༺ Louren Smith ༻Observei Carlos Eduardo um pouco estranho, como se tivesse encontrado algo lá fora de que não gostou. Perguntei se ele estava bem, afirmou que sim, tentando parecer despreocupado. Notei o presente em suas mãos.— Quem mandou isso? — perguntei, apontando para o presente em suas mãos.Ele olhou para mim, visivelmente sem jeito, e tentou disfarçar.— Ninguém importante. Jogarei isso fora.— Não, Carlos. Quero ver o que é e quem mandou. — Insisti, curiosa e um pouco desconfiada.Ele suspirou fundo, resignado.— Foi minha mãe.Fiquei surpresa.— Dona Caroline esteve no hospital?Ele assentiu, um olhar misto de frustração e cansaço no rosto.— Sim, ela queria ver o bebê e também conversar com você.A surpresa me fez arquear as sobrancelhas.— Eu não imaginava… — balancei a cabeça, ainda processando a informação. — Por que você quer jogar o presente fora?— Eu não acho que você vai querer algo de uma mulher que só tentou prejudicá-la, mesmo que essa mulher seja minha mãe.—
༺ Bianca Madson ༻Soltei um suspiro profundo, frustrada, enquanto tentava me mover na cama do hospital. A algema na minha mão eram uma constante lembrança da situação desesperadora em que eu me encontrava. Não conseguia acreditar no quão longe eu havia chegado — um tiro, uma maleta falsa, e o desastre total que se seguiu.Fiquei sabendo que Carlos Eduardo me entregou uma maleta com dinheiro falso, e agora eu estava aqui, sem saída, afundando cada vez mais. O que mais poderia piorar minha situação? Meu pai também havia sumido, estou sem qualquer forma de ajuda.O delegado Rogério vinha atrás de mim diariamente, tentando obter qualquer informação que eu pudesse ter sobre o paradeiro do meu pai, mas não tenho ideia de onde ele estava. Descobri através de uma carta enviada pelo advogado dele que estava no exterior, após ter dado um golpe e fugido com uma boa quantidade de dinheiro.Pelo menos alguém parecia ter conseguido sair do buraco, mas eu estava aqui, em um poço de desespero e frust
༺ Carlos Eduardo ༻ Dois meses se passaram desde que tudo mudou em nossas vidas. O tempo parecia voar e, ao mesmo tempo, arrastar-se lentamente. Estava em meu escritório, discutindo os últimos números com Afonso, meu sócio. — Carlos, esses resultados da Madson Cosméticos foram impressionantes — Afonso comentou, visivelmente satisfeito. — Não esperávamos um retorno tão bom depois do que o André fez. As vendas dispararam, e as ações subiram como nunca. Assenti, refletindo sobre o que ele havia dito. A Madson estava realmente se destacando, e o prejuízo que André deixou parecia estar se dissipando gradualmente. — É bom ver que pelo menos temos um novo negócio indo muito bem — respondi. — Pelo menos alguma coisa está funcionando como deveria. Afonso se inclinou na cadeira, olhando para mim com uma expressão de curiosidade e preocupação. — Mas, Carlos, a polícia ainda não conseguiu localizar o André. Você sabe de alguma coisa nova? Balancei a cabeça negativamente. A frustração era evi
༺ Louren Smith ༻ Observava a mãe de Carlos Eduardo admirando nosso bebê. Já sabia que há algum tempo ela estava querendo conhecer a criança, mas Carlos Eduardo estava evitando isso. A emoção no rosto dela era evidente, e ela parecia encantada com o pequeno Jean Carlos. — Ele parece muito com Carlos Eduardo quando era bebê — disse ela, com um sorriso meio sem graça. — Até mesmo nos cabelos loiros. Apenas concordei com a cabeça, sem dizer nada. Ainda era uma situação estranha estar ali com a mãe dele, especialmente depois de tudo que ela havia feito. Não era fácil esquecer as humilhações e os conflitos do passado. Ela continuou olhando para o meu filho, acariciando suavemente sua pequena mão. — Sei que cometi muitos erros — disse ela, com a voz um pouco trêmula. — Mas espero que possamos começar de novo. Eu realmente quero fazer parte da vida de vocês. Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas. Não queria ser rude, mas também não podia simplesmente esquecer tudo que aco
༺ Carlos Eduardo༻O dia do julgamento havia chegado. Enquanto terminava de me arrumar, percebi que Louren estava meio tensa ao meu lado. Me aproximei, colocando uma mão reconfortante no ombro dela.— Vai ficar tudo bem, amor. Finalmente, aquela víbora pagará pelo que fez.Louren concordou, mas a tensão em seu rosto não diminuiu.— Eu sei, mas se eu pudesse, não queria ver a cara dessa mulher de novo. — Ela suspirou, e seu olhar estava perdido.— Entendo, mas será a última vez. Agora ela será condenada. Não tem como se safar, Louren. Ela está respondendo por vários processos. — apertei suavemente seu ombro, tentando transmitir confiança.— Quem sabe, assim, passando anos na prisão, ela aprende a ser uma pessoa melhor e larga aquele ego egocêntrico que possui — respondeu Louren, tentando se convencer disso.— É verdade — concordei. — Agora, é melhor irmos.Saímos de casa, a tensão ainda palpável no ar. Dirigi em silêncio até o tribunal, cada quilômetro parecia mais longo que o anterior.
༺ Bianca Madson༻Estava sentada na sala de espera, sentindo a frustração e a raiva borbulharem dentro de mim. O veredito havia sido uma sentença de 60 anos sem possibilidade de liberdade condicional. Praticamente toda a minha vida jogada fora. Lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu tentava processar a realidade de que eu estaria presa pelo resto dos meus dias.Meu advogado, Ulisses Ferreira, se aproximou com uma expressão abatida.— Sinto muito, Bianca. Eu realmente não esperava que acabasse dessa forma.Furiosa, me virei para ele respondendo.— Meu pai gastou tanto dinheiro em você e você não conseguiu me livrar da cadeia! Que tipo de advogado é você?Ele respirou fundo, tentando manter a calma.— Fiz o melhor que pude, Bianca. Mas o problema é que havia muitas provas contra você. No entanto, eu recorrerei da decisão.Balancei a cabeça, descrente.— Não tem como recorrer da decisão. A sentença já foi dada sem direito a recesso. Como você resolverá isso?Ele respondeu com firme
༺ Louren Smith༻Meses haviam se passado desde aquele dia angustiante no tribunal. Agora, estamos celebrando o primeiro aniversário do nosso filho, e a felicidade era palpável. A casa estava decorada com balões e bandeirinhas, e todos ao nosso redor compartilhavam da mesma alegria que eu sentia.Carlos Eduardo estava ao meu lado, com um sorriso genuíno no rosto, observando nosso filho com um brilho de orgulho nos olhos. Estava tentando, com muito carinho, ensinar o pequeno a apagar as velinhas do bolo. Era um momento especial, e eu queria que ele fosse perfeito.— Vamos lá, amor, você consegue — eu dizia, incentivando o bebê, enquanto ajudava a soprar as velinhas.Aos poucos, o pequeno começou a entender o que deveria fazer. Todos ao nosso redor estavam animados, batendo palmas e incentivando, o que parecia animar ainda mais o nosso filho.— Olha só, ele está tentando! — exclamou dona Caroline, com um sorriso entusiasmado.Carlos Eduardo se aproximou, aplaudindo junto e rindo com a sit
༺ Louren Smith ༻Cinco anos se passaram desde aquele primeiro aniversário do Jean Carlos. Agora, sentada em frente ao notebook, reviso os números e cálculos da empresa enquanto uma sensação de realização e serenidade me envolve.A vida ao lado de Carlos Eduardo tem sido uma montanha-russa de emoções, mas, no final das contas, estamos sempre juntos, superando qualquer obstáculo que apareça em nosso caminho.Olho para a cena diante de mim: Carlos Eduardo, com um avental mais sujo do que qualquer outro que eu tenha visto, tentando dar uma papinha de fruta para nossa pequena Marjorie. A cena é tão hilária quanto adorável.— Vem cá, querida, só mais uma colherada! — ele insiste, com um sorriso determinado, segurando a colher cheia de papinha.Marjorie, com seus dois anos de idade e uma expressão que mistura curiosidade e teimosia, balança a cabeça e faz caretas. Carlos Eduardo, com toda a paciência do mundo, tenta novamente.— Olha só, é uma colherinha gostosa. Vai, amor, não seja teimosa!