Eles se foram e eu fiquei ali com Dom. Kim viria buscá-lo, mas provavelmente no dia seguinte, pois já estava muito tarde. Não sei do que eu tinha mais medo: do retorno deles ou de eu ficar ali sozinha com Dom em sua casa.
Voltamos para dentro.
- Quer que eu faça algo para comermos? – ele perguntou.
- Não... Tudo bem. – eu disse. – Minha mãe deixou algumas coisas prontas na geladeira. Então não precisamos nos preocupar com isso. Além do mais não estou com fome.
Deitei no sofá e queria ficar um pouco quieta e colocar meus pensamentos em ordem.
- O que você fez com o anel? – Dom perguntou sentando na minha frente, no outro sofá.
- Eu... Mandei Kim entregar a Magnus.
- Mandou Kim ir ao castelo? – ele perguntou preocupado.
- Não, Dom, acalme-se. Eu tenho certeza de que Magnus irá procurar Kim e tentar
- O que eu mais temia aconteceu... – falei.- Ele não te amar?Olhei para Dom furiosa e num impulso tentei bater nele. Ele segurou meus braços com força, olhando nos meus olhos:- Eu não tenho culpa. – ele disse.Eu beijei o beijei. Estava com tanta raiva de Magnus. Quanto tempo me contive junto de Dom, sempre pensando nele e no que vivemos. Eu imaginava que era para sempre. Mas bastou ele saber que eu estava morta para voltar com Vitória. Naquele momento eu odiava Magnus mais que qualquer coisa. Eu queria feri-lo, de qualquer forma que eu conseguisse. Dom me apertou contra o corpo dele, machucando meus lábios com tanta força que ele me beijava. Havíamos esperado muito tempo por aquele encontro entre os nossos corpos. Ele tirou minha blusa com tanta habilidade que nem deu tempo de eu pensar. Logo ele estava passando os lábios quentes pelo meu pescoço, descendo até meu
Quando acordei eu e Leon estávamos abraçados. Eu retirei o corpo dele quentinho junto do meu com cuidado para não acordá-lo. Fui usar o banheiro pela primeira vez. O chuveiro era quente e com bastante água. Encontrei algumas roupas minhas no quarto de minha mãe e coloquei. Quando cheguei na cozinha o leite quente me esperava, enquanto minha mãe lia o jornal.- Alguma notícia importante? – perguntei.- A mesma de sempre: o casamento real. – disse ela fechando o jornal.Eu peguei das mãos dela e abri. Magnus Chevalier, que nunca aparecia na mídia agora estava diariamente estampado nos jornais. Quanta ironia.- Você vai sair? – perguntou minha mãe.- Vou.- Não pode sair... Precisa ter cuidado. Ainda é muito recente.- Vou me cuidar. Está tudo bem, mamãe. Hora de me mexer... E fazer todo mundo pagar.- K
- Kevin, nosso pai errou... Mas eu o perdoei. Todos temos defeitos, não é mesmo?- Você abandonaria um filho, Katrina?Eu o olhei confusa. Do que ele estava falando? Estava querendo que eu dissesse minha opinião sobre aquilo ou estava se referindo ao nosso pai?- Do que... Você está falando?- De nossa irmã...- Nossa... Irmã? – perguntei confusa.- Eva.- Eva? – perguntou Dom. – Você conhece Eva, Kevin?- Você sabe sobre Eva? – perguntou Kevin a Dom.- Não... Mas eu e Kat encontramos um bilhete falando sobre Eva dentro da caixa onde seu pai guardava o revólver.- Sim... Eva é nossa irmã.- Kevin, quem é Eva? Como assim nossa irmã? O que aconteceu com ela?- Eva Lee... Ou poderia ser Chevalier.Eu senti o ar faltar em meus pulmões. Respirei profundamente, t
Naquela semana eu e Dom focamos em procurar Eva Lee. Iniciamos por buscas na internet. Dom conseguiu com seus contatos do grupo rebelde uma lista com todas as garotas chamadas Eva em Noriah Norte. Nossa ideia era iniciar por lá. Não acreditávamos que a garota pudesse estar no nosso reino. Enquanto estávamos sentados na cozinha numa noite, com a lista e lápis na mão, fazendo nossas hipóteses, minha mãe sentou ao nosso lado. Eu não havia falado sobre a minha irmã para ela. Mas fiquei mais uma vez surpresa com Laura Lee.- Encontraram alguma noticia sobre Eva? – perguntou ela.Olhei-a pensativa e sem saber ao certo o que dizer:- Mãe... Você sabe sobre Eva?- Sim. – ela disse levantando e servindo café puro para ela e Dom e me fazendo um leite quente.- Há quanto tempo? – perguntei.- Um pouco antes de você. Kevin me contou.
- Alguma vez você viu Vitória usando aquele anel? Era especial para ele, para mim... Você mandou Kim devolver.- Ironicamente parece que eu adivinhei que não seria meu e sim de Vitória.- Acha mesmo que ele daria o anel da família de nosso pai para Vitória?- Bastou ele saber da minha morte para casar com ela... Magnus nunca me amou.Dereck levantou e riu amargamente, com a voz embargada de emoção:- Ele aceitou casar com ela em troca de nossa mãe nunca mais perseguir Laura e seu irmão.Eu senti todo o peso do mundo sobre a minha cabeça e meu coração se partir em tantos pedaços que eu não saberia se conseguiria juntar novamente. Por meses eu me lamentei por ele ter decidido casar com Vitória, usei Dom para puni-lo de todas as formas e tudo que ele tinha feito era... Por mim?Senti as lágrimas rolarem quentes e fa
Na manhã seguinte, quando acordei abraçada a Leon sabia que era o grande dia de conhecer Eva Lee e ter a certeza se ela era ou não a minha irmã abandonada. Novamente eu saí da cama tentando não acordá-lo. Eu ainda não havia dormido do quarto de hóspedes, que era para ser meu, mas ninguém poderia saber. Dormir com Leon nos meus braços era bem melhor que naquele quarto frio e distante, que nada tinha a ver comigo. Até no castelo de Noriah eu me sentia mais a vontade do que naquele quarto. Mas ainda assim eu gostava da casa nova, embora não achasse que ficaria ali por muito tempo. Talvez estivesse na hora de eu encontrar um lar para mim. Poderia ser próximo da casa de minha mãe, para eu poder ajudá-la, especialmente com Leon. Não sabia sobre o que faria do meu futuro. Em breve teria que arrumar um emprego, pois precisaríamos de dinheiro. Fui até o banheiro e depois para cozinha. Mas qual foi minha surpresa quando cheguei na porta e vi Dereck sentado com minha mãe, tomando café
Eva era bastante reservada. Não sei se ela mudaria depois que tivesse certeza de nosso parentesco. Mas eu não precisava de nenhum papel. Os olhos dela diziam que era minha irmã.Antes de nos retirarmos, eu perguntei:- Posso... Dar-lhe um abraço?- Sim. – ela disse um pouco sem jeito.Eu a abracei com carinho, sob os olhares de todos. Ela correspondeu ao abraço. Então saímos. Dereck levou amostra para o exame de DNA e revisou as planilhas financeiras do convento. Quando retornamos para o carro, Dom falou:- O que você acha, Kat?- Eu sinto que ela é minha irmã.- Ela tem os seus olhos. – disse Dereck. – E os meus cabelos. – ele riu.- E é reservada e fria como Magnus. – ironizou Dom.- Magnus não é reservado. – disse Dereck defendendo o irmão.- Nem frio. – eu me vi falando. Do
Naquele mesmo dia, no final da tarde, a campainha tocou. Eu estava sentada comendo pipoca com Leon e jogando vídeo game. Fui atender despretensiosamente. Dois homens muito bem vestidos estavam parados na varanda.- Senhorita Katee?- Sou eu. – falei.- Temos uma entrega para a senhorita.- Para mim? – perguntei surpresa. – Deve ser engano.- Foram enviadas pelo príncipe Dereck.Eu levantei a sobrancelha confusa.- Ok. – eu disse.Em pouco tempo eles abriram o carro e começaram a retirar inúmeras sacolas, colocando dentro da minha casa. Abri para olhar e vi que eram roupas e calçados. Dereck estava louco? Eu até estava precisando de roupas novas... Mas aquilo era um exagero. Quando eles entregaram a última sacola, que encheu o chão da minha minúscula sala, deixaram um cartão, saindo.Eu abri o cartão pequeno, que dizia: