༺ Carlos Eduardo ༻Vejo Bianca ser levada embora, refletindo sobre como a loucura dessa mulher havia chegado ao limite. Eu sabia que precisava dar um fim nessa história de uma vez por todas. O policial responsável se aproximou.— Vai prestar queixa? — ele perguntou.— Sim, meu advogado vai cuidar de tudo — respondi com firmeza.Chamei Arthur, que estava na igreja como convidado, e expliquei a situação.— Vou agir imediatamente — ele garantiu, dando-me um tapinha no ombro.Agradeci e voltei para Louren, visivelmente abalada. Abracei-a, sentindo seu corpo relaxar um pouco contra o meu.— Você está bem? — perguntei, olhando fundo nos olhos dela.— Sim, o susto maior já passou — ela respondeu, tentando sorrir.— Já acabou, meu amor. Agora é melhor irmos para a festa e esquecer isso. Não vamos deixar que uma louca estrague nosso dia — disse, tentando tranquilizá-la.Ela assentiu, sorrindo, e caminhamos juntos para o carro. No caminho, segurei sua mão, prometendo a mim mesmo que nada mais a
༺ Louren Smith ༻Acordei com o sol invadindo o quarto, seus raios suaves e quentes anunciando um novo dia em Fernando de Noronha. Carlos Eduardo se virou para o lado, puxando o lençol para cobrir o rosto, querendo prolongar um pouco mais seu sono.Eu, por outro lado, decidi aproveitar a vista. Levantei-me silenciosamente, vestindo um robe de seda, e caminhei até a varanda.A paisagem que se descortinava diante de mim era de tirar o fôlego. O mar azul-turquesa se estendia até onde meus olhos podiam ver, as ondas quebrando suavemente na praia dourada.O ar estava fresco, com o cheiro salgado do oceano misturado com o perfume das flores tropicais que adornavam o jardim abaixo. Era um verdadeiro paraíso, e eu não podia estar mais tranquila e feliz de estar ali, casada com o homem que eu amava.Enquanto admirava a paisagem, meus pensamentos voltaram-se ao que havia acontecido no nosso casamento. Foi um milagre que nada de mais grave tivesse acontecido, graças à rápida ação do meu irmão.Pe
༺ Carlos Eduardo ༻Os dias seguintes à nossa lua de mel foram intensos. Estamos de volta à rotina, mas o brilho do que aconteceu em Fernando de Noronha ainda estava presente em nossos corações.No entanto, havia negócios a serem resolvidos e a vingança que prometi à Bianca estava prestes a se concretizar.Estava na minha sala, terminando de assinar alguns documentos importantes, quando Afonso entrou carregando uma pasta cheia de papéis.— Aqui estão os últimos documentos para a compra das ações da Madson Cosméticos Industrial — disse ele, colocando a pasta na minha mesa.Olhei para os papéis, sentindo uma satisfação sombria.— Tudo certo então? — perguntei.— Sim, tudo certo — respondeu Afonso. — O pai da Bianca ainda não foi avisado sobre a compra das ações.Dei de ombros.— Isso não é problema meu. Quando ele souber, será tarde demais. Expulsarei aquele traste como se fosse um rato daquela empresa.Afonso concordou, um sorriso de satisfação surgindo em seus lábios.— Realmente, ele
༺ Bianca Madson ༻Saí com a caixa dos pertences do meu pai ao lado dele, furiosa. A humilhação de passar pelos funcionários dessa forma era terrível, mas Carlos Eduardo iria se arrepender de tudo o que estava fazendo eu passar. Camille, a secretária do meu pai, olhou para mim com deboche. Nunca gostei dessa secretária, mas meu pai gostava dela. Agora, percebo que realmente ela era uma cobra.— O que uma idiota como você está olhando? — perguntei, furiosa.Camille, de um jeito educado, respondeu:— Nada, só estou vendo a ruína da Bianca Madson, que sempre foi tão egocêntrica e arrogante. Agora está aí, saindo com o rabo entre as pernas.Aproximei-me dela, pronta para explodir.— Cala a boca ou meto a mão na sua cara! Volto para essa empresa e, quando voltar, vou te demitir.Camille riu, debochada.— Tenha uma boa sorte.Todos os funcionários olhavam para mim com a mesma expressão de Camille. Virei para eles, furiosa.— O que vocês estão olhando? Vão todos se foder! Quando eu voltar, l
༺ Louren Smith ༻Quatro meses se passaram, e a vida finalmente encontrou uma calmaria que eu até estranhava. Desde que Carlos Eduardo destruiu tudo o que pertencia a Bianca, ela simplesmente desapareceu.Esse sumiço me deixava com um certo receio, mas queria acreditar que ela havia decidido recomeçar a vida em outro lugar.Nesse momento, encontrava-me na clínica, prestes a descobrir o sexo do nosso bebê. Carlos Eduardo estava visivelmente animado, e eu não pude deixar de notar a empolgação dele.— Você acha que é um menino, não é? — perguntei, sorrindo.— Sim, tenho quase certeza — ele respondeu, os olhos brilhando de expectativa. — Mas, se for uma menina, amarei do mesmo jeito.Ri levemente, sentindo uma onda de felicidade inundar meu coração.— Eu também vou amar o que for.Pouco depois, o médico nos chamou para começar o ultrassom. Deitei-me na maca e Carlos Eduardo segurou minha mão com força, oferecendo seu apoio incondicional.O médico espalhou o gel frio sobre minha barriga e c
༺ Carlos Eduardo ༻Passei o dia atolado com diversos assuntos da empresa, mas a imagem de Louren não saía da minha cabeça. Algo estava me incomodando, uma sensação ruim, porém, tentava afastar esses pensamentos, dizendo a mim mesmo que era apenas paranoia da minha cabeça.As horas se arrastaram, e a angústia dentro de mim crescia, embora eu insistisse que ela estava bem.De repente, Vera entrou no meu escritório, visivelmente nervosa.— Senhor Carlos Eduardo, preciso falar urgente com o senhor.Senti um nó na garganta e a preocupação que tentava suprimir emergiu.— O que aconteceu, Vera? — perguntei, tentando manter a calma.— Ligaram da loja da senhorita Louren… aconteceu uma fatalidade — disse ela, com a voz trêmula.Levantei-me rapidamente da cadeira, o coração disparado.— Que fatalidade, Vera? O que foi que aconteceu?Ela respirou fundo, hesitante.— A gerente da loja informou que… levaram a senhorita Louren.Perplexo, senti o chão se abrir sob meus pés.— Como assim, levaram?—
༺ Louren Smith ༻Acordei com uma dor pulsante na cabeça, em um lugar que eu não reconhecia. O colchão sujo em que estava deitada parecia mais um pedaço de espuma velha do que algo que se poderia chamar de cama.O ambiente ao redor era sombrio e desconfortável, com uma janela alta demais para qualquer tentativa de fuga e uma porta de ferro enferrujada que só aumentava a sensação de aprisionamento.Me esforcei para lembrar o que havia acontecido, mas minha mente estava embaçada. O som de risadas do lado de fora me chamou a atenção, trazendo uma pitada de clareza. Levantei-me devagar, minha cabeça ainda latejando, e me aproximei da porta para ouvir melhor.— E essa madame, hein? Vai pagar ou não? — uma voz rouca questionou, com um tom de impaciência.— Disse que o dinheiro estava a caminho, mas já faz horas. Não podemos ficar mantendo essa mulher grávida aqui por muito tempo — outra voz respondeu, com uma pitada de preocupação.— É, se ela não pagar logo, vamos ter que achar outra soluçã
༺ Bianca Madson ༻Andando pela casa abandonada, observei as paredes sujas e cobertas de grafites, o chão de madeira rangendo sob meus pés. A escolha deste local não foi aleatória; era perfeito para manter Louren presa, longe dos olhos curiosos.As janelas estavam quebradas, permitindo que a luz da lua entrasse e iluminasse parcialmente o ambiente, criando sombras sinistras. A umidade impregnava o ar, e o cheiro de mofo era intenso. Meu pai caminhava ao meu lado, visivelmente nervoso.— O que fazemos agora? — perguntou ele, quebrando o silêncio.Parei por um momento, pensando na melhor forma de seguir em frente.— Precisamos esperar um pouco. Carlos Eduardo deve ter chamado a polícia. — respondi, com frieza calculada.Meu pai assentiu, a preocupação estampada em seu rosto.— Agora precisamos ter cuidado. Você trouxe o telefone pré-pago e os dois chips que pedi? — perguntei, mudando o foco da conversa.Ele assentiu, tirando os itens do bolso e me entregando.— Sim, está tudo aqui.Obser