Três dias se passaram desde a minha conversa com Ezra, e minha semana de descanso parecia um sonho distante. Se por um lado eu estava sem trabalho na organização, por outro, a clínica estava uma verdadeira loucura. Parece que todas as mulheres resolveram dar à luz nesta semana, e eu estava imersa em um frenesi de atividades na clínica. Cada dia começava antes do amanhecer e se estendia até tarde da noite, com poucos momentos de pausa.O som do despertador soava implacável, e eu me levantava com uma mistura de cansaço e determinação. Eu sabia que precisava dar o meu melhor para atender às necessidades das mães e dos bebês que dependiam de mim.Os dias se desenrolavam em um borrão de consultas, exames e procedimentos. Minha agenda estava repleta de pacientes, e eu me esforçava para garantir que cada uma delas recebesse o cuidado atencioso e dedicado que merecia.Naqueles três dias, além das consultas regulares, fui chamada para realizar uns sete partos. Testemunhei a força e a coragem d
A noite estava agradável, a brisa suave soprava, e o céu estrelado era como um manto cintilante sobre nós. Sentada à mesa de um restaurante aconchegante, dividindo o jantar com Maurício, Cibele e Rogério, eu me permiti relaxar e aproveitar a companhia.No entanto, enquanto nós jantávamos, algo chamou minha atenção. Uma troca de olhares entre Maurício e Rogério, um sorriso compartilhado, um comentário breve quase como se eles estivessem se comunicando de uma forma codificada. Eram momentos sutis, mas não passaram despercebidos pelos meus olhos atentos. A sensação de que havia algo mais acontecendo ali começou a crescer em minha mente, como uma coceira persistente. Por que eles estariam conversando daquela maneira? Será que estavam discutindo algo que não queriam compartilhar comigo e Cibele?Incomodada com a dúvida, decidi agir de maneira discreta. Troquei um sinal com Cibele, um olhar que dizia que precisávamos conversar, e ela respondeu com um discreto aceno de cabeça antes de se des
Um mês se passou desde que Maurício e eu oficialmente começamos a namorar. Lembro-me da alegria estampada nos rostos dos meus amigos quando mostrei a eles o meu anel de compromisso, e o apoio que recebemos foi genuíno e caloroso."Nem acredito que minhas duas amigas loucas finalmente estão namorando. Fico muito feliz por vocês." Rômulo expressou sua alegria, mas seus olhos também carregavam um toque de tristeza que eu reconhecia bem.No entanto, eu sabia que algo estava incomodando Rômulo, e eu não poderia ignorar a sensação de que havia algo que ele não estava compartilhando conosco. Eu olhei para Cibele, que também parecia preocupada com o que Rômulo estava prestes a dizer."Rômulo, quero que fale tudo agora. Me conte o que aconteceu com você enquanto esteve fora", disse, firme e direta, encarando-o com seriedade.Ele suspirou profundamente, parecendo pesaroso, antes de começar a compartilhar conosco o que havia revelado durante nossa missão em Paris. Cibele e eu ouvimos atentamente
Após sair da clínica, dirigi-me ao bar onde minha amiga trabalhava. Assim que cheguei, ela me lançou um olhar curioso e questionador, querendo saber o que eu estava fazendo lá em plena terça-feira. Quando expliquei a situação, ela não conseguiu conter a risada diante da ironia."Desculpa, amiga, mas isso é hilário. Você e Mário terão que trabalhar juntos?" Ela riu, parecendo se divertir com a situação."Para de rir,sua vaca, isso é uma bela dose de karma. Você perdeu a chance com ele me convidando para dormir junto na nossa última missão. Agora é minha vez", respondi com um sorriso travesso, enquanto ela me servia uma dose de bebida."Relaxa, Ohana. Vai dar tudo certo. E não só isso, você será a líder da missão. Você estará no controle, afinal", ela tentou me animar."Pode até ser, mas a missão é praticamente suicida, amiga. Quando estivermos em um lugar seguro, eu te conto os detalhes do que teremos que fazer." Bebi o conteúdo do copo de uma só vez, sentindo o líquido quente queimar
Rômulo Braga (Um ano atrás) Eu estava desempenhando minha missão com sucesso. Eu era um diretor administrativo em uma empresa de fachada que, na verdade, era controlada por mafiosos tentando se infiltrar no Brasil e estabelecer uma rede de assassinos. Minha tarefa era infiltrar-me, descobrir os segredos da organização e eliminar os envolvidos. E foi exatamente o que fiz, até que conheci Beatriz e o pequeno Ralf. Nos conhecemos em um bar e nossa amizade evoluiu para um sentimento especial. Em pouco tempo, eu estava envolvido em suas vidas, especialmente na vida do pequeno Ralf, que se tornou muito importante para mim. Beatriz e eu nos apaixonamos genuinamente, e após trazê-los para minha vida, comecei a considerar deixar a organização. Estava cansado de eliminar alvos e deixar alguém no comando para fazer o mesmo. Minha história é complicada: minha mãe me vendeu para pagar suas dívidas, assim como aconteceu com Ohana. Não cheguei a pensar em me matar, mas sofri o mesmo que ela e Cibe
Ohana DuarteHoje o dia estava sendo difícil. Primeiro, não consegui falar com Rômulo; espero que meu amigo não esteja fazendo nenhuma loucura, porque ultimamente ele anda bem estranho. Minha amiga também não deu notícias desde que saiu com o suposto latino, e isso estava me preocupando, pois ela sempre avisa quando chega de uma missão. E para piorar ainda mais, precisei lidar com um aborto espontâneo de uma paciente. É uma situação dolorosa para a mãe. Peguei a prancheta e me aproximei da paciente."Layla, após os exames, foi realmente constatado o aborto.""Quer dizer que não tem mais nada do meu filho dentro de mim?" Ela me perguntou, chorosa."Infelizmente, o exame aponta que não sobrou vestígios. Mas temos que esperar até dez dias para saber se você não desenvolverá algum problema."Layla apenas assentiu. "Sinto muito, sei que esse era o seu primeiro filho e você estava muito animada.""O... obrigada... Doutora." Ela fechou os olhos, permitindo as lágrimas caírem. Antes que ela s
Ao retornar ao meu apartamento, dirigi-me imediatamente ao meu quarto, onde minha parede falsa escondia meu arsenal mais pesado. Com determinação, peguei minhas armas e vesti minha roupa especial, sentindo a energia da vingança pulsar em minhas veias."Esse maldito vai descobrir o que lhe aguarda", murmurei, olhando meu reflexo no espelho com um olhar mortal. Preparada para agir, segui em direção ao endereço do alvo e, para minha satisfação, o avistei despreocupadamente passeando pelo jardim de sua propriedade.Esperando pacientemente até que tudo ficasse em silêncio, infiltrei-me em seu terreno e atravessei o portão. Dois seguranças se aproximaram, e não hesitei em atirar sem piedade, eliminando-os de forma implacável.Com passos furtivos, encontrei seu quarto e o encontrei dormindo tranquilamente. Uma mulher emergiu do banheiro e a silenciei, conduzindo-a de volta e encerrando seu destino após meu intento contra ela. Regressei ao quarto e me sobrepus ao alvo."Jéssica, você quer que
Rômulo e eu estávamos conversando quando avistei Maurício e Rogério se aproximando. Eles nos cumprimentaram e perguntaram por Bele. Expliquei a situação da minha amiga, e eles ficaram aliviados ao saber que ela tinha acordado."Graças aos céus ela acordou", disse Rogério, visivelmente preocupado. "Vocês deram queixa do desgraçado?"Minha vontade era revelar que eu mesmo tinha lidado com ele, mas, considerando a sensibilidade da situação, apenas disse que já tínhamos registrado um boletim de ocorrência. Rogério pediu para visitá-la, e informei o número do quarto.Maurício perguntou com preocupação: "Você está bem, de verdade?""Estou sim, apenas um pouco cansada. Afinal, foi um longo dia", respondi.Maurício insistiu que eu fosse para casa descansar, mencionando que eu tinha trabalho no dia seguinte. Rômulo apoiou a ideia, mas eu inicialmente me recusei. Eventualmente, cedi e concordei em ir para casa.Antes de sair do hospital, fui até o quarto de Cibele, dei-lhe um beijo no rosto e p