Quando Blair apertou o gatilho e a bala abandonou o cano do revólver, Colton mal havia terminado de falar. Ela foi levemente impulsionada para trás, porém manteve-se firme em seus pés separados.A ruiva analisou o buraco no alvo feito pela bala. O alvo era dividido entre quatro cores; verde, amarelo, laranja e vermelho. O centro era vermelho, e ela o acertara de primeira.- "Eu disse que estava carregada" Blair disse, com certa dose de audácia em seu tom.- "Sorte de principiante"- "Posso atirar novamente?"- "Quantas balas você acha que tem?"- "Agora cinco"Colton não respondeu. Talvez, naquele momento, ele estivesse odiando Blair mais do que em qualquer outro. A mulher agia com pura petulância e superioridade, como se não estivesse ali para aprender.- "A primeira coisa que um agente deve ter em mente é a humildade. Nunca pense que você é a melhor" o homem murmurou.Colton caminhou até a demarcação no chão, parou ao lado de Blair, apontou o revólver para o alvo e disparou. Ele dis
Thomas jamais admitiria, mas ele adorava estar ao lado de Blair na presença de Ethan. Ele sabia que a ruiva era o ponto fraco de seu amigo, e queria explorar essa nova fraqueza.Ao ouvir a menção do nome de Ethan, Blair precisou esconder um sorriso de satisfação. Não muito recentemente, ela havia descoberto uma nova fascinação por ele. Os toques, os beijos, o calor, a conexão. Tudo entre eles era motivo para quererem estar no mesmo ambiente, pelo máximo de tempo possível. No entanto, na cabeça da ruiva, ela jurava para si mesma que tudo era em prol da investigação. Nada pessoal.- "Seria agradável"Blair Collins era uma mulher de beleza exuberante. E enquanto ela subia as escadas no cassino, seguindo Thomas, seu vestido dançava no compasso de seus movimentos. A ruiva tinha muitos atributos que lhe favoreciam. Os homens ricos e poderosos no andar de baixo desejavam apenas uma coisa ao vê-la; poder ter aquela visão para o restante de suas vidas.O pensamento de Ethan Banks não foi difer
- "Essa vadia é incrível" a morena disse em tom alto, quase gritante.O homem levantou as sobrancelhas, um pouco surpreso, mas não irritado. Ele odiava perder, em vários aspectos, mas podia aceitar uma mulher como Blair lhe vencendo. Aliás, ele a podia aceitar em qualquer posição.- "Bem, agora eu preciso voltar ao trabalho. Bom jogo para vocês" Blair murmurou.- "É uma pena" Will disse.Ela levantou-se de seu acento, sempre olhando para Ethan com certo desafio piscando em seus olhos. No fundo, ela sabia que ele estava expectante. Talvez a imaginasse com aquelas mulheres, talvez a levasse para longe daquelas pessoas, talvez não a dividisse. Talvez. Apenas talvez.Enquanto Blair caminhava até as escadas, ela sabia que os olhares continuavam em sua silhueta. O vestido esverdeado lhe valorizava, combinava com sua tonalidade, abraçava suas curvas com elegância. Ela estava desejável para qualquer qualidade de gosto. No entanto, ela queria a atenção de apenas uma daquelas pessoas. E ela tev
Blair caminhou pelo salão do cassino com displicência. Não que não tivesse atrações suficientes para cativar sua atenção, mas a ruiva estava pensativa demais. Ela cumprimentou algumas pessoas, apenas para não parecer mal-educada, e então continuou perambulando, nunca ficando em uma conversa por mais de cinco minutos.O trabalho de Blair, naquela noite, era garantir que todos os convidados tivessem um momento agradável no coquetel. E seguindo o comando de sua chefe, a ruiva caminhou pelo cassino com graciosidade. Ela parava, esporadicamente, em algumas mesas de jogos, e desejava sorte aos jogadores milionários.Blair parou na mesa de roleta, onde um grupo misto de homens jovens e vividos apostava. A roleta americana contava com o duplo zero, ou seja, tinha um número a mais do que as outras roletas. Sendo assim, aumentava também a vantagem estatística do cassino.Ela parou ao lado de um homem e sorriu gentilmente. O gesto não chegou perto de passar desapercebido pelo jogador. O homem ti
A noite levemente gélida da grande Las Vegas não suportava o fogo crescendo no peito de Blair quando as portas do elevador se abriram. Ela não conseguia acreditar que estava naquele ambiente, ansiando por algo que não sabia se viria a acontecer. Blair não havia recebido um convite, de fato, mas as intenções carnais que ela resguardava não estavam ligadas a diálogos.A mulher caminhou para fora do elevador, desbravando o corredor do prédio com certa inquietação. Ela procurou pelo número correto, e encontrou o apartamento sem muito esforço. Uma visita inesperada, talvez não desejada, estava prestes a acontecer. Por um momento, ela pensou em dar meia volta e retornar para seu próprio apartamento. Talvez fosse melhor, afinal.Ela bateu contra a porta duas vezes, tendo em mente que não insistiria novamente. Se ele não ouvisse, então ela sairia como se nunca tivesse entrado no prédio. No entanto, para o delírio de sua ansiedade, não demorou muito para que Ethan atendesse a porta.Com o peit
A maneira como as provocações dela o atingiam era perigosa. Ethan pressionou o corpo de Blair contra a parede mais próxima, sem muito pudor. O tecido do vestido dela já estava levemente levantado. As mãos do homem estavam nas coxas femininas, firmes, de maneira que as marcas não seriam apenas físicas.Ele a beijou, sem convite ou permissão. Blair segurou o cabelo macio de Ethan entre seus dedos, puxando para si os lábios que lhe deixavam a beira do precipício. O segredo estava no fato de que eles sentiam-se até que os toques parecessem eternos.Ethan caminhou para além da sala, carregando seu troféu consigo. Não o troféu da noite, mas sim o de sua vida inteira. O oposto também era verídico. Blair sentia-se bem em estar nos braços de Banks, por estar em seu apartamento. Ele também era uma espécie de prêmio.A luz fraca do apartamento não foi um problema, pois o homem usou toda sua habilidade para caminhar até o quarto. Os beijos tinham pausas curtas, preenchidas por respirações ofegant
Na manhã seguinte, Blair despertou ao ouvir barulhos vindos do banheiro do apartamento. Ela precisou de alguns segundos para acostumar-se com o ambiente. A luminosidade da cidade do pecado caía sobre a mulher através das grandes janelas.Blair estava nua, deitada sobre uma camada macia de edredons brancos, levemente acalorada e iluminada pela luz solar. Os sons urbanos eram comuns para ela, no entanto, naquela parte da cidade, pareciam ser mais intensos.E quando deu-se conta do que havia acontecido na noite anterior, ela esperou ser atingida pelo arrependimento. Esperou que todas as palavras de Spencer chicoteassem sua alma, e que o sentimento de culpa gritasse em seus ouvidos. Mas não aconteceu. Blair não conseguiu sentir-se mal pelo que fez.A ruiva abriu os olhos preguiçosamente, olhando ao redor de si para encontrar algo conhecido. Não demorou muito até encontrar Ethan Banks no banheiro. As paredes de vidro permitiam que ela o visse com integridade, cada parte do corpo esculpido
Cerca de duas horas depois, levando em consideração o trânsito pesado da cidade e o tempo que esperou até ter acesso às roupas limpas, Blair chegou em seu apartamento. O imóvel luxuoso estava exatamente como ela havia deixado, um dia antes, exceto por Drake jogado sobre o sofá da sala. Ele estava dormindo como um anjo, vestindo um pijama de cetim branco e parcialmente envolto em um cobertor.Blair tentou não fazer barulho enquanto adentrava o apartamento. A primeira coisa que lhe chamou atenção foi a presença de dois jarros de flores sobre a mesa de centro. Ambos eram lírios brancos. Ela caminhou até eles, e pelos cartões abertos constatou que Drake já os havia lido, apesar de terem seu nome.Obrigado por não me conhecerObrigado por me manter nas sombrasEu tive que me esconder, para que você pudesse surgirMe agradeçaUm de nós está bemApós ler o primeiro cartão, sem remetente, Blair lembrou-se do último jarro de flores que havia recebido. Ela sabia que existia uma mensagem sublimi