OFERTA DE ALMAS

O dia amanheceu e dessa vez o sol não banhou com seus raios o sorriso de Devil e sim uma terrível e inesperada tempestade de vento que desmanchou todas as barracas no sitio de pesquisa, a única que ficou como se nada tivesse acontecido foi a barraca que então estava Zayla e Aschilal.

-Corre! Corre! Entra num dos carros! Alex e Alegra grita com os outros que estão correndo no meio de nuvem de terra e galhos de arvores. O vento era tão forte que movia os carros de lugar.

-Meu Deus! Vai levantar o carro! Alex grita desesperado.

-Ninguém não nos avisou dessa tempestade. Alegra fala com as mãos no rosto.

-Não deu tempo de salvar os corpos. Se acontecer algo com eles estamos com o trabalho todo perdido. Alex se queixa.

-Fique tranqüilo... Tenho certeza que eles se salvarão... Alegra fala tentando enxergar algo pela a janela do carro.

-Como tem certeza? Alex questiona.

-Não tenho certeza... Tenho esperança. Alegra disfarça.

-Segurem! O carro vai virar! Deus! Alegra começa a gritar percebendo que o carro se movimenta com a fúria do vento.

Quantos estão aqui? Alex fala olhando para trás.

-Aqui somos quatro, doutor. O restante se salvou como pôde... Espero sim que se salvaram. Um jovem pesquisador fala com pavor e medo no rosto.

Alegra se lembra das palavras da senhora da aldeia e da deusa da morte e tenta a comunicar com Zayla.

Alex e os outros a vendo de olhos fechados começam a orar pensando que Alegra esta orando para se salvarem daquela terrível tempestade.

-Zayla! Zayla! Fala comigo, por favor! Alegra implora.

-Zayla eu prometo que vou cuidar do seu bebê, mas para ou faz Ashilal parar a tempestade. Por Deus! Alegra pede desesperada sentindo o carro sendo arrastado em direção ao sorriso de Devil.

-Já vai passar! Não precisa medo, seu carro não vai cair no sorriso de Devil como os outros. Zayla fala com a voz calma.

-Não! Não! Alegra grita chorando e os outros se assustam ainda mais.

-Calma! Eu sei que esta difícil, mas calma. Alex abraça Alegra que chora desesperada.

-Ashilal vai assoprar a tempestade para longe daqui. Zayla fala e a tempestade desaparece de repente como mágica. Alegra, Alex e os outros saem do carro e não acreditam que não estão na beira do barranco do sorriso de Devil.

As barracas do sitio de pesquisa desapareceram excetuando a barraca de zayla e Ashilal. Os carros que abrigavam os outros pesquisadores também desapareceram.

-Temos que descer e verificar se há alguém com vida. Alex fala com a voz trêmula.

-É vamos... Alegra e os outros corre em direção ao elevador.

-Vão perder tempo. Zayla se comunica com Alegra que por alguns instantes a ignora.

-Ashilal disse que as almas de seus colegas já estão sendo ofertadas para serem recolhidas. Zayla completa.

-Precisamos descer mesmo assim. Alegra responde para Zayla em pensamento.

-Mas depois eu quero saber mais sobre a oferta de almas. Alegra fala baixo e logo Zayla fica em silencio.

Durante a descida ao fundo do sorriso de Devil ficaram em silencio. Logo o elevador tocou o solo. Desceram e saíram a procura dos carros que estavam os outros pesquisadores.

-Não caíram no mesmo local. Vamos nos espalhar. É melhor cada um ir a rumo a uma direção. Quem encontrar aluem com vida comunica se com os demais. Alex passa as orientações.

-É melhor... Alegra responde com tristeza e desanimo.

Os pesquisadores se espalharam e o que encontraram foram os corpos de seus colegas, todos sem vida. Alguns carros estavam perfeitos mas dentro os corpos estavam contorcidos.

-Como pode? O carro sem um arranhão, e ninguém com vida. Alex fala com tristeza.

Os quatro pesquisadores se reúnem e discutem uma estratégia para retirar os corpos dos carros e leva-los para a superfície.

-Vamos ter que dá mais de uma viagem. Alex comenta.

-Então já vamos levar alguns. Vamos levar os corpos que não estão com ferimentos externos e voltamos com sacos para então lavarmos os corpos feridos. Alegra fala e os outros concordam.

Naquele lugar sinistro no dia da tempestade a lua surgiu atrás do morro como uma grande bola de fogo clareando todo sitio de pesquisa e o sorriso de Devil até o fundo.

Era como se adivinhasse que os quatro pesquisadores necessitavam de sua colaboração para o resgate dos corpos. Carregaram todos os corpos para a superfície. Quase amanhecendo é que foram tentar armar as barracas, as estalagens que foram destruídas pela tempestade.

-Alex, temos que ver um meio de comunicar, os corpos precisam serem levados rápido. Alguns já estão aparentando decomposição. Alegra fala e Alex começa a insistir com o rádio e celular.

-Está descarregado! O radio não funciona! Vamos tentar até conseguirmos. Vou tentar todos os meios.

-Incrível! É de arrepiar! Mas a barraca onde esta a bela adormecida e o príncipe esta perfeita. Alex comenta e Alegra só balança a cabeça.

-Nós não estamos autorizados a deixar o sitio de pesquisas. A minha vontade é de desaparecer! Esquecer que um dia eu estive aqui. Alegra fala com voz de choro.

-Doutora a sua barraca já esta pronta. Felizmente recuperamos todo o seu material, ate essa estatua por sorte ela esta perfeita e limpa. O jovem aparece com a estatua da deusa da morte na mão.

-É... Sorte... Alegra fala e caminha para a sua barraca.

-Vamos todos descansar! De manhã vamos continuar. Alex fala com os outros que vão para as suas barracas.

-Estiveram ótimos! Todos estão de parabéns! Alex tece elogios aos jovens que estão assustados.

A única beleza daquele dia triste e com cheiro de morte era os raios de sol que ocupou o lugar da soberana lua, parecia sorri num dia triste.

-Ainda bem que buscaram os corpos de nossos colegas. Alex fala aos outros.

-Você pediu para que nos informasse sobre as mudanças climáticas? Alegra questiona com Alex.

-Sim... Deixaram um relatório onde todas as fontes de previsão climática desconhecem o fenômeno de ontem. Alex entrega o relatório para Alegra que analisa com ar de indignação.

-Vamos tirar o dia de hoje para terminar de colocar ordem no sitio de pesquisa e amanhã retornaremos os nossos trabalhos. Segundo o material antigo há mais a ser descoberto aqui dentro e fora do sorriso de Devil. Alegra fala com os colegas que logo se afastaram para executar suas tarefas.

-Esta bem? Alex pergunta para Alegra.

-Sim...Estamos todos bem...Vamos? Alegra beija o rosto de Alex e vai até a barraca onde esta Zayla e Ashilal.

-Que bom que veio nos visitar. Zayla fala com Alegra que coloca a mão na barriga de Zayla.

-Vim ver como o bebê esta. Alegra retira a mão assustada ao perceber movimentos.

-Deus! Não pode? Como pode? Alegra sussurra.

-Você prometeu cuidar e proteger o bebê e em troca eu pedi para Ashilal parar a tempestade. Zayla continua a falar com Alegra que examina as condições do clima na barraca.

-Me fala sobre a oferta de almas. Alegra fala com Zayla.

-Após a morte todas as almas na sua invisibilidade para os não dotados do dom de vê-las começam a vagar em grandes grupos por toda parte do mundo. Não vagam com os pés no solo e sim no alto, um pouco abaixo das nuvens. Zayla para de falar e logo Alegra a chama.

-Zayla! Continue a me contar sobre a oferta de almas. Alegra implora.

-São bilhares de almas andando de um lado para outro inconsolavelmente, jovens, idosos, crianças até então todos estão juntos com um andar com o corpo sem movimentos já que o elemento vida já o abandonou. Zayla dá uma pausa e logo retorna.

De tempos em tempos o som da trombeta aparece se que criatura nenhuma o localize, é estremecedor. O som da trombeta é o aviso de que grandes os barcos estão para passar recolhendo as almas.

-Grandes barcos? Alegra questiona.

-Sim... Mais de um barco, ambos não vieram e não vão para o mesmo destino. Eles simplesmente vão passando e as almas usam de seu livre arbítrio e escolhem em qual barco querem embarcar. O grande barco negro cheio de luzes coloridas e enfeitado com pedras preciosas não é o barco do bem. O barco branco com anjos a bordo acolhendo as almas, dizem que esse sim é o barco do bem.

-E você e Ashilal por que não embarcaram em um dos barcos? Alegra pergunta.

-Algumas almas não embarcaram nunca em nenhum dos barcos. Alem do livre arbítrio que prevalece mesmo depois da extinta vida algumas almas perambulam para eternamente. Eu e Ashilal preferimos aguardar. Ele sempre afirmou que a força de nosso amor iria nos trazer de volta a vida e junto com o nosso bebê.

-Mas pelas evidencias você e Ashilal não estão vivos... Não estão entre os vivos... O bebê eu não consigo explicações, mas admito que sinto os movimentos na sua barriga. Alegra fala meio confusa.

-Você esta equivocada, estamos mais vivos do que nunca e assim que o bebê nascer, no momento oportuno nos voltaremos e vamos ser uma família feliz. Zayla fala com entusiasmo.

-Tudo e muito estranho e sobrenatural. Não posso dividir com meus colegas algo que eu não posso comprovar e que a ciência não explica. Não estou agüentando tal situação. Acho que vou enlouquecer. Alegra desabafa.

-Só esta assustada e não quer acreditar no que esta acontecendo. Vocês cientistas tem esse terrível defeito. Zayla fala com Alegra que esta agachada com as mãos no rosto com ar de quem esta sem rumo e ânimo.

-Preciso falar o que esta acontecendo com alguém. Tenho de correr o risco de me chamarem de louca. Alegra fala.

-Não pode falar para os outros que ainda estão aqui...Não confie neles! Por favor! Eles vão acabar conosco... Tirar o nosso bebê. Eles sim, irão acabar com você também. Zayla implora.

-Isso é loucura. Quando o bebê vai nascer? Alegra pergunta para Zayla.

-Não vai demorar. Esta quase, acredite. Zayla responde e completa.

-O homem sacro. Ele esta para chegar. Ele vai lhe ajudar.

-Homem sacro? Que? Zayla fala comigo. Zayla? Não faz isso quem é esse homem? Alegra pergunta sem obter respostas, Zayla simplesmete parou de comunicar.

-Deus tem piedade de mim! Eu te imploro! Alegra fala de joelhos dentro da barraca onde estão Zayla e Ashilal.

Alegra sai da barraca caminhando sem rumo, perdida nos seus pensamentos.

“Eu sou uma cientista! Por que esta acontecendo tudo isso comigo”? Alegra vai para a sua barraca e começa a folhear e examinar livros e pergaminhos, anotações de civilizações antigas.

“Não encontro respostas para nada do que preciso. E agora mais essa... Homem sacro.”

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo