Dereck era espontâneo. Mas às vezes inconveniente. Eu ficava muito envergonhada quando ele me “empurrava” para os braços de Magnus.
- Vamos continuar o planejamento. – eu disse pegando a caneta das mãos de Dereck. – Obrigada pela caneta. – falei para Magnus. – Foi útil de alguma forma.
Ele continuou sentado sobre a minha mesa, descontraidamente. Logo eu já tinha um bloco cheio de ideias. Dereck realmente não deixava passar nada.
- E as máscaras deixarão tudo mais misterioso. – disse Dereck.
- Pois é... Dependendo da forma como as pessoas estiverem, nem saberemos quem é quem... A não ser na identificação na entrada. – observei.
- E sendo assim, ninguém é de ninguém.
Eu e Magnus olhamos imediatamente para ele. Essa era a intenção de Dereck com o baile de másca
Os dias seguintes foram de intenso trabalho. Além da organização da festa, tinham outras coisas para fazer. Tentei evitar falar qualquer coisa perto do meu colega secretário, pois tinha quase certeza de que ele havia contado tudo à rainha. Quanto à ela, fez exatamente o que disse que faria: anunciou em todos os lugares possíveis “sua” brilhante ideia de receber alimentos como presentes para Magnus e doar aos menos favorecidos. Eu sabia que aquilo não a faria se redimir com o povo. Também não falei nada com os príncipes sobre ela ter assumido a autoria da ideia. Eles certamente sabiam, mas não falaram nada a respeito. Pensei que talvez realmente não tivesse nada o que fazer. O que queria? Que fosse atribuído a mim a ideia? Não... Eu não queria. Eu queria na verdade que todos pensassem que foi ideia de Magnus. Mas o plano não saiu exatamente como o esperad
Antes que chegasse o fim da tarde para que eu pudesse ir, conforme a permissão que eu tinha do príncipe, fui até o jardim dos empregados. Era um pequeno espaço ao ar livre, cercado com madeiras finas e enfeitadas, pintadas de branco. Tinha alguns pergolados espalhados sobre o gramado e eu sentia falta de flores, visto que era um jardim. Comecei a leitura de um livro sobre a antiga monarquia em Noriah, antes da divisão entre norte e sul. Quando percebi estava organizando mentalmente o que eu faria naquela noite. E imaginando como seria reencontrar Dom depois do ocorrido na enfermaria.- Pensando no que fará amanhã?Fiquei surpresa ao ouvir Magnus atrás de mim. Levantei os olhos surpresa para ele. Usava bermuda, camiseta e tênis de corrida.- Na verdade, não... Vou sair hoje. – expliquei.Os poucos presentes no jardim imediatamente foram até o príncipe, cumprimentando-o
Logo Sofia apareceu com um lindo vestido rendado verde. E por incrível que pareça, era exatamente do meu tamanho.- Entre usar jeans e camiseta, eu fico com o vestido curto de renda comportado. – falei maravilhada com o resultado quando me olhei no espelho. – Agora me diga que tem maquiagem, fada madrinha.- Mas é claro que sim. Quem não teria maquiagem?- Achei que pudesse ser proibido inclusive trazer. – falei rindo.- Não duvido... Mas sempre tem um batom clandestino por aqui.Em pouco tempo ela voltou com uma maleta com tudo que eu precisava. Ela não ousou fazer a maquiagem porque eu era expert nisso. Já estava quase na hora, então eu não poderia perder muito tempo nos cabelos. Prendi num coque soltinho. Enfim, eu estava longe de me parecer com Katrina, dama de companhia, com seu uniforme que a deixava igual a todas.- Como estou? – perguntei para Sofi
- Responda, papai, como pôde trair minha mãe com aquela mulher? Ele somente me olhou, sem dizer nada. - Será que foi somente porque ela era a rainha? Ou você sentiu algo por ela algum dia? Eu espero, do fundo do meu coração, que você tenha dormido com ela por amor. Pois só assim eu poderia explicar o fato de ter traído sua esposa e seu melhor amigo. - Quando eu digo que não mereço nada, você ainda diz que estou errado. Eu sou um péssimo homem... Eu sempre fui. - Não posso dizer que meu pai é um péssimo homem. Mas ele não foi honesto com as pessoas que mais o amavam, não é mesmo? De novo ele não falou nada. - Foi amor? - Não. – ele admitiu. - Como foi? – insisti. - Ela veio até mim... Inúmeras vezes. Todos sabiam de sua infidelidade dentro do castelo, debaixo dos olhos do próprio rei. Tentei evitar... Mas um dia eu não resisti. - Foi uma ou mais que uma vez? - Mais que uma... – ele confessou baixa
Aguardei quase trinta minutos ouvindo conversas de vários grupos diferentes até que Dom chegasse próximo de mim.- Terminou com Léo? – ele perguntou em voz baixa enquanto eu andava sozinha para outro cômodo.- Sim.- Agora falta terminar com o príncipe Magnus.Eu o olhei confusa:- Como assim?- Você ouviu o que eu falei.- Eu... Não tenho nada com o príncipe Magnus.- Não me pareceu isso quando optou ficar com ele naquele dia.- Não optei ficar com ele, Dom. Optei por ficar no castelo.- Me pareceram bastante íntimos.- Dom... Por favor. Eu não tenho nada com Magnus.- Nem deveria. Ele é o filho de Anne Marie Chevalier, a mulher que nos faz vir a estes encontros. Espero que não se esqueça disto.- Eu não esqueci. Mas Magnus não é como ela.- Ele lhe d
Poderia ser qualquer pessoa que nos veria, mas o destino quis que fosse Kim, com sua máscara alegre e colorida, bem como suas roupas. Quando ele nos viu olhou diretamente para nossas mãos e disse:- Agora vocês vão assumir isso?- Por que não? – disse Dom.- Acho que não é o melhor momento.- Por quê? – perguntei confusa ao meu amigo.- Dom, você vai anunciar que está assumindo a união de dois grupos enormes. Haverá muita pressão sobre você. E também o perigo será maior tanto dentro quanto fora daqui. Katee já não está segura nem dentro do castelo. Vamos tentar proteger todo mundo.- Você... Tem razão. – disse Dom. – Não havia pensado nisso... Fui levado pela emoção... Justo eu, que sempre priorizei a segurança de todos.- Precisamos deixar a e
Quando ele me tocava, todo meu corpo queimava, como se necessitasse do dele. Mas apesar de todo desejo dentro de mim, eu não queria perder a virgindade dentro de um carro na frente da minha casa. Foi difícil parar... Mas eu precisava.- Dom... Eu... Preciso parar.- Eu sei. – ele disse se afastando, com os olhos cheios de desejo.- Eu... Vou entrar na minha casa.- Acho que precisa fazer isso logo.Rimos. Eu lhe dei um último beijo e perguntei:- Quando vejo você novamente?Eu gostaria que a resposta fosse de que ainda neste domingo nos veríamos. No entanto ele disse:- Assim que a realeza libertá-la estarei esperando por você.Não era exatamente o que eu queria ouvir. Mas pelo menos eu tinha a certeza de que ele estaria esperando por mim.- Já sabe onde eu moro.- Sei aonde vem duas vezes no mês agora. – ele retrucou. – Ac
Sofia estava na porta quando Magnus disse:- Está tudo bem agora. Eu vou cuidar dela. Pode fechar a porta e acalmar todos, por favor?- Sim, Alteza. – disse Sofia saindo com uma expressão amedrontada no rosto.Ele me olhou:- Você está louca?- Foi sua mãe... Eu tenho certeza.- Minha mãe é a rainha de Noriah.- E isso dá o direito de ela tentar me matar?- Por que acha que ela faria isso?- Não sei, me diga você.Ele sentou na cama e passou as mãos sobre os cabelos desalinhados. Parecia nervoso.- Você... Está bem?Antes que eu respondesse, parece que o mundo desabou sobre minha cabeça e eu comecei a chorar. Eu não costumava fazer aquilo, mas naquele momento estava nervosa e com medo. Ele me abraçou e eu me aconcheguei ao peito dele. Eu precisava de alguém. Queria me sentir segur