Os raios alaranjados do sol deitaram-se sobre o sorriso de Devil, todos do sitio de pesquisa estão reunidos discutindo uma nova ordem que acabou de chegar.
-Pessoal, não vamos embora para casa ainda. Alegra fala aos outros que começam a falar ao mesmo tempo.
-Esperem! Vamos deixar a doutora falar. Alex pede aos outros que estão agitados.
-Eu sei que todos estão com saudades de casa, mas não vasculhamos todo o sorriso de Devil. O chefe da nossa equipe suspeita que pode haver mais corpos e que o sorriso de Devil seja um cemitério de pessoas sacrificadas. Alegra fala com os outros que se mostram mais calmos e escutam com atenção.
-Eu concordo. Nós ficamos entusiasmados com a nossa bela adormecida e o príncipe e não buscamos mais nada dentro da grande cratera. Alex completa.
-E ate mesmo aqui na superfície. Vocês que ficaram aqui poderiam ter vasculhado a área em busca de objetos. Precisamos saber mais sobre a civilização que deixou na caverna das rosas à bela e seu príncipe. Alegra explica para os outros cientistas e jornalistas.
-E os corpos? Ficando aqui na barraca correm o risco de perderem a característica de bem conservados. Alex comenta com os outros.
-Está chegando um avião com todas as condições para transportá-los. Alegra responde já desviando a atenção.
-Alegra! Não vamos sair daqui. Não é o momento ainda. O nosso bebê ainda não nasceu. Zayla se comunica com Alegra que por alguns instantes parece se distanciar do local.
-Doutora! Doutora! Alex chama.
-A doutora esta bem?
-Sim... Sim Alex, estou bem. Vamos providenciar tudo incluindo a revisão no elevador. Voltaremos a descer dentro do sorriso de Devil. Alegra fala com firmeza para Alex e os outros.
-Não me ignore, Alegra. Temos um acordo. Não vamos sair daqui, não vamos colocar a vida do nosso bebê em risco. Zayla insiste.
-Olhe Zayla...Peço desculpas, mas as condições climáticas onde vocês estão talves não faça bem para vocês e o bebê. Eu só estou tentando fazer o melhor para todos. Alegra fala com Zayla assim que se afasta dos outros.
-Vão perder tempo em continuar as pesquisas no sorriso de Devil, não há mais nada e nem ninguém lá. Zayla fala com Alegra que esta analisando livros e papeis antigos sobre civilizações antigas e rituais religiosos.
-Eu preciso saber mais sobre os povos que fizeram isso com vocês. Alegra fala com Zayla e em seguida pensa. “Meu Deus! Eu estou louca”.
-Ashilal disse que o pássaro de metal vai explodir. Zayla interrompe o pensamento de Alegra que logo vê por cima do morro uma grande nuvem de fumaça negra.
-Meus Deus!! Alegra fala com as mãos no rosto enquanto alguns correm em direção a grande nuvem negra de fumaça.
-O avião que levaria os corpos... Que Deus nos proteja! Alegra coloca as mãos cobrindo os olhos e balançando a cabeça. Alegra começa a chorar.
-Alegra não se desespere! Só acontece o que é melhor para nós. Zayla tenta consolar Alegra.
-Vou lhe contar sobre o destino das virgens sacrificadas para satisfazer os deuses. Zayla fala e Alegra senta-se na barraca próxima ao sitio de pesquisas.
-Foram milhares de virgens sacrificadas, foi a oferenda que agradou por mais tempo e acalmou os deuses por mais tempo.Não permaneceram vivas dentro de seus corpos como eu Ashilal e o nosso bebê.
-O que acontecia com as virgens depois de sacrificadas? Alegra pergunta para Zayla se distanciando por um momento olhando para o lado da queda do avião.
-Elas se transformaram em mensageiras. Zayla responde.
-Mensageiras? Alegra pergunta sem entender.
-Você não tem o poder de vê-las por que não acredita no seu dom. As pessoas que acreditam no dom são capazes de vê-las. São milhares espalhadas no mundo todo. Estão até hoje com os seus vestidos nobres de renda de seda, arranjos de flores na cabeça são lindas afinal eram as escolhidas e destinadas.
-As sacrificadas levam ou trazem mensagens? Que tipo de mensagens? Para quem elas levam essas mensagens? Alegra se mostra irritada.
-Calma Alegra. Zayla pede com a sua voz meiga.
-As virgens sacrificadas se dividiram entre aquelas que foram para o altar sorrindo, sem negar o seu destino e prontas para doar suas almas para os deuses. Essas que não se negaram hoje viajam em carruagens guiadas por cocheiros do bem coletando os pedidos em forma de preces ou orações.
-O que elas fazem com esses pedidos? Alegra pergunta ansiosa.
-Levam para o Deus que tomou o lugar dos deuses para os quais elas foram ofertadas. Zayla responde.
-E as outras? Alegra questiona.
-As virgens revoltadas que não aceitaram o seu destino e relutaram em lhes dar de presente para os deuses e entregar as suas almas puras e inocentes viajam nas suas carruagens negras, com os seus cavalos negros, os seus cocheiros ninguém ousam olhar para os olhos de brasas deles e se transformar em cinzas. Elas coletam os piores desejos ocultos ou não dos seres humanos. Zayla fala com a voz de horror.
-E para quem elas levam esses desejos? Alegra pergunta.
-As virgens revoltadas levam os desejos ruins para o rival de Deus que assumiu o lugar dos deuses dos seres humanos do passado. As mães que são detentoras do dom da visão dos outros que foram para o outro lado esconde seus filhos virgens assim que pressente a passagem de uma ou mais virgens com os seus vestidos negros.
-Por que as mães escondem seus filhos? Alegra pergunta para Zayla.
-Elas tomam suas almas para si e assim o rapaz virgem levado se transforma em seu amante para todo e sempre.
-Você sabe onde eu posso encontrar uma mãe que já perdeu seu filho virgem para uma sacrificada de vestido negro? Alegra pergunta.
-Sim... Zayla fica em silencio.
-Zayla! Você não vai me falar onde eu encontro a mãe com o dom de ver as virgens de negro? Alegra pergunta.
-Promete que não vai nos m****r para outro lugar até o nosso bebê nascer? Zayla pergunta.
-Prometo. Mas uma hora vocês vão ter que partir. Não vão poder ficar aqui por vários motivos. Alegra explica para Zayla que volta a se comunicar.
-Aqui próximo do sorriso de Devil ainda existe uma aldeia que mantém alguns costumes antigos numa tentativa de agradar esses deuses esquecidos por grande maioria da humanidade. É só você olhar no mapa, a aldeia chama-se “Madre Inocência”. A mãe que ficou sem o seu filho recentemente mora na aldeia, ela é uma artesã de imagens sacras.
-Eu vou amanha bem cedo para a aldeia Madre Inocência. Alegra fala e se levanta caminhando em direção a sua barraca.
Alegra a noite não consegue se juntar aos outros, sob a luz de lampiões e da grande e bela lua no céu. Ela está quieta, sentada na barraca olhando os colegas conversando, rindo, se distraindo para aliviar um pouco da tensão.
-Tudo bem Alegra? Desculpa, posso te chamar assim? Alex pergunta.
-Tudo... Só estou cansada. Alegra responde sem dar muita atenção para Alex.
-Amanha você será o líder nas novas buscas dentro do sorriso de Devil. Alegra dá ordens para Alex.
-Algum problema além da queda do avião que viria buscar as múmias? Alex pergunta preocupado.
-Não. É que eu tenho algo para fazer e assim não quero atrasar as novas pesquisas.
-Boa noite! Alegra se despede de Alex e sai meio que sem rumo.
-Boa noite! Alex fica olhando Alegra se afastando e fica cheio de duvidas.
Alegra desperta antes dos raios do sol banhar o sitio de pesquisas toma o jipe e sai após analisar o mapa com uma lanterna.
Depois de quase três horas guiando por caminhos sinistros, cheio de morros e crateras estranhas Alegra finalmente chega a Madre Inocência.
Um lugar onde a tecnologia foi proibida de entrar pelos costumes. As pessoas parecem usar roupas de seus antepassados. Alegra analisa tudo e todos e logo pergunta pela casa da senhora artesã.
No caminho para a casa da artesã Alegra estaciona o jipe para fotografar um local que chamou a sua atenção. Vários montes de pedras foram curiosamente espalhados numa grama verde. Dava para notar que os montes de pedras foram colocados no local. Mais adiante Alegra descobre que se tratava de um cemitério ao presenciar um ritual de sepultamento de um homem.
“Que estranho eles enterram as pessoas nuas.” Alegra comenta com ela mesma e continua.
“Os nativos cavam a sepultura, retiram o corpo do caixão, retiram as roupas, colocam o corpo no buraco e todos começam a jogar pedras até elas ultrapassarem a cova para cima”. Alegra registra tudo.
-Isso explica o mau cheiro e os urubus voando aqui por cima. Alegra fala para si tirando mais algumas fotos de uma arvore seca cheia de urubus pousados nos galhos.
Chegando à casa indicada como a casa da artesã ela desce do jipe sob olhares feios e desconfiados.
-Olá...Olá... Tem alguém aí? Alegra bate na porta da casa com uma engenharia antiga e sinistra.
-Credo! Quem enfeitaria em volta de sua casa com cruzes penduradas ao contrario? Alegra observa o local enquanto a porta se abre fazendo um ruído assustador.
-Bom dia! Posso falar com a senhora? Alegra tenta ser gentil com a senhora que a olha de cima para baixo.
-Se for rápida... O que quer? Uma de minhas imagens santas? Pode escolher... A senhora fala mostrando numa mesa varias estatuas feita de barro e madeira.
-Não senhora... Quero dizer... Sim... Mas quero também conversar com a senhora. Eu sou...
-Você é uma das pessoas bisbilhoteiras que trouxe do fundo da terra aquela que depois de seca e sem vida vai tomar o corpo de uma mulher viva e criar o seu filho com o príncipe Ashilal.
Alegra com os olhos arregalados pergunta.
-O que a senhora sabe sobre isso?
-Escolhe a sua imagem santa. Vai precisar.
A idosa com o rosto cheio de rugas, pele queimada do sol e mãos com defeitos de tanto modelar imagens fala com olhar firme.
-Essa... Pode ser essa aqui. Alegra aponta para uma imagem pintada de preto com vestido de capim.
-Uiá Aia Aia... A deusa da morte... A moça vai precisar de muita sorte. A senhora não escolheu a imagem foi ela quem te escolheu. A senhora fala colocando a imagem numa embalagem de tecido velho e sujo. Em seguida estende a mão para receber.
Alegra paga à senhora que sorri com aqueles dentes pretos e acabados por falta de cuidados. Alegra insiste em fazer perguntas para aquela senhora que parece ter poderes de adivinhação.
-Tá... Agora fale das virgens... As virgens de negro... O que a senhora sabe sobre isso? Elas...
-Eu vou falar... Mas antes eu volto a alertar a moça que quer saber de mais. A curiosidade não é uma virtude nesse caso e sim uma maldição.
-Eu as vejo todas as noites voando de um lado para outro nas suas carruagens negras.
-E as mensageiras que levam os pedidos para Deus? Alegra pergunta.
-Essas não vêm por esses lados. Só as virgens de negro. A idosa responde.
-Ao aproximar das dezoito horas as mães recolhe os seus filhos homens ainda puros, senão elas os transformam em seus amantes e maridos para sempre.
-A senhora teve um filho? Alegra pergunta.
-Sim... Eu não acreditava, apesar de ter o dom, até que um dia nós estávamos tomando um ar fresco ao fim da tarde uma mensageira passou olhou para o meu filho e apaixonou. No mesmo instante ele murchou, ficando só a pele velha e sem vida. Aquela virgem de negro com o seu cocheiro do mal levou a sua alma de rapaz virgem e puro.
-Não teve tempo de fazer nada... Só o vi sentado atrás na carruagem me dando adeus para sempre enquanto eles desapareciam na escuridão do céu. A senhora fala enquanto fica com o olhar parado.
-A senhora sabe mais...
-O homem do passado começou a vida de forma errônea, agradou e cedeu aos caprichos de todo e qualquer deus e nós... Nós vamos pagar por isso enquanto existir mundo. Alegra escutou a senhora que continuou a mexer as suas imagens de cabeça baixa.
-Não preciso lhe falar muito. Ela...Ela sabe e vai te contar tudo... Ela não vai mentir... Depois ela vai pegar a sua recompensa. Isso a moça pode esperar. Se vai! A senhora completa sem ter piedade de Alegra.
-Ele não se comunica com os vivos, ele só age... Vai dar fim em todos os seus colegas.
-Ele quem? Alegra pergunta assustada.
-O príncipe Ashilal. O príncipe que vocês despertaram. O filho deles, esse vai trazer a destruição. Nada que nasce da morte presta. A senhora falou olhando para o pavor no rosto de Alegra.
-E as outras virgens mensageiras que transportam os pedidos... Vocês estão enganados... Antes elas selecionavam alguns pedidos e levavam para o rival de Deus. É o que chamam de equilibrar... Nem tanto ao céu e nem tanto ao inferno. A senhora fala e depois pronuncia algo em uma língua indígena.
-Por que enterram as pessoas nuas e debaixo de tantas pedras? Alegra questiona.
-Não se engane com os mostos, minha filha. Olham eles de olhos fechados, frios e parados... Eles andam, voltam para vingar, cobrar os seus rancores e as suas magoas. As roupas como a moça pode ter notado a gente reaproveita e as pedras é uma tentativa de prendê-los lá embaixo para sempre.
Mas já não anda funcionando. Mês passado a cova da falecida ali do lado apareceu com as pedras espalhadas e a cova vazia. Deve esta perambulando por aí na aldeia. Alegra sentiu um arrepio e franziu a testa.
-Então o bebê de Zayla vai vir ao mundo? Alegra pergunta.
-Vai... E vai causar tantas mortes e destruição que nem consigo ver tudo. Agora a mal já esta feito. Não trouxeram eles lá do grande buraco? A idosa fala caminhando para a porta.
-Ate nunca mais moça. Alegra passa pela a porta e ao virar para se despedir toma a porta no rosto.
-É depois de mais essa só me resta ir embora desse lugar estranho. Alegra fala voltando para o sitio de pesquisas.
Alegra chega ao sitio de pesquisa e pega os seus livros e pergaminhos antigos.
-Aqui...Os tumbas de pedras feitas para o morto ficar debaixo para sempre. Eles não evoluíram nada. Há quanto tempo um bruxo ordenou que fizesse tal ritual. Alegra vai passando as paginas e de repente para.
-Meu Deus! “A deusa da Morte...” Diz aqui que ela escolhe pessoas bonitas e sabias assim com uma grande quantidade de almas coletadas ela passa a reinar no mundo real com o um corpo e sabedoria... Inexplicável!
-Nossa estou exausta! Vou tentar dormir um pouco e amanhã... Alegra adormece com os livros e pergaminhos nas mãos.
-Não! Não! Alex acorda com os gritos vindo da barraca de Alegra.
-Ei! Calma! Alex grita e Alegra acorda assustada.
-Maldita hora em que aceitei fazer parte dessa pesquisa... Alegra limpa o suor do rosto e respira cansada.
-Só esta cansada... Tente repousar e se acalmar. Alex acomoda Alegra novamente no travesseiro e retira os livros antigos de sua cama.
-Não é confortante sonhar que esta sendo enterrada com pedras e ainda com vida...
-Foi por causa do material que andou estudando antes de dormir. É só isso... Alex guarda os livros e sai da barraca de Alegra que logo volta a dormir.
O dia amanheceu e dessa vez o sol não banhou com seus raios o sorriso de Devil e sim uma terrível e inesperada tempestade de vento que desmanchou todas as barracas no sitio de pesquisa, a única que ficou como se nada tivesse acontecido foi a barraca que então estava Zayla e Aschilal. -Corre! Corre! Entra num dos carros! Alex e Alegra grita com os outros que estão correndo no meio de nuvem de terra e galhos de arvores. O vento era tão forte que movia os carros de lugar. -Meu Deus! Vai levantar o carro! Alex grita desesperado. -Ninguém não nos avisou dessa tempestade. Alegra fala com as mãos no rosto. -Não deu tempo de salvar os corpos. Se acontecer algo com eles estamos com o trabalho todo perdido. Alex se queixa. -Fique tranqüilo... Tenho certeza que eles se salvarão... Alegra fala tentando enxergar algo pela a janela do carro. -Como tem certeza? Alex questiona. -Não tenho certeza... Tenho esperança. Alegra disfa
No sitio de pesquisa após tantos acontecimentos ruins e sinistros os dias parecem não terminar e as noites são infinitas. Tive tantas opções que não a d vir para cá nesse fim de mundo. Eu queria muito, mas parece que fui arrastada para esse lugar por uma força inexplicável. É como se eu fosse à escolhida. Ser escolhido para algo bom é o sonho de todo ser humano, mas para se comunicar com múmias adormecidas há séculos não acho que sai no lucro. Se comparar o sitio de pesquisa, o sorriso de Devil quando chegamos e agora sua semelhança é de um cenário de filme de terror. Não posso me abrir com ninguém, corro o risco de ser acusada de louca. -Doutora? Doutora Alegra? A doutora esta bem? Alex pergunta e ao perceber que Alegra não esta escutando coloca a mão no seu ombro. -Ai que susto! Alegra se assusta e fica com a respiração ofegante. -Calma! Desculpa eu lhe assustar... Vou pegar água para a doutora. Alex se afasta e logo
Numa noite mal dormida com pesadelos e sonhos com personagens sinistros Alegra o tempo todo ouviu gemidos ou imaginou ter ouvido. Alegra despertou antes de o sol banhar aquele lugar de maldições e caminhou ate a barraca de Zayla e Ashilal, o vento gelado parecia zunir entre as arvores, para completar o cenário amaldiçoado o vento balançava as lonas das barracas. -Tenho a sensação de que o vento quer me dizer algo. Bobagem! Eu estou estressada e impressionada com tudo o que vem acontecendo comigo. Alegra fala para si mesma caminhando com os braços cruzados para se proteger do frio. Ao aproximar da barraca de Zayla e Ashilal Alegra ouve choro de bebê. Alegra para não acreditando no que esta ouvindo. -Não pode ser! Alegra corre e ao entrar na barraca depara-se com o bebê de Alegra e Ashilal deitado entre os seios de Zayla. Alegra aproxima e toca o bebê que mais se parece com um anjo de tão inocente e indefeso.
Alegra não esperava reencontrar a artesã da primitiva aldeia “Madre Inocência”, mas o que percebia era que cada vez menos era dona de suas vontades. Alegra chega, estaciona o jipe naquele lugar misterioso, pega o bebê e caminha rápido ate a porta da casa da artesã. -Olá!! Olá!! Alegra grita batendo desesperadamente na porta da artesã. A porta abre um pouco fazendo um rangido de madeira velha. -Você outra vez? O que quer? A velha artesã fala enfurecida ao ver Alegra. -Abra, por favor! Alegra implora. -Não tenho nada para falar com você. E eu tenho certeza que não voltou por causa de minhas esculturas. A velha artesã completa. -Eu imploro... Alegra bate na porta e começa a chorar com Ângelus II nos braços. -Alegra insista, faça-a abrir a porta e diga que Ashilal esta dizendo que o tempo dela aqui nessa dimensão está no fim no primeiro dia de lua cheia dessa semana, ela será devorada por uma criatura. Agora,
Ao amanhecer, os raios do sol banhando o site de pesquisa e o vento balançando as arvores. -Nossa que dor de cabeça! Alegra queixa ao acordar. Alegra pega uma pílula nos seus guardados e procura água para tomar. -Preciso entrar em contato para comunicar a deserção e pedir que envie outros pesquisadores. Rápido. Alegra fala consigo mesma. -Eles não são desertores. Zayla fala com Alegra. -Você sabe o que aconteceu? Alguém esteve aqui? Alegra questiona. -Não importa. Vamos falar das lapides de ouro. Zayla continua. -Lapides de ouro? Alegra questiona colocando a mão no rosto. -Antes de nós existira uma civilização percussora das lapides de ouro. Talvez você possa desenvolver uma pesquisa sobre a origem das lapides de ouro. Zayla fala para Alegra tentando distrair a cientista. -Não estou entendendo. Hoje você quer fazer piadas sobre pesquisas? Alegra fica zangada. -Não.
Alegra acorda com o barulho do helicóptero pousando, ela sai da barraca para verificar quem esta chegando. Alegra se protege do vento forte da hélice, um homem alto, cabelos negros e barba bem feita desce e caminha em sua direção. -Bom dia! Doutora Alegra? -Bom dia! Sim, sou Alegra. Alegra responde ainda confusa. -Vim para continuar o trabalho nas pesquisas. -Quem o enviou? Alegra questiona. -Doutor Ashilal. Disse que todos desistiram e que a doutora estava só aqui no sitio de pesquisas. -Doutor? Ashilal? Alegra fala com dificuldade em respirar. -Sim. Onde está o doutor Ashilal? Me pareceu um ótimo profissional e uma excelente pessoa. -Meu Deus! Eles dominaram tudo... Eles sabem onde estão os outros. Malditos!! Maldita hora em que viemos desenterrar a morte, o fim... -Calma! O que esta acontecendo doutora Alegra? Prazer meu nome é Rumer. Sou
O lugar não era nada romântico, as circunstancias não colaboravam para nascer de uma forte paixão. O que estava acontecendo entre Rumer e Alegra não poderia ser mais uma armação de Zayla e Ashilal. Alegra amanheceu deitada ao lado daquele belo homem. O sorriso dele brilhou mais do que os raios inconvenientes do sol que insistia em tocar os rostos do casal. -Tudo esta ficando bem. Você esta feliz, ele esta feliz, eu e Ashilal estamos felizes. Só falta vocês buscarem Ashilal Ângelus II. Zayla se comunica com Alegra tirando o seu sossego e fazendo-a voltar para a realidade. -Não fala comigo! Eu não estou bem com você. E claro que vamos buscar o seu bebê na aldeia. Alegra fala com rispidez já se levantando. -Calma! Calma! Rumer se levanta e a abraça fazendo sinal de silencio com o dedo nos lábios. Aprontaram tudo e se dirigiram rumo à aldeia. No caminho Alegra conta tudo sobre os costumes da aldeia e as criaturas estranhas
A FACE DE UM HOMEM É SUA PRÓPRIA BIOGRAFIA. A FACE DE UMA MULHER É SEU TRABALHO DE FICÇÃO. OSCAR WILDE Alegra esta cuidando do bebê Ashilal Ângelus II com ternura e carinho, ambos recebendo a proteção de Rumer que se apaixonou a primeira vista por Alegra. Os olhares de Alegra para Rumer deixam escapar o quanto ela o ama. Terminaria tudo bem se não fosse o bebê filho de Zayla e Ashilal. Zayla há algum tempo fez silencio o que para Alegra e Rumer não é bom sinal. -Ela parou de falar comigo. Não esta bem, eles são ardilosos. Eu já tentei, pedi desculpas por gritar com ela e nada. Alegra fala balançando o bebê. -Não se preocupe com isso agora. Faça um relatório sobre tudo o que aconteceu no sitio de pesquisas omitindo a existência do bebê. Em relação aos outros pesquisadores você diz que desertaram. Você não sabe o paradeiro dele