༺ Louren Smith ༻Respiro fundo, sentindo o cheiro fétido e a umidade do quarto imundo em que estou presa. Pergunto-me quanto tempo suportarei isso, presa como um animal. De repente, a porta se abre com um rangido e vejo Bianca entrar, seu rosto uma máscara de frieza.Ela segura um telefone celular, e eu a olho, confusa.— O que você está fazendo? — pergunto, tentando manter a voz firme.Bianca me lança um olhar venenoso.— Cala a boca, — ela ordena. — Vou mandar um vídeo para o Carlos Eduardo, para ele perceber que não estou brincando.Sinto um frio na espinha. Essa situação já foi longe demais.— Isso já está indo longe demais, Bianca. — Tento argumentar, mas antes que eu possa terminar, sinto um tapa forte no meu rosto.Me seguro, resistindo à vontade de reagir. Sei que, se fizer isso, ela pode machucar ainda mais a mim ou ao meu filho.— Agora fique quieta e obedeça, — Bianca rosna. — Vou começar a gravação.Ela ajusta o telefone e aponta a câmera para mim. Seus olhos brilham com u
༺ Carlos Eduardo ༻A espera está me matando. Desde que Bianca ligou pela última vez, não houve mais nenhum contato. A tensão é quase insuportável. De repente, meu celular vibra e vejo que recebi uma mensagem de um número desconhecido. Meu coração acelera.— Rogério! — chamo, minha voz carregada de urgência.Ele vem correndo, e eu mostro a mensagem. Ele faz um gesto para que eu compartilhe o vídeo no notebook da polícia.— Vamos abrir — diz ele, sua expressão séria.Com as mãos trêmulas, conecto o celular ao notebook e coloco o vídeo para rodar. A imagem é instável no início, mas logo reconheço o rosto cruel de Bianca. Ela está com um sorriso sarcástico, e meu sangue ferve de ódio.— Olá, Carlos Eduardo — diz ela, com a voz cheia de veneno. — Como você está? Espero que não esteja se divertindo muito, porque eu estou.Ela se vira, e a câmera mostra Louren, amarrada e suja, com o rosto marcado por lágrimas e um olhar de puro terror. Meu coração dói ao vê-la assim.— Aqui está a sua amada
༺ Bianca Madson ༻ Após fazer a ligação de um local distante, eu retorno ao carro onde Jorge, o capanga que contratei, me espera pacientemente. Seguimos para um estabelecimento na estrada, onde compro algumas bebidas. A viagem de volta à casa abandonada parece mais curta agora, com a expectativa de um desfecho próximo. Assim que chegamos, saio do carro com a sacola de bebidas e alguns petiscos. Entro na casa, colocando tudo sobre a mesa. Pego alguns copos e me sirvo de vinho. Meu pai, sentado no canto da sala, olha curioso e surpreso. — Por que estamos comemorando? — ele pergunta, levantando uma sobrancelha. — Porque conseguimos — respondo com um sorriso triunfante. — Carlos Eduardo já providenciou o dinheiro. Meu pai, sempre desconfiado, me olha com ceticismo. — Tão rápido assim? Geralmente, remessas desse tipo levam dois dias. Reviro os olhos, impaciente. — Carlos Eduardo falou diretamente com o gerente do banco. Ele conseguiu isso porque está desesperado para ter a mu
༺ Louren Smith ༻Levantei-me, olhando ao redor da pequena e imunda sala onde estava trancada. A necessidade de ir ao banheiro era urgente, então comecei a bater na porta, tentando chamar a atenção de alguém do lado de fora.— Ei! Preciso ir ao banheiro! — gritei, esperando que alguém me ouvisse.Depois de alguns minutos, ouvi a voz do pai de Bianca respondendo do outro lado da porta.— Você vai ter que esperar. Estou sozinho aqui e não abrirei a porta para você.Senti uma onda de desespero e raiva me atingir. Isso era desumano. Eles não podiam me tratar assim.— Eu não posso esperar! Estou apertada, preciso ir ao banheiro agora! — insisti, tentando manter minha voz firme, apesar do medo e da frustração.Pensei que, se ele abrisse a porta, talvez eu pudesse dar com alguma coisa na cabeça dele e tentar fugir. Mas sua resposta me deixou ainda mais desanimada.— Eu não vou abrir a porta. Se você não consegue segurar, faça suas necessidades em algum canto do quarto.Era um absurdo! Como po
༺ Carlos Eduardo ༻Estava me preparando para deixar as malas de dinheiro com Luan quando Rogério e seus agentes apareceram, me pegando de surpresa.— Que malas são essas, Carlos? — ele perguntou, olhando diretamente para mim.— Não posso explicar no momento, Rogério. Eu preciso sair agora — respondi, tentando manter a calma e evitar mais perguntas.— Não faça nada impossível que prejudique a vida da sua esposa — Rogério insistiu, bloqueando meu caminho.Luan, ao meu lado, interveio:— Essa é a única saída, Rogério. Senão, nunca teremos nenhuma notícia da Louren ou pista.Rogério franziu a testa, sua expressão séria.— Que malas são essas novamente, Carlos? — perguntou, visivelmente intrigado.Suspirei profundamente antes de responder:— São duas malas com dinheiro.— Dinheiro em espécie? — ele perguntou, ainda mais intrigado.— Sim, dinheiro em espécie… mas é falso — confessei, percebendo a surpresa no rosto dele.— Como assim falso? — Ele parecia confuso.Expliquei rapidamente toda a
༺ Louren Smith༻Olhava para Carlos Eduardo com medo, meu coração batendo descompassado, desesperada e preocupada. Será que esse era o fim da minha vida? Não posso terminar assim, não depois de tudo que havíamos enfrentado para ficarmos juntos.— Carlos Eduardo… — murmurei, minha voz tremendo.— Vai ficar tudo bem, Louren. Eu prometo! — ele respondeu, a voz carregada de preocupação e determinação.Bianca riu, uma risada amarga e maligna que ecoou na noite.— Vocês achavam que teriam um final feliz? Que ficaria por isso mesmo? — ela zombou, apertando a arma contra minha cabeça. — Se vou me ferrar, vocês também vão!Carlos Eduardo deu um passo à frente, tentando se aproximar.— Bianca, entenda que ninguém pode ficar preso a uma pessoa que não ama.— Cala a boca! — ela gritou. — Eu poderia ter feito você feliz, Carlos Eduardo, mas você preferiu essa ordinária dessa pirralha. Agora, por causa dela, você sofrerá!Ela puxou meu cabelo com força, e gritei de dor. Vi Carlos Eduardo se aproxima
༺ Carlos Eduardo ༻Enquanto dirigia de volta para São Paulo, olhava pelo retrovisor e via Louren abraçada ao irmão. Luan, protetivamente, acariciava a cabeça dela. Suspirei fundo, aliviado, agradecendo finalmente que esse pesadelo acabara. Olhei mais uma vez para trás e comentei:— Ela parece exausta.Luan balançou a cabeça, concordando.— Sim, ainda mais depois de tudo que passou. É notável que uma hora a exaustão venha.Mantive os olhos na estrada e suspirei novamente.— Finalmente, vamos ter um pouco de paz e sossego. E aquela louca ficará bem longe de nós.Luan concordou.— Espero que ela pague por todos os seus crimes.Continuei dirigindo, mas não podia deixar de pensar em André.— Ainda temos que lidar com o André, Luan. Ele também é responsável por tudo isso.Luan franziu a testa, preocupado.— O que você acha que ele vai fazer? Será que tentará fugir?— É bem possível. Ele sabe que estamos atrás dele agora. E, se ele for esperto, tentará se esconder. Mas não vamos deixar que e
༺ Louren Smith ༻Na banheira, eu estava imersa em um mar de pensamentos. O calor da água e os sais de banho ajudavam a relaxar meus músculos tensos, mas a mente continuava a girar. A loucura de Bianca havia atingido o limite; ela tentou destruir minha vida, ganhando dinheiro com o meu sofrimento.Agora, eu esperava que ela fosse condenada por seus crimes. No entanto, a lembrança de seu pai me assombrava. Eu precisava que ele também fosse preso; sua participação não podia ser ignorada.Suspirei fundo, tentando afastar esses pensamentos sombrios. Decidi me concentrar em relaxar, permiti-me desfrutar do momento de paz. O som da água e o aroma dos sais de banho começaram a fazer efeito, e me perdi em um estado de calma.De repente, a porta do banheiro se abriu. Vi Carlos Eduardo entrar, um sorriso suave nos lábios. Ele estava vestindo um roupão e, ao se aproximar, começou a tirá-lo. O calor do ambiente parecia aumentar com sua presença, e senti uma onda de conforto ao vê-lo.Ele entrou na