de mim.Depois de eu ter esquecido o almoço com Amália nós tivemos uma "boa" conversa, não terminamos.Amália me deu um prazo de dois meses pra encerrar o caso, até lá eu posso colocar meu plano em prática e seduzir a Dakota.Acho que consigo prender ela em menos de dois meses.Caso o contrário, se o "prazo" acabar e eu ainda continuar no caso ela vai terminar comigo, o que eu duvido muito.Não sei como Amália pode pensar que estou apaixonado por Dakota, ok ela é muito bonita e inteligente. Mas ela comanda uma máfia, a mãe dela matou a sangue frio o meu pai. E eu nunca vou me esquecer disso, q