Magnus olhou nos meus olhos e não disse nada. Pegou-me pela mão e me conduziu por entre a multidão até uma pequena porta de vidro. Passamos por ela e uma escada estreita de pedras nos levou a um gramado dourado iluminado pela luz da lua cheia. A noite estava agradável, mas não muito quente, pois o verão estava chegando ao fim, já trazendo uma brisa fresca de outono. Seguimos até um portão gradeado branco aonde chegamos a um enorme jardim. Ele me conduziu pela espécie de labirinto verde e natural até chegarmos ao centro, com lindos pinheiros e pequenos bancos brancos.
- Como... Eu não conhecia este lugar?
- Por que só a realeza tem acesso.
- É aqui... Que você vinha com ela? – perguntei curiosa.
Ele riu alto:
- Claro que não... Eu nunca trouxe ninguém aqui. Como eu disse, é só para a realeza.
- Mas e
Quando eu saí pela porta de vidro, levantei meu vestido nos braços e corri em direção ao jardim, passando pelos arbustos. O dia já estava amanhecendo. Senti medo e meu corpo inteiro tremia. Mas eu só conseguia correr e correr. Ouvi espécies de sirenes altas ecoando por todo o castelo. Não passei por nenhuma pessoa. O jardim começou a ficar mais denso, com mais árvores e grama cada vez mais alta. Adiante encontrei o muro do castelo e uma porta quase escondida entre os cipós e trepadeiras. Tentei abrir, mas estava fechada. Ouvi pessoas falando e pareciam próximas. Com meus pés chutei com tanta força que desempenei a porta que não sei quanto tempo não era aberta. E fui parar novamente na floresta dos fundos do castelo de Noriah, o lugar onde o príncipe Magnus caçava. Eu me dirigi à cabana dele e lá tirei o vestido e coloquei uma calça e uma
Em pouco tempo Dom me trouxe uma taça com sorvete de morango. Eu sentei na cama:- Isso é real? Ou estou sonhando? – perguntei quando peguei a taça nas mãos.- É real. Eu não sou um príncipe, mas também posso realizar desejos.Eu ri e disse:- Vamos lá, Dom, mostre seus lindos dentes e pare de tentar ser um homem mau.Ele pegou na minha mão antes que eu pudesse colocar a colher com o sorvete na minha boca e disse, olhando nos meus olhos:- Kat, vocês não podem ficar aqui.Eu fiquei olhando para ele, incapaz de comer. Dom não nos ajudaria? Ele pegou a colher e colocou o sorvete na minha boca, me dando um beijo nos lábios em seguida, dizendo:- Mas eu vou ajudar vocês.Eu sorri e comi o restante da taça. Depois entreguei para ele a taça e levantei, dizendo:- Preciso que pegue na minha casa a ar
A casa de campo de Dom era o lugar perfeito para nós ficarmos escondidos. Ninguém nos procuraria ali. Aquele lugar nem parecia o reino de Noriah Sul. Minha mãe e Leon ficaram num quarto e eu e Kim dividimos o outro.- Temos que ser muito gratos a Dom. – disse Kim enquanto estávamos deitados na cama de casal.- Eu sou grata, Kim.Ele riu:- Acho que você até já lhe agradeceu antecipadamente. – ele disse olhando virando para mim e piscando o olho.- Dom é diferente dos outros homens...- Até mesmo de Magnus?- Até mesmo de Magnus. Cada um tem seus defeitos e suas qualidades. Mas você sabe que eu me envolvi com Dom... E isso não faz muito tempo.- Você acha que pode ter confundido seus sentimentos com relação aos dois?- Não. – eu garanti. – Eu tenho certeza do que sinto por Magnus.- E
- Eu estou falando sério. – disse Dom. – Já tracei o plano todo. Vou simular a morte de Katrina. Ela terá inclusive um atestado de óbito, emitido legalmente. Então ninguém mais procurará por ela.- E eu estarei literalmente morta, me escondendo por toda a minha vida dentro do meu próprio reino. Para que eu viveria assim? – perguntei.- Kat, isso será por um tempo. Até a mídia e a rainha esquecerem você. Enquanto isso você traça sua vingança.- Minha vingança... – eu ri. – Lenta e dolorosa... É assim que eu quero que seja a morte da rainha Anne.- Então por que está treinando tiro? – perguntou Kim.Dom riu:- Acho que ela planeja dar um tiro por vez... Vários, por último no coração.- Na cabeça. – eu corrigi.- Você me
Eles se foram e eu fiquei ali com Dom. Kim viria buscá-lo, mas provavelmente no dia seguinte, pois já estava muito tarde. Não sei do que eu tinha mais medo: do retorno deles ou de eu ficar ali sozinha com Dom em sua casa.Voltamos para dentro.- Quer que eu faça algo para comermos? – ele perguntou.- Não... Tudo bem. – eu disse. – Minha mãe deixou algumas coisas prontas na geladeira. Então não precisamos nos preocupar com isso. Além do mais não estou com fome.Deitei no sofá e queria ficar um pouco quieta e colocar meus pensamentos em ordem.- O que você fez com o anel? – Dom perguntou sentando na minha frente, no outro sofá.- Eu... Mandei Kim entregar a Magnus.- Mandou Kim ir ao castelo? – ele perguntou preocupado.- Não, Dom, acalme-se. Eu tenho certeza de que Magnus irá procurar Kim e tentar
- O que eu mais temia aconteceu... – falei.- Ele não te amar?Olhei para Dom furiosa e num impulso tentei bater nele. Ele segurou meus braços com força, olhando nos meus olhos:- Eu não tenho culpa. – ele disse.Eu beijei o beijei. Estava com tanta raiva de Magnus. Quanto tempo me contive junto de Dom, sempre pensando nele e no que vivemos. Eu imaginava que era para sempre. Mas bastou ele saber que eu estava morta para voltar com Vitória. Naquele momento eu odiava Magnus mais que qualquer coisa. Eu queria feri-lo, de qualquer forma que eu conseguisse. Dom me apertou contra o corpo dele, machucando meus lábios com tanta força que ele me beijava. Havíamos esperado muito tempo por aquele encontro entre os nossos corpos. Ele tirou minha blusa com tanta habilidade que nem deu tempo de eu pensar. Logo ele estava passando os lábios quentes pelo meu pescoço, descendo até meu
Quando acordei eu e Leon estávamos abraçados. Eu retirei o corpo dele quentinho junto do meu com cuidado para não acordá-lo. Fui usar o banheiro pela primeira vez. O chuveiro era quente e com bastante água. Encontrei algumas roupas minhas no quarto de minha mãe e coloquei. Quando cheguei na cozinha o leite quente me esperava, enquanto minha mãe lia o jornal.- Alguma notícia importante? – perguntei.- A mesma de sempre: o casamento real. – disse ela fechando o jornal.Eu peguei das mãos dela e abri. Magnus Chevalier, que nunca aparecia na mídia agora estava diariamente estampado nos jornais. Quanta ironia.- Você vai sair? – perguntou minha mãe.- Vou.- Não pode sair... Precisa ter cuidado. Ainda é muito recente.- Vou me cuidar. Está tudo bem, mamãe. Hora de me mexer... E fazer todo mundo pagar.- K
- Kevin, nosso pai errou... Mas eu o perdoei. Todos temos defeitos, não é mesmo?- Você abandonaria um filho, Katrina?Eu o olhei confusa. Do que ele estava falando? Estava querendo que eu dissesse minha opinião sobre aquilo ou estava se referindo ao nosso pai?- Do que... Você está falando?- De nossa irmã...- Nossa... Irmã? – perguntei confusa.- Eva.- Eva? – perguntou Dom. – Você conhece Eva, Kevin?- Você sabe sobre Eva? – perguntou Kevin a Dom.- Não... Mas eu e Kat encontramos um bilhete falando sobre Eva dentro da caixa onde seu pai guardava o revólver.- Sim... Eva é nossa irmã.- Kevin, quem é Eva? Como assim nossa irmã? O que aconteceu com ela?- Eva Lee... Ou poderia ser Chevalier.Eu senti o ar faltar em meus pulmões. Respirei profundamente, t