- Kevin, nosso pai errou... Mas eu o perdoei. Todos temos defeitos, não é mesmo?
- Você abandonaria um filho, Katrina?
Eu o olhei confusa. Do que ele estava falando? Estava querendo que eu dissesse minha opinião sobre aquilo ou estava se referindo ao nosso pai?
- Do que... Você está falando?
- De nossa irmã...
- Nossa... Irmã? – perguntei confusa.
- Eva.
- Eva? – perguntou Dom. – Você conhece Eva, Kevin?
- Você sabe sobre Eva? – perguntou Kevin a Dom.
- Não... Mas eu e Kat encontramos um bilhete falando sobre Eva dentro da caixa onde seu pai guardava o revólver.
- Sim... Eva é nossa irmã.
- Kevin, quem é Eva? Como assim nossa irmã? O que aconteceu com ela?
- Eva Lee... Ou poderia ser Chevalier.
Eu senti o ar faltar em meus pulmões. Respirei profundamente, t
Naquela semana eu e Dom focamos em procurar Eva Lee. Iniciamos por buscas na internet. Dom conseguiu com seus contatos do grupo rebelde uma lista com todas as garotas chamadas Eva em Noriah Norte. Nossa ideia era iniciar por lá. Não acreditávamos que a garota pudesse estar no nosso reino. Enquanto estávamos sentados na cozinha numa noite, com a lista e lápis na mão, fazendo nossas hipóteses, minha mãe sentou ao nosso lado. Eu não havia falado sobre a minha irmã para ela. Mas fiquei mais uma vez surpresa com Laura Lee.- Encontraram alguma noticia sobre Eva? – perguntou ela.Olhei-a pensativa e sem saber ao certo o que dizer:- Mãe... Você sabe sobre Eva?- Sim. – ela disse levantando e servindo café puro para ela e Dom e me fazendo um leite quente.- Há quanto tempo? – perguntei.- Um pouco antes de você. Kevin me contou.
- Alguma vez você viu Vitória usando aquele anel? Era especial para ele, para mim... Você mandou Kim devolver.- Ironicamente parece que eu adivinhei que não seria meu e sim de Vitória.- Acha mesmo que ele daria o anel da família de nosso pai para Vitória?- Bastou ele saber da minha morte para casar com ela... Magnus nunca me amou.Dereck levantou e riu amargamente, com a voz embargada de emoção:- Ele aceitou casar com ela em troca de nossa mãe nunca mais perseguir Laura e seu irmão.Eu senti todo o peso do mundo sobre a minha cabeça e meu coração se partir em tantos pedaços que eu não saberia se conseguiria juntar novamente. Por meses eu me lamentei por ele ter decidido casar com Vitória, usei Dom para puni-lo de todas as formas e tudo que ele tinha feito era... Por mim?Senti as lágrimas rolarem quentes e fa
Na manhã seguinte, quando acordei abraçada a Leon sabia que era o grande dia de conhecer Eva Lee e ter a certeza se ela era ou não a minha irmã abandonada. Novamente eu saí da cama tentando não acordá-lo. Eu ainda não havia dormido do quarto de hóspedes, que era para ser meu, mas ninguém poderia saber. Dormir com Leon nos meus braços era bem melhor que naquele quarto frio e distante, que nada tinha a ver comigo. Até no castelo de Noriah eu me sentia mais a vontade do que naquele quarto. Mas ainda assim eu gostava da casa nova, embora não achasse que ficaria ali por muito tempo. Talvez estivesse na hora de eu encontrar um lar para mim. Poderia ser próximo da casa de minha mãe, para eu poder ajudá-la, especialmente com Leon. Não sabia sobre o que faria do meu futuro. Em breve teria que arrumar um emprego, pois precisaríamos de dinheiro. Fui até o banheiro e depois para cozinha. Mas qual foi minha surpresa quando cheguei na porta e vi Dereck sentado com minha mãe, tomando café
Eva era bastante reservada. Não sei se ela mudaria depois que tivesse certeza de nosso parentesco. Mas eu não precisava de nenhum papel. Os olhos dela diziam que era minha irmã.Antes de nos retirarmos, eu perguntei:- Posso... Dar-lhe um abraço?- Sim. – ela disse um pouco sem jeito.Eu a abracei com carinho, sob os olhares de todos. Ela correspondeu ao abraço. Então saímos. Dereck levou amostra para o exame de DNA e revisou as planilhas financeiras do convento. Quando retornamos para o carro, Dom falou:- O que você acha, Kat?- Eu sinto que ela é minha irmã.- Ela tem os seus olhos. – disse Dereck. – E os meus cabelos. – ele riu.- E é reservada e fria como Magnus. – ironizou Dom.- Magnus não é reservado. – disse Dereck defendendo o irmão.- Nem frio. – eu me vi falando. Do
Naquele mesmo dia, no final da tarde, a campainha tocou. Eu estava sentada comendo pipoca com Leon e jogando vídeo game. Fui atender despretensiosamente. Dois homens muito bem vestidos estavam parados na varanda.- Senhorita Katee?- Sou eu. – falei.- Temos uma entrega para a senhorita.- Para mim? – perguntei surpresa. – Deve ser engano.- Foram enviadas pelo príncipe Dereck.Eu levantei a sobrancelha confusa.- Ok. – eu disse.Em pouco tempo eles abriram o carro e começaram a retirar inúmeras sacolas, colocando dentro da minha casa. Abri para olhar e vi que eram roupas e calçados. Dereck estava louco? Eu até estava precisando de roupas novas... Mas aquilo era um exagero. Quando eles entregaram a última sacola, que encheu o chão da minha minúscula sala, deixaram um cartão, saindo.Eu abri o cartão pequeno, que dizia:
O plano de Kim havia dado certo. Não houve dúvidas de que ele era o próprio Black em pessoa. E a notícia de que a rainha havia matado Joana Pallucci e tinha uma filha era o assunto principal em Noriah. Nenhum rebelde queria saber sobre Black e sim sobre os assuntos que envolviam a rainha, que eram extremamente sérios. A mídia nacional logo estava noticiando isso também. Somente o jornal e televisão do castelo não falavam do assunto.Dereck veio me ver naquela tarde. Ele estava com Kim novamente.- Você não trabalha mais? – perguntei para Kim.- Só quando estou a fim. – ele disse piscando o olho. – Tenho um príncipe na minha vida. E está na hora de você pegar o seu volta.- A minha ideia na verdade é achar um emprego, o que está quase impossível em Noriah. Acho que vou voltar a estudar. Terminar a faculdade pode me a
Quando os sinos bateram eu respirei fundo. Kim colocou o véu, tapando meu rosto e eu entrei na igreja. O plano era perfeito, tirando o fato de que Magnus não sabia que eu estava viva, muito menos que havia roubado o lugar da sua noiva.Eu sentia que todos podiam ver e ouvir os saltos do meu coração enquanto eu andava lentamente, segurando um buquê de flores brancas, diferente do de rosas vermelhas que Vitória usava. Não me lembro de ter demorado tanto para andar alguns metros em toda a minha vida. Eu via tantas pessoas que eu não conhecia... Os flashes das máquinas, celulares e filmadoras ofuscavam minha visão em alguns momentos. No entanto eu conseguia ter uma visão do meu príncipe ao longe. Eu sorri, mesmo que ninguém visse, sob meu véu para minha querida irmã, que estava sentada na fileira do corredor, num lugar especialmente reservado para ela. E o sorriso não vi
Não, nós não participamos da nossa festa. Na verdade, eu nem tenho certeza se alguém participou da festa. Depois de encerrada a cerimônia, Magnus me conduziu pelo corredor da igreja até o saguão principal. E finalmente estávamos só nós dois... Sem mais ninguém.- Temos passagens para viajar amanhã, caso queira – ele falou.- Eu jamais viajaria para um lugar que tenho certeza que foi ela que escolheu. – falei.Ele me olhou confuso e disse:- Certamente também não quer passar a noite no meu quarto, não é mesmo, senhora Chevalier?Eu neguei com a cabeça. Ele me conhecia muito bem. Claro que eu queria passar a noite com ele, mas ainda não estava preparada para enfrentar o castelo de Noriah e tudo que tinha dentro dele.- Poderíamos ir para qualquer lugar do mundo para nossa lua de mel... – ele falo