DAKOTA DRUMMOND
Coloquei o cano da arma em sua boca, esperando ele implorar por piedade. Pelo, contrário, sorriu irônico. Não se importando nem um pouco se seus neurônios estavam prestes a explodirem e sujar as paredes da sala branca com o sangue.
— Qual é o seu problema? — questionei baixo, com um sorriso de lado. — É tão merda que precisa tentar estuprar uma mulher para sentir prazer? — Engatilhei a arma, contando até 5 para puxar o gatilho.
Nenhum pedido de desculpas ou relutância. Ele não está arrependido, e isso me dá mais nojo ainda. Saber que um homem desses está vivo, faz meu sangue ferver de raiva.
— Eu prometo que matarei todos os homens da sua família — fiquei perto o suficiente dele, para intimidá-lo. —... Um por um, até que não haja mais nenhum ser humano podre com seu sangue.
Fiz uma promessa, e não costumo quebrar promessas.
Apertei o gatilho, fechando os olhos por conta do sangue que se espalhou no meu rosto e roupas.
— Limpem a minha bagunça. Preciso voltar para casa — avisei, tirando os saltos e vestido.
Vendo as empregadas recolherem do chão e colocarem em uma sacola de lixo.
Entrei no banheiro, tomando um banho rápido para tirar as provas do crime. Emma não pode saber, ou iria me odiar para sempre.
— Srta. Drummond — revirei os olhos, saindo do banheiro de toalha. Martin virou-se, entregando-me um vestido vermelho e um par de saltos altos. — O corpo já foi desovado e, o motorista está nos aguardando.
Concordei com a cabeça, vestindo-me e indo até a penteadeira. Passando o típico batom vermelho, deixando meus cabelos soltos e as alças do vestido caídas sobre os ombros.
Preciso estar impecável ao voltar para casa, pra que Emma não perceba que sua irmã mais velha estava matando pessoas por aí.
Nossos pais eram do crime, ou melhor, nosso pai era o chefe da máfia. O Don Drummond, conhecido por ser um frouxo, já que pegou em uma arma duas ou três vezes desde que herdou a máfia do meu avô. Os tempos mudaram, e as famílias de antigamente estão completamente mudadas, com pessoas doidas no comando, esse foi mais um motivo que fez meu pai passar a máfia para mim. Ficou com medo de morrer pelos seus atos imprudentes, já que o don Evans sempre esteve de olho em nós, esperando para assumir nosso lugar na escala das famílias mais ricas da máfia.
Eles até chegaram a nos derrubar há alguns anos, armando uma armadilha para nossa família. O que deu certo, já que em um confronto com a polícia, nossa mãe morreu, o que fez a cabeça dele mudar completamente. Ele enlouqueceu, começou a usar drogas e não se importar mais com as próprias filhas.
Fui eu quem cuidei de mim mesma. Eu cuidei da minha irmã, eu me livrei sozinha de todos os monstros que estavam debaixo da minha cama. Eu aprendi a não ter medo de escuro, porque o único monstro que estava se escondendo lá era meu próprio pai.
Com seu desfile incansável de prostitutas e mafiosos. Na nossa casa sempre tinha armas e drogas, pessoas transando sem o mínimo de decência.
Quando cresci, finalmente decidi que não deixaria minha irmã ter uma vida igual a minha. Comprei uma casa, e falei a meu pai o lixo de homem que ele era. Coloquei pressão até que decidisse me passar a máfia, sou a primeira mulher a estar no controle.
Por ser mulher, preciso ser mais rígida. Mostrar a todos que não sou dócil, que eu posso matar sem o mínimo de piedade. Eles estão aprendendo isso, aos poucos estão me respeitando. Aprendendo com a morte de grandes mafiosos que ousaram tocar um dedo em mim, como se eu fosse um objeto e não a maior entre eles.
Cheguei em casa, colocando a bolsa no centro de mesa. Observando o lugar em completo silêncio, o que é raro, já que Emma sempre trás suas amigas para cá.
Essa é a nossa casa, longe de tudo, longe da máfia. Apenas nós e os empregados, meu escritório é acesso restrito e, Emma sabe bem disso.
— Dakota! Você demorou — resmungou, minha irmã. Descendo as escadas e vindo ao meu encontro para um abraço apertado. — Por que sempre sai quando ainda estou dormindo? Fico preocupada.
Ela é ingênua, mal se lembra de quando era pequena e precisava presenciar aquelas coisas horríveis. Emma sempre sonhou em ser médica para ajudar as pessoas, ela sempre pensou que se fosse uma boa médica, teria salvado a vida de nossa mãe.
Como eu poderia dizer a uma criança que nada salvaria a vida de alguém que levou 14 tiros? Não poderia jamais acabar com sua inocência e doçura. Ela sabe sobre a máfia, apenas não sabe que a dona sou eu.
— Preciso trabalhar, mas vejo você no jantar. — Beijei o topo de sua cabeça.
Ela revirou os olhos e cruzou os braços.
— Um pouco de descanso cairia bem, sabia?
Passei por ela, subindo as escadas da mansão.
Ouvindo os passos pesados de Martin atrás de mim, seguindo-me até o escritório.
Entrei e deixei que ele fechasse a porta. Puxando uma cadeira e sentando-se de frente para a minha mesa larga de escritório. Martin colocou alguns papéis na mesa, pedindo permissão para falar.
Martin Jones é meu braço direito, já está na máfia há alguns anos. Ele era filho do consigliere do meu pai, e aprendeu muitas coisas.
— Estou ouvindo, Jones — avisei.
— Srta. Tem noção do que acabou de fazer? Aquele garoto era sobrinho dos Evans. “Mexeu com um, mexeu com todos”, a principal regra da máfia italiana operada aqui nos Estados Unidos.
— Ele tentou violar uma mulher, a mulher de um membro da nossa máfia. “As esposas dos nossos amigos não devem nem mesmo serem olhadas”. O princípio mais importante, isso não basta pra você?
Ele engoliu em seco, concordando com a cabeça. Está cagado de medo da família Evans, como se eles fossem um bicho de sete cabeças. Mas são apenas vira latas nojentos que latem e não mordem.
— Camille vai dar uma festa hoje, aconselho você a ir e falar pessoalmente com o Don Evans — ele disse, pedindo licença e se retirando do escritório.
Camille é outra cobra que vive trocando de pele, não decide de qual lado está. Sempre dando festas para fazer seus contatos com os ricos por debaixo dos panos. Ela é inteligente, e burra ao mesmo tempo, já que não deveria ficar se expondo tanto.
Peguei a pistola dourada, a que ganhei no meu aniversário de 12 anos, coloquei dentro de uma bolsa pequena, junto com meu celular e carteira.
Vou ir a essa festa, pela primeira vez depois que virei a chefe da máfia. Sempre tenho Jones para fazer meu papel, ele é como um subchefe, e logo depois vem os soldados, os que fazem meu trabalho sujo. O que vêm mudando ultimamente, estou preferindo eu mesma acabar com as miseráveis vidas para impor respeito aos outros mafiosos.
Eu sou a chefona, e todos já perceberam isso. Principalmente Evans e Camille, que é apenas uma traficante que opera por conta própria. Vou a essa festa e mostrar a eles quem é Dakota Drummond.
NIKOLAS MONTEIRORespiro fundo, batucando os dedos no volante. Não consigo pensar em nada, nenhuma explicação plausível. Essa mulher não pode ser um fantasma. Mas parece que quanto mais tento me aproximar dessa organização criminosa, mais distante ficamos de colocá-los atrás das grades. O que meu pai pensaria se soubesse que o filho é um fracasso como agente da narcóticos? Ele era um ótimo agente, conseguiu prender quase todos da máfia. É uma pena que tenha sobrado a filha dela para continuar com isso que acaba tirando tantas vidas.Os boatos que rolam, é que a atual chefe da máfia é uma mulher. Ela comanda Chicago inteira, comanda policiais, médicos, provavelmente tem até o prefeito em suas mãos. Tirando isso, não sabemos nada sobre ela. Não sabemos seu nome, aparência e principalmente onde podemos encontrá-la. É como se ela nunca tivesse existido.Fechei a porta do carro, caminhando para dentro do departamento de políc
KILIAN DEMÉTRIO— Pode parar de beber e prestar atenção no que viemos fazer aqui? - murmurei para Nikolás, impaciente por ele estar bebendo desde que chegamos aqui.Quem quis a merda desse caso foi ele, eu só entrei na onda porque o conheço desde o ensino fundamental. Estudamos juntos, sempre fomos melhores amigos. Quando seu pai morreu, Nikolás decidiu que queria ser um agente de narcóticos. Achei a ideia legal e aqui estamos hoje, sendo parceiros e geralmente nos estressando um com o outro.— Estamos há tanto tempo aqui e ainda não achamos ela, Kilian. Com certeza essa mulher não vem — afirmou, se virando para mim, apoiando seu corpo no balcão.Olhei em volta. Tudo aqui pode ser facilmente percebido, tudo. Camille é a morena, está fazendo contato com todos os figurões mafiosos que estão aqui presentes. Ela dá risadas altas e uma vez que outra, acaba flertando com eles. Tudo se torna mais fácil pa
DAKOTA DRUMMONDDepois da conversa com o ruivo, precisei me encontrar com Evans, não vou justificar-me por ter matado seu sobrinho estuprador. Eu fiz a coisa certa em um mundo todo errado, se ele não enxergar isso, a culpa não é minha.— Srta. Drummond — beijou-me as faces, puxando uma cadeira para mim. — Que grande prazer em vê-la.Quanta falsidade. Eu acabei de matar o sobrinho dele e ele está praticamente lambendo o chão que eu piso. Isso é estar no poder, causar medo em todos que ousam me contrariar.— É uma pena eu não poder dizer o mesmo, Evans — abri um sorriso sarcástico, vendo-o concordar com um aceno de cabeça. — Vamos direto ao assunto.O assunto é, ele aceitar uma boa quantia de dinheiro para manter sua família nos trilhos. Eu até devolveria o corpo, mas temo que já esteja desmanchando a essas horas.— Dakota, querida… acha mesmo que mínimos milhõ
NIKOLÁS MONTEIRODakota, esse nome ecoava em minha mente. Linda, exala superioridade e perigo. Com certeza é ela, a mafiosa que estou procurando. Não havia mais nenhuma mulher como ela naquela festa. Todas se vestiam muito bem, mas a única que estava fazendo negócios ali era ela. Eu vi que ela quase atirou naquele homem que a chamou pelo nome. Dakota, só pode ser ela. Meu alvo.Parece mais uma garota mimada do que uma dona de máfia. Imaginei uma mulher de uns trinta quarenta anos, experiente. Não uma garota com cara de quem sempre teve tudo que quis.Me apresentei como Adam Ross, como o combinado.Ela é bem mais difícil do que eu pensei, achei que iria se jogar em cima de mim na primeira oportunidade. Mas foi totalmente o contrário. Ignorou minha existência e foi falar com Kilian. É claro que ela não estava interessada nele, já que meu amigo não é tão melhor que eu assim. Qualquer mulher chegaria primei
"Tive que errar para saber exatamente do que eu gosto,Agora estou me apaixonando... Você diz meu nome como se eu nunca tivesse ouvido antes."DAKOTA DRUMMOND💥Chego em casa e vou direto para o meu escritório, me sento na cadeira e fico pensando sobre meu almoço com o Adam.Ele me contou um pouco de sua história. Mas não é o suficiente, preciso saber mais.Escuto três batidas suaves na porta e mando entrar.- Acho que a senhorita vai gostar de saber que o Sr. Evans mandou o triplo da quantidade do que do mês passado. - diz Martin(meu braço direito) sentando-se na minha frente.- Isso é bom. - falo parecendo indiferente com o que ele acaba de dizer. - Ele fez isso porque sabe que o pescoço dele e da filhinha preciosa estava em risco. - falo levantando da cadeira e indo até a janela.- O que a senhorita tem? O que está lhe perturbando tanto? - pergunta Ma
"Você não vai ficar comigo?Porque você é tudo que eu precisoIsso não é amor, é fácil de enxergarMas, querida, fique comigo."NIKOLÁS MONTEIRO- Nós precisamos ir, muito obrigada pela ajuda. - diz Dakota se levantando com cuidado, me levanto também para ajuda-la. - Eu estou bem, obrigada. - murmura já em pé. um homem negro e com uma cara péssima aparece atrás dela.- Vamos senhorita? - diz me olhando como se fosse me matar- Primeiro, leve minhas compras para o carro. - fala esperando Emma voltar do banheiro- Foi muito bom ver você! - falo alegre e Emma chega- Tchau Adam, tchau Kilian. - murmura Emma e vai se vira pra ir embora com Dakota. ela para, e se vira novamente. - Dakota, por que não convida eles para sua festa!? - sugere Emma nos deixando surpresos- a eles não vão gostar... - começa a falar e eu tomo a frente interrompendo
"Meu pulso, pare de olhar, meu pescoço está brilhandoFaço grandes depósitos, meu gloss se destacaVocê gostou do meu cabelo? Poxa, valeu, acabei de comprarEu vejo, eu gosto, eu quero, eu compro."DAKOTA DRUMMOND 💥- Emma você tem que parar de ser burra, nós nem conhecemos eles, e você já saí convidando para uma festa na nossa casa. - falo irritada quando já estávamos no carro- Dakota, eu te conheço bem e eu sei que você estava louca pra convidar eles. - diz sem o menor arrependimento- Meu amor, por mais que eu quisesse convidar eles eu não convidaria. Eu não sei nada deles, eu tenho muitos inimigos, Emma. Não posso ficar colocando a sua vida e a máfia em perigo. - falo respirando fundo pra não surtar- Desculpas. - fala em tom de sussurro e encosta a cabeça na janela- Esse é todo o histórico do cara que você falou. - murmura Martin me entregando uma pas
"Deve estar deitado aí lado dela, mentindo para si mesmo... No fundo você sabe que você quer estar com outra pessoa."NIKOLÁS MONTEIRO 💥Chego em casa eu vou largando o terno pelo sofá, desabotoou a camisa cansado e vou para o banheiro.Tomar um banho para relaxar, sinto as gotas de água caírem relaxando todos os meus músculos. Era disso que eu precisava, um turbilhão de pensamentos voam pela minha mente.Que beijo foi aquele!?- Ei, você está bem? - pergunta Amália ao me ver saindo do banheiro com a toalha na cintura.- Nós precisamos conversar...- Falo sem ter certeza de que quero contar isso para ela mesmo.- Claro amor, pode falar. - diz sentando na cama ao meu ladoRespiro mais fundo que posso, espero estar fazendo o certo- Eu ando me encontrando com a dona da máfia a alguns dias, hoje eu fui na casa dela que com o KIlian..