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A Dama de Vermelho
A Dama de Vermelho
Por: Agnes Sparks
Quem é Dakota Drummond

DAKOTA DRUMMOND

   Coloquei o cano da arma em sua boca, esperando ele implorar por piedade. Pelo, contrário, sorriu irônico. Não se importando nem um pouco se seus neurônios estavam prestes a explodirem e sujar as paredes da sala branca com o sangue.

— Qual é o seu problema? — questionei baixo, com um sorriso de lado. — É tão merda que precisa tentar estuprar uma mulher para sentir prazer? — Engatilhei a arma, contando até 5 para puxar o gatilho. 

   Nenhum pedido de desculpas ou relutância. Ele não está arrependido, e isso me dá mais nojo ainda. Saber que um homem desses está vivo, faz meu sangue ferver de raiva. 

— Eu prometo que matarei todos os homens da sua família — fiquei perto o suficiente dele, para intimidá-lo. —... Um por um, até que não haja mais nenhum ser humano podre com seu sangue. 

Fiz uma promessa, e não costumo quebrar promessas. 

Apertei o gatilho, fechando os olhos por conta do sangue que se espalhou no meu rosto e roupas. 

— Limpem a minha bagunça. Preciso voltar para casa — avisei, tirando os saltos e vestido.

   Vendo as empregadas recolherem do chão e colocarem em uma sacola de lixo. 

   Entrei no banheiro, tomando um banho rápido para tirar as provas do crime. Emma não pode saber, ou iria me odiar para sempre. 

— Srta. Drummond — revirei os olhos, saindo do banheiro de toalha. Martin virou-se, entregando-me um vestido vermelho e um par de saltos altos. — O corpo já foi desovado e, o motorista está nos aguardando. 

   Concordei com a cabeça, vestindo-me e indo até a penteadeira. Passando o típico batom vermelho, deixando meus cabelos soltos e as alças do vestido caídas sobre os ombros. 

   Preciso estar impecável ao voltar para casa, pra que Emma não perceba que sua irmã mais velha estava matando pessoas por aí. 

   Nossos pais eram do crime, ou melhor, nosso pai era o chefe da máfia. O Don Drummond, conhecido por ser um frouxo, já que pegou em uma arma duas ou três vezes desde que herdou a máfia do meu avô. Os tempos mudaram, e as famílias de antigamente estão completamente mudadas, com pessoas doidas no comando, esse foi mais um motivo que fez meu pai passar a máfia para mim. Ficou com medo de morrer pelos seus atos imprudentes, já que o don Evans sempre esteve de olho em nós, esperando para assumir nosso lugar na escala das famílias mais ricas da máfia.

   Eles até chegaram a nos derrubar há alguns anos, armando uma armadilha para nossa família. O que deu certo, já que em um confronto com a polícia, nossa mãe morreu, o que fez a cabeça dele mudar completamente. Ele enlouqueceu, começou a usar drogas e não se importar mais com as próprias filhas. 

   Fui eu quem cuidei de mim mesma. Eu cuidei da minha irmã, eu me livrei sozinha de todos os monstros que estavam debaixo da minha cama. Eu aprendi a não ter medo de escuro, porque o único monstro que estava se escondendo lá era meu próprio pai. 

   Com seu desfile incansável de prostitutas e mafiosos. Na nossa casa sempre tinha armas e drogas, pessoas transando sem o mínimo de decência. 

Quando cresci, finalmente decidi que não deixaria minha irmã ter uma vida igual a minha. Comprei uma casa, e falei a meu pai o lixo de homem que ele era. Coloquei pressão até que decidisse me passar a máfia, sou a primeira mulher a estar no controle. 

   Por ser mulher, preciso ser mais rígida. Mostrar a todos que não sou dócil, que eu posso matar sem o mínimo de piedade. Eles estão aprendendo isso, aos poucos estão me respeitando. Aprendendo com a morte de grandes mafiosos que ousaram tocar um dedo em mim, como se eu fosse um objeto e não a maior entre eles. 

   Cheguei em casa, colocando a bolsa no centro de mesa. Observando o lugar em completo silêncio, o que é raro, já que Emma sempre trás suas amigas para cá. 

   Essa é a nossa casa, longe de tudo, longe da máfia. Apenas nós e os empregados, meu escritório é acesso restrito e, Emma sabe bem disso. 

— Dakota! Você demorou — resmungou, minha irmã. Descendo as escadas e vindo ao meu encontro para um abraço apertado. — Por que sempre sai quando ainda estou dormindo? Fico preocupada.

   Ela é ingênua, mal se lembra de quando era pequena e precisava presenciar aquelas coisas horríveis. Emma sempre sonhou em ser médica para ajudar as pessoas, ela sempre pensou que se fosse uma boa médica, teria salvado a vida de nossa mãe. 

Como eu poderia dizer a uma criança que nada salvaria a vida de alguém que levou 14 tiros? Não poderia jamais acabar com sua inocência e doçura. Ela sabe sobre a máfia, apenas não sabe que a dona sou eu. 

— Preciso trabalhar, mas vejo você no jantar. — Beijei o topo de sua cabeça. 

Ela revirou os olhos e cruzou os braços. 

— Um pouco de descanso cairia bem, sabia? 

Passei por ela, subindo as escadas da mansão.

   Ouvindo os passos pesados de Martin atrás de mim, seguindo-me até o escritório. 

Entrei e deixei que ele fechasse a porta. Puxando uma cadeira e sentando-se de frente para a minha mesa larga de escritório. Martin colocou alguns papéis na mesa, pedindo permissão para falar. 

   Martin Jones é meu braço direito, já está na máfia há alguns anos. Ele era filho do consigliere do meu pai, e aprendeu muitas coisas. 

— Estou ouvindo, Jones — avisei. 

— Srta. Tem noção do que acabou de fazer? Aquele garoto era sobrinho dos Evans. “Mexeu com um, mexeu com todos”, a principal regra da máfia italiana operada aqui nos Estados Unidos. 

— Ele tentou violar uma mulher, a mulher de um membro da nossa máfia. “As esposas dos nossos amigos não devem nem mesmo serem olhadas”. O princípio mais importante, isso não basta pra você?

Ele engoliu em seco, concordando com a cabeça. Está cagado de medo da família Evans, como se eles fossem um bicho de sete cabeças. Mas são apenas vira latas nojentos que latem e não mordem. 

— Camille vai dar uma festa hoje, aconselho você a ir e falar pessoalmente com o Don Evans — ele disse, pedindo licença e se retirando do escritório. 

Camille é outra cobra que vive trocando de pele, não decide de qual lado está. Sempre dando festas para fazer seus contatos com os ricos por debaixo dos panos. Ela é inteligente, e burra ao mesmo tempo, já que não deveria ficar se expondo tanto. 

Peguei a pistola dourada, a que ganhei no meu aniversário de 12 anos, coloquei dentro de uma bolsa pequena, junto com meu celular e carteira.

   Vou ir a essa festa, pela primeira vez depois que virei a chefe da máfia. Sempre tenho Jones para fazer meu papel, ele é como um subchefe, e logo depois vem os soldados, os que fazem meu trabalho sujo. O que vêm mudando ultimamente, estou preferindo eu mesma acabar com as miseráveis vidas para impor respeito aos outros mafiosos. 

Eu sou a chefona, e todos já perceberam isso. Principalmente Evans e Camille, que é apenas uma traficante que opera por conta própria. Vou a essa festa e mostrar a eles quem é Dakota Drummond. 

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