Eu não acordei na manhã seguinte, pois sequer dormi. Magnus deixou meu quarto quando o dia já estava amanhecendo. E eu tinha esperanças, do fundo do meu coração, de que fosse assim todas as noites. Tomei o café da manhã e fui para o escritório dos príncipes. Fui a primeira a chegar.
Não demorou muito para Dereck e Sofia chegarem. Magnus chegou por último, deixando um pequeno bilhete na minha mesa, que guardei para abrir depois. Não queríamos levantar suspeitas, embora eu tivesse quase certeza de que Dereck sabia tudo que se passava sempre.
Eu não havia preservado minha virgindade por nenhum motivo especial e sim porque não havia surgido nenhum homem que me merecesse até então. É claro que eu planejava amá-lo, mas não necessariamente tinha que ser assim. Inicialmente, quando conheci Dom, eu imaginei que ele fosse a pessoa que
- Como saímos daqui? – perguntei.- Não precisamos sair se você não quiser. – ele deu de ombros.- Onde estamos?- No meu quarto.Só então fui prestar atenção no enorme quarto em que estávamos.- Por que não fomos até a cama então? – perguntei.- Não daria tempo de chegar até lá. – ele brincou, ainda me olhando cheio de desejo. – Mas podemos usar agora se você quiser.- Não... Precisamos voltar. – eu disse firme.- Por que saiu de lá daquele jeito?- Achei... Que você ficaria bravo.Magnus me pegou nos braços e me colocou gentilmente sobre a sua cama. Deitou ao meu lado e me olhou nos olhos, dizendo:- Por que achou que eu poderia ficar bravo com você?- Pelo que eu fiz na frente de Vitória.- Você me deu
Impulsiva, sim. Louca, não. Eu não colocaria fogo no castelo na hora da festa. Pelo menos não usando um fósforo ou isqueiro. Mas eu não garantia que meu corpo não entrasse em combustão e explodisse num desejo ardente pelo príncipe de Noriah, impedindo o noivado real. Magnus era meu e eu lutaria por ele. Aquela decisão já estava tomada. Nem que para isso... Eu tivesse que trancar Vitória Grimaldo e sua insolência e arrogância no calabouço.Segundo a rainha, usar suas roupas diárias. Peguei um uniforme limpo e um sapato novo. Borrifei um perfume que eu amava e respirei fundo, preparada para enfrentar o noivado real e o aniversário de Magnus. Eu me sentia bem de alguma forma, pois à noite era no meu quarto que ele estava, implorando por meu corpo e me fazendo delirar de amor. De alguma forma o meu fetiche por tatuagem havia tomado conta dele também. Ele pas
Magnus olhou nos meus olhos e não disse nada. Pegou-me pela mão e me conduziu por entre a multidão até uma pequena porta de vidro. Passamos por ela e uma escada estreita de pedras nos levou a um gramado dourado iluminado pela luz da lua cheia. A noite estava agradável, mas não muito quente, pois o verão estava chegando ao fim, já trazendo uma brisa fresca de outono. Seguimos até um portão gradeado branco aonde chegamos a um enorme jardim. Ele me conduziu pela espécie de labirinto verde e natural até chegarmos ao centro, com lindos pinheiros e pequenos bancos brancos.- Como... Eu não conhecia este lugar?- Por que só a realeza tem acesso.- É aqui... Que você vinha com ela? – perguntei curiosa.Ele riu alto:- Claro que não... Eu nunca trouxe ninguém aqui. Como eu disse, é só para a realeza.- Mas e
Quando eu saí pela porta de vidro, levantei meu vestido nos braços e corri em direção ao jardim, passando pelos arbustos. O dia já estava amanhecendo. Senti medo e meu corpo inteiro tremia. Mas eu só conseguia correr e correr. Ouvi espécies de sirenes altas ecoando por todo o castelo. Não passei por nenhuma pessoa. O jardim começou a ficar mais denso, com mais árvores e grama cada vez mais alta. Adiante encontrei o muro do castelo e uma porta quase escondida entre os cipós e trepadeiras. Tentei abrir, mas estava fechada. Ouvi pessoas falando e pareciam próximas. Com meus pés chutei com tanta força que desempenei a porta que não sei quanto tempo não era aberta. E fui parar novamente na floresta dos fundos do castelo de Noriah, o lugar onde o príncipe Magnus caçava. Eu me dirigi à cabana dele e lá tirei o vestido e coloquei uma calça e uma
Em pouco tempo Dom me trouxe uma taça com sorvete de morango. Eu sentei na cama:- Isso é real? Ou estou sonhando? – perguntei quando peguei a taça nas mãos.- É real. Eu não sou um príncipe, mas também posso realizar desejos.Eu ri e disse:- Vamos lá, Dom, mostre seus lindos dentes e pare de tentar ser um homem mau.Ele pegou na minha mão antes que eu pudesse colocar a colher com o sorvete na minha boca e disse, olhando nos meus olhos:- Kat, vocês não podem ficar aqui.Eu fiquei olhando para ele, incapaz de comer. Dom não nos ajudaria? Ele pegou a colher e colocou o sorvete na minha boca, me dando um beijo nos lábios em seguida, dizendo:- Mas eu vou ajudar vocês.Eu sorri e comi o restante da taça. Depois entreguei para ele a taça e levantei, dizendo:- Preciso que pegue na minha casa a ar
A casa de campo de Dom era o lugar perfeito para nós ficarmos escondidos. Ninguém nos procuraria ali. Aquele lugar nem parecia o reino de Noriah Sul. Minha mãe e Leon ficaram num quarto e eu e Kim dividimos o outro.- Temos que ser muito gratos a Dom. – disse Kim enquanto estávamos deitados na cama de casal.- Eu sou grata, Kim.Ele riu:- Acho que você até já lhe agradeceu antecipadamente. – ele disse olhando virando para mim e piscando o olho.- Dom é diferente dos outros homens...- Até mesmo de Magnus?- Até mesmo de Magnus. Cada um tem seus defeitos e suas qualidades. Mas você sabe que eu me envolvi com Dom... E isso não faz muito tempo.- Você acha que pode ter confundido seus sentimentos com relação aos dois?- Não. – eu garanti. – Eu tenho certeza do que sinto por Magnus.- E
- Eu estou falando sério. – disse Dom. – Já tracei o plano todo. Vou simular a morte de Katrina. Ela terá inclusive um atestado de óbito, emitido legalmente. Então ninguém mais procurará por ela.- E eu estarei literalmente morta, me escondendo por toda a minha vida dentro do meu próprio reino. Para que eu viveria assim? – perguntei.- Kat, isso será por um tempo. Até a mídia e a rainha esquecerem você. Enquanto isso você traça sua vingança.- Minha vingança... – eu ri. – Lenta e dolorosa... É assim que eu quero que seja a morte da rainha Anne.- Então por que está treinando tiro? – perguntou Kim.Dom riu:- Acho que ela planeja dar um tiro por vez... Vários, por último no coração.- Na cabeça. – eu corrigi.- Você me
Eles se foram e eu fiquei ali com Dom. Kim viria buscá-lo, mas provavelmente no dia seguinte, pois já estava muito tarde. Não sei do que eu tinha mais medo: do retorno deles ou de eu ficar ali sozinha com Dom em sua casa.Voltamos para dentro.- Quer que eu faça algo para comermos? – ele perguntou.- Não... Tudo bem. – eu disse. – Minha mãe deixou algumas coisas prontas na geladeira. Então não precisamos nos preocupar com isso. Além do mais não estou com fome.Deitei no sofá e queria ficar um pouco quieta e colocar meus pensamentos em ordem.- O que você fez com o anel? – Dom perguntou sentando na minha frente, no outro sofá.- Eu... Mandei Kim entregar a Magnus.- Mandou Kim ir ao castelo? – ele perguntou preocupado.- Não, Dom, acalme-se. Eu tenho certeza de que Magnus irá procurar Kim e tentar