Dereck saiu do closet e disse:
- Ainda bem que eu me escondi. Magnus acabaria comigo.
- Você realmente tem medo dele?
- Sim. Você ainda não o viu bravo. Ontem teve uma amostra...
- Aonde vamos? – perguntei.
- Praia.
- Praia? Eu nunca fui à praia. – confessei já ficando ansiosa.
- Nunca foi à praia, Katrina? Então o presente será ainda melhor. Iremos passar o dia na praia. Compramos um biquíni no caminho então. Vamos... O carro já deve estar chegando com Kim e seu irmão.
- Como assim meu irmão?
- Mandei buscar Leon.
- Dereck, você fez mesmo isso?
- Sim.
Eu o abracei com força. Como eu pude ter tanta sorte de ter um homem como Dereck no meu caminho? Ele era como um anjo dentro do castelo, que me protegia e me auxiliava em tudo. Dereck era doce, gentil, bem humorado, inteligente e tinha um c
Eu me encaminhei para a areia e Magnus ficou na água, impossibilitado por seu corpo de sair naquele momento. Deixei-me secar ao sol enquanto os empregados preparavam o almoço. Seria tão fácil me acostumar àquela vida que eu tive nos últimos dias. Assim vivia a pequena parte da população, os afortunados. Claro que não era nada comparado à realeza, mas eles tinham tudo que eu e minha família não podíamos ter. Eu era uma garota de sorte, por poder desfrutar de tudo que eu desfrutava naquele momento e em muitos outros dentro do castelo. Eu tinha Dereck que se importava comigo e com todos ao redor dele. Eu tinha Magnus que me desejava ardentemente, mesmo eu não sabendo sobre os reais sentimentos dele. Desejo e amor eram sentimentos diferentes. Eu mesma desejava Dom intensamente. No entanto agora eu sabia que Magnus era o amor da minha vida. Ele havia confessado que não sabia o que era
Quando o relógio marcou meio-dia, Dereck colocou seu casaco e convidou Magnus para irem almoçar.- Pode ir... Eu já estou indo atrás. – disse Magnus.- Vamos descer? – convidou Sofia.- Vamos. – eu falei levantando.- Senhorita Lee, eu gostaria de falar-lhe um minuto... Em particular. – disse o príncipe.Eu sentei novamente. Dereck e Sofia saíram. Olhei diretamente para Magnus, esperando que ele dissesse algo, mas ele permaneceu em silêncio.- Alteza, gostaria que eu providenciasse algo com relação a País del Mar? – perguntei.- Não...- Então... O que gostaria de falar comigo?- Sobre ontem... Você disse que tudo estava se encaminhando para um namoro com Domênico.- Sim, lembro disto.- Isso é verdade?- Sim, Alteza.- Eu achei que... Nós dois estáv
Dom deu alguns tiros no carro, que fugiu em alta velocidade. Eu fiquei ali, com Black ferido deitado no meio da rua, nos meus braços. Em pouco tempo Dom e Kim chegaram até mim.Eu não consegui conter as lágrimas:- Precisamos tirá-lo daqui... Ele está gravemente ferido.- Vamos levá-lo ao hospital. – disse Dom dando as chaves a Kim. – Pegue meu carro... Logo.Dom tentava estancar o sangue e disse:- Ele está vivo. Vamos salvá-lo. Não se preocupe.- Ele se colocou na minha frente, Dom... Este homem é louco.Kim estacionou o carro e colocamos Black no banco traseiro, deitado sob minhas pernas.- Dom, você precisa correr. – eu disse.- Katrina...Ouvi a voz de Black chamando por mim. Então, com uma incrível intuição e não querendo estar certa, sentindo meu coração baten
- Ele está gelado. – eu disse.- Logo ele estará bem.- Eu... Estou com medo. – confessei.- Ele não morrerá.- Eu sei... Refiro-me a tudo isso que aconteceu.- Eu... Sempre soube que ele gostava de você.Olhei-o confusa. Ele continuou:- Ele só continuou sendo Black para poder vigiá-la...- Dom... Ele tomou um tiro por mim.- Eu sei, Katee. Só estou tentando montar as peças deste quebra-cabeça.- Eu entendo... Também tentei fazer isso.- Mas no fim, tudo se resume a isso: o príncipe se apaixonou pela dama de companhia.- Dom... Não é hora para esta conversa.- E quando será, Katee? Agora eu tenho certeza que meu tempo com você é cada vez mais curto. Não há como competir com ele...Eu fui até Dom e o abracei:- Você sabe que &
- Nós não fizemos nada, Magnus... E você sabe disso.- Mas você me viu quando deitou na cama... Eu ouvi você chamando por mim...- Mas eu achava que poderia ser um sonho... E que você pudesse não estar ali.- Então você sonha comigo? – ele perguntou sorrindo.- Seu bobo... Você sabe do que estou falando. Eu quero a resposta da minha pergunta.- A resposta é sim... Eu dormi algumas vezes com Vitória. E não... Eu não gosto dela.- De quem partiu a iniciativa?- Dela.- Por que acha que eu acreditaria em você?Ele olhou nos meus olhos e disse:- Eu sei que você acredita em mim... Assim como eu acredito em você, Katrina.Eu tirei minha mão da dele e disse:- Magnus... Eu não quero sofrer. Não mais do que já sofro. Minha vida não é fácil... Nu
Depois de dez dias, Dom liberou Magnus para ir para casa. Neste tempo eu só consegui ir vê-lo uma vez. Então não conseguimos conversar sobre mais nada. Num dos dias, mesmo sem Magnus, recebemos a ilustre visita de Vitória, tentando tirar de Dereck o lugar onde seu noivo estava. Eu acredito que Magnus tenha ligado para ela da casa de Dom. A rainha Anne era inteligente, mas pareceu engolir a história também.Naquela manhã, quando cheguei ao escritório dos príncipes, Magnus já estava lá, lindo, radiante e perfeito, como sempre.- Alteza... – eu cumprimentei curvando-me quando o vi sentado em seu lugar.- Não precisa fazer isso, senhorita Lee... Dispenso.- Acho que não precisamos mais destas formalidades quando estivermos sozinhos, Kat. – disse Dereck. – Concordo com Magnus.Eu iria responder quando Sofia chegou, curvando-se aos prí
Eu não sabia se velava o corpo do meu pai ou ia até a Zona K tentar saber o que estava acontecendo com Kevin e o motivo de ele estar preso. Eu sabia que Kevin não se preocuparia com a morte de meu pai. Não tinha certeza se ele quereria ir ao enterro... Mas eu precisava encontrá-lo e ajudá-lo. Ele era meu irmão.Olhei para Dereck:- Alteza, será que eu posso usar seu carro novamente? – perguntei. – Não querendo abusar da sua generosidade.- Para onde você vai, Kat? Zona K? – perguntou Kim.- Sim.- Eu vou com você. – disse Dereck.- Não... Você não vai. – falou Kim seriamente. – Não posso deixar você fazer isso.Os dois se olharam e pareciam que se entendiam daquela forma. Acho que eu não sabia exatamente tudo que estava se passando entre os dois.- Eu fico com Laura Lee. –
Fiquei alternando em um tempo de pé, outro sentada ao lado de minha mãe, que não derramou uma lágrima sequer. Perguntei-me por que eu queria que ela chorasse? Todos ali sabiam que ela não sentia muito a perda do marido. Adolfo Lee fora um bom pai na minha opinião, mas ele havia sido alcoólatra no passado e um jogador viciado. Tinha perdido dinheiro e tudo que tínhamos e chegou ao fundo do poço quando perdeu a última coisa que tinha: a casa. Minha mãe sempre teve que cuidar dos filhos, da casa e arrumar um jeito de fazermos levar a vida sem ficarmos traumatizados com tudo que passamos e a escassez de recursos financeiros que tivemos. Por fim, descobri que ela havia sido traída da pior forma possível: meu pai teve um relacionamento fora do casamento com a esposa de seu melhor amigo, neste caso, a perversa rainha de Noriah, Anne Marie Chevalier. Eu senti nojo ao pensar no meu pai tendo rela&ccedi