༺ Carlos Eduardo ༻ Dois meses se passaram desde que tudo mudou em nossas vidas. O tempo parecia voar e, ao mesmo tempo, arrastar-se lentamente. Estava em meu escritório, discutindo os últimos números com Afonso, meu sócio. — Carlos, esses resultados da Madson Cosméticos foram impressionantes — Afonso comentou, visivelmente satisfeito. — Não esperávamos um retorno tão bom depois do que o André fez. As vendas dispararam, e as ações subiram como nunca. Assenti, refletindo sobre o que ele havia dito. A Madson estava realmente se destacando, e o prejuízo que André deixou parecia estar se dissipando gradualmente. — É bom ver que pelo menos temos um novo negócio indo muito bem — respondi. — Pelo menos alguma coisa está funcionando como deveria. Afonso se inclinou na cadeira, olhando para mim com uma expressão de curiosidade e preocupação. — Mas, Carlos, a polícia ainda não conseguiu localizar o André. Você sabe de alguma coisa nova? Balancei a cabeça negativamente. A frustração era evi
༺ Louren Smith ༻ Observava a mãe de Carlos Eduardo admirando nosso bebê. Já sabia que há algum tempo ela estava querendo conhecer a criança, mas Carlos Eduardo estava evitando isso. A emoção no rosto dela era evidente, e ela parecia encantada com o pequeno Jean Carlos. — Ele parece muito com Carlos Eduardo quando era bebê — disse ela, com um sorriso meio sem graça. — Até mesmo nos cabelos loiros. Apenas concordei com a cabeça, sem dizer nada. Ainda era uma situação estranha estar ali com a mãe dele, especialmente depois de tudo que ela havia feito. Não era fácil esquecer as humilhações e os conflitos do passado. Ela continuou olhando para o meu filho, acariciando suavemente sua pequena mão. — Sei que cometi muitos erros — disse ela, com a voz um pouco trêmula. — Mas espero que possamos começar de novo. Eu realmente quero fazer parte da vida de vocês. Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas. Não queria ser rude, mas também não podia simplesmente esquecer tudo que aco
༺ Carlos Eduardo༻O dia do julgamento havia chegado. Enquanto terminava de me arrumar, percebi que Louren estava meio tensa ao meu lado. Me aproximei, colocando uma mão reconfortante no ombro dela.— Vai ficar tudo bem, amor. Finalmente, aquela víbora pagará pelo que fez.Louren concordou, mas a tensão em seu rosto não diminuiu.— Eu sei, mas se eu pudesse, não queria ver a cara dessa mulher de novo. — Ela suspirou, e seu olhar estava perdido.— Entendo, mas será a última vez. Agora ela será condenada. Não tem como se safar, Louren. Ela está respondendo por vários processos. — apertei suavemente seu ombro, tentando transmitir confiança.— Quem sabe, assim, passando anos na prisão, ela aprende a ser uma pessoa melhor e larga aquele ego egocêntrico que possui — respondeu Louren, tentando se convencer disso.— É verdade — concordei. — Agora, é melhor irmos.Saímos de casa, a tensão ainda palpável no ar. Dirigi em silêncio até o tribunal, cada quilômetro parecia mais longo que o anterior.
༺ Bianca Madson༻Estava sentada na sala de espera, sentindo a frustração e a raiva borbulharem dentro de mim. O veredito havia sido uma sentença de 60 anos sem possibilidade de liberdade condicional. Praticamente toda a minha vida jogada fora. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu tentava processar a realidade de que eu estaria presa pelo resto dos meus dias.Meu advogado, Ulisses Ferreira, se aproximou com uma expressão abatida.— Sinto muito, Bianca. Eu realmente não esperava que acabasse dessa forma.Furiosa, me virei para ele respondendo.— Meu pai gastou tanto dinheiro em você e você não conseguiu me livrar da cadeia! Que tipo de advogado é você?Ele respirou fundo, tentando manter a calma.— Fiz o melhor que pude, Bianca. Mas o problema é que havia muitas provas contra você. No entanto, eu recorrerei da decisão.Balancei a cabeça, descrente.— Não tem como recorrer da decisão. A sentença já foi dada sem direito a recesso. Como você resolverá isso?Ele respondeu com firme
༺ Louren Smith༻Meses haviam se passado desde aquele dia angustiante no tribunal. Agora, estamos celebrando o primeiro aniversário do nosso filho, e a felicidade era palpável. A casa estava decorada com balões e bandeirinhas, e todos ao nosso redor compartilhavam da mesma alegria que eu sentia.Carlos Eduardo estava ao meu lado, com um sorriso genuíno no rosto, observando nosso filho com um brilho de orgulho nos olhos. Estava tentando, com muito carinho, ensinar o pequeno a apagar as velinhas do bolo. Era um momento especial, e eu queria que ele fosse perfeito.— Vamos lá, amor, você consegue — eu dizia, incentivando o bebê, enquanto ajudava a soprar as velinhas.Aos poucos, o pequeno começou a entender o que deveria fazer. Todos ao nosso redor estavam animados, batendo palmas e incentivando, o que parecia animar ainda mais o nosso filho.— Olha só, ele está tentando! — exclamou dona Caroline, com um sorriso entusiasmado.Carlos Eduardo se aproximou, aplaudindo junto e rindo com a sit
༺ Louren Smith ༻Cinco anos se passaram desde aquele primeiro aniversário do Jean Carlos. Agora, sentada em frente ao notebook, reviso os números e cálculos da empresa enquanto uma sensação de realização e serenidade me envolve.A vida ao lado de Carlos Eduardo tem sido uma montanha-russa de emoções, mas, no final das contas, estamos sempre juntos, superando qualquer obstáculo que apareça em nosso caminho.Olho para a cena diante de mim: Carlos Eduardo, com um avental mais sujo do que qualquer outro que eu tenha visto, tentando dar uma papinha de fruta para nossa pequena Marjorie. A cena é tão hilária quanto adorável.— Vem cá, querida, só mais uma colherada! — ele insiste, com um sorriso determinado, segurando a colher cheia de papinha.Marjorie, com seus dois anos de idade e uma expressão que mistura curiosidade e teimosia, balança a cabeça e faz caretas. Carlos Eduardo, com toda a paciência do mundo, tenta novamente.— Olha só, é uma colherinha gostosa. Vai, amor, não seja teimosa!
༺ Louren Smith༻ Em todas as lojas em que entreguei meu currículo, a resposta foi a mesma: "Desculpe, não estamos contratando no momento". Saí da última loja desanimada. Como pode ninguém estar precisando de funcionários nessa cidade?Estou desesperada para arrumar um emprego. As coisas em casa não estão fáceis, minha mãe precisa de remédios e alimentos que não podemos pagar. Às vezes, odeio a falta que o dinheiro faz. Como eu queria ser rica e resolver todos os meus problemas.Cansada de bater pernas o dia todo pelo centro da cidade, decidi seguir por uma rua mais deserta, torcendo para não ser assaltada. Minha bolsa está vazia, e meu celular não tem crédito há meses. É difícil viver no Brasil.Deixei meu currículo em uma loja de material de construção, mas a resposta foi a mesma. Se as coisas continuarem assim, vou ter que arrumar outro jeito de ganhar dinheiro. Estou exausta de andar por horas e com dores nos pés. Só quero chegar em casa e relaxar na minha cama.No caminho, passei p
༺ Louren Smith༻ Continuei encarando o homem sem reação alguma e, claro, rapidamente me recomponho, enquanto ele me lança um sorriso malicioso! Ao perceber que não respondo qualquer tipo de coisa, ele se pronuncia.— Nossa, por que você ficou calada de repente? Não quero te assustar, mas achei você uma moça muito bonita! Tem namorado?— Desculpe, senhor. Não quis parecer mal-educada agora há pouco! Apenas estou tentando me adaptar ao emprego, pois sou nova aqui. — mesmo sendo um homem mais velho, não podia negar que ele era muito bonito, mas não estou aqui para me envolver com clientes ricos. Não sou mulher disso.— Entendo, Louren, né? É esse o seu nome que está no seu crachá? Eu queria conversar com você depois do seu expediente se fosse possível! Isso, se você não tiver namorado.— Veja bem, se for a respeito de outra bebida, pode mandar me chamar que levarei até sua mesa. Mas não estou interessada em outro assunto além disso. Com licença! — me virei para sair e rapidamente desci as