- Por que não atirou em mim? – perguntei.
- Existe algo melhor que ver sua cara de sofrimento e dor, Katrina Lee? Eu não quero você morta... Quero ver você sofrer tudo que eu sofri por você ter vindo ao mundo.
Eu mirei no coração dela e disse, em lágrimas:
- Eu não acabei... Ficou o mais importante: o tiro vingando meu bebê. – dizendo isso eu atirei no coração dela.
Joguei-me sobre Dom aos prantos. Anne Marie Chevalier estava morta, mas antes de ir partiu meu coração mais uma vez. Magnus e Dereck entraram no quarto, me tirando de cima de Dom. Eu tinha sangue por todo meu corpo. Magnus me abraçou com força e Dereck foi verificar como Dom estava.
- Ele... Está vivo. – disse Dereck. – Precisamos levá-lo a um hospital.
Ainda se ouvia tiros pelo castelo.
- Como vamos tirar ele daqui? – eu p
O castelo finalmente estava quase em ordem. Depois de tantos mortos e feridos, finalmente o reino de Noriah estava livre da rainha Anne Marie Chevalier. A maioria havia aprovado a invasão ao castelo. Nunca se soube quem atirou na rainha e nunca se saberia. Era um segredo muito bem guardado por mim, Magnus, Dom, Dereck e Kim. Claro que ainda haviam manifestações contrárias à coroação de Magnus, mesmo ela ainda não tendo acontecido oficialmente. Estávamos na mesa do café da manhã quando foi anunciado que Eva Lee Chevalier estava no castelo. Imediatamente pedimos que ela fosse recebida e se juntasse a nós.Fui até minha irmã e a abracei com carinho:- Venha, junte-se à nós para o café da manhã. – convidei.Ela aceitou. Todos começaram a rir e eu olhei-os confusa:- O que está havendo que eu não sei?-
Foi dado início à cerimônia de coroação do Príncipe Magnus Chevalier. Durou em torno de 30 minutos. Assim que Magnus foi coroado pelas mãos do líder do Conselho, ele me chamou antes de seu primeiro pronunciamento enquanto rei. Nos encaramos com todo amor que tínhamos em nossos corações e ele disse no meu ouvido:- Eu amo você.- Também amo você. – falei sem emitir som, mas deixando que ele entendesse o que meus lábios diziam.- Povo de Noriah... Por toda uma vida os Chevalier reinaram aqui. Eu fico imensamente grato por poder estar aqui hoje, recebendo a coroa que foi de minha mãe, de meu avô, bisavô e de outros tantos ascendentes meus que já viveram aqui. Mas não posso dizer que estou emocionado, pois seria mentira. Por isso, neste momento, enquanto rei de Noriah, eu declaro este lugar livre da monarquia para sempre. Que N
Dereck decidiu, por pressão do povo, concorrer à presidência do novo país. Ele nunca seria rei, foi rejeitado a vida toda por sua própria mãe, a rainha. Contudo, o povo sempre preferiu ele para liderar Noriah. O príncipe politicamente correto teria chances legais e iguais de concorrer junto de outros candidatos. Ele quis Dom para vice. Esta foi a parte difícil. Dom, líder rebelde e anti monarquista a vida inteira, jamais quis um cargo. Alegava ser sempre a oposição, a quem quer que estivesse no comando de Noriah. Mas depois de muita (eu digo muita mesmo) insistência por parte de todos nós, ele acabou dando uma chance a seu amigo King.Kim, por sua vez, certamente seria a primeira dama do novo país. Ele não continuou trabalhando no salão, mas passou a fazer uns vídeos sobre makes e cabelos perfeitos e logo viralizou nas redes sociais. Claro que ele ficou famoso,
Acordei cansada naquele dia. A noite de balada havia me esgotado fisicamente. Eu poderia brincar de rica e ficar o dia todo na cama, fazendo pose e postando nas redes sociais. Mas eu não tinha dinheiro, tinha poucos seguidores e no fundo ninguém se importava com minha vida na internet, salvo um garoto ou outro que me mandava um emoji ou me convidava para sair. Costumavam serem sempre os conhecidos, em geral de aulas que cursávamos juntos na faculdade. Vez ou outra tinha um que eu não conhecia. Eu não costumava dar likes de volta. Eu não era viciada nas redes, mas gostava. Um clique e minha foto estava lá, com a redtag #acordando da balada. Logo um like de Kim, com o comentário “Sempre linda”. Claro, só podia ser ele. E por isso eu o amava tanto e ele era meu melhor amigo. Tomei um banho e desci para o almoço de domingo em família. Minha mãe já estava com a mesa posta e Leon já roubava um pedaço de carne com seu garfo. Meu estômago embrulhou quand
Enquanto estava deitada em minha cama, não pude evitar as lágrimas. A faculdade era minha única chance de ser alguém na vida e ela estava acabada. Também perderia contato com meus colegas, sendo que alguns eu tinha bastante afinidade já. Isso também poderia me abrir portas, pois lá eu encontrava pessoas a partir da Zona C. Então no dia seguinte eu teria que abrir o jornal e procurar um emprego. E não importava do que fosse. Eu precisava ganhar qualquer dinheiro. Agora era minha função sustentar a casa. Poderia ser de Kevin, meu irmão mais velho. Mas ninguém sabia onde poderia estar naquele momento. Já fazia tempo que Kevin ficava pouco em casa. Quando vinha, não coseguia disfarçar o cheiro de álcool e drogas ilegais. Várias vezes vi minha mãe indo encontrá-lo no portão e fazendo-o esconder tudo que tinha nos bolsos ou na mochila an
Na manhã seguinte eu acordei cedo, coloquei uma de minhas melhores roupas, penteei meus cabelos deixando-os mais volumosos e fiz uma maquiagem leve. Iria para faculdade explicar aos meus amigos que eu precisaria abandonar os estudos e depois sairia à procura de um emprego. E eu não estava em condições de escolher muito.Quando cheguei fui diretamente para sala. Eu estava bem adiantada, então poderia ver todos antes de começar a aula e me despedir. Logo chegou Kim. Abraçamo-nos e ele disse:- Recuperada da balada?- Sempre. – eu disse piscando.- Por que não respondeu minhas mensagens ontem? – ele perguntou.- Kim, se você soubesse tudo que aconteceu comigo... – falei sem conseguir esconder a tristeza.- Então começa, querida.- Nem sei por onde... Quer que eu comece pela parte que vou deixar a faculdade ou pela que vou ter que consegui
Nunca pensei que achar um emprego fosse tão difícil. Eu realmente gastei a sola do meu scarpin mais caro e nem minha boa aparência meu ajudou. O papel que eu havia conseguido na faculdade ajudava a não me dizerem não completamente. Ficavam com meu currículo que era praticamente em branco e prometiam me ligar assim que houvesse uma vaga. Eu não poderia me dar ao luxo de esperar. Eu precisava do emprego urgentemente. No fim da tarde, voltei para a faculdade e fui encontrar meus amigos no nosso lugar secreto. Todos já me esperavam. - E então, alguma novidade? – perguntou Kim. – Conseguiu o emprego? - Claro que não. – falei jogando minha bolsa longe e sentando em uma mesa, completamente esgotada. Tirei meus sapatos e disse:
Ouvi gritos. Não sabia se era sonho ou realidade, pois meus olhos ainda estavam fechados. Logo ouvi as vozes cada vez mais próximas. Uma claridade passeou sobre minhas pálpebras e ouvi o barulho da janela se abrindo:- Acorde, Kat... Acorde.Abri meus olhos e o sol cegou meus olhos. Fechei-os novamente, preguiçosa:- Que houve? Se não ganhamos na loteria, qual motivo desta gritaria toda?- Levante-se daí agora, Katrina Lee. – disse minha mãe seriamente.Ergui meu corpo, me recostando na cabeceira dura e desconfortável.- O que houve?- Encontrei um emprego para você.- Então... Já vou começar? – perguntei ironizando a forma como fui acordada.- Vamos lá, Kat. Se mexa que você tem muito a fazer.Levantei confusa e cambaleante. Leon me olhava atento, junto de minha mãe. Ela trazia nas mãos o Jorn