Aurora conta ao dono do Cabaret de la Mort as suas experiências com o contato com o mundo sobrenatural. Ele tem uma ideia de fazer um show com ela contando sobre suas investigações paranormais.
- Imagine isso tudo como uma grande atração! Seria um espetáculo inigualável, cheio de mistérios e terror! Certamente os espectadores ficariam extasiados, maravilhados e isso poderia servir até de comédia para seus ouvidos! Os seus medos se tornariam encantadores! Hoje em dia não há nada que atraia mais o público do que histórias de fantasmas! Pessoas viriam de todo o mundo ao Cabaret de la Mort! – dizia o sujeito todo entusiasmado, querendo deixar o público de cabelo em pé.
- Você quer mesmo que eu faça uma apresentação dessas?
- Aurora, já posso ver os olhinhos brilhando e o arrepio que dá no p&ua
“Ele queria se tornar pássaro, mas mortais devem seguir o propósito de Deus.”“Estou cansada dessas mentiras se espalhado como água por todos os lugares... Isso me afetou no âmago. Quem mente não é confiável. Mas e agora? Em quem acreditar? Às vezes o melhor é esquecer tudo, pois o tempo passa e não aproveitamos nada em nossas vidas. Eu acho egoísta demais centrar a alma em algo que não te deixaria nem respirar direito. E os pulmões que não respiram na água, não respiram sangue, precisam de ar. E de um ar que não sufoca. Eis que aqui expus os meus pensamentos e todo o amor que eu deixei se libertar do meu coração, que parecia acorrentado. É por esta estrada que eu caminho: a da fé, a da justiça onde não há juízes justos, mas há
Eu estava em minha casa, quando, porventura, algo parece muito irreal. Eu tocava um pouco do meu piano antigo e deixava a imaginação com suas próprias asas, a sinfonia ia crescendo até o som desaparecer no ar. Mas um ruído incomum aparece na sala:- “O que foi isso?” – se perguntou Aurora.Não dei atenção para aquilo e continuei a música. Até que uma nota ficou desafinada.Naquele instante, senti algo além do piano vibrar. Um objeto metálico havia se movimentado sozinho e voou em disparada para outro local da sala. Eu só percebi um vulto se movendo rapidamente no ambiente.Aurora leva um susto pelo ocorrido e mal sabe o que fazer. Sentia uma nova vibração no local, era como se algum espírito tentasse se comunicar com ela.Se havia mais alguém ali, com toda aquela força, - o suficiente para lan&cced
De repente, como se uma nuvem atravessasse o ambiente, os ecos se arrebentassem e dissessem palavras frias, que cortam mais que objetos afiadas, um espírito fala:- Nos entretenha, maldita! – disse uma voz amaldiçoada aparentemente poderosa. O som era tão inquietante que chegava a causar arrepios e medo profundo de morte. Não era possível ver nenhuma aparição, mas as cortinas balançavam como um vento colérico. E alguns objetos de vidro haviam se quebrado sozinhos com aquela força estupenda.Aurora pressentia que aquele tinha cheiro de espírito irônico, fraco demais vencer as próprias tentações, mas poderoso o suficiente por poder fazer aquilo tudo contra ela. Era como um ser das trevas querendo habitar o local e torná-lo para si sua própria morada.- Vá embora daqui! – gritava Aurora, amedrontada.- Dê-me a sua alm
“Nós estamos aqui falando sob a atmosfera e a morte anda dançando nos nossos túmulos secretos da mente”. “Hoje é uma sexta-feira de dezembro de 1896. Um ano após a morte de meu bebê e um ano e três meses após a do meu marido. Oh, como é dura a vida solitária de uma dama que todos os dias pela manhã se olha em seu espelho com certa angústia estampada no rosto por não poder voltar mais ao passado e relembrar os bons momentos de uma vida que já se foi. Meu marido faleceu porque se viciara num veneno mortal: o ópio. Minha criança faleceu de uma doença misteriosa, três semanas após seu nascimento”.Aurora encarava seu próprio reflexo, na superfície de seu espelho oval emoldurado. Ela sentia a solidão por não ter por perto as pessoas que
“Tudo o que eu vi e ainda vejo... Será que eles querem que nos amedrontemos com as próprias sombras? Eles dizem que eu sou louca e tenho que ficar no hospício, mas quando eu vejo a quem queria ver, eu sei que há algo muito além do que eu posso explicar: é quando eu sei que eles estão verdadeiramente errados. [...].” – Eu vi a imagem do meu bebê e meu marido falecidos no reflexo de um espelho em um hotel da Índia. Eu precisava ficar lá, para ver o que eles queriam, mas não posso... Eu vivo aqui, todos os dias tenho vontade de me encontrar com eles... A minha angústia é tão grande, que eu sinto um vazio por dentro... É como se a vida fosse uma triste tarde de inverno, álgida, como se me consumisse por inteira e eu não tivesse como me proteger das nevascas... É como se eu me sentisse frágil... – disse
“Esperar as tormentas se aquietarem para um novo sol se abrir é uma virtude que devemos ter: resiliência.” Depois de duas semanas no sanatório, Aurora finalmente sai daquele ambiente. O médico receitou algumas medicações para ela tomar e ela acaba se sentindo mais aliviada. Nos jornais descobre que muitos médiuns estavam sendo perseguidos e as autoridades estavam tentando sanar o problema com os revoltosos. Muitos já haviam sido presos, mas não se sabia ao certo se a moradia de alguém havia sido prejudicada. O que havia era um grande caso de intolerância religiosa em seus país e Aurora pensou em reagir.Talvez seja o momento para eu falar algo realmente importante para conter essa revolta. Quem sabe se houvesse uma assembleia extraordinária na frente da rainha Vitória e as autoridades. Eu vejo que as vezes precisamos lutar
O meu ser clama em alto desesperoQue como águia voa e me olha de cima.Fagulhas penetram minha mente e eu me pergunto:Como se afogar na imensidão de águas negras?Será que a mais nobre causa de minh’alma sofrer,Se encontra aonde eu não posso tocar?E se nas águas escondidas,Eu me tornasse ninfa e lá vivesse para sempre?Em meu espírito a dor oculta se revelaE como um parasita devora os meus dias,Cavando a minha ida para o túmulo.Partir ou viver?A tão dolorosa partida de quem não mais pode sonharDe quem sente os calafrios duros da morteOs vermes estão à espera do banqueteO que vive em mim agora?Se eu pudesse ultrapassar os obstáculosDa minha jornada, a infeliz caminhadaPor onde eu me tornei uma escrava do medo...Minha boca professa pala
Será que eu me renderia a algo maior que eu depois de ter passado por tudo? Se existe uma alma voraz pela das outras, ela só pode vir das trevas; escondida, desejando mais na melancolia da escuridão tenebrosa.Eu me encontrava em um estado de tensão. Músculos meus pareciam doloridos e eu não ficava sem remédios, dia após dia, dando um passo de cada vez; queria me livrar de tudo que me deixava em desencanto, desvanescente, esmorecendo. As chamas da terra respiravam através de mim e o fogo formava um deserto em torno de muitas criaturas desconhecidas que caminhavam em paz na minha nítida imaginação. Uma espada e um escudo eram para ser colocados em nossas mãos até entendermos que o nosso amor deveria ser inabalável.Eu senti o meu respirar ofegante, meu corpo tremia; um desconforto súbito me deixava para baixo, minha queda livre para a profundidade dos abismos,