Fiquei alternando em um tempo de pé, outro sentada ao lado de minha mãe, que não derramou uma lágrima sequer. Perguntei-me por que eu queria que ela chorasse? Todos ali sabiam que ela não sentia muito a perda do marido. Adolfo Lee fora um bom pai na minha opinião, mas ele havia sido alcoólatra no passado e um jogador viciado. Tinha perdido dinheiro e tudo que tínhamos e chegou ao fundo do poço quando perdeu a última coisa que tinha: a casa. Minha mãe sempre teve que cuidar dos filhos, da casa e arrumar um jeito de fazermos levar a vida sem ficarmos traumatizados com tudo que passamos e a escassez de recursos financeiros que tivemos. Por fim, descobri que ela havia sido traída da pior forma possível: meu pai teve um relacionamento fora do casamento com a esposa de seu melhor amigo, neste caso, a perversa rainha de Noriah, Anne Marie Chevalier. Eu senti nojo ao pensar no meu pai tendo rela&ccedi
Magnus e Dereck voltaram para o castelo. Um carro da realeza nos levou de volta para casa. Quando desci do carro, vi Dom parado em frente à nossa casa. Leon correu até ele quando o viu, abraçando-o:- Doutor... Você veio me visitar?- Pelo visto muitas pessoas se preocupavam com seu pai. – observou minha mãe enquanto se dirigia à porta da nossa casa.- Senhora Lee... Eu soube do que aconteceu. – disse ele. – Vim dizer que lamento muito o que aconteceu. E me colocar a disposição, caso precisem de algo. – ele me olhou.Laura Lee colocou a mão sobre o ombro dele e abriu a porta, dizendo:- Não lamente, doutor. Venha... Entre conosco e vamos tomar um café.Dom entrou conosco. Minha mãe foi providenciar um café e Leon ficou falando sem parar, contando a ele sobre várias coisas, até finalizar a sua história contand
Tudo ia bem naquela manhã no escritório real. Eu e Sofia estávamos com quase toda a organização da festa pronta. Lana Davis havia ficado com a parte de publicidade. A rainha fazia questão que a imprensa do mundo inteiro estivesse presente no castelo naquela noite. Entre uma palavra e outra, eu e Magnus flertávamos todos os dias, embora não nos tocássemos.- Está chegando o grande dia. – disse Dereck. – Mulheres bonitas e mascaradas... Por todos os lados. As bebidas mais caras...- E o noivado mais badalado dos últimos tempos. – observei olhando para Magnus.Mas antes que ele pudesse responder, Vitória adentrou na sala, com sua presença forte e marcante, envolvida num vestido curtíssimo da moda.- Bom dia a todos. – disse ela indo diretamente à mesa de Magnus, dando-lhe um longo beijo.Eu poderia dizer que aquilo nã
Eu não acordei na manhã seguinte, pois sequer dormi. Magnus deixou meu quarto quando o dia já estava amanhecendo. E eu tinha esperanças, do fundo do meu coração, de que fosse assim todas as noites. Tomei o café da manhã e fui para o escritório dos príncipes. Fui a primeira a chegar.Não demorou muito para Dereck e Sofia chegarem. Magnus chegou por último, deixando um pequeno bilhete na minha mesa, que guardei para abrir depois. Não queríamos levantar suspeitas, embora eu tivesse quase certeza de que Dereck sabia tudo que se passava sempre.Eu não havia preservado minha virgindade por nenhum motivo especial e sim porque não havia surgido nenhum homem que me merecesse até então. É claro que eu planejava amá-lo, mas não necessariamente tinha que ser assim. Inicialmente, quando conheci Dom, eu imaginei que ele fosse a pessoa que
- Como saímos daqui? – perguntei.- Não precisamos sair se você não quiser. – ele deu de ombros.- Onde estamos?- No meu quarto.Só então fui prestar atenção no enorme quarto em que estávamos.- Por que não fomos até a cama então? – perguntei.- Não daria tempo de chegar até lá. – ele brincou, ainda me olhando cheio de desejo. – Mas podemos usar agora se você quiser.- Não... Precisamos voltar. – eu disse firme.- Por que saiu de lá daquele jeito?- Achei... Que você ficaria bravo.Magnus me pegou nos braços e me colocou gentilmente sobre a sua cama. Deitou ao meu lado e me olhou nos olhos, dizendo:- Por que achou que eu poderia ficar bravo com você?- Pelo que eu fiz na frente de Vitória.- Você me deu
Impulsiva, sim. Louca, não. Eu não colocaria fogo no castelo na hora da festa. Pelo menos não usando um fósforo ou isqueiro. Mas eu não garantia que meu corpo não entrasse em combustão e explodisse num desejo ardente pelo príncipe de Noriah, impedindo o noivado real. Magnus era meu e eu lutaria por ele. Aquela decisão já estava tomada. Nem que para isso... Eu tivesse que trancar Vitória Grimaldo e sua insolência e arrogância no calabouço.Segundo a rainha, usar suas roupas diárias. Peguei um uniforme limpo e um sapato novo. Borrifei um perfume que eu amava e respirei fundo, preparada para enfrentar o noivado real e o aniversário de Magnus. Eu me sentia bem de alguma forma, pois à noite era no meu quarto que ele estava, implorando por meu corpo e me fazendo delirar de amor. De alguma forma o meu fetiche por tatuagem havia tomado conta dele também. Ele pas
Magnus olhou nos meus olhos e não disse nada. Pegou-me pela mão e me conduziu por entre a multidão até uma pequena porta de vidro. Passamos por ela e uma escada estreita de pedras nos levou a um gramado dourado iluminado pela luz da lua cheia. A noite estava agradável, mas não muito quente, pois o verão estava chegando ao fim, já trazendo uma brisa fresca de outono. Seguimos até um portão gradeado branco aonde chegamos a um enorme jardim. Ele me conduziu pela espécie de labirinto verde e natural até chegarmos ao centro, com lindos pinheiros e pequenos bancos brancos.- Como... Eu não conhecia este lugar?- Por que só a realeza tem acesso.- É aqui... Que você vinha com ela? – perguntei curiosa.Ele riu alto:- Claro que não... Eu nunca trouxe ninguém aqui. Como eu disse, é só para a realeza.- Mas e
Quando eu saí pela porta de vidro, levantei meu vestido nos braços e corri em direção ao jardim, passando pelos arbustos. O dia já estava amanhecendo. Senti medo e meu corpo inteiro tremia. Mas eu só conseguia correr e correr. Ouvi espécies de sirenes altas ecoando por todo o castelo. Não passei por nenhuma pessoa. O jardim começou a ficar mais denso, com mais árvores e grama cada vez mais alta. Adiante encontrei o muro do castelo e uma porta quase escondida entre os cipós e trepadeiras. Tentei abrir, mas estava fechada. Ouvi pessoas falando e pareciam próximas. Com meus pés chutei com tanta força que desempenei a porta que não sei quanto tempo não era aberta. E fui parar novamente na floresta dos fundos do castelo de Noriah, o lugar onde o príncipe Magnus caçava. Eu me dirigi à cabana dele e lá tirei o vestido e coloquei uma calça e uma
Em pouco tempo Dom me trouxe uma taça com sorvete de morango. Eu sentei na cama:- Isso é real? Ou estou sonhando? – perguntei quando peguei a taça nas mãos.- É real. Eu não sou um príncipe, mas também posso realizar desejos.Eu ri e disse:- Vamos lá, Dom, mostre seus lindos dentes e pare de tentar ser um homem mau.Ele pegou na minha mão antes que eu pudesse colocar a colher com o sorvete na minha boca e disse, olhando nos meus olhos:- Kat, vocês não podem ficar aqui.Eu fiquei olhando para ele, incapaz de comer. Dom não nos ajudaria? Ele pegou a colher e colocou o sorvete na minha boca, me dando um beijo nos lábios em seguida, dizendo:- Mas eu vou ajudar vocês.Eu sorri e comi o restante da taça. Depois entreguei para ele a taça e levantei, dizendo:- Preciso que pegue na minha casa a ar