- Responda, papai, como pôde trair minha mãe com aquela mulher?
Ele somente me olhou, sem dizer nada.
- Será que foi somente porque ela era a rainha? Ou você sentiu algo por ela algum dia? Eu espero, do fundo do meu coração, que você tenha dormido com ela por amor. Pois só assim eu poderia explicar o fato de ter traído sua esposa e seu melhor amigo.
- Quando eu digo que não mereço nada, você ainda diz que estou errado. Eu sou um péssimo homem... Eu sempre fui.
- Não posso dizer que meu pai é um péssimo homem. Mas ele não foi honesto com as pessoas que mais o amavam, não é mesmo?
De novo ele não falou nada.
- Foi amor?
- Não. – ele admitiu.
- Como foi? – insisti.
- Ela veio até mim... Inúmeras vezes. Todos sabiam de sua infidelidade dentro do castelo, debaixo dos olhos do próprio rei. Tentei evitar... Mas um dia eu não resisti.
- Foi uma ou mais que uma vez?
- Mais que uma... – ele confessou baixa
Aguardei quase trinta minutos ouvindo conversas de vários grupos diferentes até que Dom chegasse próximo de mim.- Terminou com Léo? – ele perguntou em voz baixa enquanto eu andava sozinha para outro cômodo.- Sim.- Agora falta terminar com o príncipe Magnus.Eu o olhei confusa:- Como assim?- Você ouviu o que eu falei.- Eu... Não tenho nada com o príncipe Magnus.- Não me pareceu isso quando optou ficar com ele naquele dia.- Não optei ficar com ele, Dom. Optei por ficar no castelo.- Me pareceram bastante íntimos.- Dom... Por favor. Eu não tenho nada com Magnus.- Nem deveria. Ele é o filho de Anne Marie Chevalier, a mulher que nos faz vir a estes encontros. Espero que não se esqueça disto.- Eu não esqueci. Mas Magnus não é como ela.- Ele lhe d
Poderia ser qualquer pessoa que nos veria, mas o destino quis que fosse Kim, com sua máscara alegre e colorida, bem como suas roupas. Quando ele nos viu olhou diretamente para nossas mãos e disse:- Agora vocês vão assumir isso?- Por que não? – disse Dom.- Acho que não é o melhor momento.- Por quê? – perguntei confusa ao meu amigo.- Dom, você vai anunciar que está assumindo a união de dois grupos enormes. Haverá muita pressão sobre você. E também o perigo será maior tanto dentro quanto fora daqui. Katee já não está segura nem dentro do castelo. Vamos tentar proteger todo mundo.- Você... Tem razão. – disse Dom. – Não havia pensado nisso... Fui levado pela emoção... Justo eu, que sempre priorizei a segurança de todos.- Precisamos deixar a e
Quando ele me tocava, todo meu corpo queimava, como se necessitasse do dele. Mas apesar de todo desejo dentro de mim, eu não queria perder a virgindade dentro de um carro na frente da minha casa. Foi difícil parar... Mas eu precisava.- Dom... Eu... Preciso parar.- Eu sei. – ele disse se afastando, com os olhos cheios de desejo.- Eu... Vou entrar na minha casa.- Acho que precisa fazer isso logo.Rimos. Eu lhe dei um último beijo e perguntei:- Quando vejo você novamente?Eu gostaria que a resposta fosse de que ainda neste domingo nos veríamos. No entanto ele disse:- Assim que a realeza libertá-la estarei esperando por você.Não era exatamente o que eu queria ouvir. Mas pelo menos eu tinha a certeza de que ele estaria esperando por mim.- Já sabe onde eu moro.- Sei aonde vem duas vezes no mês agora. – ele retrucou. – Ac
Sofia estava na porta quando Magnus disse:- Está tudo bem agora. Eu vou cuidar dela. Pode fechar a porta e acalmar todos, por favor?- Sim, Alteza. – disse Sofia saindo com uma expressão amedrontada no rosto.Ele me olhou:- Você está louca?- Foi sua mãe... Eu tenho certeza.- Minha mãe é a rainha de Noriah.- E isso dá o direito de ela tentar me matar?- Por que acha que ela faria isso?- Não sei, me diga você.Ele sentou na cama e passou as mãos sobre os cabelos desalinhados. Parecia nervoso.- Você... Está bem?Antes que eu respondesse, parece que o mundo desabou sobre minha cabeça e eu comecei a chorar. Eu não costumava fazer aquilo, mas naquele momento estava nervosa e com medo. Ele me abraçou e eu me aconcheguei ao peito dele. Eu precisava de alguém. Queria me sentir segur
Sim, eu havia deixado todo o castelo em alerta. Havia guardas por todos os lados. O bom é que agora eu também estava segura, pois a rainha não me mataria na frente de todos, já que os olhares estavam sobre mim. Subi atrás de Magnus e posso jurar que vi até um guarda morto-vivo piscando para mim enquanto eu subia usando o roupão do príncipe que encostava no chão devido ao tamanho ser bem maior que meu. Não posso negar que eu me sentia vingada. Depois da rainha ter tentado me matar agora eu seria vizinha de quarto dela. Era um tanto quanto divertido, mesmo eu estava com medo naquele momento. Sabia que não teria um momento de paz. Ela havia ameaçado e mais cedo ou mais tarde cumpriria o que disse. Despertei o ódio dela, assim como ela despertava o meu. Então eu precisava levantar a cabeça e enfrentar, pois de um jeito ou de outro, eu já estava morta mesmo. Estava mais segura
- Eu sou uma pobre menina falida da Zona E... O que você quer comigo?- Quero os nomes.- Nomes? – me fiz de desentendida.- Me diga os nomes dos líderes do seu grupo e eu deixo você em paz para sempre. Será como se nunca tivesse entrado neste castelo uma única vez.Eu ri ironicamente, mesmo com medo:- Sua palavra para mim não vale de nada. Você mente o tempo todo. Você mata pessoas por puro capricho. Por que eu acreditaria em você?- Pela sua segurança... Pela sua vida.- Eu nunca vou fazer isso. Se sua intenção em me chamar para este emprego foi essa, esqueça. Tente outras pessoas, talvez tenha mais sucesso.- A decisão é sua, garota.- Eu não sou uma garota.Ela arqueou as sobrancelhas:- Garota... Se arrependerá do dia que entrou neste castelo pela primeira vez.- Já est
As duas próximas semanas passaram voando. A rainha havia dado uma trégua. Eu sabia que não seria por muito tempo, ainda assim aproveitei o momento de tranquilidade e consegui organizar a festa da melhor maneira possível. Tive ajuda de Dereck e de Magnus. Tentei me manter o mais distante possível do príncipe. Eu não queria me machucar ainda mais. E ele também se manteve distante. Falávamos somente o necessário e nossa relação voltou a ser estritamente profissional. Claro que à noite, quando eu deitava na cama de princesa do castelo, eu ficava relembrando até adormecer o beijo que eu havia trocado com ele. Já havia passado tanto tempo e eu ainda tinha na memória cada detalhe, como se tivesse sido há minutos atrás.Consegui sair novamente no sábado à noite do castelo, com permissão de Dereck. Não pedi para Magnus, p
A primavera passou e com ela chegou o verão. O tempo andou tão rápido que eu nem percebi. Entre as idas e vindas para minha casa quinzenalmente, encontrava Dom esporadicamente. Não houve encontros fora do grupo secreto entre nós. Minha família estava bem. Eu não via Kevin há bastante tempo. Minha mãe também não tinha notícias dele e isso nos preocupava. Era a vez que ele ficou mais tempo sem nos dar notícias. Meu pai estava cada vez mais depressivo. Kim sabia de tudo que acontecia comigo, como sempre. Mesmo distantes, conseguíamos ser inseparáveis.Consegui, depois de muita conversa com os príncipes, mudar algumas coisas no dormitório dos empregados. Janelas foram colocadas nos quartos que não tinham e o corredor ganhou luzes mais potentes e fortes. Eu ainda estava tentando convencê-los a mudarem as folgas para semanais e não quinzenais. M