Acordei na sexta-feira com o telefone tocando. Não reconheci o número e atendi deitada.
- Senhorita Katrina Lee?
- Sim. – confirmei.
- Hoje, às 17 h, a senhorita terá entrevista com a dama de companhia da rainha, Lana Davis e com Vossa Majestade, a rainha Anne Marie Chevalier.
Meu coração bateu mais forte. Sentei rapidamente na cama:
- Estarei no horário agendado. Alguma coisa que eu deva fazer além disso?
- 17 horas. – foi a resposta seca do outro lado.
A ligação foi encerrada e eu fiquei ali, com o telefone na mão, quase não acreditando. Se não estava na reta final estava quase lá. Eu conheceria a tão temida rainha Anne Marie Chevalier. Era quase inacreditável. Embora eu não gostasse dela, conhecê-la seria um privilégio e algo que eu jamais imaginei fazer na vida. Pessoas dariam qualquer coi
Quando saí do castelo, o carro do príncipe estava esperando por mim. Abri a porta e entrei, dando de cara com Dereck.- Dereck?- Boa noite, Kat.Eu fiquei feliz em vê-lo. Estava tão confusa, com tantas dúvidas...- Eu precisava ver você... Parece que adivinhou.- Eu sei. – falou ele piscando ironicamente. – Sou mesmo irresistível.- Como você consegue ser assim? – perguntei.- Acredite, não é nada fácil.- Dereck, eu conheci sua mãe... E elas tinham em mãos tudo sobre a minha vida... Isso é surreal.- Isso é o castelo de Noriah, Kat.- Mas... A vida de ninguém é privada?- Creio que não. Tudo que quisermos saber sobre qualquer pessoa é possível.- Eu... Acho isso horrível.- Tem seus benefícios, acredite.- Eu temo n&at
A rainha usava um lindo vestido azul Royal de cetim. Não era nada tradicional ou comum. Ela sempre estava bem vestida. Diziam que ela mandava fazer todas as suas roupas exclusivas com um estilista famoso do País Del Mar. Se eu achava bonito? Sim. Se eu concordava com o luxo e a ostentação? Não. Provavelmente o que ela gastava com aquela vestimenta poderiam alimentar várias famílias na Zona K. Ela fez um discurso breve, comunicando que a escolha foi feita de forma meticulosa, que nenhuma garota foi privilegiada, etc. Eu nunca conseguia acreditar em nada do que ela dizia e sempre acreditava que as palavras que ela proferia não vinham de um discurso previamente feito e sim falado por ela mesma, naquele momento. Ainda assim ela era boa no que fazia e convincente. Depois de mostrar as fotos e entrevistas do jantar oferecido às participantes e seus acompanhantes, que tomou quase uma hora do tempo, ela foi ao que interessava: que dali havia saído 10 finalistas. - Fa
À tarde fui até a casa de Kim, conforme combinei. Ele estava atendendo no salão, mas ainda assim me recebeu com um forte abraço. - Estou atarefado, amiga, mas terminando esta cliente vou fechar. - Não, Kim. Não precisa fazer isso. Eu sei que você precisa trabalhar. Estou aqui com você... Isso basta. - Já cancelei a agenda, baby. Sou todo seu. Não adianta contestar... Está feito. Sorri para ele. Kim era a pessoa mais especial do mundo. E eu tinha além da minha família, o melhor amigo que alguém poderia ter. Ele sempre estava ali para mim, em qualquer circunstância. Ele sempre me dizia o que pensava, não me poupando. Ele, acima de qualquer um, queria o meu bem. Os Lee não era uma família perfeita. Tínhamos tantas coisas por resolver, tantas palavras não ditas, tantas mágoas e agora eu sabia que até segredos. No entanto, minha mãe sempre estava com o ombro à postos para nós. Ela nos criticava quando merecíamos, no entanto, mesmo tentando parecer durona,
Acordei com minha mãe me chamando:- Kat, você pediu para acordá-la.Eu senti uma leve dor na cabeça. Devia ser do espumante que tomei à tarde. Havia praticamente tomado as duas garrafas sozinha.- Sim... Eu vou sair.- Mas... Aonde você vai? Não há mais dinheiro para bancar sua vida social.- Garanto que não vou gastar um centavo onde vou.- Espero que não esteja fazendo nada errado.- Eu não faria isso. – falei me sentindo um pouco culpada por mentir novamente.- Quero que saiba que não contei a verdade a Léo para o seu mal. Ele é um bom rapaz e eu não quero que você o machuque.- Acho que já machucamos, mamãe.- Kat, entenda de uma vez por todas: o amor não é nada comparado a tudo que vivemos nesta vida. Você precisa escolher um bom homem para casar... Algué
Dom continuou:- Temos hoje a presença de pequenos grupos que se juntaram a nós. Esperamos que possam contribuir de alguma forma. Também gostaria de apresentar um novo membro, assim como agradecer a presença de Black. – ele apontou para o rapaz alto e misterioso que estava sozinho escorado. Black levantou a mão e balançou a cabeça, parecendo não se sentir muito à vontade com a manifestação pública de agradecimento. Dom continuou: - Black veio indicado por nosso querido amigo e financiador do grupo, King.Além das máscaras, os nomes eram falsos. Era tudo realmente secreto, para que ninguém se reconhecesse e nem pudesse denunciar nenhum dos presentes caso fosse pego. Senti-me segura, mesmo no meio de todas aquelas pessoas que eu não conhecia. Meu coração estava batendo mais forte, emocionado com tantas palavras fortes que eram di
Não demorou muito para o carro de Léo parou ao meu lado enquanto eu andava amedrontada pela rua. Kim e Diana estavam com ele.- Kat, você está bem? – perguntou Léo preocupado quando sentei ao lado dele.- Sim. – confessei. – Mas tive medo.- Para onde você foi? – perguntou Diana.- Eu... – fiquei incerta do que deveria dizer.- Não precisa contar o que aconteceu, baby. O que importa é que você está bem. – disse Kim percebendo minha confusão.Léo voltou para casa em alta velocidade. Dava para perceber o quanto ele estava nervoso.- Estivemos em perigo. – disse ele. – Eu tive medo por você, Kat.- Por mim? – perguntei.- Sim... Você poderia ter morrido.- Mas... Isso faz parte. Sabemos que os encontros são secretos e que sempre é perigoso. Mesmo na faculdade
Quando vi meu irmão ali, com várias pessoas em volta dele, eu fiquei imóvel. Minhas pernas simplesmente não me obedeciam. Era como uma cena de um filme de terror passando na minha frente. Só que era real. Eu ouvia os gritos da minha mãe e não conseguia ajudá-la. Só quando vi meu pai saindo pela porta com muita dificuldade foi que eu me movi até o meio da rua. O carro havia fugido. As pessoas falavam ao mesmo tempo e não conseguíamos entender o que havia acontecido de fato. Um vizinho pegou um carro e ofereceu levá-lo ao hospital. Minha mãe o pegou no colo e entrou com ele cuidadosamente. Eu sentei na frente. Iria junto. - Kat, me mande notícias. – falou meu pai com lágrimas nos olhos. - Sim, pode deixar. Eu sabia que ele estava sofrendo também. Liguei imediatamente para Kevin e expliquei o que havia acontecido e que estávamos indo para o único hospital da Zona E. Meu irmão ficou desconcerta
Eu e minha mãe acompanhamos Leon na ambulância, junto do médico e uma enfermeira. Leon ainda estava desacordado, mas já estava com os cortes limpos e com pontos. Olhando-o na maca, eu me senti mais forte. Não importava o que eu tivesse que fazer no fim. A vida de meu irmão valia qualquer sacrifício.A viagem até o hospital B levou mais de uma hora. Assim que chegamos, Domênico desceu junto.- Você vai acompanhá-lo? – perguntei.- Farei a cirurgia. – ele me disse.- Você?- Algum problema?- Não... – falei confusa.Não pensei que ele fosse fazer a cirurgia. Entendi então que o problema não era o médico cirurgião. Ele só não podia operar naquele hospital.Quando outros enfermeiros chegaram para ajudar, eu senti medo de que alguma coisa desse errado. Não pude evitar as l&a