༺ Carlos Eduardo ༻Alguns dias se passaram e estávamos terminando de tirar as últimas medidas para o meu terno de casamento quando a campainha do meu apartamento tocou. Pedi licença para o alfaiate e atendi a porta. Para minha surpresa, era minha mãe.— O que você está fazendo aqui? — perguntei, surpreso.Ela entrou contrariada, sem esperar convite.— Agora preciso informar toda vez que venho à casa do meu próprio filho? Não posso mais o visitar? — ela respondeu, visivelmente irritada. — Vim falar com você novamente sobre um assunto importante.Suspirei fundo, já sabendo do que se tratava.— Esse assunto já está encerrado, mãe. E, além disso, estou ocupado agora.Ela olhou ao redor e viu o alfaiate trabalhando no meu terno.— O que você está fazendo? — ela perguntou, desconfiada.— Apenas ajustando o terno para um evento importante — respondi, tentando manter a calma.Ela se aproximou do alfaiate, observando os últimos detalhes.— Um alfaiate? E que evento importante seria esse? — ela
༺ Caroline Ávila ༻Indignação fervia dentro de mim ao saber que Carlos Eduardo estava prestes a se casar com aquela garota. Eu sempre quis que ele se casasse com Bianca, uma mulher linda de classe alta, vinda de uma família renomada.Mas ele preferia aquela favelada, que provavelmente nem havia terminado os estudos. Mesmo assim, a notícia de um neto me tocou profundamente.A mulher que ele amava estava grávida dele, algo que já tinha perdido as esperanças que acontecesse, dada a natureza mulherengo do meu filho mais velho.Mas isso não mudava as coisas. Eu não via necessidade alguma dele se casar com aquela garota apenas pela criança. Poderia muito bem pedir a guarda e tomar o bebê para si, e ficar com Bianca. Ela entenderia. Eu precisava fazer alguma coisa.Ao chegar na recepção do prédio, o motorista já estava lá esperando por mim. Entrei no carro pensativa, peguei o celular da bolsa e liguei para Bianca.— Preciso conversar com você. Estou ainda num café no centro da cidade. Pode c
༺ Bianca Madson ༻Caroline partiu, deixando-me pensativa na mesa do café, encarando o convite de casamento na foto da tela do meu celular. Murmurei baixinho para mim mesma:— Você não vai me tirar o Carlos Eduardo, sua favelada. Antes disso, eu acabarei com você.Não revelei meus pensamentos à Caroline. Deixei-a pensar estarmos unidas no plano de separar Carlos Eduardo de Louren. Na verdade, eu tinha outros planos. Daria um jeito de acabar de vez com a presença de Louren na vida de Carlos Eduardo.Decidi ligar para meu pai. Ele era a única pessoa que poderia me ajudar nessa situação. Ele sabia tão bem quanto eu que Carlos Eduardo era um verdadeiro tesouro, algo que não poderíamos deixar escapar.— Pai, por favor, vá para casa. Preciso conversar com você — disse quando ele atendeu.— O que houve, Bianca? — perguntou ele do outro lado da linha.— Apenas vá para casa, por favor — respondi, antes de desligar.Sabia que meu pai entenderia. Ele estava tão determinado quanto eu. Não se trata
༺ Louren Smith ༻ Caminhando ao lado de Carlos Eduardo em direção à minha loja, notei um veículo todo escuro passando lentamente pela rua. Olhei para o carro por um momento, curiosa. Nunca havia visto um veículo assim por aqui. Talvez fosse algum turista, pensei. — O que foi, amor? — perguntou Carlos Eduardo, percebendo minha distração. — Nada, só estou estranhando aquele carro. Nunca vi um desses por aqui — respondi, dando de ombros. Ele também olhou para o veículo e comentou: — Deve ser algum turista passeando. Concordei e seguimos nosso caminho até a loja. Ao entrar, encontramos Alice arrumando algumas roupas nos cabides. Ela se virou para mim com um sorriso e disse: — Ah, Louren, você recebeu um buquê de flores! Já coloquei elas em um vaso estão ali, no balcão tem um cartãozinho também. Carlos Eduardo, que estava ao meu lado, imediatamente demonstrou ciúmes. — Quem está mandando flores para você? — perguntou ele, com o rosto franzido. — Não sei — respondi, tentan
༺ Carlos Eduardo ༻Retornei ao hotel, pensativo, nas palavras de Louren. Não queria acreditar que Bianca estava por trás daquela ameaça, mas não havia outra dúvida. Eu só havia passado o endereço do casamento para minha mãe.Era difícil aceitar que minha mãe tivesse coragem de fazer algo assim, mas, assim que voltasse para São Paulo, teria uma conversa séria com ela.Se ela quisesse ficar do lado da Bianca, então acabaria com qualquer relação possível, especialmente se isso significasse afastar meu filho que logo iria nascer.Não podia mais deixar isso continuar. Peguei o celular e liguei para Arthur, um dos advogados da empresa. Ele atendeu rapidamente, surpreso com a ligação.— O que está precisando, Carlos? — perguntou Arthur.— Preciso falar com você sobre algo importante. Quais são os meios de entrar com uma medida protetiva e afastamento de uma pessoa? — respondi, direto ao ponto.Arthur, sempre preciso, explicou:— Podemos solicitar uma medida protetiva de urgência junto ao jui
༺ Bianca Madson ༻Eu ainda estava furiosa, observando o elevador fechar. Quando fiz menção de seguir até ele, meu pai me segurou pelo braço, comentando:— Já chega, Bianca. Você tem que parar com isso. Está perdendo o controle.— Solte-me! Não vou deixar Carlos Eduardo falar assim comigo e ficar por isso — respondi, tentando me livrar da sua mão firme.Ele me puxou em direção ao nosso quarto, insistindo:— Você não percebe que está perdendo o controle? Piorará as coisas dessa forma. Tem que entender que Carlos é um homem poderoso. Não é assim que se enfrenta um homem como ele. Tudo tem que ser bem-planejado.Indignada, peguei um vaso decorativo do quarto do hotel e o joguei contra a parede, quebrando-o em mil pedaços.— Ele não tinha o direito de falar comigo assim! Mas vou me vingar da Louren. Ele só começou a me tratar mal depois que se envolveu com essa mulher. Mas vou tirá-la do meu caminho!Meu pai se serviu uma dose de uísque e respondeu calmamente:— Agora você precisa se acalm
༺ Louren Smith ༻Aproveitando a companhia de Carlos Eduardo na hora do almoço, senti um leve enjoo ao cheiro do peixe ao molho. Peguei rapidamente um lenço e levei à boca, tentando conter o desconforto. Carlos Eduardo, preocupado, perguntou:— Está tudo bem?— Só o cheiro do peixe que está fazendo meu estômago embrulhar — respondi, tentando disfarçar o mal-estar.Ele então chamou o garçom e pediu:— Por favor, traga um frango grelhado com batatas para ela.O garçom retirou o prato prontamente, enquanto eu tomava um copo de água, tentando me recompor. Notei o olhar atento e preocupado de Carlos Eduardo e comentei:— É apenas um dos sintomas da gravidez, mas é horrível. Acho que não consigo comer peixe tão cedo.Soltei uma risada leve, e ele concordou:— Espero que você não acabe enjoando de mim também.— Quem sabe? — respondi de forma provocadora. — Talvez você precise se preparar para isso.Ele soltou uma expressão surpresa:— Espero que não, porque eu não vou aguentar.Ri novamente,
༺ Carlos Eduardo ༻Quando chegamos ao restaurante elegante e fino, abri a porta para Louren, um gesto de cavalheirismo. Ela agradeceu e saiu, observando o local.— Este é o restaurante mais caro da cidade — ela comentou, olhando ao redor.— Você merece o melhor — respondi com um sorriso satisfeito.— Você sempre gosta de se exibir como um pavão, não é? — ela disse, rindo.— Não se trata disso. Gosto de elegância e um pouco de luxo — respondi de maneira descontraída.— Como se eu não soubesse desse seu gosto — ela retrucou, rindo.Dei o braço para ela e disse:— Podemos entrar?Ela concordou e me acompanhou. O ambiente do restaurante era sofisticado e elegante, um verdadeiro oásis no interior de São Paulo. O teto era alto, decorado com lustres de cristal que lançavam um brilho suave sobre as mesas bem arrumadas com toalhas brancas impecáveis e talheres de prata.As paredes eram adornadas com obras de arte discretas, e o chão de mármore complementava a atmosfera de luxo. A iluminação er