Não demorou muito para o carro de Léo parou ao meu lado enquanto eu andava amedrontada pela rua. Kim e Diana estavam com ele.
- Kat, você está bem? – perguntou Léo preocupado quando sentei ao lado dele.
- Sim. – confessei. – Mas tive medo.
- Para onde você foi? – perguntou Diana.
- Eu... – fiquei incerta do que deveria dizer.
- Não precisa contar o que aconteceu, baby. O que importa é que você está bem. – disse Kim percebendo minha confusão.
Léo voltou para casa em alta velocidade. Dava para perceber o quanto ele estava nervoso.
- Estivemos em perigo. – disse ele. – Eu tive medo por você, Kat.
- Por mim? – perguntei.
- Sim... Você poderia ter morrido.
- Mas... Isso faz parte. Sabemos que os encontros são secretos e que sempre é perigoso. Mesmo na faculdade
Quando vi meu irmão ali, com várias pessoas em volta dele, eu fiquei imóvel. Minhas pernas simplesmente não me obedeciam. Era como uma cena de um filme de terror passando na minha frente. Só que era real. Eu ouvia os gritos da minha mãe e não conseguia ajudá-la. Só quando vi meu pai saindo pela porta com muita dificuldade foi que eu me movi até o meio da rua. O carro havia fugido. As pessoas falavam ao mesmo tempo e não conseguíamos entender o que havia acontecido de fato. Um vizinho pegou um carro e ofereceu levá-lo ao hospital. Minha mãe o pegou no colo e entrou com ele cuidadosamente. Eu sentei na frente. Iria junto. - Kat, me mande notícias. – falou meu pai com lágrimas nos olhos. - Sim, pode deixar. Eu sabia que ele estava sofrendo também. Liguei imediatamente para Kevin e expliquei o que havia acontecido e que estávamos indo para o único hospital da Zona E. Meu irmão ficou desconcerta
Eu e minha mãe acompanhamos Leon na ambulância, junto do médico e uma enfermeira. Leon ainda estava desacordado, mas já estava com os cortes limpos e com pontos. Olhando-o na maca, eu me senti mais forte. Não importava o que eu tivesse que fazer no fim. A vida de meu irmão valia qualquer sacrifício.A viagem até o hospital B levou mais de uma hora. Assim que chegamos, Domênico desceu junto.- Você vai acompanhá-lo? – perguntei.- Farei a cirurgia. – ele me disse.- Você?- Algum problema?- Não... – falei confusa.Não pensei que ele fosse fazer a cirurgia. Entendi então que o problema não era o médico cirurgião. Ele só não podia operar naquele hospital.Quando outros enfermeiros chegaram para ajudar, eu senti medo de que alguma coisa desse errado. Não pude evitar as l&a
Léo ficou conosco o tempo todo, até Leon acordar. Minha mãe foi primeiro vê-lo. Enquanto isto liguei para meu pai e expliquei que estava tudo bem e Leon fora de perigo. Ainda havia algumas ligações de Dereck em meu celular e eu não retornei. Kim me ligou: - Kat, como ele está? - Por sorte tudo bem agora. – expliquei. - Eu gostaria de estar aí com você, mas é longe para mim... Além do mais tinha algumas clientes para atender. - Eu entendo, Kim. Está tudo bem, não se preocupe. - Kat, eu preciso confessar uma coisa. - O que houve? - Eu contei ao príncipe Dereck sobre o que aconteceu com seu irmão... Fiquei em silêncio. Em meio à tantas preocupações eu nem me dei em conta de como ele teria sabido sobre o acidente e a localização de meu irmão. - Como você contou? - Ele me ligou. - Dereck ligou para você? – perguntei surpresa. - Sim... Como ele encontrou meu número eu não sei. Mas queria saber
Os próximos dias não foram fáceis. Eu acordava às 6 horas da manhã e precisava me organizar entre: cuidar da casa, do meu pai, largar currículo nos poucos lugares que eu não havia entregado ainda, ir ao hospital me revezar com minha mãe e meu irmão nos cuidados de Leon.Na quarta-feira, quando cheguei em casa muito cansada, depois de comer o pouco que havia na geladeira, peguei meu celular e liguei para “Traidor: nunca atender”.- Como está seu irmão? – foi a frase que ouvi do outro lado.- Boa noite, Dereck... Ele está melhorando.- Fico feliz por vocês.- Eu estou ligando para agradecer pelo que você fez. Foi um gesto de preocupação com o próximo.- Eu tento ajudar quando posso, Katrina. Nem sempre consigo, este é o problema.- Eu sei... Desculpe se fui rude algumas vezes. Mas não tenho
A quinta-feira de primavera amanheceu chuvosa. Eu odiava chuva. Sapatos enlamaçados, roupas molhadas de forma leve ou dependendo da intensidade da chuva, completamente encharcadas. Cabelos úmidos. Um guarda-chuva que poderia ser esquecido a qualquer lugar que você pudesse entrar. Sem contar a dificuldade para ver as pessoas andando e os carros parecendo loucos, querendo atropelar você a cada minuto quando tenta atravessar a rua.Mas enfim, eu precisava sair. Era meu primeiro dia de trabalho. Embora fosse com Kim, meu melhor amigo e agora também meu chefe, eu era responsável. Preparei um leite doce para meu pai e já deixei preparada uma sopa rala com o que tinha disponível na geladeira. Ele estava especialmente mais abatido naquele dia. Talvez fosse também o desânimo pela chuva que caía lá fora. Mas eu acho que, infelizmente, para meu pai não havia dias de sol há muito tempo.
- Senhorita Lee. Como deve saber, a dama de companhia escolhida por minha mãe foi assassinada ontem.- Sim... Eu vi na televisão. Mas eu não tenho nada a ver com isso. – falei imediatamente, me defendendo.- Não estou acusando-a de nada. – ele disse gentilmente. – Viemos avisar pessoalmente que você é a próxima na lista.Olhei-o confusa e surpresa. Como assim a próxima na lista? Senti um arrepio percorrendo meu corpo, como se eu não devesse aceitar. No entanto, eu precisava de um emprego literalmente para sobreviver. E aquele, especialmente, era tudo que eu sonhei em termos financeiros para minha família. Mas senti medo de ser a próxima a morrer por algum motivo ou até mesmo o que levou alguém a assassinar Joana.- Sabemos tudo que deve estar passando pela sua cabeça neste momento e o medo que deve ter de assumir este cargo depois do que acon
Quando os portões do castelo se abriram e eu entrei, mesmo dentro do carro e com a chuva intensa caindo lá fora, senti meu coração bater mais forte e uma sensação estranha e de medo invadindo meu corpo. Particularmente eu não gostava de chuva. E começar o primeiro dia daquele jeito me trazia uma ideia de má sorte. Sem contar o fato de que a primeira escolhida havia sido assassinada. Então não havia nenhuma previsão futura que me fizesse acreditar que aquilo daria certo. Mas eu não tinha como recusar. Minha família morreria de fome se eu não aceitasse aquele emprego, que era o sonho da maioria das mulheres do reino, menos o meu. Eu só queria o dinheiro que ele me proporcionaria. E queria ver de perto quem realmente era a rainha Anne Maria Chevalier, que eu odiava intensamente por todas as atrocidades que ela fazia com o reino. Ela não esperava que sua dama de companh
Cheguei com meu celular na mão, percebendo o olhar irônico de Lana. Eu sabia que não seríamos amigas, mas percebi que ela queria mesmo era ser minha inimiga.- Você sabe que não pode usar celular no castelo, não é mesmo?- Sim... Mas eu acabei de chegar. – expliquei.- Quem a trouxe?- Da minha casa? – perguntei.- De onde quer que você tenha vindo, senhorita Lee. Como entrou no castelo?- Com os príncipes. – expliquei.- Como assim com os príncipes?- Com vossas altezas. – tentei organizar melhor as palavras.- Eu não sou burra. Entendi o que você quis dizer. Quero saber como você entrou no castelo de Noriah?- No carro real. – expliquei novamente.Ela riu:- Quer mesmo que eu acredite nisso?- Você não tem linha direta com os príncipes? – pergun