༺ Carlos Eduardo ༻Enquanto dirigia de volta para São Paulo, olhava pelo retrovisor e via Louren abraçada ao irmão. Luan, protetivamente, acariciava a cabeça dela. Suspirei fundo, aliviado, agradecendo finalmente que esse pesadelo acabara. Olhei mais uma vez para trás e comentei:— Ela parece exausta.Luan balançou a cabeça, concordando.— Sim, ainda mais depois de tudo que passou. É notável que uma hora a exaustão venha.Mantive os olhos na estrada e suspirei novamente.— Finalmente, vamos ter um pouco de paz e sossego. E aquela louca ficará bem longe de nós.Luan concordou.— Espero que ela pague por todos os seus crimes.Continuei dirigindo, mas não podia deixar de pensar em André.— Ainda temos que lidar com o André, Luan. Ele também é responsável por tudo isso.Luan franziu a testa, preocupado.— O que você acha que ele vai fazer? Será que tentará fugir?— É bem possível. Ele sabe que estamos atrás dele agora. E, se ele for esperto, tentará se esconder. Mas não vamos deixar que e
༺ Louren Smith ༻Na banheira, eu estava imersa em um mar de pensamentos. O calor da água e os sais de banho ajudavam a relaxar meus músculos tensos, mas a mente continuava a girar. A loucura de Bianca havia atingido o limite; ela tentou destruir minha vida, ganhando dinheiro com o meu sofrimento.Agora, eu esperava que ela fosse condenada por seus crimes. No entanto, a lembrança de seu pai me assombrava. Eu precisava que ele também fosse preso; sua participação não podia ser ignorada.Suspirei fundo, tentando afastar esses pensamentos sombrios. Decidi me concentrar em relaxar, permiti-me desfrutar do momento de paz. O som da água e o aroma dos sais de banho começaram a fazer efeito, e me perdi em um estado de calma.De repente, a porta do banheiro se abriu. Vi Carlos Eduardo entrar, um sorriso suave nos lábios. Ele estava vestindo um roupão e, ao se aproximar, começou a tirá-lo. O calor do ambiente parecia aumentar com sua presença, e senti uma onda de conforto ao vê-lo.Ele entrou na
༺ Carlos Eduardo ༻Andava de um lado para o outro, olhando para o relógio, agoniado. A espera na sala de espera do hospital parecia interminável. Luan, percebendo minha inquietação, comentou:— Calma, cara. Você acabará fazendo um buraco no chão de tanto andar para lá e para cá.Respirei fundo, tentando controlar minha ansiedade.— Estou preocupado, Luan. Quero participar, estar perto dela. Sei que ela está com dor, e é um momento delicado.Luan concordou com um aceno de cabeça.— Eu entendo, mas se desesperar não vai adiantar muita coisa. Só precisamos esperar.Olhei novamente para a porta da sala de pré-parto, desejando poder entrar e ver como Louren estava. Luan segurou meu braço, tentando me acalmar.— Você tem que esperar aqui fora. Quando for a hora, o médico vai te chamar.Angustiado, respondi:— Mas quero vê-la, saber como ela está.Nesse momento, Alicia surgiu, sentando-se no sofá da sala de espera. Aproximei-me rapidamente.— Como ela está? — perguntei, preocupado. — Ela est
༺ Louren Smith ༻Observei Carlos Eduardo um pouco estranho, como se tivesse encontrado algo lá fora de que não gostou. Perguntei se ele estava bem, afirmou que sim, tentando parecer despreocupado. Notei o presente em suas mãos.— Quem mandou isso? — perguntei, apontando para o presente em suas mãos.Ele olhou para mim, visivelmente sem jeito, e tentou disfarçar.— Ninguém importante. Jogarei isso fora.— Não, Carlos. Quero ver o que é e quem mandou. — Insisti, curiosa e um pouco desconfiada.Ele suspirou fundo, resignado.— Foi minha mãe.Fiquei surpresa.— Dona Caroline esteve no hospital?Ele assentiu, um olhar misto de frustração e cansaço no rosto.— Sim, ela queria ver o bebê e também conversar com você.A surpresa me fez arquear as sobrancelhas.— Eu não imaginava… — balancei a cabeça, ainda processando a informação. — Por que você quer jogar o presente fora?— Eu não acho que você vai querer algo de uma mulher que só tentou prejudicá-la, mesmo que essa mulher seja minha mãe.—
༺ Bianca Madson ༻Soltei um suspiro profundo, frustrada, enquanto tentava me mover na cama do hospital. A algema na minha mão eram uma constante lembrança da situação desesperadora em que eu me encontrava. Não conseguia acreditar no quão longe eu havia chegado — um tiro, uma maleta falsa, e o desastre total que se seguiu.Fiquei sabendo que Carlos Eduardo me entregou uma maleta com dinheiro falso, e agora eu estava aqui, sem saída, afundando cada vez mais. O que mais poderia piorar minha situação? Meu pai também havia sumido, estou sem qualquer forma de ajuda.O delegado Rogério vinha atrás de mim diariamente, tentando obter qualquer informação que eu pudesse ter sobre o paradeiro do meu pai, mas não tenho ideia de onde ele estava. Descobri através de uma carta enviada pelo advogado dele que estava no exterior, após ter dado um golpe e fugido com uma boa quantidade de dinheiro.Pelo menos alguém parecia ter conseguido sair do buraco, mas eu estava aqui, em um poço de desespero e frust
༺ Carlos Eduardo ༻ Dois meses se passaram desde que tudo mudou em nossas vidas. O tempo parecia voar e, ao mesmo tempo, arrastar-se lentamente. Estava em meu escritório, discutindo os últimos números com Afonso, meu sócio. — Carlos, esses resultados da Madson Cosméticos foram impressionantes — Afonso comentou, visivelmente satisfeito. — Não esperávamos um retorno tão bom depois do que o André fez. As vendas dispararam, e as ações subiram como nunca. Assenti, refletindo sobre o que ele havia dito. A Madson estava realmente se destacando, e o prejuízo que André deixou parecia estar se dissipando gradualmente. — É bom ver que pelo menos temos um novo negócio indo muito bem — respondi. — Pelo menos alguma coisa está funcionando como deveria. Afonso se inclinou na cadeira, olhando para mim com uma expressão de curiosidade e preocupação. — Mas, Carlos, a polícia ainda não conseguiu localizar o André. Você sabe de alguma coisa nova? Balancei a cabeça negativamente. A frustração era evi
༺ Louren Smith ༻ Observava a mãe de Carlos Eduardo admirando nosso bebê. Já sabia que há algum tempo ela estava querendo conhecer a criança, mas Carlos Eduardo estava evitando isso. A emoção no rosto dela era evidente, e ela parecia encantada com o pequeno Jean Carlos. — Ele parece muito com Carlos Eduardo quando era bebê — disse ela, com um sorriso meio sem graça. — Até mesmo nos cabelos loiros. Apenas concordei com a cabeça, sem dizer nada. Ainda era uma situação estranha estar ali com a mãe dele, especialmente depois de tudo que ela havia feito. Não era fácil esquecer as humilhações e os conflitos do passado. Ela continuou olhando para o meu filho, acariciando suavemente sua pequena mão. — Sei que cometi muitos erros — disse ela, com a voz um pouco trêmula. — Mas espero que possamos começar de novo. Eu realmente quero fazer parte da vida de vocês. Respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas. Não queria ser rude, mas também não podia simplesmente esquecer tudo que aco
༺ Carlos Eduardo༻O dia do julgamento havia chegado. Enquanto terminava de me arrumar, percebi que Louren estava meio tensa ao meu lado. Me aproximei, colocando uma mão reconfortante no ombro dela.— Vai ficar tudo bem, amor. Finalmente, aquela víbora pagará pelo que fez.Louren concordou, mas a tensão em seu rosto não diminuiu.— Eu sei, mas se eu pudesse, não queria ver a cara dessa mulher de novo. — Ela suspirou, e seu olhar estava perdido.— Entendo, mas será a última vez. Agora ela será condenada. Não tem como se safar, Louren. Ela está respondendo por vários processos. — apertei suavemente seu ombro, tentando transmitir confiança.— Quem sabe, assim, passando anos na prisão, ela aprende a ser uma pessoa melhor e larga aquele ego egocêntrico que possui — respondeu Louren, tentando se convencer disso.— É verdade — concordei. — Agora, é melhor irmos.Saímos de casa, a tensão ainda palpável no ar. Dirigi em silêncio até o tribunal, cada quilômetro parecia mais longo que o anterior.