- Então você ficará. – disse Magnus.
Domenico pegou suas coisas e estava decidido a sair. Eu sabia que ele havia ficado bravo comigo. Então disse:
- Doutor, poderia vir me ver amanhã? – olhei para Magnus e pedi: - Algum problema de ele retornar para se certificar de que está tudo bem, Alteza?
- Por mim sem problemas. – consentiu Magnus.
- Senhorita Lee, como não confia no meu diagnóstico, não precisa da minha presença novamente. Lamento o ocorrido aqui hoje. – ele foi saindo e antes de ir definitivamente, lembrou: - Alteza, lembrando que um investigador da polícia precisa apurar os fatos do que houve com a garota. Caso isso não aconteça, tratarei de fazer a denúncia pessoalmente.
Dizendo isso ele saiu. Senti meu coração se partir em mil pedaços. Dom era incrivelmente mais forte do que eu imaginava. Ele n&atil
Kim foi embora e eu fiquei ali sozinha com meus próprios pensamentos. Olhei para fora e vi que o dia já estava quase amanhecendo. Havia sido uma noite difícil. E eu estava viva... E bem. E aquilo tinha sim um propósito. O tiro poderia ter pego na minha cabeça ou mesmo no meu coração. Então eu não estaria mais ali. No entanto eu tinha o sangue correndo em minhas veias e continuava dentro do castelo de Noriah, agora com tantas mordomias que nem imaginava ter um dia. Eu tentava assimilar e entender o que havia acontecido nas últimas horas, especialmente entre Dom e Magnus. Mas eu simplesmente não conseguia, pois eu tinha umas mil teorias na minha cabeça. Magnus não teria ciúme de mim com Dom... Ele mal me conhecia. Ainda assim havia tentado me beijar dentro da cabana de caça, quando talvez pensou que eu pudesse morrer. Por que aquele beijo? Qual a intenção dele com aqu
Os próximos dois dias eu passei ainda na enfermaria do castelo, abusando do sorvete de morango que vinha cada vez que eu pedia. E da bondade dos príncipes, que me tratavam quase como uma princesa. Eu sabia que aquilo não duraria para sempre e eu não era exatamente uma pessoa burra a ponto de não me aproveitar da situação. O investigador continuou vindo também nos dois dias seguidos, se certificando de que eu não mudaria em nada meu depoimento.Recebi alta na noite do terceiro dia e fui sozinha para o primeiro andar. Chegar lá, naquele corredor escuro e frio me deu um certo tremor. Eu não gostava daquele lugar. Definitivamente preferia a enfermaria. No entanto aquele era o meu mundo e estava na hora de voltar para ele. Quando entrei no quarto senti o meu cheiro nele. Era familiar e era o que mais me aproximava de um lugar chamado casa. Deixei meus medicamentos dados pelo médico na mesa ao lado
Dereck era espontâneo. Mas às vezes inconveniente. Eu ficava muito envergonhada quando ele me “empurrava” para os braços de Magnus.- Vamos continuar o planejamento. – eu disse pegando a caneta das mãos de Dereck. – Obrigada pela caneta. – falei para Magnus. – Foi útil de alguma forma.Ele continuou sentado sobre a minha mesa, descontraidamente. Logo eu já tinha um bloco cheio de ideias. Dereck realmente não deixava passar nada.- E as máscaras deixarão tudo mais misterioso. – disse Dereck.- Pois é... Dependendo da forma como as pessoas estiverem, nem saberemos quem é quem... A não ser na identificação na entrada. – observei.- E sendo assim, ninguém é de ninguém.Eu e Magnus olhamos imediatamente para ele. Essa era a intenção de Dereck com o baile de másca
Os dias seguintes foram de intenso trabalho. Além da organização da festa, tinham outras coisas para fazer. Tentei evitar falar qualquer coisa perto do meu colega secretário, pois tinha quase certeza de que ele havia contado tudo à rainha. Quanto à ela, fez exatamente o que disse que faria: anunciou em todos os lugares possíveis “sua” brilhante ideia de receber alimentos como presentes para Magnus e doar aos menos favorecidos. Eu sabia que aquilo não a faria se redimir com o povo. Também não falei nada com os príncipes sobre ela ter assumido a autoria da ideia. Eles certamente sabiam, mas não falaram nada a respeito. Pensei que talvez realmente não tivesse nada o que fazer. O que queria? Que fosse atribuído a mim a ideia? Não... Eu não queria. Eu queria na verdade que todos pensassem que foi ideia de Magnus. Mas o plano não saiu exatamente como o esperad
Antes que chegasse o fim da tarde para que eu pudesse ir, conforme a permissão que eu tinha do príncipe, fui até o jardim dos empregados. Era um pequeno espaço ao ar livre, cercado com madeiras finas e enfeitadas, pintadas de branco. Tinha alguns pergolados espalhados sobre o gramado e eu sentia falta de flores, visto que era um jardim. Comecei a leitura de um livro sobre a antiga monarquia em Noriah, antes da divisão entre norte e sul. Quando percebi estava organizando mentalmente o que eu faria naquela noite. E imaginando como seria reencontrar Dom depois do ocorrido na enfermaria.- Pensando no que fará amanhã?Fiquei surpresa ao ouvir Magnus atrás de mim. Levantei os olhos surpresa para ele. Usava bermuda, camiseta e tênis de corrida.- Na verdade, não... Vou sair hoje. – expliquei.Os poucos presentes no jardim imediatamente foram até o príncipe, cumprimentando-o
Logo Sofia apareceu com um lindo vestido rendado verde. E por incrível que pareça, era exatamente do meu tamanho.- Entre usar jeans e camiseta, eu fico com o vestido curto de renda comportado. – falei maravilhada com o resultado quando me olhei no espelho. – Agora me diga que tem maquiagem, fada madrinha.- Mas é claro que sim. Quem não teria maquiagem?- Achei que pudesse ser proibido inclusive trazer. – falei rindo.- Não duvido... Mas sempre tem um batom clandestino por aqui.Em pouco tempo ela voltou com uma maleta com tudo que eu precisava. Ela não ousou fazer a maquiagem porque eu era expert nisso. Já estava quase na hora, então eu não poderia perder muito tempo nos cabelos. Prendi num coque soltinho. Enfim, eu estava longe de me parecer com Katrina, dama de companhia, com seu uniforme que a deixava igual a todas.- Como estou? – perguntei para Sofi
- Responda, papai, como pôde trair minha mãe com aquela mulher? Ele somente me olhou, sem dizer nada. - Será que foi somente porque ela era a rainha? Ou você sentiu algo por ela algum dia? Eu espero, do fundo do meu coração, que você tenha dormido com ela por amor. Pois só assim eu poderia explicar o fato de ter traído sua esposa e seu melhor amigo. - Quando eu digo que não mereço nada, você ainda diz que estou errado. Eu sou um péssimo homem... Eu sempre fui. - Não posso dizer que meu pai é um péssimo homem. Mas ele não foi honesto com as pessoas que mais o amavam, não é mesmo? De novo ele não falou nada. - Foi amor? - Não. – ele admitiu. - Como foi? – insisti. - Ela veio até mim... Inúmeras vezes. Todos sabiam de sua infidelidade dentro do castelo, debaixo dos olhos do próprio rei. Tentei evitar... Mas um dia eu não resisti. - Foi uma ou mais que uma vez? - Mais que uma... – ele confessou baixa
Aguardei quase trinta minutos ouvindo conversas de vários grupos diferentes até que Dom chegasse próximo de mim.- Terminou com Léo? – ele perguntou em voz baixa enquanto eu andava sozinha para outro cômodo.- Sim.- Agora falta terminar com o príncipe Magnus.Eu o olhei confusa:- Como assim?- Você ouviu o que eu falei.- Eu... Não tenho nada com o príncipe Magnus.- Não me pareceu isso quando optou ficar com ele naquele dia.- Não optei ficar com ele, Dom. Optei por ficar no castelo.- Me pareceram bastante íntimos.- Dom... Por favor. Eu não tenho nada com Magnus.- Nem deveria. Ele é o filho de Anne Marie Chevalier, a mulher que nos faz vir a estes encontros. Espero que não se esqueça disto.- Eu não esqueci. Mas Magnus não é como ela.- Ele lhe d